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Capítulo - 27

HELLO MEUS BROTOS ☘️

Mais um capítulo e esse é muito especial. Espero que vocês sofram bastante.

Comentem muito e se virem algum erro pfv me avisem.

Bom carnaval a todooooossss ✨

O que eu devo fazer sem você?
É tarde demais para recolher os pedaços?
Muito cedo para se desfazer deles?
Você se sente abatida assim como eu?
Seu rosto, ele faz meu corpo doer
Isso não vai me deixar em paz
E isso parece um afogamento
Dificuldades para dormir
Sonhos inquietantes

Gavin James — Always

Dica: leiam escutando a música

Nem a descoberta da minha moto me deixou feliz o suficiente. Não sou uma pessoa ingrata, óbvio que surtei muito quando meu padrinho anunciou que seu amigo secreto seria eu, logo me mostrou a foto de uma motocicleta enorme roxa e preta. Fiquei muito agradecida pelo presente. 

Diferente do meu pai que surtou de desespero e brigou muito com o amigo. Se papai não teve um infarto naquele momento, seu coração é realmente forte. Já dona Bárbara não gostou nada da ideia, ficou extremamente preocupada com sua filha em cima de um monstro, — como ela costuma chamar esses estilos de moto — precisei garantir que não iria fazer nenhuma besteira e usaria meu presente com cautela. Então entramos no assunto Yan e Eike, que já se prejudicaram muito com as suas.

Foi nesse momento que o pouco de felicidade que estava tendo sem ter meus pensamentos nos acontecimentos com meu ex-namorado, voltaram com força. Todos os momentos perfeitos, todas as brigas e todas mentiras. Meu peito está apertado por ter terminado daquela forma. Mas sei que fiz o certo, ao invés de ficar me enganando, dizendo que nada aconteceu, ou que consigo confiar nele novamente.

Já perdi as esperanças de parar de chorar, minhas olheiras estão sendo tampadas por muita maquiagem. Tudo me lembra ele e tenho vontade de ligar, mandar uma mensagem e voltar correndo para os Estados Unidos. 

Mas é quando eu lembro o que aconteceu e caio no choro novamente.

É um ciclo vicioso. 

Chorar, lembrar, me questionar e chorar de novo.

Estou mais dois dias depois do natal no Brasil. Não sei se consigo voltar a morar em Nova York com Yan, fingir que nada aconteceu. Então usei esses dias para pensar, conversei com Maeve e Cameron e pedi por um abrigo temporário. Eles me garantiram que eu poderia morar junto com eles até eu achar necessário. Aproveitando da boa vontade dos dois, pedi para eles irem buscar minhas coisas na cobertura.

Não quero pisar naquele apartamento para nada, voltando para Nova York quero seguir a minha vida o mais longe possível de Yan.

Ir para o Brasil ficar com a minha família foi essencial, mas agora é hora de voltar, o dever me chama, infelizmente preciso comprar horário com Spencer e estudar para o novo teatro que vou participar. Estou arrumando minha mala com os pensamentos bem distantes, que nem reparo dona Bárbara entrando no meu quarto.

Sei o que mamãe quer, é óbvio. Havíamos um acordo.

“Contar do meu namoro com Yan até o natal”

Já se passaram dois dias, Yan está nos Estados Unidos e eu aqui no Brasil e não contamos nada. Queria ter a oportunidade de não falar nada, mas dona Bárbara já me deu bastante espaço, preciso abrir o jogo de uma vez por todas.

— Precisamos conversar, querida — sorri genuinamente e senta na cama me olhando atentamente.

— Oi, minha rainha — dou um sorriso. — Aconteceu algo? — faço de desentendida brincando.

Mamãe me lança um olhar descrente, fecha os olhos e respira fundo.

— Já passou o natal, você não falou com seu pai ainda e além disso, sinto que algo de errado está acontecendo com você — joga tudo de uma vez. — Sinceramente, espero que você não esteja mentindo ou escondendo algo de mim novamente, Ravena — seu tom é de mãe brava. — Vamos ter sérios problemas dessa vez.

— Mãe, é complicado — meu coração está apertado e o nó na garganta.

Não quero esconder qualquer coisa da minha mãe, mas irei decepcioná-la, mesmo não querendo. A vida é muito complicada às vezes.

— Nunca escondi ou menti nada de você, filha. Sempre fui clara e sincera porque queria que fossemos melhores amigas acima de tudo. Não tem nada tão complicado que juntas não podemos resolver — segura a minha mãe e me lança um sorriso. — Por favor, sem esconder nada da mamãe, me conta o que está acontecendo.

Mamãe está me dando mais um voto de confiança. Não posso simplesmente continuar omitindo nada dela, dona Bárbara é a única que pode me ajudar com meu pai. Preciso ser verdadeira, com a única pessoa que realmente vai me entender de verdade.

Respiro fundo e tomo coragem.

— Por favor, só me escuta falar tudo e depois pode tirar qualquer conclusão, pode me bater, pode brigar comigo, mas me deixa explicar — suplico, mamãe assente e sinto que posso me abrir sem ser julgada. — Eu e Yan não estamos mais namorando, esperei todo esse tempo para assumir o relacionamento, pois estava com medo que exatamente isso acontecesse. Yan mentiu para mim, a senhora sabe que odeio mentiras. Se o nosso namoro não desse certo, como o que suspeitei, não queria que acabasse sendo apenas mais uma briga para a família Não queria perder a relação boa com o papai, porque sei que quando falar alguma coisa sobre, vai ser uma confusão — as lágrimas já estão molhando meu rosto. — Eu ia te contar tudo só estava me preparando.

— Aí meu amor… — mamãe me puxa para sentar ao seu lado e começa a fazer carinho no meu cabelo com tranças. — Me dói o coração saber que tenha passado por esse término sofrendo sozinha. Eu e sua madrinha sabíamos que algo estava errado, Yan e você estavam muito distantes para dois namorados apaixonados — sua voz é acolhedora, assim como seu carinho nas minhas costas.

Nesse momento me permiti chorar tudo o que tem reservado, literalmente no colo da minha mãe.

— Tá tudo bem, infelizmente não era para ser — falo entre as lágrimas.

— Me escuta, querida — limpa minhas lágrimas. — Eu te amo tanto que você não tem nem noção. Assim como seu pai, ele faria tudo para vê-la sorrir. Se for sincera com ele, tenho certeza que ele nunca vai brigar com você, meu amor. 

— Mãe, a senhora sabe como o papai é. Mesmo que não brigue, a nossa relação não será a mesma. Tenho medo de tantas coisas, dele querer machucar o Yan, dele brigar com a senhora, dele não querer mais conversar comigo, medo dele ficar com raiva dele ser o último a saber… — sou interrompida.

— Com seu pai eu resolvo — acariciou minha bochecha. — Eu só quero que você se lembre, que não precisa sofrer sozinha, ou imaginar atitudes nossas que podem ou não acontecer. O que tiver que falar, fale. Sempre terá o colo da sua mãe para te amparar — sorri. — Sempre, meu amor.

— Obrigada, mãe — puxo dona Bárbara para um abraço. — Obrigada por ser essa mãe incrível, amo muito vocês, independente de tudo.

— Nós também te amamos muito — mamãe me abraça forte com lágrimas nos olhos. — Me promete uma coisa, princesa?

— Sim, pode falar — limpo minhas lágrimas.

— Me promete não esconder mais nada de mim e do seu pai? O que tiver que falar, fale. Mesmo que as consequências sejam grandes, ou pequenas. Criei uma menina muito forte, sei que dá conta disso — pisca um olho.

— Prometo que vou tentar.

— Obrigada, querida. Fico aliviada — ela beija a minha testa. — Coloca um sorriso no rosto, não pensa muito sobre tudo isso, e com seu pai eu me resolvo, já disse — limpa minhas lágrimas e eu as dela.

— Me conta tudo o que acontecer entre vocês. Não quero que se distanciem por minha culpa — imploro.

— Não pensa nisso, eu resolvo com seu pai. Você vai para Nova York e depois conto o que aconteceu, pode ser? 

— Tudo bem.

— Agora quero sorriso no rosto, me quebra ver você tão tristonha, minha filha. — Sorri com a sua fala.

— Posso te fazer uma pergunta, mãe? — ela assente, então continuo. — Por que o amor tem que ser tão difícil? 

— O amor não é difícil, nós dificultamos ele. Amar é leve e muito bom quando estamos com a pessoa certa — fala com um sorriso enorme e um brilho nos olhos. — O amor é aceitar as diferenças, os defeitos e se doar por inteiro, sem sentir que é um fardo para você. Se achar isso um dia, filha. Pode ter certeza que o amor te encontrou. Só não deixe ele escapar, porque só se ama uma vez.

Dona Bárbara sempre foi muito romântica, por causa dos seus livros clichês. Mas dessa vez o que ela falou tem muito sentido. O pior é que não quero admitir, que com Yan já senti tudo isso.

Para com isso Ravena, não vá por esse caminho.

— Estava tudo tão certo com Yan, mas em menos de quinze segundos tudo se desmoronou — desabafo.

— Você o ama? — pergunta olhando nos meus olhos, parece até um reflexo do meu.

— Mesmo não querendo admitir. Sim, eu o amo aquele ridículo, mentiroso, sonso e cínico — me estresso.

— Poxa filha, não sei nem o que dizer — ela afaga meu cabelo. — Olha, eu vi uma frase em um livro, onde dizia que existem amores na vida que talvez não fossem para ser vividos. Quem sabe um dia vocês não se acertam.

— Yan foi o amor da minha vida, mas não o amor para a minha vida.

— Aí meu bebê, quando você crescer tanto? — lá vem o modo mãe dramática.

— A senhora é a melhor mãe do mundo, minha rainha e te amo muito, mas eu quero parar de falar sobre isso, estou cansada e tenho uma viagem longa — peço.

— Ok, querida. Não falaremos mais sobre isso — finge que está trancando a boca com um cadeado. — Quer ajuda da mamãe para fazer as malas? 

— Sim, obrigada.

Ficamos meia hora para terminar de arrumar minhas malas, que estão voltando cheias com muita roupas, produtos de beleza, maquiagem que chegou aqui na casa dos meus pais de parcerias. 

Passar uns dias no Brasil foi incrível, me conectar com a minha família me fez lembrar da minha essência, mas não posso mentir e dizer que não estou com saudade de Nova York, a vida noturna no Abismo, as aulas na escola de cinema e meus amigos. 

— Mais uma vez estamos aqui — mamãe já está emocionada.

— Vou voltar no carnaval, prometo — beijo sua bochecha.

— Merda, nunca estarei pronto para me despedir da minha princesinha — papai me abraça de lado.

— Eu amo vocês, mais que tudo — puxo Benício para meus braços — O que vai querer dessa vez, maninho?

— Lego — grita animado, rodeando seus braços em mim.

Pelo menos dessa vez ele não está tão chateado comigo por estar deixando, mas a carinha de triste continua ainda.

— Combinado — faço um toque de mão com ele e lanço uma piscada. Depois abraço seu corpo pequeno e beijo todo seu rosto.

Com tudo o que aconteceu, não tive tempo para escutar meu sexto sentido e ter sensações de algumas coisas estranhas, mas neste momento que estou aqui com a minha família, um aperto no meu coração se instala. Quero aproveitar o máximo ao lado deles, sou capaz até de dizer que gostaria de ficar mais alguns dias.

Sei que se eu falasse que não gostaria de ir embora, meus pais apoiariam a minha decisão, mas o dever me chama. Já abusei da boa vontade de Spencer por me dar dois dias de folga e de Maeve e Cameron que vão passar a matéria para mim.

— Tem certeza que quer voltar hoje? Podemos pedir o jatinho do seu avô emprestado, talvez você volte outro dia. O que acha princesa? — como se estivesse lendo meus pensamentos papai solta essa sugestão.

Penso na sua proposta, respiro fundo e quando vou responder a voz do aeroporto anuncia que meu avião já vai decolar.

— Acho que isso é um sinal — suspiro. — Quem sabe na próxima, pai. Aliás vocês deveriam ir me ver, tirar férias é ótimo Doutor Guimarães.

— Verdade precisamos de férias, Doutor — mamãe passa a palma da mão no peito do meu pai.

— Vou pensar no caso de vocês — ele brinca. — Voa alto, princesa. Igual uma borboleta — beija a minha testa e me embala em seus braços fortes.

— Se cuida bonequinha, confio em você e seu que vai dar o seu melhor — dona Bárbara me puxa para mais um abraço apertado.

As palavras são as mesmas da última despedida, parece até que estamos fazendo da primeira vez, como um déjà vu, a única diferença é que realmente essa cena já aconteceu.

Fico mais alguns tempo recebendo carinho dos meus pais e quando deu a segunda chamada, obriguei meus pés caminharem, mas antes de sumir da vista da minha família gritei.

— Eu amo vocês.

— Nós também te amamos — os três gritaram de volta e foi impossível não me emocionar.

Meu coração está acelerado, o choro instalado e uma sensação estranha, que eu nunca senti. Parece que o que acabamos de fazer é uma despedida.

O que significa isso Bisa Maria? 

•••

O meu corpo já está sentindo o cansaço do dia. Depois que cheguei de viagem consegui descansar apenas uma hora e tive que vir correndo para o Abismo. Não parei um segundo sequer, com meu coração muito acelerado, vou ter que pedir alguns exames, não tá normal isso aqui.

Por incrível que pareça hoje Yan não esteve aqui, agradeci muito ao universo por isso, pois não sei qual seria a minha reação.

— Tem certeza que consegue ir embora sozinha? Eu ainda não engoli essa história que você tá bem — Maeve questiona enquanto troca de roupa. — Tentei te avisar que o Yan estava te escondendo algo, só que você não quis me escutar, no campus essa fofoca já tava rolando a muito tempo… — interrompi ela.

— Maeve, por favor, não quero conversar sobre isso — passo a mão no meu rosto e imploro para que ela não fique tocando nesse assunto.

Assim que cheguei em Nova York, fui obrigada a contar tudo. Consequentemente recebi uma comida de rabo da Maeve, que disse que já sabia de tudo só que não me contou pois eu não dava a oportunidade. 

Já escutei demais de Cameron e Maeve, não quero ficar relembrando tudo o que já passou, cada vez eu fico mais triste e uma idiota chorona.

— Me desculpa Vena, só que a minha vontade é de socar aquela cara bonitinha. Ai que ódio dele fazer uma gostosa dessas sofrer.

— Não estou sofrendo, olha só — dou um sorriso falso.

— Hoje eu preciso transar, mas prometo que no final de semana a gente vai se divertir na melhor balada de Nova York, nem que eu deixe meu rim naquela porra — Maeve balança meus ombros. — Ou talvez se você quiser perticipar, Ágata não vai se importar — lança um olhar malicioso.

— Paro com isso, me deixa sofrer meu término sem me levar pra farra — empurro seu corpo para trás.

— Você precisa conhecer pessoas novas, esses homens não tão com nada, vai por mim — lança uma piscada.

— Para de me seduzir, sua safada — gargalho.

— Me escuta Ravena — Maeve me abraça. — Fica bem, maravilhosa. Nos vemos amanhã — se despede.

— Aproveita.

— Pode ter certeza que eu vou, e muito — manda beijo e um aceno.

Maluca, essa garota é maluca. Não sei o que seria sem ela e Cameron.

Termino de me trocar, pego a minha jaqueta de couro e meu celular para já chamar o Uber. Já está tarde, mas a diferença é que dessa vez não tenho carona. Depois de alguns minutos meu Uber para na minha frente.

— Boa noite, Andrew — comprimento o segurança grandão que está na porta.

Ele balança a cabeça, sem mostrar nenhum sorriso ou proferir alguma palavra. Já me acostumei com o jeitinho do Andrew, mas ele é um amor.

Entro no carro e me permito relaxar no banco traseiro.

— Oi, ursinha — essa voz me causa um arrepio.

Olho por cima da escuridão e reconheço Michael no assento do motorista. Que caralhos, esse cara quer?

Sem pensar muito, tento abrir a porta, mas ele vai mais rápido e tranca ela. Mesmo assim tento abrir a trava, mas não consigo sair. O desespero se faz presente e sinto sufocada. Michael solta uma gargalhada de psicopata. 

O que esse cara se tornou?

— O que você quer, Michael? — pergunto brava, desistindo de abrir a porta.

— Se acalma, gata. Vamos apenas conversar — vira o seu troco para ficar frente a frente comigo.

Seus olhos estão vermelhos, seus lábios têm um sorriso macabro e as pupilas estão dilatadas. 

Como você é tão burra em não ver a placa do carro Ravena? Que ódio de mim, por ser tão desatenta.

— Fala logo e depois me deixa ir embora — rebato firme.

— Como você está linda — segura alguns fios do meu cabelo e tenta cheirar, mas bato em sua mão rapidamente.

— Não me toca — grito.

Ele revira os olhos.

— Vamos começar por onde? — tamborila os dedos no assento. — Primeiro de tudo, e muito importante, finalmente descobriu quem é seu namorado e o mistério que ele carrega — seu sorriso me assusta. Como você se sente com isso?

— Não fale do Yan — rosno. — Como sabe de tudo isso? — sondo.

— Todos sabem, querida Ravena. Essa é a fofoca da faculdade e da internet. Já entrou nas redes sociais? — nego com a cabeça apenas. — Pois bem, ursinha — odeio quando ele me chama assim. — A coisa tá pegando fogo, principalmente para seu lado que estão te chamando de… como é mesmo? Ah lembrei, destruidora de lares, assassina de criança, amante mal comida, dentes outros.

Desde o dia que vim para o Brasil fiz questão de não fazer conteúdo para minhas redes sociais, deixei na mão da minha assessoria apenas para postar algumas fotos que já tinha preparado antes. Queria aproveitar o máximo com a minha família, então desinstalei todas as redes, deixando apenas o whatsapp para me comunicar com os parentes.

Mas não imaginei que já estava nessa proporção a situação, como assim eu sou a vilã da história? E como chegou a tudo isso? Não faz sentido.

— Não se martirize tanto, gatinha. Você é uma pessoa famosa, eles vão esquecer… um dia.

— O que você quer? Não tenho tempo para joguinhos — sou ríspida sem paciência.

— Preciso da sua ajuda, é para uma boa causa. Já percebi que seu namoradinho, ou melhor ex-namorado é seu protegido, então aposto que vai conseguir me ajudar, ou ele sofrerá as consequências — ele puxa seu telefone e movimenta os dedos sem tirar o sorriso no rosto.

O que esse cara tá aprontando? Ele precisa ser internado urgentemente, tudo isso só por causa que foi rejeitado?

Michael vira o telefone e logo aparece um vídeo do do dia que o Yan bateu nele na pista do Abismo e depois fugimos dos policiais. Está nítido que é Yan e de baixo dele Michael todo ensanguentado. A resolução é das melhores.

— Da onde você tirou isso? — avanço nele para tentar tomar o celular de suas mãos, mas falhei miseravelmente.

— Calma lá, ursinha — segura meu rosto entre sua mãe e aperta a minha mandíbula. — A única coisa que precisa saber, é que se não fizer o que eu mandar eu entrego isso para a polícia — balança o celular nas mãos com o sorriso de diabo. — Aposto que ele vai ser deportado, mas essa é a menor das opções. 

Michael tem dinheiro e muito conhecimento político, seu pai faz parte de uma elite com muito poder. Ele pode acabar com a vida do Yan apenas com esse vídeo, mesmo estando morrendo de ódio dele. Não quero que seus sonhos e a sua vida tenham esse final trágico, até porque neste dia ele estava me defendendo. Não posso deixar que Michael faça nada contra ele.

Sou capaz de fazer qualquer coisa para que nada respingue no Yan. 

— Qual a segunda opção? — pergunto sem enrolar.

— Você vai adorar, querida — ele solta uma gargalhada que arrepia todos meus pelos. — Imagine comigo: você e eu, em cima da minha moto, mas ruas do abismo, o ronco dela soando, adrenalina de dar a largada, uma corrida que vale bastante dinheiro, com mulheres gostosas na garupa — seus olhos brilham ao dizer isso. — O que acha da ideia, perfeito não é?

Ele queria que eu corresse junto com ele? Não é tão ruim essa opção, eu poderia jurar que ele estava mirabolando algo mais assustador. Não faz nenhum sentido essa porra.

— E o que mais?

— Apenas, linda. Eu falo sério quando digo que quero você para mim. Quero te reconquistar e sei que gosta dessa adrenalina, vamos começar do início e depois veremos — ele não parece nem o homem de minutos atrás, sua voz parece uma seda — faz um carinho com seu dedão na minha bochecha.

Me desvencilho com brusquidão do seu aperto.

— Não acredito em você, o que mais quer que eu faça para deletar essa porra de vídeo — grito estressada

— Participe da corrida como a minha garota — abre um sorriso de canto. — E nada mais — coloca as mãos em redenção.

Seria duas ou uma, acreditar nessa conversa fiada do Michael, ou colocar Yan em risco. Prefiro a primeira opção, sei que algo a mais tem por vir, meu sexto sentido não falha, mas eu não posso permitir que Yan fique em perigo.

— Ok — é a única coisa que digo.

Ele solta uma gargalhada e bate palmas, exatamente como um psicopata do caralho.

Como já é de se esperar o trajeto que ele faz até o Abismo ele corre mais que o normal, ultrapassando todos os faróis vermelhos. Assim que chegamos, ele estaciona seu carro em um local mais afastado e escuro. Estou com medo do que me meti, mas agora não tem mais volta. 

Resolvi finalmente mandar a mensagem que estava escrevendo para o Yan, pois meu coração está tão acelerado e minha cabeça começou a criar várias possibilidades malucas. Mas eu quero que Yan saiba que eu continuo amando ele.

@raveguimarães: Oi, sei que não começamos da melhor maneira e também não terminamos da melhor maneira. Mas eu só quero que saiba que mesmo sendo difícil e complicada nossa história, eu continuo te amando desde sempre. Na verdade, desde que eu me conheço por gente. Só queria que você soubesse que mesmo estando brava, com ódio e chateada com você, meu amor não vai diminuir. Talvez nossa história não terminasse em um final feliz, mas eu fui muito feliz no pouco período que estivemos juntos. Quem sabe em outra vida eu seja a sua garota.

— As regras são simples, gatinha — Michael chama a minha atenção. — Você veio comigo, vai ficar comigo até o final, me obedeça e não tente fazer nenhuma merda, combinado? 

Apenas assunto com a cabeça e limpo a lágrima que escorreu. Michael sai do carro, respiro fundo e depois saio também. Ele passa o braço por meu ombro e a ânsia de vômito sobe na hora.

Se controla Ravena.

O Abismo está lotado, muitas pessoas bebendo, dançando e se pegando. Da última vez que vim aqui não foi uma boa aventura, não voltaria tão cedo se dependesse de mim. Michael me puxa para perto de seus amigos, que não conheço nenhum, mas sei que são amigos dele, porque eles estão se drogando como já era o esperado.

Estou atenta a tudo o que está acontecendo e não falo muito, estou no meu canto observando o quanto Michael está se enchendo de cocaína e bebida. Que desgraçado ele quer pilotar doidão.

— Precisa relaxar, gracinha — um cara negro de cabelo raspado, bem mais alto do que eu diz com um sorriso nos lábios.

— Não, obrigado — dou um sorriso sem graça.

— Drake, você teve uma ótima ideia — Michael bate nas costas do amigo. — Ursinha, isso aqui vai te levar para outro mundo — pisca para mim.

— Não quero, Michael — minha voz é baixa mas todos conseguem entender que estou desconfortável.

— Estou mandando — ele desafia com seus olhos vermelhos, parecendo o demônio.

Olho para todos ao redor tentando pedir ajuda de alguma forma, mas eles estão do mesmo jeito do que eu.

— Não força a barra, Mike — Drake fala com o amigo.

— É brincadeira, gata — sua voz volta a ser uma seda.

Ele deposita tenta dar um selinho nos meus lábios sem minha permissão. Mas sou rápida em desviar. O beijo acaba sendo muito próximo a minha boca, a minha vontade e de vomitar bem na sua cara. Tão rápido quanto foi o beijo dele alguém puxa o meu braço. O cheiro amadeirado impossível de não reconhecer, entra pelo meu nariz. O peito largo fica colado nas minhas costas e sei muito bem quem é. Yan me vira de frente e meu coração se aperta.

Sua barba está crescendo, as olheiras estão bem marcadas e o cheiro de cigarro é nítido na sua roupa misturado com o perfume.

Porque você tinha que estar aqui Yan?

— O que você está fazendo aqui com ele? — seu aperto fica mais firme no meu braço e sua voz é muito grossa e ríspida.

— Ei cara, não tá vendo que ela está comigo? — Michael pergunta com sorriso na sua voz.

— Yan, depois conversamos — sussurro com a cabeça abaixada, sem coragem de olhar dentro dos seus olhos, pois sei que vou desmoronar. 

— Ravena, não acredito que está fazendo isso — sua voz é puro desgosto, posso até dizer que está com nojo.

— Por favor, me solta — pedi quase implorando.

— Você é surdo ou se faz de otário? — Michael puxa o meu braço e eu me desvencilho de Yan.

— Minha conversa não é com você? — as narinas do Yan se dilatam como um touro furioso.

— Deixa a minha garota em paz — Michael diz e minha vontade é de matar ele.

Rapidamente o olhar de Yan se volta para mim, ele está com as sobrancelhas erguidas esperando por uma resposta de mim. Mas infelizmente não posso falar nada, não tenho o que falar, não posso prejudicar ele.

— Não estou acreditando que depois de tudo, você voltou com esse merda — grita com tanta raiva, que dou um pulo de susto. — Ravena, me diz que isso é a porra de uma brincadeira. 

— Diz pra ele ursinha — Michael pede me olhando. 

No mesmo momento que Michael diz o meu apelido Yan avança sobre ele, corro mais rápido assim como os amigos de Mike que seguram o homem tatuado na minha frente.

— Yan, vai embora — minha testa está colada na dele e meus olhos estão penteados no seu.

— Eu não acredito nisso, me conta o que esse filho da puta tá fazendo com você.

Não dá, eu queria, mas não dá.

Me desculpa, amor.

— Nada, tá tudo bem. Só vai embora Yan, eu disse que não queria te ver nunca mais — uso a carta na manga. 

Yan olha incrédulo para mim e eu volto para trás de Michael que tem um sorriso vitorioso nos lábios. Não queria fazer isso, mas é preciso. Yan não fala nada, mas apenas com seu olhar, sei que eu o afetei.

— Me solta caralho — grita com Drake.

— Nos vemos na corrida, Tanaka — Michael grita antes de Yan se virar de costas.

O desgraçado vem para o meu lado tenta colocar suas mãos em mim, mas sou mais rápida em impedi-lo. Consegui segurar o choro, mas não sei até quando.

Nas caixas de som sai o barulho de alguém dizendo que o racha já vai começar. Michael monta na moto toda branca e fala para eu subir. Ele se posiciona no meio da onde dá a largada e espera os concorrentes. Mais três pessoas param ao nosso lado com garotas na garupa. Yan só nosso lado esquerdo, Drake, o amigo do Michael no nosso lado direito e Max ao lado de Yan.

Meu ex-namorado levanta o capacete e me olha dentro dos olhos.

— Saí agora de cima dessa moto — ele berra.

Meus olhos vão para a garota ruiva que está agarrando a cintura dele. Um ódio toma todo o meu corpo, assim como vários pensamentos passam na minha mente. Será que estão juntos? Será que transaram? Yan já ia correr com ela na sua garupa? Será que ele levou ela no apartamento?

— Ravena, caralho. Você não está me escutando? Desce dessa porra — a sua moto faz um barulho porque ele está acelerando.

— Não, eu vou correr com o Michael — é a única coisa que consigo dizer.

— Para de ser imatura uma vez na vida — Yan berra comigo. — Ao menos coloca a porra de um capacete.

Não tem capacete, nem Michael está usando um. Só se eu tirar do cu, eu sei que ele tem razão mas a moça já está fazendo a contagem regressiva.

— Michael, cadê meu capacete? — pergunto só para ele escutar.

— Você vai adorar sentir o vento soprando seus cabelos cacheados, sente adrenalina, gata — é a única coisa que ele diz, depois da partida na moto.

— Ravena coloca o meu, caralho — Yan joga o capacete dele para mim e coloco bem rápido, pois a contagem está terminando.

Meu corpo dá um tranco e sou obrigada a passar meus braços mais forte pelo seu tronco, mesmo me sentindo muito desconfortável. Tudo ao nosso redor passa como um borrão, mas sei que estamos na frente junto com o Yan. Michael está igual um louco acelerando e gritando, meu coração está acelerado, acho que ele é capaz de sair pela minha boca.

Quando chega na curva, Michael acha que dá para passar com a moto em alta velocidade, fazendo com que ele perca um pouco do controle. Mas graças a Deus ele consegue estabilizar a moto. Posso garantir que fechei meus olhos e esperei o momento que íamos para o chão.

— Seu desgraçado, diminui na curva, caralho — Yan está do nosso lado e grita com Michael que apenas gargalha.

O mesmo parece nem se importar com o sermão, pois ele acelera mais ainda a moto chegando novamente a curva. Como estamos em vantagem ele faz ela mas aberta ainda em alta velocidade. E sei que ele está perdendo o controle novamente, pois a moto balança muito.

— Michael diminui, Michael diminui essa merda — grito desesperada com as lágrimas caindo pelo meu rosto e soco suas costas.

Só sinto a moto passando em um buraco, ela chacoalhando muito, mas logo já estava no chão, com meu corpo sendo queimado pelo asfalto. O meu choro de desespero e as minhas últimas palavras foi um grito de dor.

— Yaaannn.

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