Capítulo - 28
HELLO MEUS BROTOS ☘️
Quero começar esse capítulo agradecendo pelos 100k de views, isso é muita, mas muita gente. Obrigada a todos que estão aqui acompanhando essa história do Yan e Ravena.
Além disso, quero trazer uma proposta a vocês. Se esse capítulo bater 500 comentários no domingo (18/02/2024) trago mais um capítulo.
Então esse desafio fica com vocês.
Espero que gostem desse livro, sofram assim como eu sofri. Beijos ✨💜
Eu me lembro de pensar que não precisava de você
Mas então o tempo passou e isso é tão mentira
Agora, eu sou a chuva no seu desfile
A razão pela qual você está acabado comigo
Sim, eu sempre continuo cometendo os mesmos erros
Talvez eu nunca tenha merecido você de qualquer maneira
Eu posso te deixar louca, eu posso te fazer gritar
Eu posso fazer você chorar, posso fazer você ir embora
Eu posso fazer você me odiar por tudo
Mas eu não posso fazer você voltar para mim
The Rose — Back To Me
Às vezes pensamos que a nossa decisão é a melhor e vamos viver felizes para sempre. Quando me afastei da Ravena na adolescência, por causa dos sentimentos inexplicáveis, jurava que era a coisa certa a se fazer. Foi quando conheci “A vida sem Ravena”
Ela não é bonita, não tem cor, não tem alegria. É fria, obscura, amargurada e depressiva.
Passei longos anos por ela, mas não conseguia admitir que o que precisava era da minha melhor amiga, a garota que eu amo, a pessoa que faria tudo por ela. Precisava ter Ravena na minha vida, para fazer algum sentido, ter alegria e cores bonitas.
Não era para ter voltado para esse fundo do poço, esse abismo obscuro. Preciso da minha luz, preciso que Ravena ilumine meu caminho, para que eu volte até a superfície. Já passei um período aqui e percebi que não é nesse lugar que eu quero ficar, quero estar ao lado de quem, nunca deveria ter saído.
— Yan — escuto a voz de Eike no meu sono profundo. — Onde você se meteu, brother? — sua voz está mais perto.
Não tenho força e nem coragem de dizer onde e como estou.
— Caraca, irmão. Virou criança e tá brincando de esconde-esconde? — Eike reclama, escuto a porta do meu quarto sendo fechada e logo a do quarto de Ravena abre e a luz se acende. — Que porra é essa, Yan? — ao mesmo tempo que está sério, ele quer rir.
Não julgo a sua reação, porque realmente estou em um estado deplorável. Estou dormindo no quarto de Ravena, ou melhor tentando dormir. Não fui para a faculdade, não estou olhando as redes, não atendo ninguém e não faço nem questão de fazer algo sobre a banda. Em seu quarto é o único lugar que me sinto um pouco mais perto da minha garota. Com seus itens à mostra, seu cheiro e a sua personalidade.
Quando Maeve e Cameron vieram pegar suas coisas, a mesma disse que iria morar com eles. Simplesmente tive um surto, briguei com seus amigos e me afundei na bebida e no cigarro.
A geladeira está abarrotada de cerveja, tequila, whisky e vodka. O café todo dia de manhã é acompanhado com alguma bebida alcoólica. Quase não estou comendo nada, tenho preguiça de pedir para entregarem. Só tiro o celular do modo avião quando confiro se Ravena me mandou algumas mensagens e depois leio e releio nossas conversas, admiro nossas fotos e stalkeio suas redes sociais, na esperança de ver algum sinal para poder correr atrás dela, mas nós dois estamos na mesma, sem postar nada a dias.
É um ciclo vicioso e no final sempre acabo chorando em cima da sua cama enquanto sinto o pouco do seu perfume nas roupas de cama.
— Pelas santas almas, sua irmã precisa ver isso — o ordinário está gargalhando.
Em um estado de desespero procurando alguma coisa de Ravena para me apegar, comecei procurar no meu guarda roupa, até encontrar sua lace loira deixada para trás, me fazendo lembrar da nossa primeira vez.
A melhor noite da minha vida.
Me embebedei até cair na sua cama e dormir com a sua lace na minha cabeça, cheiro forte de álcool, olheiras profundas, sem tomar banho desde ontem e nariz entupido de tanto chorar.
Sim, eu disse que estava em um estado deplorável.
— Yan, o que é isso — o grito estridente da minha irmã martelou a minha cabeça. Ela está na chamada de vídeo que o Eike está fazendo.— Maninho, que situação é essa? Amor, por favor, faça ele tomar um banho e tirar essa lace da Vena.
— Não quero — resmunguei ainda sonolento.
— Brother, não vai adiantar você ficar assim. Precisa reagir e correr atrás dela — Eike tirou as cobertas do meu corpo.
— Yan, mamãe está tentando falar com você desde que foi embora, ela tá quase surtando. Atende ela por favor — Kimi implora.
Sei exatamente o que dona Maria quer, ela vai me encher de sermão que eu não contei sobre o namoro, que preferi ser covarde e voltar para Nova York, que estraguei tudo, que eu sou o culpado por tudo, que eu deveria ter me distanciado, que deveria ter sido mais ajuizado, dentro muitas outras coisas.
A culpa sempre cairia em cima de mim, não importasse o que falasse.
— Não vou atender. Diga apenas que estou bem.
— Vou matar vocês dois por complicarem tanto esse relacionamento — Eike ficou bravo. — Japinha, vou dar um jeito no seu irmão depois conversamos — meu amigo me ajudou a ficar em pé.
— Cuida dele por mim, obrigado por tudo amor — minha irmã faz uma voz de criança, sou obrigado a revirar os olhos. — Yan, para de se enfiar na bebida, deixa de ser cabeça dura e atende a mamãe, antes que ela conte tudo para nosso pai, aí vai ser pior — ela me repreende.
O pior é que ela tem razão. Se mamãe abrir o bico para seu Yudi, estou ferrado. Ele vai me esculachar e ainda pode contar tudo para o padrinho.
Estou fodido, preciso esclarecer meus motivos para mamãe.
— Puta merda, parceiro você tá podre — Eike reclama e tampa o nariz com a mão. — Banho, agora, Yan — ordena olhando dentro dos meus olhos.
Não consigo questionar, porque sei que ele tem razão. Posso estar um pouco bravo ainda com esse desgraçado por ele estar namorando com a minha irmã, mas não odeio quem ele é. Eike é meu irmão e sou grato por ele estar me ajudando.
Ok, ele ganhou alguns pontos comigo.
Fico mais tempo que o necessário debaixo do chuveiro, tentando curar a ressaca de dias. Assim que saio e coloco uma roupa limpa, Eike está me esperando com uma garrafa de água aspirina para dor de cabeça e um copo de café ao lado.
— Se sente melhor? Parece até outro homem — meu cunhado me zoa.
Ainda não estou para muitos amigos, então ele não consegue tirar um sorriso de mim. Mas se não fosse por ele ter vindo até aqui, provavelmente seria mais um dia me embebedando em cima da cama, fumando metade de um maço de cigarro por dia e de noite indo até o Abismo e pilotando igual um maluco.
Sim, a única coisa que está me fazendo sentir um pouco vivo é sentir a adrenalina de pilotar a moto, enquanto o vento bate no meu rosto molhado por lágrimas.
Quando eu virei esse cara frouxo que chora por tudo?
Foda-se.
— Me empresta o seu celular? — pergunto e Eike assente.
Retira o celular do bolso e me entrega. Claro que a foto de capa tinha que ser da minha irmã junto com ele. Não sei se vou conseguir algum dia superar esse relacionamento dos dois. Faço uma ligação de voz pelo whatsapp com a minha mãe e espero que ela atenda.
— Oi, genrinho do meu coração — sua voz é macia.
Minha vontade é de vomitar.
— Sou eu mãe — digo esperando pelo sermão.
— Yan Almeida Tanaka, eu vou te matar. Sabe quantas ligações e mensagens deixei no seu celular? Pois bem, várias. Não é possível que nesses três dias que decidiu ir para Nova York, não teve tempo de me atender. Não estou brava, estou furiosa — isso eu já percebi.
— A senhora quer saber a minha versão, ou a que eu sou o vilão — sou sarcástico.
— Você não ouse usar esse tom de sarcasmo. Filho, pensei que iria contar para seu padrinho, estava contando com isso, criei meu filho para ser um homem não um moleque que foge dos problemas. Querido, sabe muito bem que essa não é a primeira vez.
Ela tinha um ponto, mas ver alguém jogando a verdade na sua cara, dói pra caralho.
— Me desculpa, ok? Mas não tinha nada que poderia fazer, Ravena decidiu tomar suas próprias decisões e conclusões, ela é bem difícil de se lidar às vezes — desabafo.
— Eu sei, meu amor. Só esperava que você confiasse em mim e não fugisse dessa forma, talvez vocês não deram certo, mas não acha que seu padrinho merece saber o que aconteceu? Vão ficar para o resto de suas vidas mentindo para ele?
O pior é que minha mãe tem razão. Meu padrinho deveria saber, o meu dever era ter contado a ele. O mesmo disse que se ele fosse meu sogro, gostaria que contasse para ele, ao invés de ficar escondendo.
— A senhora tem razão, deveria ter contado para ele desde quando começamos com tudo isso.
Minha vontade é de dizer que deveria contar para o Ravi, desde
— Confio em você, querido. Por mais que as consequências sejam grandes, Ravi precisa saber, independente de vocês não ter dado certo — agora ela já está mais calma.
— Mãe, só queria que a senhora soubesse que… — um soluço me escapa. — Minhas intenções com a Ravena, são verdadeiras e eu amo ela de verdade — sinto a necessidade de esclarecer.
— Está chorando, meu bebê? — não respondo. — Eu sei disso, querido. Na verdade todos sabemos, até seu padrinho. Sabemos que se depender de você, vai fazer tudo para ver aquela menina feliz, desde quando vocês eram pequenos sabíamos disso. Quando vocês se distanciaram foi algo estranho para todo mundo e já desconfiávamos que alguma coisa tinha acontecido, fiquem tranquilos que sabemos o quanto vocês se amam. Me desculpa se estou te fazendo o vilão da história, não é isso. Eu e sua madrinha só ficamos decepcionadas, porque era isso que queríamos a muito tempo, sonhávamos que nossos filhos eternizassem nossa história de alguma forma. Pensamos que agora, depois de tantos anos, finalmente nosso sonho iria se tornar realidade.
— Como assim, vocês sabiam? — estou confuso.
— Não nascemos ontem, filho. Como duas pessoas unha e carne ficam tão distantes de uma hora para outra? Alguma coisa aconteceu, e não foi bonito.
Pelo menos não sabem o verdadeiro motivo. Posso ficar um pouco mais aliviado?
— Não, foi mesmo.
— Passado é passado, foque no presente. Converse com seu padrinho e resolva com Ravena. Talvez não voltem a ficar juntos, mas a amizade de vocês é tão linda, seria um desperdício estragá-la.
— Obrigado mãe — limpo as lágrimas que saíram sem a minha permissão.
— Eu te amo tanto, querido. Confio em você — sua voz é doce.
— Também te amo mãe — me despeço.
Ravi tem que saber o que aconteceu, mas para isso preciso de coragem e nada melhor do que participar de um racha. Hoje seria um dos últimos do ano, preciso colocar a minha cabeça no lugar depois que fizer isso.
Tudo vai se resolver.
•••
A noite está mais fria que o normal, sinto o vento gelado bater nas minhas costas. As pessoas estão se divertindo, mas minha cara é de poucos amigos, só quero correr nessa merda e deixar os problemas para trás. Vou até onde Max está junto com alguns amigos dele.
— Está pronto para ganhar daquele desgraçado? — pergunta e me oferece uma cerveja mais nego.
— Essa não é a minha intenção. Nunca foi, ganhar é apenas uma consequência.
Ele concorda e de repente seu rosto se transforma em uma careta de ódio, misturado com raiva. Seus olhos estão direcionados atrás de mim, em um ponto fixo.
— Puta merda, você vai pirar quando ver isso, Yan — ele movimenta o queixo para o ponto.
Giro nos calcanhares, meu corpo leva um baque e depois um nó se forma na minha garganta, misturado com uma raiva instantânea. Ravena está ao lado de Michael, ele com os braços jogados ao redor dos seus ombros. Eles estão muito próximos, próximos demais.
Que caralho ela está fazendo aqui com ele?
Aceito qualquer coisa, menos saber que ela voltou com ele. Que merda ela tem na cabeça? Porque está fazendo isso, ursinha?
Sem pensar duas vezes, bufando igual um touro furioso. Caminho com passos pesados até onde eles estão, tudo na minha frente é vermelho quando Michael tenta beijar os lábios de Ravena, mas ela vira o rosto. Passo minha mão em volta do seu braço e puxo ela para o meu lado, fazendo com que ela fique de frente para mim e me explique, que porra é essa.
— O que você está fazendo aqui com ele? — aperto seu braço.
— Ei cara, não tá vendo que ela está comigo? — Michael pergunta sorrindo igual um psicopata.
— Yan, depois conversamos — sussurra com a cabeça abaixada, sem coragem de olhar dentro dos meus olhos.
Não consigo entender o que há de errado para ela estar com ele, mesmo eu tentando ajudá-la.
— Ravena, não acredito que está fazendo isso — estou enjoado.
— Por favor, me solta — pede quase implorando.
— Você é surdo ou se faz de otário? — Michael puxa seu braço e ela se desvencilha de mim.
Drogado do caralho. Juro por tudo o que é mais sagrado, eu vou matar esse cara.
— Minha conversa não é com você? — minhas narinas se dilatam.
— Deixa a minha garota em paz.
Então é isso mesmo? Ela voltou com ele? Não posso acreditar.
Rapidamente meus olhos se voltam para Ravena, minhas as sobrancelhas erguidas esperando por uma resposta dela. Mas infelizmente ela não fala nada. O silêncio é a resposta que eu queria.
— Não estou acreditando que depois de tudo, você voltou com esse merda — grito com tanta raiva, que ela dá um pulo para trás. — Ravena, me diz que isso é a porra de uma brincadeira.
— Diz pra ele ursinha — Michael se pronuncia.
Ele chamou ela do que? Não posso acreditar, isso tudo é uma grande merda. Estou ainda esperando ela dizer que é tudo uma brincadeira, ou prefiro dizer que é apenas um sonho do caralho.
Mas não é um sonho, porque não consigo me segurar depois que ele chamou ela com o apelido que eu dei para ela. Avanço sobre ele, infelizmente não consigo acertar o seu rosto pois Ravena corre na minha direção e os amigos de Michael me seguram.
— Yan, vai embora — a testa de Ravena está colada na minha e seus olhos penetrando nos meus.
Mas eu não consigo ler entre suas entrelinhas.
— Eu não acredito nisso, me conta o que esse filho da puta tá fazendo com você — imploro.
Ela pensa um pouco, mas rapidamente negou com a cabeça.
— Nada, tá tudo bem. Só vai embora Yan, eu disse que não queria te ver nunca mais — é assim que meu coração se despedaça mais um pouco.
Estou incrédulo, ela volta para o lado de Michael que tem um sorriso vitorioso nos lábios.
Estou quebrado, igual cacos de vidros. Meus olhos ardem, meu corpo está dolorido e meu coração… porra ele está destroçado.
Ela tem meu coração mas suas mãos e acabou de destruí-lo.
— Me solta caralho — grita com quem quer que esteja me segurando.
— Nos vemos na corrida, Tanaka — Michael grita.
Não preciso ficar vendo essa cena, que se foda Ravena, que se foda Michael. Eu não quero saber mais de porra nenhuma.
Nas caixas de som sai o barulho de alguém dizendo que o racha já vai começar. Volto para o lado de Max e me posiciono para ir até a largada.
— Tudo bem irmão? — Max pergunta.
— Vamos ganhar essa porra — faço um toque de mão.
Hoje é dia de correr em dupla, com garotas na garupa, principalmente as suas namoradas ou ficantes. Não sabia dessa merda, por isso escolho a primeira garota que entra no meu caminho. É uma ruiva toda tatuada, ela monta na minha garupa e logo vamos para a linha de largada.
Quando meus olhos batem na moto de Michael é impossível não ver Ravena na sua garupa. Não ia me intrometer, mas é impossível. Esse cara não sabe pilotar nem sóbrio, imagine todo drogado. Não posso deixar Ravena cometer essa loucura.
— Saí agora de cima dessa moto — berro. — Ravena, caralho. Você não está me escutando? Desce dessa porra — acelero a moto sem perceber.
— Não, eu vou correr com o Michael.
— Para de ser imatura uma vez na vida — grito perdendo a paciência. — Ao menos coloca a porra de um capacete.
— Michael, cadê meu capacete? — ela sussurra para o idiota.
Que ótimo, não tem nem a porra de um capacete para por na cabeça. Eu vou matar esse cara se ele não deixar Ravena inteirinha na linha de chegada.
— Ravena coloca o meu, caralho — jogo o meu capacete para ela, que coloca bem rápido, pois a contagem está terminando.
A moça seminua na nossa frente anuncia o começo da corrida e saio bem atrás dos dois, pois ainda estou processando o que vai acontecer. Que se foda se ele ganhar, eu quero que Ravena esteja em segurança.
Nada pode acontecer com a minha garota.
Michael está bem à frente de mim, próximo de fazer a curva. Meu sangue gela quando ele faz a curva sem diminuir a velocidade, fazendo com que a moto perca o controle. Por Deus ele consegue estabilizar, mas um deslize eles poderiam cair.
Acelero mais rápido para chegar até eles para aconselhar o desgraçado fazer direito essa porra.
— Seu desgraçado, diminui na curva, caralho — grito e ele apenas gargalha.
O mesmo nem se importa, acelera mais ainda a moto chegando novamente a curva. Eles estão em vantagem, Michael faz a curva mais aberta em alta velocidade igual da outra vez. Mas o problema é que bem onde eles estão tem um buraco. Com a velocidade que estão, a moto vai perder mais ainda o controle. Acelero para tentar avisar que eles vão cair, mas já é tarde demais.
Tudo acontece muito rápido, a moto perde o controle, passa no buraco e eles caem. Freio bruscamente a minha moto fazendo ela derrapar e não tenho nenhuma reação, apenas ver a cena ao vivo e a cores, com meu coração acelerado e o medo no meu corpo.
— Não, por favor não — grito assim que percebo o que vai acontecer.
Michael é arremessado e leva uma queda bem feia onde ele bate a cabeça no chão. Já Ravena é arrastada cerca de dois metros com a moto enroscada nas suas pernas, fazendo faíscas saírem junto com um barulho estrondoso. Quando ela bate a cabeça na guia da calçada a moto continua sendo arrastada.
Minha vista está turva por causa das lágrimas. Coloco as mãos na minha cabeça, não acreditando que é minha garota, minha ursinha, a Ravena que está naquele canto da rua. Tiro forças de dentro do meu ser, e começo a correr até onde Ravena está.
— Ravenaa — grito e me jogo ao seu lado.
Quando meus olhos batem nela, não tenho reação.
A calça rasgou e suas pernas estão totalmente raladas, assim como uma parte do seu braços. Ela está desacordada e o rosto com vários machucados, assim como os dedos da sua mão.
Fico ao seu lado, esperando por alguma reação. Sei que o melhor a se fazer é não mexer nela então fico ao seu lado de joelhos. Não quero sair do seu lado, não posso sair do seu lado.
— Não, ursinha. Você não pode me deixar, por favor… amor, acorda. R-ravena não me deixa — minhas lágrimas caem em cima do seu rosto. — Alguém chama a porra da ambulância — grito com a motidao que se formou a nossa volta.
Não, pode ser… Ravena está viva. Ela tem que estar viva.
Com esses pensamentos um grito que estava sufocando minha garganta é escapado e começo socar o chão com as minhas mãos.
— Amor, não me deixe, por favor. Luta por nós — é a única coisa que consigo dizer depois que alguém me tira do seu lado. — Me soltem, me deixa ficar do lado dela — falo com a voz embargada.
— Senhor se acalme, precisamos fazer os primeiros socorros — alguém diz, mas estou tão atordoado que não consigo identificar.
— Se acalmar é o caralho, me deixem ficar ao lado da minha garota — grito.
— O senhor precisa de atendimento — a pessoa aperta o machucado da minha mão e só então sinto que estão machucadas e sangrando.
— Não preciso de ajuda, cuidem da minha garota — grito novamente e vejo Ravena em cima de uma maca sendo levada para a ambulância. — Onde vão levar ela? Preciso ir com ela.
— Vai com a ambulância, eu levo a sua moto — escuto finalmente uma voz conhecida, a do Max.
— O que o rapaz é dela? — um homem branco dentro da ambulância pergunta.
— Namorado — é a única coisa que digo.
O socorrista assente e volta a dar atenção para a paciente.
Ver meu amigo, faz meu coração se apertar. Ele me puxa para um abraço, até ele está chorando. Dou as chaves da minha moto e corro para a ambulância. As portas se fecham, Ravena está na maca ainda desacordada, com muito sangue saindo do corte da sua cabeça, um balão de oxigênio sendo apertado por um socorrista. Outra está falando algumas coisas que não faço a mínima ideia e o homem começa a cuidar dos ferimentos da minha mão.
— Não preciso… — sou interrompido.
— Precisa rapaz, aquela garota precisa de você por inteiro, me deixe fazer meu trabalho — me repreende.
Ainda estou desesperado, chorando igual um maluco, mas preciso ser forte, não dá para perder a cabeça, mesmo que eu queira toda a vez que olho para seu rosto tão lindo, com vários machucados.
Rapidamente já estamos em um hospital, Ravena é tirada do carro e levada para dentro como emergência. Não pedem para fazer um prontuário nem nada, apenas levam correndo para a sala de cirurgia.
— O que aconteceu? Alguém me explica — peço para os enfermeiros que estão levando a maca rapidamente para alguma sala dos corredores.
Mas ninguém me responde e não me deixam entrar depois que as portas se fecham.
Que porra tá acontecendo? Eu preciso ficar do lado dela.
O choro volta com tudo e a única coisa que está ao meu alcance nesse momento é contar o que está acontecendo. Preciso ligar para meus pais, para o padrinho.
Estou fodido, como vou contar isso para eles?
O telefone toca algumas vezes, apenas no quarto toque escrito a voz do padrinho.
— Yan? — sua voz é sonolenta. Não consigo dizer nada, do outro lado da linha a única coisa que ele escuta é meu choro e meus soluços. — Yan, o que aconteceu?
Respiro fundo e tomo coragem de contar.
— R-ravena… Ravena sofreu um acidente — gaguejo ainda chorando.
O outro lado da linha fica mudo por longos segundos e depois a chamada cai.
Não sei o que fazer. Não sei nem o que pensar. Minha vontade é apenas ficar do lado da minha garota, mas nem isso posso fazer. Então escorrego pela a parede perto da porta que ela entrou e fico ali, remoendo toda a cena do acidente, enquanto choro e espero alguém para questionar o que está acontecendo.
Por favor, que Ravena sobreviva.
Não consigo pensar na minha vida sem ela.
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