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Capítulo Dois: Contrato de Encontros

Sexta, 22 de março de 2024


Christopher bateu com a cabeça na mesinha ao lado da cama, o "Ai porra!" que soltou no automático oficializou o mais novo machucado. Ele pegou o celular enquanto a mão massageava o ponto latejante e sentava-se corretamente.

Uma notificação do Instagram brilhou a seus olhos, mensagens diretas de alguém desconhecido cujo conteúdo era... suspeito.

— O Soobin não reclama de você fazer tantos bolos? O coitado não tem paz com tanto trararara da batedeira — ele ouve Seungmin entrar no quarto, a cama afundando ao seu lado. Ele permanece estático. — Ei, tô falando contigo, cara.

— Me mandaram mensagem.

— Sobre?

Chris olhou para Seungmin de olhos arregalados, o outro quase cospe o bolo de volta pro prato, se ajeitando na cama para ver o celular alheio. Todo animado por uma fofoca.

— Tá de sacanagem? Pediram foto? Se for golpe eu vou me matar. Tudo o que tu recebeu até agora foi super nojento. O que tá escrito?

— Diz "Oi querido, boa tarde. Me chamo Lee Minho e tenho interesse na sua proposta de 'Procura-se um Marido Granado'. Quando podemos sair para conversar?".

Eles se olharam por três segundos, Seungmin enfiou uma terceira colher de bolo na boca e então quase se entalou com as informações sendo finalmente processadas por seu cérebro.

— Christo do Céu, puta que pariu! — ele tossiu, o outro deu tapas em suas costas — Quase eu morro. Tu disse Lee Minho? Tá escrito Lee Minho no perfil? Abre a conta, bora ver se não é fake.

— Tá, mas quem diabos criaria um fake pra isso?

Seungmin passou a mão pelos cabelos, às vezes odiava ter um melhor amigo tão pouco antenado nas fofocas.

— Lee Minho é, nada mais nada menos, do que um dos homens mais ricos da Coreia! O Changbin não disse que o pai dele tinha colocado um escritório grande pra administrar o jurídico da empresa dele? Quem você acha que tem um dos maiores escritórios de advocacia na atualidade? Os Lee! Aquela rede de hotéis luxuosos que vivem postando? Os Lee! — Seungmin apontou a colher suja de chantilly para seu amigo e jogou a próxima bomba de uma só vez — Eles tem várias áreas de investimento, e pelo que eu percebi, dividem a administração entre os membros da família e esse cara é CEO da administradora geral, a.k.a. Lee's Corporation. Nossa, dei aula de inglês agora.

Chris piscou os olhos uma vez, então duas, na terceira ele desistiu de seu melhor amigo e voltou pro celular, concentrando seus dedos em apertar em alguma coisa.

— Deve ser fake mesmo. Vou apagar.

— Não!!! Tá louco? E se for verdade?

— E se não for?

— Aí, puta que pariu! — Seungmin largou o prato de bolo na mesinha ao lado da cama e pegou o celular das mãos alheias, indo analisar o perfil do tal Lee Minho CEO da Lee's Corp. e todo o resto do título, tal qual um nobre sendo anunciado em Game Of Thrones.

O Kim olhou as datas minuciosamente, as pessoas marcando o suposto Minho em postagens, possivelmente amigos, datas diferentes, stories de um ano atrás. Seguindo poucas pessoas mas sendo seguido por muitas.

— Eu acho que fico mais horrorizado por ser verdade do que se fosse mentira.

— Jura? — Chris recebe o celular de volta, Seungmin volta a seu bolo, ele não percebe que o outro já começou a enviar mensagens. — Por quê?

— Oras, ele é podre de rico. Tem uma fila de gente querendo casar com ele, por que cargas d'água ele iria recorrer a um anúncio de papel?

— Qual teu problema com meus anúncios?

— Nenhum.

—Hm. Enfim, pergunte a ele.

— Prefiro morrer.

— Oh! Olha ele concordou sobre não querer nada de sexo.

Seungmin entalou uma segunda vez e olhou para seu melhor amigo, horrorizado. O senso de autopreservação do australiano poderia colocar sua vida em risco e Seungmin seria o único a poder salvá-lo.

— É ele mesmo? Jesus, minha garganta dói. Como diabos vocês chegaram nisso?

— Eu só falei que não quero dinheiro em troca de sexo e sim alguém que me cuide, dê suporte e me mime pra que eu possa me dedicar a estudar. Falamos sobre casar. Ele achou bom, disse que gosta de como eu sou direto.

Seungmin raspou a colher no chantilly e pensou um pouco, o perfil parecia real, a conversa não parecia estranha — dentro do cabível quando se tem um tema estranho —, e aparentemente tudo estava certo. Ele olhou para Chris, que ainda olhava para o telefone.

— Vamos nos ver amanhã. — informou o mais velho.

Ele finalmente levantou o rosto, Seungmin tinha um olhar muito mais sério do que o normal.

— Se ele fizer uma gracinha você cai no soco com ele. Independente de quem seja, não é porque ele tem dinheiro que ele pode te desrespeitar, entendeu?

Chan sorriu.

— Não é pra rir!

— Relaxa Sammy — ele puxou Seungmin pelos ombros, o enterrando em um abraço meio "vou te dar um mata leão" —, eu vou ficar bem. Te mando localização quando sair e fico te mandando mensagem.

— Me sinto uma mãe vendo seu caçula sair pela primeira vez, sabia? — ele colocou a mão no peito com pesar. Chris revirou os olhos, o soltou e jogou o celular na cama enquanto se levantava.

— Sou mais velho que tu, e essa nem é minha primeira vez saindo.

— Já sinto a dor que uma mãe sente quando seu filho é ingrato. Deus, dói tanto! Eu te pari, Christopher Bango Frango! Olha como cê fala com a sua mãe!

— Calado tu é um poeta, sabia?

— Sou um poeta de qualquer jeito querido, fui talhado na arte, até escritor eu sou!

— Calma projeto mal feito de Machado de Assis!

Seungmin rebateu, aquilo virou uma briga interminável até eles saírem do dormitório para a próxima aula. O que não significa que eles não continuaram brigando pelo curto caminho.

Sábado, 23 de março de 2024


Minho se vestiu de forma despojada, escolheu seu perfume mais calmo, no entanto, atraente e mandou uma foto para seu secretário e querido primo agradecendo por ter cancelado sua agenda daquele sábado à tarde.

Ele descobriu após uma conversa com Christopher que o jovem estudava na EASYUni, mas uma pesquisa mais profunda foi feita com a ajuda de Yunho. Christopher Bang era destaque na universidade, boas notas e ativo em várias atividades, o filho mais velho, sua mãe se chama Jessica Bang, tem uma caçula chamada Hannah Bang. Nada consta na ficha criminal de nenhum dos três, para alívio de Minho, que não desgostou da pessoa daquele rapaz.

Yunho com seu instinto fofoqueiro e investigativo combados descobriram que o rapaz não tinha laços com seu pai de sangue e sua mãe era divorciada. Eles só não sabiam o motivo pois Minho pediu que Jeong Yunho deixasse isso de lado, parecia pessoal.

Minho puxou o freio de mão e enviou uma mensagem para Christopher avisando que havia chegado, o carro já estava estacionado na frente do dormitório do rapaz.

O dia estava ameno mas havia chances de chover até perto do fim da tarde. Ele tinha um guarda-chuva no porta luvas para casos de emergências. Minho espalmou as mãos no casaco tirando sujeiras que só existiam na sua cabeça.

Por que você se sente nervoso? Minho discutia consigo mesmo, Você já esteve em reuniões muito mais sérias e difíceis, respire!

Então ele viu, saindo do prédio com um sorriso largo, reverências e acenos de despedidas para alguém que estava dentro do edifício, Christopher Bang. Cabelos escuros levemente ondulados, olhos escuros, nariz grande e bonito, lábios carnudos, ombros largos cobertos por um moletom preto, calças jeans que deveriam ficar largas mas o desenho de suas pernas grossas a preenchem muito bem, marcando o tecido e nos pés sapatos pretos. Simples.

Bonito, no entanto. Muito bonito mesmo.

— Lee Minho? — ele perguntou se aproximando, os olhos observavam o outro numa curiosidade cativante.

— Christopher Bang — o moreno testou o nome enquanto sorria para o rapaz —, é um prazer.

Eles trocaram um aperto de mão respeitoso e reverências. Era um pouco estranho, na verdade.

— Entre, por favor — Minho abriu a porta para Chris e o esperou se acomodar.

Dois desconhecidos vão conversar sobre uma proposta de casamento. Com termos anotados em um contrato, outro nas notas do celular. É um pouco assustador, mas eles desejam que isso dê certo.

A ida ao restaurante não demora, Chris passou boa parte do caminho sendo engolido por pensamentos enquanto Minho tamborilava os dedos no volante ao som de Troye Sivan, a escolha da música foi por conta do outro rapaz, Minho aprovou.

Quando saltaram em frente ao restaurante e Minho entregou as chaves ao manobrista o australiano sentiu as mãos gelarem.

Aquele lugar tinha um ar diferente, observou Chris ao entrar no restaurante de luxo para o qual Minho o levou. A tapeçaria, os cristais, lustres, o tilintar leve de talheres e taças, o aroma diverso de pratos meticulosamente preparados. Era um restaurante de refeições coreanas, mas de elite. Chris sentia-se totalmente despreparado para estar ali.

O atendente sequer pediu o nome de Minho, tão habituado ao vê-lo por ali que abriu um sorriso amigável e indicou uma mesa que parecia ser a que ele sempre usava.

Jungwon, dizia no crachá meticulosamente preso ao uniforme, olhou discretamente para Chris com uma curiosidade velada enquanto estendia os cardápios.

Veio uma banal discussão sobre o que pedir para comer e beber, mas a mente de Chris estava tão tensa com tudo que honestamente ele não pensava em comer, escolhendo um simples japchae e suco de melão, Minho ficou com kimbap, japchae e mandu, pedindo porções para dois e suco de kiwi.

O atendente anotou tudo, deixando a mesa com uma reverência e um pedido educado de licença.

— Você está nervoso — constatou Minho.

— Eu acabei de te conhecer e nós vamos falar sobre um possível casamento. É esperado que eu esteja, né?

Minho esticou os lábios, puxando um bloco de notas, uma caneta e o celular do bolso da jaqueta.

— Então não vamos prolongar o sofrimento. Vamos discutir os termos! Ou... como nós vamos acertar tudo isso.

Chris assentiu, tateando os bolsos em busca do celular, ele realmente havia anotado tudo. Mas então parou, olhou suas notas, analisou Minho se organizando com o papel e rabiscando algumas coisas. O australiano tomou um momento e desenhou o rosto bonito em sua mente, os cabelos castanhos bem cortados, o arco fofo de seus lábios, cílios longos e escuros.

Ele se deixou engolir pela curiosidade.

— Por que quer se casar?

— Porque minha mãe quer. Mas ela quer que eu me case com uma mulher — ele nem fez questão de tirar os olhos do papel, a voz num tom muito calmo enquanto harmonizava com o tilintar dos talheres e conversas baixas — Eu não sou mais tão novo assim, então ela acha particularmente divertido me encher a paciência com essa coisa de casamento.

O Bang ficou quieto, logo depois muitas dúvidas se acumularam em sua cabeça.

— Você é muito bonito — falou, os olhos de Minho se ergueram, honestamente surpresos — e sabe, você poderia escolher qualquer pessoa.

Lee Minho escondeu um sorriso enquanto mordia os próprios lábios. Aquele rapaz era uma caixinha de sinceridade.

— Eu achei ousado você fazer um banner com uma única frase e seu Qr Code. Parece bobo, mas me deixou curioso, e se quer saber? Eu não tenho nada a perder... No fundo qualquer casamento que eu fosse tentar — ele levantou os dedos formando aspas — ia ser por "negócios". Mas e você? Qual seu real motivo de querer um "Marido Granado"? Você também poderia escolher qualquer pessoa.

Christopher Bang colocou todas as cartas na mesa, sendo transparente de uma forma que raramente se permitia ser. E por mais estranho que fosse, ele se sentia muito bem podendo ser assim com o Lee.

— Eu tô cansado. É frustrante estudar, trabalhar, sabe... e ver as coisas estagnadas. Você luta por nada, ao que parece. É exaustivo — ele sorriu, mas não havia alegria naquilo, essa era a pauta de muitas das suas crises mais cruéis, de seus pensamentos mais depreciativos — Eu quero alguém que me apoie financeiramente, que me deixe sem preocupações, que eu possa me aprofundar estudando e procurando todas as chances possíveis sem perda de energia trabalhando. Talvez você veja como algo egoísta eu querer ser bancado e não dar algo em troca — Chris levantou os ombros, mostrando que realmente não se importava de soar assim. — Me procuraram depois de você, duas pessoas, um queria que eu aceitasse uma proposta de Sugar Baby, o outro era casado. Eu não quero transar pra receber e não quero virar base pra acabar com um casamento. Eu quero ter alguém que cuide de mim e me mime, mas saiba que eu não vou dar meu corpo como moeda. E eu realmente não me importo de ser egoísta. Talvez eu seja... É por isso que eu quero o casamento. Eu quero estar seguro enquanto me dedico à minha carreira.

Minho não sabia por si mesmo a sensação que o rapaz carregava, eram vidas completamente diferentes, mas o Lee achava aceitável, arriscado, mas muito corajoso da parte dele ir em busca de uma relação assim. Ele tomou um segundo em silêncio antes de perguntar.

— E se você conseguir se estabilizar, vai se separar depois?

— Se eu construir uma boa relação com a pessoa, seja em termos de amizade ou romântico, eu acho que não. Só que não sou só eu, então se a pessoa quiser se separar, eu não vejo motivos pra não fazê-lo.

Havia um sorriso discreto orientando os lábios de Minho a se esticarem, seus olhos eram tranquilos quando ele disse:

— Eu não me importo de amparar você, com mimos ou seja com tudo. Dinheiro é o que mais têm, na verdade... Chris, eu acho que o que você quer e o que eu quero estão muito bem alinhados. Eu só preciso de um papel assinado, você só quer alguém que te dê tudo pra que você possa dar tudo de si nos estudos. Tudo isso é justo.

Chris puxou os cantos dos lábios num sorriso, ele realmente sentia-se bem de ver suas principais queixas sendo aceitas.

— Meio que que precisamos de encontros semanais, para se conhecer mais profundamente — apontou o australiano, Minho assentiu e pegou o lápis novamente — Como não é um laço emocional você pode ficar com quem quiser e eu também.

Não chega a ser uma preocupação, eu não tenho tempo sequer de respirar, pensou o Bang.

— Se formos morar juntos, não transe no meu apartamento. Eu até compro um pra você levar seus esquemas, mas na minha casa não.

— É justo, a casa é sua. Mas é muito cedo pra pensar nessas coisas de morar junto.

— Acertando os termos — Minho disse levantando uma sobrancelha.

— Acertando os termos. — concordou Chris.

Havia um sentimento muito amigável permeando aquela conversa, não deixava de ser um pouco assustador, mas estava se tornando algo.

— Encontros semanais para se conhecer melhor, você disse — o mais velho voltou a anotar. Chris assentiu.

— E... acho que precisamos pensar a longo prazo, sabe? Todas as situações.

Minho maneou com a cabeça, os lábios torcidos para o lado enquanto pensava em situações. Algo estalou.

— Oh, você tinha falado sobre relacionamentos. Eu tô bem desde que esse relacionamento fora o nosso, futuramente, não caia na mídia. Sabe, eu não sei se quero sair como capa de site de fofoca como o novo corno do pedaço, deixo essa carta pros meus tios!

Chris arregalou os olhos, uma risada divertida dominando a mesa, era agradável.

Minho continuou a escrever enquanto dizia.

— Eu não me oponho a beijos, abraços e sabe, demonstrações de afeto e sexo, mas só gosto de transar se eu tiver sentimentos mais profundos, conhecer a pessoa e tal. Verdade seja dita, vão ter momentos que nós realmente vamos precisar ter esse tato mais íntimo — o Lee falou, seus olhos analisavam cuidadosamente o rosto tranquilo, mas levemente vermelho de Christopher, que até então não se opôs. — Isso quer dizer que tudo entre nós tem que ser estritamente consensual.

— Sem valores em troca de favores — Bang reiterou, os ombros ficando levemente tensos.

— Por pura vontade e concordância explícita, sem valores em troca de favores, Chris.

Ele relaxou novamente.

— Fechou.

— Sua família é preconceituosa? — Minho tirou as notas e o celular da mesa ao ver o garçom se aproximando com os pratos, Chris fez o mesmo — Terei que conhecer eles em algum momento.

O sorriso que se formou nos lábios do Bang foi quase imediato.

Jungwon pediu licença enquanto servia a mesa.

— Não, não são. Mamãe e a tia Haeri são muito tranquilas com tudo, a Hannah também, o Luquinhas é caçula da Haeri, mas também não manifestou nada contra as pessoas coloridinhas.

— Por que saiu de casa?

— Estudo, fiz os cálculos e seria desgastante ficar indo de Sejong para Seul. Juntei com uns amigos e conseguimos um apartamento no dormitório da universidade. E eu... não sei, eu senti que precisava de um choque pra amadurecer. Morar sozinho foi algo assim, mesmo sendo o mais velho dos meus irmãos eu sempre tive a mamãe e a Haeri por perto, em Seul eu estava sozinho, foi diferente. É doloroso, até. Não é sempre que eu consigo visitar a mamãe.

— Você só tem vinte e dois anos...

— É... mas o quanto antes melhor. Pegar um tranco aqui e ali ajuda a engrossar a casca!

— Você trabalha com o quê?

— De manhã eu tenho um meio período em um café — ele contou nos dedos —, e às vezes ganho por fora fazendo os doces. Sou muito bom com doces, sabia? E eu também dou aulas de inglês e gramática, tenho uma turminha de quatro alunos. Tem vezes que eu também pego trabalhos universitários, principalmente do pessoal mais velho da minha turma. E... é só eu acho? Ah, e de noite eu faço pedagogia.

Minho ficou admirado, mas aproveitou que a comida havia chegado para se distraírem.

Eles começaram a se servir, trocando palavras entre uma mordida e outra, a conversa ganhou um rumo confortável.

— Sua fala é diferente, seu nome também — Minho apontou, finalmente podendo sanar sua curiosidade, mesmo que já tivesse a resposta — por quê?

— Ah, eu sou australiano, apesar de morar aqui faz muitos anos eu não perdi o sotaque por causa da mamãe, ela sempre fez a gente exercitar o inglês, e como exercitamos com ela, pegamos os vícios e sotaques.

— Nossa, isso realmente é fantástico. Você tem, definitivamente, muita história.

— Todos nós temos, basta querer contá-las.

Sábio, Minho pensou.

Aquele almoço realmente se alongou. A conversa sobre os "termos" foi produtiva, mapeando literalmente tudo em relação ao possível casamento, trocando números para uma melhor comunicação e, ao invés de Minho deixar Bangchan de volta no dormitório — aliás, ele acabou de descobrir que o nome coreano do rapaz é Bangchan e achou fantástico —, os dois optaram por dar uma volta no centro, aproveitando que o australiano tinha que comprar alguns materiais novos para uma aula que faria, prontamente o Lee se ofereceu para o acompanhar, tratando aquele como o primeiro teste de compatibilidade deles.

Tudo naquele momento era delicadamente observado, as ações, os comentários, os assuntos abordados, a forma como se portava, tanto Minho quanto Bangchan faziam uma análise cautelosa. Não é porque as coisas estavam indo bem que eles fechariam os olhos, na realidade, é justamente porque as coisas estavam indo bem que eles teriam mais cuidado ao observar tudo.

Chris estava com aquele sentimento ansioso e ao mesmo tempo doce dentro de si, como pequenos estalinhos batendo no chão, provocando pequenas explosões divertidas e que despertavam um susto muito leve, seguido de uma risada muito afável. Era esse o significado, naquele momento, de estar com Minho.

Enquanto o outro buscava colocar um espaço longo entre ele o rapaz, o que não o impedia de alcançar os fios daquela nova conexão. Ele só estava sendo mais cuidadoso e fechado.

Perto do fim da tarde, quando a chuva realmente ameaçou cair, Minho levou o Bang para casa, antes mesmo de sair do carro ele o pediu um momento, entregando o guarda-chuva que antes estava no porta luvas,

— Para fugir dos chuviscos — ele disse a Chris.

Bangchan agradeceu, ofereceu a ele um boa tarde e uma promessa de enviar uma mensagem mais tarde para que Minho salvasse seu número.

Ele caminhava despreocupado até o prédio, Minho admirou o quanto ele parecia devoto aquele curto momento.

Parece promissor, o Lee pensou enquanto via o rapaz sacudir os pingos de água do guarda-chuva, acenar e entrar no prédio.

Parece muito promissor.

Sammy [17:38]

tá vivo? a localização diz que voce esta em casa

christo bango chango responda

ALÔ

Eu [17:40]

calma inferno cheguei agora

Sammy [17:40]

Ele te tratou bem?

Era ele mesmo?

Oq você achou?

Foi contra alguma coisa?

CONTA FOFOQUITA 👹👹

Eu [17:40]

JA DISSE PRA FER CALMA

Sammy [17:41]

Tô indo aí

Eu [11:41]

Seungmin você mora na puta que pariu

Deixa de ser maluco e fica quieto

Seungmin?

ah não fode

Sammy [17:50]

🏃🏻‍♂️🏃🏻‍♂️🏃🏻‍♂️💨

Seungmin jogou a mochila no chão e sentou-se à mesa enquanto assistia Chris correr para mexer uma panela, a cozinha agora tinha cheiro de macarrão, carne refogada e cebolinhas.

— Então Sr. Christopher — o mais novo disse, puxando as pernas para junto do peito, os dedinhos do pé para fora da cadeira marrom — me conte tudo!

Chris revirou os olhos de trás do pequeno balcão que dividia a sala de jantar da cozinha, mas logo após voltou a provar o macarrão começou a tagarelar enquanto o botava para escorrer.

— Ele me buscou aqui... e sabe que foi muito tranquilo? — perguntou retoricamente — Coloquei Troye pra tocar no carro e acredita que ele cantou Honey?

Seungmin deu um tapa na mesa, animado, o saco de pães e a faca que estava em cima da manteiga fizeram um barulhinho.

— É dos nossos! Meu Deus, essa música é do último álbum do Troye, será que ele acompanha?

— De verdade? Não faço ideia, mas! Eu meti um Umbrella e ele cantou!

— Bom gosto parece ter — comentou, já feliz com a ideia de mais alguém com a mesma fineza musical — Mas e aí?

— Ele me levou num restaurante chiquérrimo, e foi super educado e polido. Eu falei que não queria transar por dinheiro, ele disse que tudo bem, sabe ele foi muito real... limpo e sincero enquanto a gente falava sobre o contrato. Explicou que tá interessado porque a mãe dele fica no pé dele para se casar com alguém o quanto antes, já que ele tá ficando velhinho.

— Pelo amor de Deus se ele muito tiver, é trinta anos, de onde essa querida tirou que ele é velho pra casar? Bonito daquele jeito? — Seungmin abanou o próprio rosto enquanto dizia — Meu Deus, perco o ar.

— Que cara de pau a sua de você elogiar meu futuro esposo, Kim Seungmin! — eles riram. Chris temperou o macarrão e misturou a carne em uma panela maior, daquelas antiaderente, porque Heeseung é obcecado por elas.

— Fora as brincadeiras, ele realmente respeitou seus limites?

— Totalmente — respondeu Chan enquanto provava e consertava o sal da comida. — Ninguém se opôs a beijos, abraços e até mesmo sexo e tal, mas vai ter que ser totalmente consentido, da nossa vontade.

Seungmin levanta as sobrancelhas como quem assimila a situação, no fim achou ideal. Ele analisou a sala-cozinha familiar, os travesseiros de personagens da Marvel, as estantes com quadrinhos, as plantinhas de Yugyeom na sacada e as cadeiras pintadas de marrom, customizadas por Chris. Haviam sapatos amontoados na mini estante perto da entrada e pantufas das meninas superpoderosas.

O Kim pousou os olhos de volta em Christopher.

— E se vocês encontrarem alguém?

— Pensamos nisso! Nós somos livres pra ficar com quem quisermos desde que não seja na telha pra todo mundo ver, nenhum de nós quer sair de chifrudo na praça.

— Ainda mais o Minho que é figurão...

— Justamente.

— Mas foda-se, né? — Seungmin jogou as mãos pra cima, indignado e... indignado — Tu não tem tempo nem de coçar a bunda. Qual foi a última pessoa que tu ficou depois de entrar na faculdade?

Chris ficou em silêncio juntando os pratos e copos, os estendendo a Seungmin.

— Meu Jesus Christo.

— Para de fazer apelido com meu nome!

— Só depois que eu morrer, e se tu morrer antes eu ainda escrevo na tua lápide "Foi para o lar de Christo" — ele pegou os pratos e talheres e os organizou na mesa —, se bem que tu é meio coisa, talvez a gente fique no saguão fazendo travessia do pessoal pra barca do céu e a barca do inferno!

— É, faz sentido — Chris levantou as sobrancelhas analisando a questão — Se gay vai pro inferno e hétero pro céu, os bi ou pan ficam no saguão trampando se CLT!

Seungmin torceu os lábios em uma careta descontente enquanto voltava a se sentar.

— Porra mas CLT depois de morto, cara?

Uma cheirosa comidinha fumegante vinha para mesa com auxílio de Chris, que parecia se divertir com a questão da CLT pós morte.

— São teorias — disse ele colocando a panela no meio deles, digitando algo no celular e então sentando na frente de seu amigo.

— Como diabos a gente chegou nesse assunto?

— Você me julgou por não ficar com ninguém desde a... Enfim. Desde que eu entrei pra faculdade.

— Tem aranha na sua boca?

— Não.

— Na bunda ou na pica?

— Não?!

— Hm... — Seungmin tamborila os dedinhos no queixo — não sei, não. Parece falso.

— Me esquece — Chris pegou o prato de Seungmin e o serviu — volta pro assunto principal, e pega o suco na geladeira, eu esqueci dele.

Seungmin se rendeu enquanto se levantava, as mãozinhas para cima num teatro típico dele.

— Ok, captain. — ele abriu a geladeira e voltou para a mesa com uma jarra de suco de melancia — Vocês vão se casar mesmo?

— Talvez?

— Oxe, como assim "talvez"? Ele te deu essa proposta, não deu?

— Deu, mas nós decidimos testar nossa "química" antes — ele serviu macarrão a si mesmo e viu Seungmin servir o suco. — Nós vamos ter vários dates e no momento que a gente pensar "ok, temos afinidade para morar juntos e casar" a gente casa.

— Assim... friamente?

— Não tem amor, — a porta estalou e Chris levantou a cabeça para ver Yugyeom abrindo-a e colocando os sapatos na estante, organizando como sempre, o farfalhar de sacolas chamando atenção — só queremos uma boa amizade enquanto casados.

— O romantismo acaba de morrer!

— Quem acabou de morrer? — o recém chegado colocou duas sacolas de compras no balcão e se enturmou na fofoca.

— O romantismo! — Seungmin gritava, Yugyeom achou fofo — Simplesmente dilacerado!

O Bang revirou os olhos.

— Claro, é você é o último romântico do mundo.

Seungmin colocou a mão no peito, ofendido, prestes a enfiar o garfo no olho de Chris.

— Eu sou romântico! Yugyeom Hyung, eu sou romântico?

— Comigo você era... e meu Deus, que comida cheirosa! — ele sussurrou, as bochechas de Bang ficaram vermelhas — Depois eu guardo isso, vou dar uma palinha com essa belezinha aí.

"Comigo você era" ... Opa, pera aí! 

🐰১


Lee Minho estava de volta em casa às 19 horas, pronto para começar sua faxina. Era um estranho hábito seu trocar o dia pela noite quando se tratava de limpar a casa, simplesmente porque a noite é mais fresca.

No entanto, ele queria fofocar enquanto fazia uma coisa e outra.

O que ele faria? Infernizar a vida de Hyunjin!

— Good Morning, Baby! — Minho gritou na ligação, ajeitando os fones de fio e colocando o celular no bolso da calça enquanto arrumava as roupas para botar pra lavar.

São quase nove da noite, Minho.

Minho grita animado: Good Morning, Baby!!

Ai meus tímpanos...

O Lee sorriu, verdadeiramente feliz por ter incomodado seu primo. Enquanto isso, as pilhas de roupas se dividiam em cores.

— Venho dizer que estou formando opiniões sobre Christopher Bang, ou Bangchan. É o nome coreano do querido.

Houve um farfalhar na ligação, Hyunjin devia estar em casa, estirado na cama como um furão preguiçoso.

E você tem a obrigação de me dizer quais suas opiniões e contar como foi o encontro de vocês.

Minho colocou as roupas pretas na máquina e procurou o sabão.

— Veja bem, eu não chamaria isso de encontro. Foi mais uma conversa sobre o que queremos e até onde estamos dispostos a ir — ele ouviu um Hm de Hyunjin, então continuou. Anda sem achar o sabão — Ele quer alguém que dê todo o suporte financeiro para que foque somente em estudar e dar o melhor de si. Nada de sexo por dinheiro, então tira a coisa de Suga Baby. Tipo um acompanhante de luxo, sabe? Oh, achei o sabão! Enfim, talvez ele não conheça o termo acompanhante de luxo.

Existe um buraco entre acompanhante de luxo e casamento, Lee Minho.

O homem soltou o ar que prendia, fungou e configurou a máquina enquanto dizia.

— Hyung, não há o que temer. Ele só quer ser mimado, ganhar presentes e ser bancado no básico enquanto foca no que é importante. Esse rapaz trabalha meio período em um café, dá aulas de inglês pela tarde e ainda estuda de noite.

Não tem uma placa na cara de pessoas mau caráter avisando o que elas são.

— De fato, mas ele parece ser bom.

Se você diz.

— Nós combinamos de sair para encontros e testar como nos damos juntos — Minho empurrou as roupas já separadas para dentro de diferentes cestos. — Vou observar como ele lida com tudo, sabe aquela máxima "Dê dinheiro a uma pessoa e veja como ela realmente é", vou me utilizar disso. — um suspiro escapa por seus lábios enquanto se encosta na pia da área de serviço — Ele foi muito sincero e aberto, de um jeito que as pessoas nunca são. Parece que eu tô embarcando nessa sem a mínima precaução, mas estou sendo cuidadoso, apesar de não parecer.

Hyunjin ficou em silêncio por um momento antes de perguntar.

Você achou ele interessante?

— Ele é bonito — Minho apertou os dedos nas bordas da pia, traçando seus elevados com certa força —, sabe o que quer da vida e é muito educado. Acho que pode dar certo.

Vamos rezar pra não ser golpe.

— Se for tudo bem, eu acabo com a vida dele.

Ele ouviu Hyunjin engasgar do outro lado da linha.

Se colocar na balança, não é justo.

— O mundo não é justo.

— Irrefutável.

— Mas eu tava pensando — ele caminhou até a cozinha, pegando uma garrafa de água e um copo — acho difícil o Christopher aceitar presentes de verdade, mimos caros e tal.

Com base em quê você diz isso?

— É que hoje depois do almoço nós fomos para o centro, eu paguei os materiais que ele queria para os alunos dele, e hyung, ele tava pra explodir de tão tímido. E nem saiu caro.

Hyunjin suspirou do outro lado, houve mais um farfalhar. Minho serviu o copo e bebeu água.

Ele não deve estar acostumado com isso, acredito eu. Talvez ele recue. Mas Minho, você literalmente disse que ele quer ser mimado. Sendo sincero, pode ser que ele veja essa coisa de mimo como você oferece o suporte base para que ele possa estudar sem preocupações. Só que cá entre nós, o cara tá saindo com o CEO da Lee's Corporation, como assim ele não vai ser regado a ouro?

Minho concorda totalmente.

— Você tá certíssimo! E que tipo marido eu seria dando só o mínimo?!

Hyunjin entalou com alguma coisa.

Vocês não são casados!!!

— Mas nos casaremos!

Ele podia imaginar Hyunjin bagunçando os próprios cabelos de puro estresse.

Eu vou ficar calvo. Preciso de uma aposentadoria compulsória. Que os Deuses me ajudem!

— Que drama, hyung.

Drama porque não é você que é obrigado a ser secretário de um CEO insuportável e na folga ainda aguenta um primo duplamente insuportável e inconsequente.

— Você me ama.

Eu vou te matar, isso sim. — Minho riu de Hyunjin — Quando vão se encontrar de novo?

— Sábado feira. Vou levar ele pra fazer compras e jogar uma puta grana em roupas de luxo no peito dele, veremos como se sai.

Interessante — se anima o outro, porque Minho era inegavelmente esperto de pegar de cara uma situação como essa —, boa sorte. A vaca de rosa e saltinhos da tua mãe passa o dia buzinando se o filho dela já arrumou uma mulher pra casar.

— Diga a ela que estou cortejando um belo homem australiano muito farto e musculoso.

Australiano?

— Você fez a ficha dele, hyung.

Bebi umas.

— Enfim, venha pra minha casa agora no domingo, ou seja, amanhã. Temos muito a fofocar e um contato pra terminar.

Que delícia, não queria fazer almoço mesmo!

— Vou desligar, preciso terminar de limpar a casa.

Boa limpeza aí, caçulinha. Amanhã de manhã eu apareço aí.

— ¡Bueño! Tchau hyung, não beba muito.

O bipe de encerramento vem, Minho tira os fones e liga a sua caixinha de som, começando sua limpeza ao som de Desperado da Rihanna. 

🐰🐺১ NOTAS

binny não é binny sem uma playlist, orai? orai pois tome TRÊS

eu juro que não lembro se o wattpad faz leitura de link nos capítulos, se não o fizer, vou deixar nos comentários abaixo

[PLAYLIST 1]

[PLAYLIST 2]

[SOUNDTRACK]

bom, foi isso, me digam o que acharam 💏💏🤍

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