Capítulo 32 - Eu não posso aceitar...
{Boa leitura. ♡}
Se eu disser que toda a energia do meu corpo se concentrou nos lábios do Niall, estou a exagerar?
Eu acho que não.
Isto não é, de todo, normal. Quer dizer, estou a agir como se já não o visse há anos - o que não é, de todo, verdade. Mas, para dizer a verdade , já sentia a falta dos lábios dele (apesar de o ter beijado ontem). Isto não é, de todo, normal.
As minhas mãos voaram até aos cabelos loiros do meu companheiro de cela e as dele caminharam até à minha cintura.
Oh Deus, se eu tivesse de escolher uma sensação para sentir durante o resto da minha vida, eu escolheria esta, sem dúvida. Já falei sobre os arrepios? E o sobre o batimento do meu coração? Oh, e já falei da sensação que tenho no estômago?
Segundos depois, Niall separou lentamente os nossos lábios e eu choraminguei mentalmente pela perda de contacto, mas, logo a seguir, dei-me uma chapada - também mentalmente - por querer continuar aquele beijo. Desviei o olhar do rapaz, que se encontrava deitado à minha beira, para o teto.
"Apenas um beijo de aniversário." Repeti para mim mesma, em voz alta.
"Faço anos para o mês que vem." Ele confessou, rindo, e eu não pude deixar de olhar para ele com um sorriso envergonhado nos lábios.
"Bem... Não vai acontecer mais nada até lá." Afirmei, tentando convencer-me mais a mim própria do que a ele. "Nem depois desse dia." Tentei fazer-me de forte. "Ou nesse dia." Tentei falar seriamente, enquanto saía da cama - o que não correu lá muito bem.
Porque a) não acreditava nas palavras que eu mesma estava a dizer e b) ao tentar sair da cama, passei por cima de Niall, pois ele encontrava-se na ponta da mesma, o que fez com que c) eu ficasse em cima dele e d) quase caísse. Mas o ponto d) não aconteceu, porque e) Niall segurou a minha cintura, mas acabei por cair no erro de f) olhar para os seus olhos e g) não resistir a beijá-lo. De novo.
Mas rapidamente reuni todas as minhas forças para separar os nossos lábios e levantar-me.
"A contar a partir de agora." Acrescentei ao meu discurso de há uns segundos atrás.
Niall olhava-me com um sorriso parvo, como se me dissesse que eu não vou aguentar. Mas é claro que eu vou aguentar. Acho eu.
Escusado será dizer que a Melanie é, neste momento, a principal razão por eu não me querer envolver - fisicamente e/ou emocionalmente - com ele, certo? Antes, eu apenas não o queria fazer porque, desde que vim aqui parar, não confio nas pessoas. Quer dizer, não gosto de confiar nas pessoas. Nunca irei esquecer o que o Zayn me fez. E, pensando bem, o pequeno - grande - acontecimento com ele, até tem um pouco a ver com as razões por eu não querer voltar a beijar o Niall.
De qualquer das formas, eu apenas não posso beijar o meu companheiro de cela, de novo.
Se o quero fazer? É claro que quero. Quero voltar a sentir os seus lábios contra os meus com toda a força que tenho. Mas não posso. Apenas porque não.
*
Observei Melanie a aproximar-se com algo atrás das costas. Desviei o olhar até Niall e ele encontrava-se com um grande - e, devo acrescentar, genuíno - sorriso nos lábios. Sim, ele gosta da Melanie. Não sei porque continuo a tentar convencer-me do contrário.
"Isto chegou para ti..." A minha supervisora declarou, com um sorriso tão grande como o do meu companheiro de cela, e passou um pequeno embrulho colorido por entre as grades.
O meu pai mandou-me um presente? Eu disse-lhe que não queria presentes.
Ia dizer à Melanie para devolver o presente ao meu pai, mas o Niall apressou-se a levantar-se e a pegar no embrulho.
"Parabéns." Ela congratulou-me, para aí pela décima vez hoje, e piscou-me o olho, deixando-me apenas com o meu companheiro de cela e o embrulho colorido.
"Abre!" Niall quase gritou, estendendo-me o embrulho.
Peguei no mesmo e abanei a cabeça negativamente; vi o meu companheiro de cela a sentar-se à minha frente na cama.
"Niall, eu quero que a Melanie mande isto de volta... Não quero que o meu pai ande a-" Comecei, mas ele cortou-me.
"Não é do teu pai." Um sorriso cresceu nos seus lábios e eu não pude deixar de sentir o meu coração a aquecer.
"Como sabes?" Questionei, elevando uma sobrancelha.
Sim, ele e a Melanie são muito amigos e essas coisas, mas achava que isto tinha acabado de chegar e não sabia que eles tinham telepatia. Quer dizer, a Melanie não disse - pelo menos, não em voz alta - de quem era o presente.
"Porque é meu." Niall confessou, fazendo-me ficar confusa e espantada ao mesmo tempo. Como é que ele me comprou um presente? "Quer dizer, é da Melanie. Foi ela que o comprou."
"Não é meu! Foi o Niall que escolheu, por isso, o presente é do Niall!" Ouvi a voz da minha supervisora exclamar. Ela está, provavelmente, escondida num canto a ouvir a nossa conversa.
Para dizer a verdade, até estou com um pouco de curiosidade para saber o que é o presente. Mas não o quero aceitar.
"Abre-o." O meu companheiro de cela ordenou-me.
"Não." Retorqui, desviando o olhar do embrulho, para ele.
"Abre-o." Repetiu, penetrando o seu olhar no meu.
É impressão minha, ou os seus olhos estão mais azuis que nunca? Escusado será dizer que já sinto os arrepios percorrerem o meu corpo, apenas de olhar os seus olhos.
"Não." Acabei por repetir também.
"Se não o abrires, eu vou abri-lo por ti." Ele resmungou.
"Eu não posso aceitar..." Murmurei, estendendo-lhe o embrulho.
"Porque não?" Niall perguntou, ainda a olhar os meus olhos.
"Apenas não gosto de aceitar presentes que não vêm a propósito nenhum."
"É O TEU ANIVERSÁRIO!" Ele respondeu, logo a seguir.
"Eu nunca recebi presentes no meu aniversário e sempre estive bem com isso, não é agora que vou começar a ficar triste por não ter presentes." Disse-lhe, sinceramente.
Os seus olhos curiosos tentavam, provavelmente, ler a minha mente. "Como nunca recebeste presentes no teu aniversário?"
Suspirei, ao ouvir a sua pergunta.
Confio, suficientemente ,nele, para lhe contar como era realmente a minha vida, antes de ter sido presa?
Niall's POV.
"Como nunca recebeste presentes no teu aniversário?" Acabei por questionar.
Ouvi-a suspirar e, logo, me arrependi de ter falado. Ia dizer-lhe que não precisa de me contar, mas ela apressa-se a falar:
"A minha família não é, propriamente, rica." Ela murmurou. Não se mostrava afetada com este assunto, por isso, apenas deduzi que ela tem realmente muito orgulho na sua família. "É uma longa história..."
"Tenho tempo. Muito tempo, na verdade." Imitei o que ela me disse, quando eu lhe falei sobre a razão por ter sido preso.
Ela soltou uma gargalhada, fazendo-me perceber que ela também ainda se lembra disso - e fazendo o meu coração acelarar.
"A minha mãe ficou grávida de mim aos 17 anos. Foi uma grande notícia para os meus avós, surpreendentemente, pela positiva. Eles ficarem contentes por receberem a notícia que iriam ser avós, apesar de cedo. Nessa altura, o meu avó paterno já tinha morrido. Com cancro." Ela parou, soltando um suspiro. Tentei fazê-la parar, mas eu estava realmente curioso para saber mais um pouco sobre ela e a sua família. "No dia em que eu nasci, os meus avós iam todos juntos para o hospital e tiveram um acidente. A minha avó materna morreu, a minha avó paterna ficou em coma durante 3 meses - acabando por morrer ao fim desse tempo - e o meu avô apenas ficou com uns ferimentos ligeiros."
"E-eu lamento.." Apressei-me a dizer.
"Também eu." Ela murmurou, dando-me um sorriso torto. "Bem... A minha mãe não acabou a escola para ficar comigo e o meu pai arranjou um trabalho em part-time para me sustentar. O meu avô tentava ajudar com o que podia, mas o seu trabalho não dava assim tanto dinheiro. Os anos foram passando e as contas começavam a ficar apertadas. O meu avô já estava reformado e apenas o meu pai trabalhava; apesar de já trabalhar a tempo inteiro. A minha mãe sempre tentou arranjar trabalho, mas ninguém aceitaria uma mulher com uma filha bebé, que nem sequer chegou a acabar o secundário, certo?" Ela parou por uns segundos. "O meu avô foi para um lar - que não era muito caro e onde lhe davam os cuidados necessários - e, mesmo assim, continuou sempre a tentar ajudar-nos. Eu entrei para a escola e, aí, as contas começaram a apertar um pouco mais. A minha irmã nasceu quando eu tinha 15 anos e todos em casa ficámos muito felizes, apesar de sabermos que as contas iriam apertar ainda mais. Eu comecei a trabalhar em part-time também aos 15 anos, para tentar ajudar e, quando acabei o secundário, comecei a trabalhar num café - o café onde trabalhava antes de vir para aqui. Apesar disso, às vezes, o dinheiro não chegava sequer para a comida e eu tinha de fazer algo. Eu tinha de fazer algo para ajudar a minha família." A minha companheira de cela contou-me e eu comecei a perceber a razão por ela ter assaltado o tal banco. "Sim, Niall, foi por causa disso que eu assaltei aquele banco." Ela disse, lendo-me os pensamentos, e gargalhou um pouco.
Eu admiro-a tanto. Apesar de tudo, ela continua a não ter problemas nenhuns com a sua família, ou com o facto de não ter dinheiro para comprar roupas de marca. Ela tem orgulho nisso.
Antes de me conseguir parar, já estou com os meus braços a rodear a sua cintura. Senti-a descansar a sua cabeça no meu ombro.
"Eu não gosto de receber presentes, porque sinto que estou a ser ingrata para a minha família. Eles sempre se esforçaram para me dar tudo o que eu realmente precisava e eu nunca lhes retribuí o favor." Ela sussurrou, contra o meu pescoço, fazendo-me arrepirar. "E é por isso que não quero presentes ou bolos, ou algo do gé-"
"Como é o teu nome completo?" Interrompi-a, fazendo-a olhar-me com uma expressão confusa.
Eu também ficaria confuso se me perguntassem isso, assim do nada.
"Olivia Claire Walt." Disse. "Porquê?"
"Eu estou completa e totalmente apaixonado por ti, Olivia Claire Walt." Confessei, finalmente, sem responder à sua pergunta.
~
OK OLÁ
o que acharam da confissão da Olivia?
eu tentei não fazer muito drama.. e pensei apenas pô-la a dizer que a família dela é pobre, mas acho que gosto mais assim xp
e desta ultima confissão do Niall?
e como acham que a Olivia vai reagir? :o
eu estava a planear ele apenas admitir mais tarde, mas não sei... achei apropriado pôr aqui :o
pergunta o/ :
fic's favoritas no wattpad? o/
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