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Cavalo de Tróia

  - Bárbara! - exclamou Mariana despreocupada ao me ver, enquanto Felipe tentava se esconder - Esse é Rômulo. Você disse que queria conhecê-lo então pensei que esse seria o momento perfeito para vocês se conhecerem.

  - Rômulo? - senti uma raiva crescendo dentro de mim - Rômulo? É esse seu nome, seu desgraçado?

  - Que isso Bárbara? Vocês se conhecem? O que tá acontecendo? - questionou Bárbara confusa.

  - Nos conhecemos sim, não é Rômulo? Seu pilantra, calhorda!

  - O que tá acontecendo, Rômulo? - perguntou Mari.

  - Eu posso explicar... - ele começou a dizer.

  - Explicar? Essa é boa. Tô ansiosa para ouvir sua explicação, Rômulo. Vai, explica!

  - O que tá havendo Bárbara? Por que tá tratando Rômulo desse jeito?

  - Porque, pra começo de conversa, o nome dele nem é esse Mariana. Ele é o Felipe. O meu Felipe. Era o meu Felipe, agora nem sei mais que ele é.

  - Bárbara, me deixa explicar! - pediu ele, se aproximando.

  - Fica bem longe de mim. Eu não quero ouvir você, não quero entender isso, essa coisa, que tá acontecendo aqui. - meu estômago estava revirado, minha cabeça dando voltas - Eu preciso sair daqui. E não ousem me seguir!

  - Bê, não, espera! - gritou Mari enquanto eu saía - Deve haver algum engano. Não tô entendendo nada, meu Deus!

O choro de Mariana foi a última coisa que eu ouvi. Saí andando sem olhar para trás. No caminho para a saída pedi um táxi que, graças a Deus, chegou bem rápido. Precisava chegar em casa. Precisava de vodka. Eu ainda não tinha conseguido entender o que tinha visto. Por alguns instantes até pensei ter sido uma alucinação, mas a julgar pelo número de ligações perdidas de Mariana em meu celular era real.

Entrei pelo saguão, recebi os cumprimentos do porteiro pelo meu sucesso no desfile, e não sei como, mas consegui sorrir. Entrei no elevador e fui obrigada a conviver com meu reflexo extremamente maquiado por catorze andares. O brilho que me fez sentir invencível horas atrás, me fez sentir ridícula agora. Uma palhaça.

Andar catorze, finalmente! Caminhei lentamente pelo corredor vazio. Sentindo o peso do mundo nas costas. Abri a porta, tranquei e imediatamente me luvrei do salto altíssimo que estava acabando com o meu pé. Deixei a chave sobre o balcão da cozinha, joguei minha bolsa no sofá, e fui para o chuveiro. Deixei a água lavar todo aquele brilho, gel de cabelo, tudo. Saí do banho com a pele vermelha de tanto esfregar na tentativa de tirar o brilho, de tirar Felipe de mim, de me tirar de mim. Eu estava exausta e a cena dos dois se beijando não saía da minha mente. Vesti um camisão, me servi de uma dose dupla de vodka. Da sacada eu observei o movimento lá embaixo; via as pessoas pequenas como bonecos, e era assim que me sentia. Tomei mais uma dose e fui deitar. Apaguei quase que de imediato, talvez por causa da vodka, ou o cansaço mortal que sentia. Acordei assustada na manhã seguinte, rosto molhado de lágrimas, corpo dolorido, estômago embrulhado, as imagens voltando e se repetindo na minha mente de novo, e de novo e de novo. Eu não sabia o que fazer, então recorri ao meu melhor remédio: banho!

Quando saí do banho já consegui pensar em fazer café, checar emails e mensagens, fingir ser um dia normal pós evento. Na secretária tinha mensagens do Matias me parabenizando e convidando para um café no dia seguinte; Alícia dando notícias do feedback nas redes sociais, e me comunicando que a agenda do mês estava cheia; e por último Felipe pedindo perdão pelo deslize. Nem terminei de ouvir a mensagem. Fui checar os emails, e a agenda lotada que Alícia falou. Havia entrevistas para revistas, jornais, TV, rádio, sessão de fotos, eventos culturais. Virei um ícone representativo. Engraçado é pensar que toda auto confiança que me levou até ali foi tirada de mim em questão de segundos. Me senti como aquela moça gorda invisível que trabalhava numa loja de departamento, torcendo para não ser notada. Mas não havia tempo para esmorecer. Depois da terceira xícara de café decidi ir ao escritório, não o fazia há meses!

Escolhi uma roupa de quem tinha acabado de vencer o Oscar, passei aquela base milagrosa, blush pra parecer que eu tava feliz, óculos de sol enormes, e estava pronta para enfrentar o mundo. Só não imaginei que o primeiro confronto seria já na portaria do meu prédio.

  - Bárbara, por favor, conversa comigo. - pediu Mariana com uma cara péssima de quem não tinha dormido. - Eu não sabia que era ele, eu juro!

  - Será mesmo que não sabia? -questionei, tirando os óculos para olhá-la nos olhos - Você fez muito mistério sobre o cara com quem tava saindo. Será que você realmente não sabia?

  - Bárbara, você precisa acreditar em mim. Eu jamais faria isso com você, JAMAIS. Não depois de tudo que eu passei. Por favor, você sabe que é verdade.

Mariana tinha razões suficientes pra não confiar em homem nenhum. No fundo eu também não tinha muitos motivos pra confiar, mas precisava de um tempo. Ainda estava muito confusa.

  - Olha Mari, eu até acredito em você, mas ainda estou muito confusa. Eu tô cheia de trabalho, e não posso me deixar abater agora. Eu preciso de um tempo, quando estiver pronta pra conversar eu te procuro. - foi o mais civilizado que consegui. Coloquei novamente os óculos e saí do prédio, o táxi já estava esperando.

Durante o caminho ocupei a mente o maximo que pude. Chequei as redes sociais, respondi a alguns comentários muito amorosos. O feedback foi bom em sua maioria. Claro que os gordofóbicos se manifestam, mas isso não me afetou. As declarações de mulheres que se sentiram representadas pela coleção foi meu maior presente do dia.

Quando chegamos me deparei com o segundo confronto. Felipe, Rômulo, seja lá qual for o nome desse cafajeste, estava parado, encostado no carro do Matias, vestido de chofer. Assim que desci do taxi ele veio em minha direção.

  - Bárbara, conversa comigo. Não pode simplesmente acabar assim.

  - Pode sim. - respondi - Já acabou, inclusive. O que você acha? Eu tenho tanta cara de idiota assim?

  - Eu não sabia que ela era sua amiga. Ela deu em cima de mim. Foi ela. Ela disse que eu era bonito demais pra ficar com você, e praticamente me atacou lá no camarim.

  - Ah, então vocês nunca tinham se visto antes? - indaguei, incrédula diante de tamanha cara de pau. - E você quer que eu acredite que minha melhor amiga da vida diria isso de mim? Gorda demais? Sério?

  - É a verdade, amor! Eu estava ali procurando você, e ela me agarrou!

  - Ah, é claro. Indefeso como você é, como se defenderia, não é mesmo? E os risinhos, eram de nervoso? Faça-me o favor, tenha um pouco de dignidade e admita que vocês estavam me traindo.

  - Bom, é a verdade que você quer? Pois muito bem. Eu gosto de você Bárbara. Gosto de verdade, mas quando conheci Mariana eu sentia uma coisa diferente por você. No começo o que eu queria era pegar carona no seu sucesso, deixar de ser chofer, e então vi a Mariana saindo do seu prédio. Ela me atraiu, tá bom. Ela é diferente, tem uma beleza diferente...

  - Diferentemente magra? - interrompi.

  - Não é isso. Não mais. Depois da noite em que conversamos, e você me contou sua história, eu vi sua força, passei a te admirar tanto; mas já tava envolvido com a Mari também. Eu não sabia o que fazer. Eu fui um idiota. Me perdoa!

Você deve estar se perguntando agora porque eu o deixei falar tanto, não é mesmo. Ouvir tudo aquilo doeu, doeu muito; mas durante grande parte da minha vida as pessoas nem ao menos ouviam o que eu tinha a dizer, se contentavam com a minha aparência e me julgavam incapaz. Eu o deixei falar para não fazer com ele o que fizeram comigo tantas vezes. É claro que isso não muda o que ele fez, mas agora eu sabia que Mariana falava a verdade.

  - Fala alguma coisa, amor!

  - Nunca mais me chame assim. Não importa o que você sente por mim agora. Se aproximou de mim por interesse, e quando teve de escolher não conseguiu se decidir por mim. Você não foi só infiel, foi desleal. Tinha que ser a Mariana?

  - Me perdoa. Eu...

  - Não diz mais nada. Eu preciso de tempo. Preciso pensar. Não me procure mais, não me ligue mais. - disfarcei pra limpar a lágrima que quase escapou de trás dos óculos - Agora eu preciso ir, tenho muito trabalho me esperando.

Sair andando dali foi uma tarefa quase impossível. Minhas pernas não obedeciam, meu corpo pesava tanto. Quando consegui chegar ao escritório as lágrimas rolaram como uma represa rompida. Alícia veio ao meu encontro, me levou chá, me ouviu. Ela ficou chocada, mas confessou acreditar na versão de Mariana. Eu ainda não sabia o que pensar, então decidi mergulhar no trabalho.

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As duas semanas seguintes se arrastaram lentamente, levando tudo o que restava de mim. Não dava pra agir naturalmente quando tudo que você quer é ser engolida pelo asfalto, então consegui umas pílulas energéticas com um "amigo". Dessa forma pouco ortodoxa consegui cumprir minha agenda sorrindo e espalhando meu orgulho plus size por aí. Mas Alícia começou a perceber meu descontrole e passou a perguntar sempre se eu estava bem, aparecia na minha casa de surpresa. Foi difícil, mas eu consegui disfarçar os efeitos. Só a perda de peso não dava pra disfarçar. Eu não parava nem pra comer enquanto a tarefa do dia não tivesse cumprida. Então ia pra casa, e chorava até dormir.

Quando a agenda foi acalmado, o ritmo de trabalho voltando ao normal, eu já nem via mais o tempo passar.

Depois de um mês tive meu primeiro fim de semana de folga e decidi cozinhar. Não comia direito há semanas. Mas quando parei na cozinha as lembranças vieram. Felipe fazendo meu café da manhã, fazendo omelete para recuperar as forças depois de a gente se amar por horas. Fui tomada por um turbilhão de emoções, as memórias não paravam de vir, e eu queria parar de pensar. Eu precisava parar de pensar. Eu havia conseguido seguir meses de uma agenda louca de trabalho, agora era só ocupar a mente de novo e pronto. Mas aí eu me lembrava das mensagens dele quando pegava o celular, da nossa conversa de vídeo quando pegava o computador. Meu apartamento estava impregnado de memórias. Eu precisava dormir. Precisava esquecer. Precisava de um remédio mais forte.

***

Amores, que barra que a nossa musa tá enfrentando né. Mas, quero trazer aqui dois assuntos: automedicação, e fuga.

Bárbara sabia que não estava bem, mas não procurou enfrentar o problema e solucionar, em vez disso se automedicou.
NUNCA FAÇAM ISSO!

Ao menor sinal de depressão, ansiedade; ou se as tarefas comuns se tornaram um  peso, se perdeu o prazer nas coisas que gostava, não se automedique, PROCURE AJUDA MÉDICA!

Que Queen Latifah ajude nossa musa a voltar pro caminho certo!

Beijinhos no coração de vocês!
Até o próximo capítulo.

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