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O Contive Para o Halloween

Marina distribuiu de maneira organizada as velas e os potes de água e sal em volta do tabuleiro. Ela acreditava que os eletrólitos formados pela mistura e o horário escolhido fariam com que o contato com a tia fosse facilitado. Além disso, estava vestida toda de preto – dessa maneira, todas as ondas poderiam ser absorvidas pelo seu corpo, ao invés de repeli-las com outras cores. Quando o relógio antigo de sua mãe tocou três vezes, indicando que havia chegado a hora, Marina estava preparada.

Ela inspirou fundo, abriu as cortinas para que a luz da lua pudesse entrar, e começou a entoar as palavras em latim anotadas em seu caderno. Infelizmente, Marina era tão ruim de memória como era com as palavras, e ela não saberia dizer qual de suas duas dificuldades arruinou seu plano, mas tia Irene não apareceu.

Exausta e desapontada consigo, a garota resolveu se deitar. Ela nunca seria tão boa como a tia, e nunca teria a genialidade a qual todos citavam quando falavam de Irene. A tia queria mudar o mundo com a ciência, queria garantir que as mulheres fossem reconhecidas por suas conquistas. E Marina? Só queria ajudar sua família, mas nem isso ela era capaz.

A pequena foi para cama com a certeza de que a vida não era justa. Irene deveria ter continuado viva, enquanto ela nunca deveria ter nascido.

No entanto, após acordar ainda se sentindo impregnada de insuficiência, havia um pequeno envelope em cima da mesa do café da manhã. Mal sabia Marina que seu conteúdo mudaria a vida de sua família para sempre.

Ao lado do papel, sua mãe deixara um bilhete que dizia:

"Mari, essa carta chegou hoje cedo para você. Tive que sair rápido pois hoje é meu plantão no postinho de saúde. Por favor, tome seu café e não esqueça de usar seu capacete para andar de bicicleta! A vovó te espera para o almoço".

Marina tinha certeza de que esse seria o pior Halloween de sua vida, mesmo se tratando de sua data favorita. Dessa vez, ela não teria mais nem a ilusão de se comunicar com a tia para alegrá-la.

Tamanha foi a surpresa quando o conteúdo do envelope foi revelado, que a garota não sabia como se sentir. Alguém estaria pregando uma peça? Mas ninguém sabia sobre sua tia Irene, e nenhum de seus colegas de classe se importam com Marina de qualquer maneira – não o suficiente para pregar-lhe uma peça. Sua avó estaria certa, depois de tudo? Ou o tabuleiro de Ouija havia surtido efeito?

Marina não conseguia se decidir se permanecia relendo o conteúdo da carta, ou se admirava ao outro papel que também haviam enviado no envelope. Era uma colagem das duas juntas, Marina e Irene.  Uma foto de Irene que ela nunca havia antes visto, junto com sua imagem que saiu no jornal, quando ela ganhou o concurso de ciências. Uma cena que retratava como a vida deveria realmente ter sido.

A ruiva não poderia compartilhar essa informação com ninguém, pois não queria criar falsas esperanças em sua família, mas também não ficava feliz em mentir para eles. Por esse motivo, hesitou por alguns segundos em aceitar o convite de Irene. Mas quem ela queria enganar? Ela esperou por esse momento sua vida toda!

Decidiu então pedir a ajuda da avó para arrumar uma fantasia. De qualquer maneira, Vó Carol ficaria satisfeita em saber que a neta iria à uma festa do colégio. A senhora pensaria até que suas preces foram ouvidas. Marina só conseguia imaginar o quão feliz Carol ficaria quando o mistério fosse solucionado, seja qualquer fosse o fim.

Após um grande auxílio da avó, que produziu sangue falso a partir de amido de milho, a ruiva segue em sua bicicleta vestida de cientista zumbi – não havia nenhuma roupa mais adequada para encontrar com sua Tia Irene, uma suposta morta até essa manhã.

Mas os minutos parecem se arrastar na festa, e encontrar seus colegas bêbados em pleno sábado não fazia parte dos planos de Marina. Enquanto o ponteiro do relógio brinca com os sentimentos da garota, seus olhos procuram desesperadamente por alguém que ela só havia visto em fotos.

Entre um docinho de abóbora e um bolo de chocolate em forma de lápide, ela começa a questionar se a comunicação encaminhada não veio realmente de outro mundo. Quem sabe Tia Irene não solicitou a um médium que escrevesse seu bilhete?

Tomada por um momento eureca, Marina simplesmente sabe em seu coração onde encontrar a tia. Tentando desviar de monstros e coelhinhas sexys – não se faz mais Halloween como antigamente – a garota segue pelos corredores que parecem muito mais assustadores a luz da lua. De repente, Marina sente receio sobre se encontrar com um ectoplasma – mesmo se tratando de sua tia.

Ela parou por alguns segundos em frente a porta do laboratório onde ela e a tia passaram tanto tempo. De alguma maneira, as duas dividiram as mesmas experiências. Marina se sentia tão íntima de Tia Irene. Ela se lembrou dos olhos da avó, repletos de saudade. Não era um fantasma que ela estava indo encontrar, era Tia Irene.

E pensar que o medo poderia ter salvado sua vida...

Ao abrir a porta, a menina se deparou com total escuridão.

- Tia Irene? – Disse, com a voz trêmula. Marina conseguia basicamente tatear o escuro. Mas ela sentia a presença de outra pessoa, sabia que não estava sozinha. E pior, ela sabia que quem estava ali não era sua tia. – Você está aí?

A luz cegou Marina por alguns segundos, mas foi o primeiro golpe que a fez ficar realmente desnorteada. Ao finalmente entender o que estava acontecendo, seu sangue se misturava ao amido de milho feito pela avó Carol, e já não era possível dizer o que era de verdade e o que era faz de contas.

- Seu José?

- Eu voltei por você, Irene. – O zelador afirmou, enquanto deferia seu último golpe, dessa vez fatal.

Naquele dia, Marina não foi encontrar tia Irene.

Naquele dia, Marina encontrou a morte.

1075 palavras

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