{Boa leitura. ♡ PS: As coisas vão aquecer um bocadinho, mas não há nada de "explícito".}

Olivia's POV.

"A isto chama-se paixão, Liv." O meu companheiro de cela disse, fazendo o meu coração acelarar.

Rapidamente, baixei a cabeça e fiquei apenas a olhar o chão.

"Niall, eu n-não.. Huh... Eu-" Comecei, mas logo fui cortada.

"Paixão e amor são sentimentos diferentes." Declarou. "Quer dizer, basta olhares à tua volta." Ele disse e eu olhei em volta. "Não literalmente." Ele riu. "Há imensos casais que se amam, mas não sentem paixão um pelo outro. Não têm aquilo que os une e não os deixa ficar separados." Ele pegou no meu queixo e levantou-o, fazendo-me encarar o azul dos seus olhos. "Não têm o que nós temos." Concluíu, num pequeno murmúrio.

Ele está atrevido hoje. Quem me dera poder dizer que isso não me agrada, mas agrada.

"Niall..." Sussurrei.

"Shh... Não estragues o momento." Ele disse e ambos rimos, mas sem retirar os olhos um do outro.

Resiste, caramba., a minha cabeça ordenou.

Deixa-te levar, porra., o meu coração mandou.

Decidi seguir a minha cabeça, tendo em conta que já tenho seguido o meu coração vezes demais nos últimos tempos.

Virei o rosto bruscamente e dei uns passos para trás.

"Não está certo, Niall..." Murmurei, com o olhar preso à parede cinzenta da minha cela, mas rapidamente o voltei para Niall, de novo.

"Porquê?" Ele elevou um pouco a sua voz e levou as mãos aos seus cabelos despenteados, despenteando-os ainda mais; suspirou.

"Eu não sei, ok?" Retorqui. "Apenas tenho algo dentro de mim que me diz que não está certo!" Respirei fundo; sentei-me na minha cama.

Ouvi-o suspirar e ele aproximou-se de mim. Ajoelhou-se à minha frente.

"É por causa do meu suposto beijo com a Melanie?"

Para dizer a verdade, não sei. Eu apenas quero perder a cabeça e atirar-me para os braços do meu companheiro de cela. Quero mesmo. Mas a minha mente não me deixa.

Pronto, atira-te lá para cima dele..., a minha cabeça acabou por dizer.

O quê? Agora é que dizes isso?

Agora não quero.

Quem é que estou a tentar enganar? É claro que quero.

Mas tenho medo. Tenho medo que ele esteja com a Melanie e apenas me diga estas coisas para me enganar.

"Talvez." Acabei por dizer.

"Eu juro que não a beijei, porra." Ele suspirou.

"Isto era muito mais fácil se não estivessemos presos nesta merda." Resmunguei. "Quer dizer, assim tenho de olhar para ti todos os dias."

"Então estás a dizer que não gostas de partilhar a cela comigo?" Ele abriu a boca e eu sei que ele apenas está a fingir que está ofendido.

"Eu não disse isso." Olhei-o, comprimindo os meus lábios.

"Então gostas de partilhar a cela comigo." Ele disse, orgulhoso, e eu não consegui evitar rir.

Tanta coisa mudou, desde que ele veio para aqui. Não me lembro de ter rido sequer uma vez em todo aquele meio ano.

"Estamos a desviar a conversa." Eu ri, de novo.

"Tens razão." Desta vez, foi ele a rir. "Eu não te posso forçar a nada. Se não te sentes bem, eu não volto a beijar-te ou algo assim." Ele suspirou.

Assenti com a cabeça, em forma de agradecimento.

Não sei se é o medo de ficar demasiado dependente dele, ou se é apenas o medo de ele apenas estar a brincar comigo. Mas eu apenas tenho medo.

Os nossos olhos encontraram-se e ambos sorrimos.

"Um último beijo?" As palavras escaparam pelos meus lábios, antes de eu as conseguir apanhar.

Niall sorriu ainda mais.

"Um último beijo. Apenas um... Beijo de despedida." Ele disse.

Eu anuí e, quando dei por mim, os lábios de Niall já cobriam os meus.

A sensação que tenho, sempre que o beijo, voltou. E parece ainda mais forte desta vez.

Os arrepios e as borboletas parecem ter triplicado; para não falar do batimento do meu coração, que parece estar a mil à hora.

Inconscientemente, puxei o Niall para cima de mim e ambos caímos na minha cama.

As minhas mãos mexiam-se constantemente, sem dar tempo ao cérebro para sequer processar o que elas estavam a fazer.

Mais uma vez, inconscientemente, as minhas mãos foram até ao fecho do fato do Niall e baixaram-no, deixando o seu peito exposto.

Descolei os meus lábios dos do meu companheiro de cela por uns segundos, para os meus olhos puderem conhecer uma nova parte do corpo dele.

Um misto de sentimentos percorre o meu corpo, muito rapidamente. Demasiado rapidamente, até. E o único que consigo distinguir é o sentimento que o Niall mencionou há minutos atrás: paixão.

Olhei os seus olhos curiosos e eles sorriram para mim; os seus lábios voltaram a pressionar-se nos meus e um fogo acendeu-se dentro de mim.

Ok, segundo beijo de despedida. Mas ainda é um beijo de despedida. Por isso... Conta apenas como um, na mesma. Acho eu.

As suas mãos fizeram o mesmo caminho que as minhas e abriram o fecho do meu fato. Ele voltou a subi-las e elas tomaram lugar no meio dos meus cabelos.

Os seus lábios voltaram a separar-se dos meus e eu choraminguei mentalmente com a perda de contacto.

"Não estás a usar sutiã?" Ele voltou a olhar os meus olhos, com uma expressão espantada.

"Não tenho culpa, ok? Está para lavar!" Resmunguei, não conseguindo evitar rir.

"São maiores do que o que eu pensava..." Ele murmurou.

"Niall!" Ralhei e peguei nas bordas da parte de cima do meu fato; coloquei-as de forma a tapar o meu peito. "Cala-te, antes que eu tome consciência do que estamos a fazer." Disse-lhe sinceramente e voltei a unir os nossos lábios. Beijo de despedida número três.

As suas mãos moveram-se até às minhas e ele pegou nas mesmas, fazendo-me largar o fato.

Sentir o seu peito contra o meu é ainda melhor do que eu imaginava.

Os seus dedos entrelassaram-se com os meus e eu senti-o sorrir no meio do beijo; não pude evitar fazer o mesmo.

Retirei a parte de cima do seu fato, apenas largando a sua mão por uns segundos.

Os seus lábios moveram-se para o meu pescoço, onde ele deixou alguns beijos molhados e algumas mordidelas. Os meus dentes enterraram-se no meu lábio inferior e, mesmo assim, não pude evitar arfar um pouco.

Os lábios de Niall caminharam até aos meus, de novo. Beijo de despedida número quatro. Mas acho que também se pode encaixar nos outros, formando apenas um.

As minhas mãos passearam pelo seu tronco e acabaram por escolher descansar no topo das suas costas.

Neste momento, apenas não quero enfrentar a realidade. A realidade de que nós somos apenas dois companheiros de cela e não deviamos, de todo, estar a fazer isto.

As mãos de Niall desceram até às minhas calças e eu quase me engasguei. E acho que ele percebeu isso.

"É melhor parar, não é?" Murmurou, depois de separar os nossos lábios e deu-me um sorriso torto. "Eu não quero que te arrependas disto."