Capítulo Três: Bolsas rosas, sorrisos e compras
Quinta, 27 de março de 2024
Christoper olhava para a xícara de café recém feita questionando-se porque os baristas de café não se chamavam cafetão ao invés de... barista. O requinte de cafetão sempre será superior ao barista, mais ainda por sua fonética única.
Ele leva a discussão a seu grupo de amigos com uma mensagem alegando que "Cafetão" é muito mais divertido e original, ao que Changbin e Hwasa o corrigem buscando outras palavras que não sejam a que ele deseja, caso contrário seria visto como um "gigolô do café".
Chris suspira e abandona a ideia, mas sabe exatamente quem apareceria com uma camisa no dia seguinte escrito "Cafetão" e "Christopher" abaixo. Dividir seu esfolado e único neurônio com Seungmin era sempre muito bom. Sentia-se em casa.
Falando no diabo, mais cedo Seungmin enviou uma mensagem reclamando sobre a fanfic que estava escrevendo, Chris só respondeu em sua cabeça, esquecendo de digitar a sentença. Ah, mas que seja! Entre os dois não há essa exigência de respostas, eles simplesmente sabem que têm um ao outro.
Foco, você precisa trabalhar!
Ele suspira arrumando o uniforme, pega o misto quentinho que foi posto no balcão, coloca na bandeja e vai servir mais um cliente.
Sua cabeça não está exatamente ali, Jennie até o chamou atenção sobre isso, mas ele não via problema em pensar demais enquanto limpava as mesas sujas de comida.
Falando nisso, qual o assunto do momento no seu jornal mental que funciona vinte e quatro horas? Lee Minho, quem mais seria?
Ele equilibra os pratos e xícaras sujas na bandeja e as leva para dentro, as coisas são colocadas no balcão. Enquanto espera o próximo pedido sair sua mente retorna ao fluxo intenso de pensamentos.
Minho mandou uma mensagem não faz muito tempo. Estava convidando Chris para saírem no sábado. "É a primeira parte dos seus mimos" ele disse no texto, o nervosismo de ter que sair com um CEO só agora começou a doer nos ossos de Chris.
A coisa ficou acordada para Minho o buscar no parque pois ele estaria dando aula para as crianças, a contragosto do australiano, que achava mais cômodo para o outro buscá-lo no dormitório, mas o Senhor Lee bateu o martelo de que buscaria o rapaz onde quer que ele estivesse, que iriam almoçar e seguiram para as compras.
O acordo firmou-se assim. Não tinha para onde correr.
Ele suspira e volta ao caixa para colher o pedido de mais um cliente, só lhe resta viver sua vida de estudar e aguentar seu chefe pé no saco.
Por sinal, Jennie estava alertando aos funcionários no pequeno café de que seu pai estava meio louco e que pensava em demitir alguns trabalhadores. Chris não queria pensar em procurar outro trabalho agora.
O misto saiu, o troco foi dado, o avental estava frouxo na cintura, ele caminha mais algumas vezes com a bandeja em mãos até poder descansar.
Sábado, 30 de março de 2024
Minho catou a chave do carro e se levantou do sofá assim que recebeu uma mensagem de Chan informando onde estava. Ele espalmou sua camisa bege com o primeiro botão aberto e certificou-se de que sua calça estava bem alinhada a suas coxas. Hwang o analisava sem dizer uma palavra.
— Eu já vou indo hyung, meu possível futuro esposo me espera.
Hyunjin passou a mão no rosto, arrastando os longos dedos pelos cabelos escuros, um suspiro preocupado deixou seus lábios. Ele nem se deu o trabalho de formular uma frase demonstrando sua indignação e apreensão, nada que dissesse faria Minho mudar de postura, logo, ele se resguardou em uma única frase:
— Se divirta.
Minho sorriu ladino, satisfeito com a ausência de comentários desinteressantes sobre como ele era inconsequente e essa situação poderia dar errado.
— Obrigado, Hyung! Mais tarde te mando mensagem contanto tudo tintim por tintim.
Tão rápido quanto entrou no apartamento de Hyunjin ele saiu.
A direção apontada por Chris não era extremamente longe de onde Minho estava, na verdade era em um dos parques que havia nas proximidades.
Lee Minho não sabia o que o australiano estava fazendo naquele local, e por sua sorte não tardou a descobrir, rapidamente dirigindo até onde foi guiado.
Ele estava ali, sob um sol levemente escondido entre pequenas nuvens fofas, a manhã se estendia com gritos animados de crianças, cabelos amarrados em frufrus passando como vultos e capas de super heróis.
No meio de uma calçada cheia de desenhos super coloridos e rodeado por quatro adultos estava Chris, uma camisa preta que parecia ter sido pintada por alguma criança, com desenhos e formas diferentes marcando o tecido, uma bermuda clara e tênis pretos, também havia uma sacola grande rosa choque aos seus pés. A coisa toda era muito fofa.
Christopher parecia radiante.
O sol tocava seus cabelos escuros e deixava sua pele pálida vermelha como um camarãozinho, ele tinha uma criança pulando animada ao seu lado mostrando o que parecia ser um coelho de pelúcia, a responsável pela criança tinha um sorriso largo nos lábios enquanto trocava uma conversa calorosa com Chris.
Por mais estranho que fosse pensar assim, o mundo parecia disposto a sorrir porque Chan também estava sorrindo.
Sem vontade de atrapalhar a interação, Minho escolheu um banco não muito distante e protegido por uma árvore, resolvendo se recolher ali enquanto observava seu... amigo? Conhecido? Talvez esposo? Rótulos são difíceis, percebe aquele homem de mente confusa.
— Minho! — ele levantou a cabeça, se afastando da tentativa falha de seu cérebro o afundar em conceitos sobre o que são ou virão a ser. Bangchan acenou para ele de onde estava, a pessoa que antes conversava já se afastava com uma criança de vestido colorido ao lado, os outros adultos que ali estavam também começavam a se dispersar.
Chris juntou a sacola rosa do chão e veio em direção a Minho com um brilho nos olhos tão forte que poderia machucar seus sentidos.
— Eles são cheios de energia. — comentou o Lee, apontando para onde os pequenos estavam.
— São crianças — argumentou o mais novo levantando os ombros. — Faz muito tempo que chegou?
— Não muito, não se preocupe — Minho estendeu a mão em direção a sacola pedindo para carregá-la, Chris aceitou com um educado "Obrigado" — Vamos passar na sua casa pra deixar as suas coisas?
— Podemos? — Chan perguntou quase num tom de súplica enquanto caminhavam em direção ao carro do homem — Eu agradeço! Se não for abuso, eu queria um tempo pra me trocar também, eu tô fedendo!
— Hoje eu estou ao seu dispor — Minho abriu a porta para Chris, o esperou entrar e colocou a sacola rosa no banco de trás. Ao entrar no carro ele soltou uma belíssima mentira — Aliás, eu de verdade não consigo pensar sobre onde podemos comer hoje. Teria uma sugestão?
Chris nem sequer notou o tom de falsidade, não acostumado com Minho o suficiente para reconhecê-lo.
— Eu soube que abriu um restaurante novo perto da universidade. Ouvi muitos dizerem que a comida de lá é uma delícia! Não tirei a prova por mim mesmo, meu caminho essa semana foi só trabalho, casa, universidade e casa — ele gesticulou com as mãos como se estivesse colocando as palavras uma após a outra —, e então casa, universidade e trabalho.
Minho sorriu. O teste daquela pergunta era por saber que o australiano poderia escolher qualquer restaurante caríssimo, mas o ouvir falando a primeira opção que tinha em mente fez o Lee sentir-se confortável.
— Vamos nele, então.
Chris assentiu com um sorriso.
O caminho foi preenchido por Bangchan contando sobre cada uma de suas crianças enquanto mexia na playlist que tocava no carro, hoje ele estava inclinado a Johnny Martins e Kurt Elling. Enquanto isso Minho permanecia atento a cada detalhe que o rapaz falava, porque perguntava e comentava sobre as crianças e até mesmo sobre o assunto que ele estava ensinando a elas.
Bons minutos após o letreiro da EASYUni apareceu em seus campos de vista. Chris sentiu um leve pânico se instalar em seus ossos. Ele se vira para o CEO com um olhar meio preocupado.
— Você quer esperar lá dentro? Eu não gosto da ideia de te deixar aqui fora esperando, mas pode ser incômodo pra você esperar lá porque... eu não sei se os meninos estão em casa.
— Eu fico aqui.
Chris tomou um momento trocando os parafusos de sua mente, então fez cara feia assim que Minho estacionou.
— Eu não vou te deixar esperando aqui, é errado! Vem, — ele abriu a porta, e pegou suas coisas — vamos entrar. Você vai gostar do Mago!
Minho seguiu o rapaz silenciosamente, achando engraçado como Chris ficou incomodado com a ideia de ter o Lee aqui embaixo o esperando.
Logo quando entraram Chan abre um sorriso gigantesco direcionado ao senhor detrás do balcão da recepção. É exatamente como um neto muito querido vendo seu vovô.
— Tio Xian! Sabe se o Yugyeom, o Soobin ou o Heeseung passaram por aqui?
O senhor leva um momento para puxar os rostos em sua mente, então devolve um sorriso a Chris.
— Acredito que não, filho. Durante meu turno eu não os vi passar. Algum problema?
Ele balança a cabeça negativamente, então dá espaço para que Minho seja completamente inserido no campo visual de Xian.
— Este é Lee Minho, meu... amigo. Minho, este é Xian, nosso Guardião Mago!
Minho oferece um aperto de mão ao senhor, junto de um sorriso muito bem ensaiado sob camadas de reuniões e mais reuniões com cabeças da alta sociedade. Então o sorriso se torna mais puro, lembrando-se de que aquela não é uma reunião e sim um ambiente tranquilo o qual Chan está o apresentando como amigo.
Minho sente os braços confortáveis desse sentimento o envolvendo.
— É um prazer conhecê-lo, Senhor Xian. — ele se curva respeitosamente, ao que o senhor abana suas mãozinhas enrugadas para tranquilizá-lo.
— Não há necessidade de ser tão formal, filho — uma risada nasce de dentro de seu peito, é profunda como a de alguém que carrega muitas histórias. Minho se sente confortável — Sou só o Tio Xian, o Velho Mago que repara essas crianças. Seja bem vindo, filho!
Foi uma conversa tão simples e ao mesmo tempo tão boa que Minho entra no elevador ainda inebriado, entendendo o sorriso gigantesco que Chris carregava nos lábios ao se despedir do Sr. Xian na recepção durante a primeira vez que Minho veio buscá-lo.
— Ele é muito legal, não é? — Chris apertou o botão do terceiro andar e depois brincou com as alças da sacola rosa — Ele é meio que a figura paterna de mais da metade do prédio. No meu aniversário ele me fez uma cartinha muito fofa e deixou dentro do correio, mas eu só olhei o correio umas quase três semanas depois do meu aniversário, ele ficou triste antes porque pensava que eu não tinha gostado da cartinha, e depois que o mal entendido foi desvendado ele ficou aliviado. — Chan sorriu, os olhos observando a porta metálica, mas parecia que sua mente estava longe — É um dos poucos homens verdadeiramente puros e carinhosos que eu conheço, que ama sem esperar nada em troca, sabe? Nem um bom dia sequer.
O coração de Minho bate ternamente em seu peito, a caixa torácica se apertando. Ele admira o quão bonita é a forma como Chan vê tudo isso e quão sincera e transparente é sua voz, sem medo de parecer emocionado demais com aquele Tio Xian. Ou melhor, o Guardião Mago.
As portas de metal se abrem.
— É por aqui — ele toma a frente. Minho não evita observar como suas costas são largas, fortes e bonitas. Chris puxa um molho de chaves da sacola enfeitado por um pingente do homem aranha — Por favor não reparar na bagunça ou eu juro me matar na sua frente.
— Estou de olhos fechados — brincou.
Quando a porta se abre, a primeira coisa que Chan faz é contar a quantidade de sandálias e pantufas ali, um alívio se instalando no peito ao saber que está sozinho.
— Seja bem vindo ao lugar onde todo mundo chora abraçado no período de provas — ele brinca dando espaço para o outro.
Minho tirou os sapatos ficando só de meia. Ele é abraçado por um aroma de colônia masculina assim que cruza o portal, absorvendo toda a essência do lugar.
Sapatos enfiados na estantezinha, pantufas espalhadas, um sofá cheio de travesseiros de personagens, livros sobre a pequena mesinha de centro, uma poderosa quantidade de HQs na estante da parede. Logo depois viu a pequena sala de jantar e a ilha que a separava da cozinha.
No entanto, havia mais alguém na casa. E o cheiro forte de colônia era dele.
— Oi, Channie — um jovem de cabelos escuros penteados sedutoramente e com os botões da camisa branca abertos chamou o australiano alegremente. Minho notou os olhos do rapaz correndo entre eles dois, um sorriso zombeteiro adornando os lábios — E oi amigo do Channie.
Chris limpou a garganta, Minho olhou para ele esperando que fizesse as honras, e Jesus, o clima parecia estranho.
— Bom... Minho este é Heeseung um dos meus amigos de quarto, Heez esse é Minho, meu amigo.
Minho foi educado como sempre, oferecendo agora um sorriso treinado. Heeseung nota, seus olhos se apertam entre os dois, profundamente curiosos.
— Minho — Chris chamou sua atenção enquanto jogava as chaves na mesinha — se você me der dez minutos é suficiente. Por favor, sente. Quer uma água, suco ou um doce?
Mas o moreno sacode as mãos para acalmar o australiano.
— Eu estou bem, pode ir se trocar. Vou me divertir julgando o quanto você é bagunceiro.
— Eu vou me matar na sua frente.
— Eu sei, não se preocupe — Minho piscou, totalmente envolvido na brincadeira.
— Dez minutos! — Chris gritou, correndo para onde deveria ser seu quarto.
Os olhos de Minho se cruzam com os de Heeseung novamente. Existe uma eletricidade tensa e curiosa entre eles. Perguntas implorando para serem expostas — da parte de Heeseung, claro.
— Eu nunca te vi antes — Lee Heeseung constatou, fechando a geladeira enquanto lavava o copo que acabara de usar — Viraram amigos recentemente?
— Talvez.
Heeseung riu mas não havia qualquer humor no ato.
— Você não é cachorro pequeno, cara. O que tá fazendo com o Chan?
Minho sentou no sofá com calma e classe, cruzando as pernas e descansando as mãos no joelho, seus movimentos eram calmos como se nenhuma das questões do rapaz fosse algo que pedisse sua atenção, ou sequer suas palavras. Heeseung tencionou a mandíbula.
— Somos amigos — Minho afirma, então seu tom ganha um quê de ambiguidade —, ao que parece.
— Pessoas como você — Heez diz rispidamente — não tem amigos.
— Se é o que você pensa...
O CEO dá de ombros.
A indiferença do Lee faz a mente de Heeseung se torcer de raiva, mas não querendo trazer conflitos para seu hyung, ele dá uma última olhada para o intruso e segue na mesma direção que Chris fora anteriormente.
Os lábios de Minho se puxam num sorriso desdenhoso. Ele não é do tipo de pessoa que disputa doce com criança ou faz pirraça com facilidade, mas algo naquele rapaz e sua notória paixonite por Chris fez o lado competitivo mais insuportável de Minho aflorar.
Ele espera os dez minutos que Chan o indicou trocando mensagens com Momo e Yunho sobre o recém ocorrido, alimentando o espírito fofoqueiro de seus amigos.
Han [12:13pm]
Vivi pra ver o Minho cutucando criança
Jeong Yuyu [12:13pm]
Por disputar vc quer dizer irritar um pirralho só porque ele tem o Chris e o carinha não, né amor?
Acho injusto
Mas ri, confesso
Han [12:14pm]
briguem, putas 🗣️
Eu [12:14pm]
😇🙏🏻
🤍🐺
Christopher se olhou no espelho, a saia preta longa destacando sua cintura grossa, a bunda arrebitada e grande, o cropped preto com telinhas destacando seus braços fortes.
Ele estava lindo mas, mesmo assim, tirou aquela roupa, procurando dentro da pilha que Minho o empurrou para experimentar, roupas que condizem com os ditos "gostos normais".
Seu coração doeu um pouco mas ele não se sentia pronto para empurrar qualquer barreira social quanto ao visual masculino.
Eles estavam no shopping a cerca de uma hora, Minho rodeado de camisas e coletes, Chris procurando por calças e camisetas e jaquetas, considerando que era mais sua praia.
O cérebro do australiano parecia meio gelatinoso pois havia acabado de almoçar, logo, suas decisões estavam meio lentas.
Ele provou todas as peças, camisas, moletons, calças de couro, alfaiataria, roupas sociais, estampas, monocromáticas, de cortes ousados e texturas diversas, honestamente? Sua paleta brincava entre preto, branco, marrom e qualquer cor fechada. Minho torceu o nariz assim que viu a montanha nada colorida.
— Você não gosta de cores?
Chris riu enquanto separava, já no balcão, o que gostaria de levar.
— Gosto, mas pra roupas prefiro cores fechadas. É mais fácil de combinar.
Então ele contou as camisas e como faria para agrupar com as calças e então uma jaqueta jeans. Minho torceu o nariz novamente, nem sequer contou ou selecionou o que queria, só puxando suas escolhas para a atendente às embalar junto das roupas de Chris.
A quantia da compra era alta, Chan tentou não esboçar sua surpresa quando viu o total, mas afinal, aquela era uma grife. Grandes marcas amontoadas e, na verdade, Minho queria passar nas lojas de cada marca.
— Acho que vamos tentar a Prada, Supreme e Gucci — Minho bateu palminhas enquanto dividia as sacolas com Chris, se aproveitando de não ter ouvido um pio sequer dos valores absurdos que já gastaram em duas lojas — Na verdade eu acho que você vai gostar muito da Prada. As cores, você vai gostar das cores.
— Você é o especialista — o mais novo brincou. E era verdade.
A terceira loja veio, e Minho definitivamente não estava errado. Chris ficou encantado com a qualidade e a beleza das peças, cogitando adaptar seu estilo simples para algo mais clássico e sofisticado.
— Você gosta de moletons? — Minho dizia por cima do ombro olhando um conjunto desgraçadamente caro. A pergunta era retórica, ele faria Chris experimentar.
— Gosto.
— Tome este então. — ele os entregou ao atendente — E pegue calças sociais. E jaquetas de couro, sabe, você precisa de jaquetas de couro. Bermudas também, você estava muito lindo de bermuda hoje.
Chan respirou fundo, as bochechas coradas, mas logo se acalmou e ficou um tanto confuso. Ele volta para dentro do provador, quando sai, Minho fica tonto.
Christopher vestia uma camiseta branca que subia levemente na sua cintura grossa e musculosa, por falar em músculos, seus braços definidos ficavam esplêndidos de fora, a calça cargo preta cintura baixa o dava um ar putífero. Não há outra palavra do dicionário formal e informal moderno que resuma melhor a visão de Minho do que "putífero".
— Eu preciso ver se elas montam conjuntos.
Chris falou, como se não tivesse acabado de colocar a loja toda de joelhos para sua beleza.
Minho demorou a processar a questão do outro, mas quando a fez, observou isso com um olhar de canto nada amigável, decidido a encher aquele garoto de mimos justamente por ter analisado de cara o quanto, mesmo sabendo que podia ter tudo, ele estava escolhendo com muito cuidado e examinando a utilidade das peças para si.
— Conjuntos...?
— Elas precisam ser úteis de várias formas.
— Você é bonito — Minho argumentou sem mais nem menos, puxando duas jaquetas e uma linda camisa polo preta em direção ao atendente, ele também pegou uma branca do mesmo modelo — você manda se forma ou não conjuntos. Pessoas extremamente bonitas transformam roupas em um mero detalhe.
Chris desejava, ardentemente, enterrar a cara no meio de qualquer pilha de tecido, ou no chão, mas parecia ser muito caro polir aquele porcelanato.
— Mas, já que gosta... você vai experimentar tudo e nós vamos montar looks!
Aquilo definitivamente se estendeu até a noite. A quantidade de sacolas que eles tinham era gigante e de diversas lojas, com bolsas, sapatos, joias — santo Deus, joias! —, jaquetas, camisas, bermudas, suéteres, casacos, sociais, chapéus e fones de ouvido. Minho nem sequer sentia falta da quantidade de zeros que havia aplicado hoje, muito grato pelo passeio. Sempre amou fazer compras!
As observações não ficaram para escanteio apesar de parecer estar inerte em tecidos. Mesmo nas últimas lojas, Chan continuava julgando a utilidade daquelas coisas para si. Na loja de joias ele aceitou que Minho escolhesse argolas, anéis e cordões, amando como a prata ficava bem em si e como o ouro o deixava divino e etéreo. Minho nem sequer pensou, só comprando tudo o que achava ficar bonito em Chris.
— Eu achei que você ia relutar — assumiu Minho assim que os dedos tocaram o volante do carro.
— Tô me roendo por dentro, se quer saber.
Minho riu, ele estava satisfeito consigo mesmo e com Chris por estar sendo um bom parceiro. Ele deixou o rapaz e suas milhões de sacolas no dormitório, indo pra casa com um sorriso bom enquanto Mimosa de Rini tocava nos alto falantes.
Não tardando a fofocar, ele tratou de iniciar uma vídeo chamada com Hyunjin assim que destravou a porta de casa e colocou as sacolas na cama. Ele obviamente foi recebido por Soonie e Doongie empurrando suas cabeças peludas nas pernas de seu dono, ele tirou um momento para acariciar seus bebês antes de voltar.
O celular foi pendurado em qualquer lugar que ele julgou estar bom e conectou os fones para ficar mais confortável para ouvir.
— Central Hwang Hyunjin de Fofocas, no que posso ajudar?
Minho segurou a testa enquanto dizia:
— Ele colocou uma calça cargo cintura baixa e uma camiseta branca.
— Caralho. Meu Deus, e aí?
— E aí que eu e metade da loja ficou diante da visão mais fodidamente tesuda de todo o sistema solar. Hyunjin, que homem!!!
O Hwang soltou um arzinho, sabia que para Minho estar elogiando era realmente uma visão. Ele se arruma na poltrona e tenta fazer Minho falar de coisas realmente importantes.
— Fora isso, como foi tudo?
— Bom, depois daquela birra com o amigo dele nós fomos almoçar — Minho começou a tirar as roupas das sacolas e estudar na cama enquanto usava-as para gesticular — Comemos num restaurante novo que abriu perto da faculdade. Indicação dele.
— Você deixou em aberto?
— Sí, como falei que faria. Me fiz de bobo. Mas ele falou a primeira coisa que lhe veio à cabeça, fiquei satisfeito — Minho viu Soonie pular na cama e se deitar entre os travesseiros — Depois nós fomos ao shopping e eu levei ele nas nossas lojas favoritas.
— Oh céus — Hyunjin choramingou —, queria fazer comprinhas.
— Você fez compras semana passada.
— Mas não foi essa semana!
Minho revirou os olhos.
— Tenho observações.
— Fale.
Minho experimentou um blazer preto enquanto falava.
— No começo ele tava muito tímido de experimentar as coisas e assustado com os preços. Eu acreditei fielmente — ele tira o blazer e o pendura numa parte separada do guarda roupa — que ele ia desistir ali mesmo ou recuar.
— Que ele não ia aceitar?
— Sim, exatamente. Mas não, ele na verdade foi super cabeça, analisou todas as peças e como ele diz "montou conjuntos" pra ver se elas podem ser trocadas uma pela outra usando peça coringa, sabe?
— Uau!
— Eu fiquei exatamente assim. E você não sabe — Minho segurou o próprio rosto, como se pudesse derreter a qualquer segundo —, quando ele colocou uma camisa gola alta e calça social eu tremi total. Surreal de tão bonito, as marcas cairiam no tapa por ele.
— Se comporta, você conhece ele faz o quê? Duas semanas?
Minho deu de ombros.
— Você faz coisa muito pior com gente que conhece na mesma noite, hyung.
— Minho!?
Ele tirou a camisa para experimentar outra roupa.
— É verdade, oras! Bom, que seja! Eu levei ele em várias lojas! Quando chegou a vez das joalherias ele ficou totalmente tímido e travado, disse que aceitaria o que eu quisesse. Pois eu fiz a farra então!
Hyunjin sorriu com isso, eles se perderam vendo as roupas que Minho comprou antes de voltarem ao assunto principal enquanto o Lee experimentava uma calça.
— Ele me ajudou a escolher algumas dessas roupas.
— Ajudou?
— Sim, ajudou tipo como você me ajuda. Sendo sincero, analisando. Eu fiquei feliz — Minho sorriu felino — Ele experimentava e me mostrava, eu fazia a mesma coisa. A gente também conversou sobre cores, que perfumes usar em cada estação do ano. Eu não vi ganância ou terceiros interesses. No carro, quando comentei sobre achar que ele negaria, ele disse que ficou assustado com os valores, mas sabia que não adiantava dizer não, então ele focou que precisava do essencial e fazer boas escolhas.
— Que rapaz firme consigo mesmo, estou chocado.
— E eu então? Achei que era só fachada e que hoje eu quebraria ele. Mas tem sido fantástico.
— Esse Christopher tem bons pontos.
— Realmente bons.
Hyunjin suspirou.
— Eu continuo não apoiando esse casamento assim, repentinamente. Por outro lado, pelo menos você tá saindo com um cara legal tendo ressalvas de tentar analisar ele friamente. Seus últimos interesses amorosos foram... desastrosos.
Minho fez uma careta descontente, pegou o celular e se jogou na cama ao lado de Soonie.
— Na verdade, o certo é não ter interesse amoroso envolvido, exatamente como tá sendo com o Chan. Só estamos tentando construir uma boa amizade, está sendo divertido, tem dado certo. Acho que ele também vê as coisas assim.
— Esse foi só o primeiro date.
— Fato. Mas sabe, me peguei torcendo pra dar certo.
Hyunjin deu um sorriso muito leve e amigável, realmente estava começando a torcer por aquele casamento maluco.
— O caos tende a ajudar a gente quando as coisas devem acontecer conosco.
Minho deu um suspiro pensativo.
— Qual será o preço que eu vou pagar pra ele me ajudar nessa?
— Quem sabe?
Lee Minho sabia que o caos não cobra as coisas como humanos, solicitando dinheiro em troca de um empurrão. O caos é sincero, profundo e sentimental. Ele só espera conseguir lidar com o que lhe for exigido.
repostando 😿 pois eu havia postado errado, mas aqui está vossa att 3👍
um beijo um queijo usem a #pumgminchan tem spoiler, fanart, loucurinhas e família 🏆🤍
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