Capítulo 28 - Fugiram.
{Boa leitura. ♡}
"Oh," Alguém murmurou, fazendo-nos olhar para o local de onde veio o som e afastarmo-nos. Melanie encontrava-se em frente à nossa cela. "olhem para vocês a trabalhar nos vossos problemas!"
Isto deve ter muita piada, para ela.
Mas, para mim, não tem.
E dúvido que tenha, para Niall.
"O que estás aqui a fazer, Melanie? Não devias ir sentar-te na tua cadeirinha e vigiar-nos a todos?" Perguntei-lhe, com um sorriso forçado.
De certa forma, até estou contente por Melanie ter chegado. Tendo em conta que, se ela não chegasse, já sabemos que eu iria cair no mesmo erro de sempre. Uma e outra vez.
"Preciso de falar com o Niall." Respondeu e eu, automaticamente, revirei os olhos.
"E eu preciso de um avião. Mas, adivinha, não tenho um!" Ironizei, voltando a revirar os olhos e sentando-me na minha cama.
Niall não disse nada e apenas se aproximou das grades.
Para dizer a verdade, agora, ao vê-los juntos, queria que a Melanie não tivesse aparecido e que eu tivesse errado, mais uma vez.
Niall's POV.
"Então, o que aconteceu?" Questionei, com uma certa curiosidade.
"Primeiro: tens noção que eu não te posso contar o que estou prestes a contar-te, não tens?" Ela disse, fazendo a minha curiosidade aumentar. Apenas assenti. "Não podes contar isto a ninguém."
"Nem à Olivia?" Inquiri, sabendo que, de qualquer das formas, a Olivia não quereria falar comigo, para eu lhe contar.
"Se eu disser que não lhe podes contar, tu vais contar-lhe na mesma, quando voltarem a ser amigos." Ela fez aspas com os desdos, na palavra "amigos." Ia protestar, mas ela adiantou-se. "Fugiram."
"Fugiram?" Perguntei, com uma expressão confusa.
"Fugiram."
"Fugiram?"
"Fugiram."
"Fugiram?"
"Fugiram."
"Mas, espera, quem fugiu?" Acabei por dizer, ainda mais confuso.
"Dois prisioneiros." Ela respondeu, comprimindo os seus lábios.
"AH!" Pronunciei, finalmente percebendo. "Espera: O QUÊ?"
"Dois prisioneiros fugiram. Queres que te faça um desenho, meu grande burro?" Ela gritou, sussurrando. Provavelmente, isto não faz sentido nenhum. Mas soa bem, na minha cabeça.
"Quando?"
"Há uma semana. Quando houve aquela confusão com o Harry e a Olivia."
Imediatamente me apercebi do que ela se está a referir.
A menção do nome da Olivia e do Harry na mesma frase fez-me querer vomitar. Mas contive-me.
"Como?"
"Deixaram os prisioneiros sozinhos, no pátio; eu fui ter contigo, o Liam veio trazer a Olivia à cela e o Robert foi levar o Harry. Não faço a mínima ideia de como conseguiram fugir." Explicou. "E não os conseguimos encontrar."
"E só souberam que eles fugiram uma semana depois?" Inquiri, confuso.
"Não." Ela abanou negativamente a cabeça. "Soubemos logo à hora do jantar. Hoje, o Robert só me veio dizer que ainda não tinham notícias deles."
"Bem... Isso é..." Suspirei. "Parece um filme." Disse sinceramente.
A minha vida parece um filme. Fui atirado para uma cela qualquer por um crime que não cometi e acabei por conhecer uma rapariga por quem estou a apaixonar-me perdidamente, apesar de ela não gostar de mim de volta. Reencontrei o meu maior inimigo e conheci a Melanie - que posso considerar uma das minhas melhores amigas. O que vai acontecer mais agora?
{isso sou eu quem decide MUAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHHA! ok, desculpem, podem continuar a ler}
"Tenho de ir, já devem estar a preparar a comida." Informou-me e eu assenti, vendo-a afastar-se.
Caminhei até à minha cama e sentei-me na mesma; pousei os cotovelos nas pernas e apoiei a cabeça nas minhas mãos.
Em menos de metade de um mês já aconteceram tantas coisas!
Não resisti elevar o olhar até à minha companheira de cela. Ela encontrava-se a olhar para mim, mas rapidamente desviou o olhar, quando olhei para ela. O seu ato fez-me sorrir. Parecemos dois adolescentes de treze anos.
O que mais queria, neste momento, era puder ir para perto dela e envolvê-la nos meus braços. Ela iria protestar, pois detesta abraços, mas eu iria apertá-la ainda mais contra mim. Depois, iria beijar a sua testa e dizer-lhe o quão bonita ela fica com o seu cabelo despenteado. Ela iria corar e eu iria rir. E eu tenho imaginação a mais.
"Desculpa." Aquela única palavra abandonou os meus lábios antes de eu puder sequer pensar em dizer-lhe isso.
"Desculpa porquê?" Ela voltou o seu olhar para mim, novamente.
"Não sei." Murmurei. "Talvez por gritar contigo."
"Bem... Obrigada. Acho eu." Agradeceu. Que tipo de pessoa agradece quando outra pede desculpas?
"Não me pedes desculpa?" Perguntei e imediatamente me arrependi.
"Desculpa porquê? Não gritei contigo, apenas elevei um pouco a voz." Respondeu-me, secamente.
"Por insinuares que eu e a Melanie nos beijámos."
"Não vou pedir desculpa por isso, porque vocês beijaram-se." O seu maxilar fica tenso assim que as palavras deixam os seus lábios carnudos.
"Não vamos discutir de novo, por favor. Já te disse que isso não é verdade." Pedi.
"O Harry viu!" Ela exclamou.
"É impossível o Harry ter visto, porque nós não nos beijámos!" E lá vamos nós discutir outra vez. "Nós só nos abraçámos!"
Ouvi-a suspirar.
"Não vais mesmo acreditar no Harry em vez de acreditares em mim, vais?" Perguntei, de uma maneira irónica.
"Sabes que mais?" Ela levantou-se. "Vou." E... Voltou a sentar-se.
"Acredita no que quiseres." Cuspi, desviando o olhar dela.
"É isso que estou a fazer!" Exclamou, fazendo-me olhar de novo para ela.
É incrível como, mesmo enquanto discutimos, eu desejo-a mais do que eu alguma vez desejei alguém.
"Boa!" Resmunguei e levantei-me.
"Boa!" Resmungou também, ainda mais alto que eu e levantou-se também.
"Boa!" Elevei a minha voz e aproximei-me dela.
"Boa!" Ela elevou a sua também, ainda mais que eu e aproximou-se de mim.
"Boa!" Repeti, mais uma vez, ainda mais alto e fechei o espaço entre nós.
"És mesmo estúpido!" Ela retorquiu, abanando negativamente a cabeça.
"Sou não sou?" Provoquei, penetrando o meu olhar no dela.
"Hm-hm." Anuiu; ouvi-a engolir em seco.
"Mas tu não me resistes." As palavras apenas fugiram por entre os meus lábios e eu engoli em seco também.
"Tens a certeza?" Ela questionou e deu um passo para trás.
"Absoluta." Coloquei uma mão na sua cintura e juntei-me à minha companheira de cela.
Talvez esteja a ir longe de mais. Mas eu consigo ver nos seus olhos que ela me quer beijar tanto quanto eu a quero beijar. Por isso, apenas espero que ela se deixe levar e não me dê um estalo. Ela vai, provavelmente, fazê-lo e, depois, gritar comigo e dizer que temos de parar de fazer isto. Mas a vida é curta demais para eu estar para aqui a pensar se devo ou não beijá-la. Apenas vou fazê-lo. Porque é o que eu quero fazer, neste momento. Se depois me arrepender: paciência.
"Sintética?" Murmurou contra os meus lábios, provocando-me.
As minhas pernas pareciam gelatina e eu tinha a certeza que podia cair a qualquer momento; o meu corpo era constituído por arrepios; isto, para não falar da sensação que tinha na minha barriga.
"Analítica." Juntei, finalmente, os nossos lábios.
A Olivia não me parou ou deu-me um estalo, apenas subiu uma das suas mãos para o meu braço.
"Bem..." Ela começou, contra os meus lábios. Desviei os meus lábios dos seus e beijei a sua bochecha. "Talvez eu não te consiga resistir..." Fiz uma trilha de beijos pelo seu maxilar. "Mas isso não faz com que deixes de ser estúpido..." Acabou por dizer, fazendo-me rir. Deixei um pequeno beijo no seu pescoço e, depois, subi o meu olhar até ao seu.
A sua mão conectou-se com a minha bochecha levemente. Ou seja, deu-me um estalo devagar, a brincar - acho eu. Ela riu, por isso, acho que estava a brincar.
"Para que foi isso?" Perguntei, fazendo uma cara de ofendido, mas não resisti a rir.
Ela juntou-se a mim e riu também.
"Olha para nós." Ela disse e fez um gesto para nós. "Quer dizer, há uns segundos atrás, estávamos a discutir" Fez aspas com os dedos na palavara "discutir". "e, agora, aqui estamos nós, aos beijinhos e abraços." Suspirou. "Isto é errado." Voltou a suspirar. "Mas parece tão certo."
Ela tem razão. Mas o meu coração levou a sua avante, desta vez.
Abri os meus lábios, preparado para dizer algo, mas voltei a fechá-los, sem saber o que dizer.
Por fim, acabei por deixar as palavras deslizar pelos meus lábios, sem sequer tentar segurá-las, pois era aquilo mesmo que eu queria dizer:
"A isto chama-se paixão, Liv."
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