Capítulo XVII
BÔNUS
O COMEÇO DE UMA BUSCA INCANSÁVEL
A decisão de busca a verdade muitas vezes pode trazer revelações impactantes e mais difíceis de serem aceitas.
Aléxandros anos atrás havia deixado de procurar algumas respostas sobre si mesmo. Ele tinha diversas perguntas não respondidas. E a busca por resposta havia lhe deixado frustrado e com mais perguntas do que respostas.
Na verdade o seu empenho em aumentar a fortuna de sua atual família era o meio mais seguro para vasculhar os mais diversos países, culturas e religiões atrás de pistas sobre o que poderia ocasionar a sua existência.
Aléxandros se sentia um 'Prisioneiro do Tempo', preso entre o passado, presente e futuro. Vendo quem amava e quem admirava morrer aos poucos diante de seus olhos e ele ali, simplesmente sem se alterar.
Jamais morrer, nunca envelhecer e sem poder ter uma família de verdade, era algo que o consumiu lentamente.
Por isso, antes que enlouquecesse de vez, buscou pela última vez a verdade. Encontrou pista onde não esperava!...
E foi por causa dessas descobertas que o mesmo decidiu assumir o compromisso de cuidar de Rania novamente e talvez assim mudar o destino de ambos.
Só que Aléxandros não contava que mais uma vez estava tomando as decisões erradas e que poderia comprometer o destino dos dois outra vez.
Meses Antes de Sua Decisão...
Aléxandros caminhou decidido e sem olhar para trás. Avisou aos familiares que se ausentaria por alguns dias, negócios de cunho pessoal.
A família estranhou como sempre, mas ninguém ousou ir contra nenhuma de suas decisões por mais absurda ou estranha que fosse.
— Estou no aeroporto e já consigo sentir uma sensação maravilhosa! Afirmou para si mesmo olhando em volta.
Já no aeroporto podia sentir uma aura diferente, uma sensação boa, parecia estar sendo guiado por algo mais forte que apenas um simples pressentimento qualquer.
Os pesadelos tinham esse nome porque mesmo estando em um lugar extremamente lindo e imponente, Aléxandros sempre sentia a sensação de estar sendo seguido, ouvia rugidos de animais, mas tal medo não combinava com a beleza do misterioso lugar. As lembranças do seu passado muitas vezes se misturava com os fatos do seu dia-a-dia. Seus instintos estavam em alerta como se estivesse preste a entrar em batalha.
Com sua aparência de poucos anos seria necessário dizer que Aléxandros era um jovem financeiramente resolvido, sua família era bem relacionada na indústria na Grécia e jamais pensou viajar para o Oriente Médio.
Ele e seu irmão Pétros viviam de uma porcentagem de uma empresa fundada por seu falecido pai. Aléxandros quase nunca usava esse fundo, ele não precisa de tanto dinheiro assim.
Aléxandros não só tinha como se sustentar no Egito, como estava indo diretamente para a cidade do Cairo, uma província homônima. Considerada a maior cidade do mundo árabe e da África. Os egípcios a denominam muitas vezes, simplesmente, com o nome do país no idioma local: Miṣr, em árabe clássico; e Miṣr, em árabe egípcio. Cairo está localizada nas margens e ilhas do rio Nilo, ao sul do delta. Ao sudoeste, se encontra Giza e a antiga necrópole de Mênfis, com a meseta de Giza e suas monumentais pirâmides, como a Grande Pirâmide de Quéops.
Ele assim que pisou no solo sabia exatamente para onde deveria ir como também poderia facilmente se relacionar, pois, falava a língua inglesa e também a língua egípcia, era definitivamente um homem acima da média.
Uma grande curiosidade de Aléxandros era que ele sempre andava com o seu diário pessoal feito de papel, que mais parecia um rolo de pergaminhos, e sempre anotava tudo ao seu redor. O que sentia e os seus pesadelos.
Tinha também a mania de narrar tudo o que fazia, mesmo em voz baixa causava enorme estranheza quando deixava o guerreiro celta o guiar, nada passava despercebido aos olhos e canetas do homem vindo da Grécia.
— Aqui no avião sinto um leve calor, provavelmente a tensão de estar indo ao encontro do meu destino, só de pensar que estou em busca de respostas sobre mim mesmo, meu coração parece que vai saltar pela boca. Ali Aléxandros era outro homem, mais sensível e gentil. A máscara do homem frio e racional era deixada de lado.
Depois de uma viagem tranquila, ele pisa em solo egípcio, sua reação foi de encantamento ao pisar o solo daquele país tão misterioso. Sentiu como se estivesse em sua casa, algo bem estranho.
— Enfim cheguei, é difícil conter a emoção ao pisar nesse solo, que os deuses me proteja! Lembrou de elevar seus pensamentos a Força Soberana, algo que não fazia a um certo tempo.
Imediatamente pegou um táxi e foi ao hotel previamente reservado. O Marriott Mena House, no Cairo está rodeado por 16 hectares de jardins verdes e tem vista para as Grandes Pirâmides de Gizé, um spa, academia e piscina. Os quartos são decorados com móveis artesanais.
Aléxandros saltou do táxi e mesmo antes que pudesse entrar no hotel um vento bateu em seu rosto fazendo-o virar o seu rosto para o lado direito.
— Que antiquário lindo! Afirmou um pouco hipnotizado.
Ele foi entrando no antiquário e escrevendo em seu diário. Muitas vezes ele tinha flash e o fazia esquecer o que estava fazendo por algum tempo.
— O universo parece querer dialogar comigo, acabei de sair do táxi e estou sendo guiado a um antiquário lindíssimo, estou entrando nele agora, uma visão fabulosa se misturando diante dos meus olhos.
Aléxandros ficou encantado com as estátuas, quadros, réplicas das tumbas dos faraós, mancando de uma perna e com barba imponente um senhor se aproximou.
— Boa tarde, meu nome é Amon, sou dono do antiquário, posso lhe ajudar?
O olhar de Amon se fixou no diário pessoal de Aléxandros, o dono do antiquário achou muito estranho.
— Oi senhor, meu nome é Aléxandros Magnus, acabei de chegar no Cairo, entrei em seu antiquário porque achei muito bonito. Por acaso já não encontramos anteriormente?
— Mas o que é isso embaixo de seu braço?
— È um diário...
— Um diário com a capa feita de prata envelhecida?
Aléxandros sentiu um desconforto vindo do senhor Amon.
— Fique tranquilo senhor Amon, isso é uma mania que tenho, vou escrevendo tudo o que vejo, desde criança tenho essa mania.
Enquanto Aléxandros explicava sua mania ao senhor Amon, viu um enorme quadro na parede do antiquário.
— É este o lugar que estou buscando. É do mesmo jeito das minhas visões, como isso é possível?
Amon ficou olhando para Aléxandros muito agitado, de repente a formalidade de Alex, virou uma histeria.
— O que foi que aconteceu meu rapaz? Estava tão calmo, agora esse agito, que sonho é esse?
— O quadro senhor Amon, aquele quadro.
Amon tentou acalmá-lo que apenas gritava ficando cada vez mais pálido pela forte emoção.
— Foi ali que eu nasci, preciso voltar a esse lugar.
Depois de alguns minutos o senhor Amon colocou ele sentado em uma poltrona e lhe deu água com açúcar.
— Meu rapaz, se acalme! O que você viu de tão incrível naquele quadro?
— Sonho com essas portas de ouro! Não sei se é sonho, se é pesadelo, o que sei é que é desse mesmo jeito, por favor senhor, quem pintou essa tela? Preciso muito saber agora mesmo aonde fica esse templo.
O senhor Amon estranhando a atitude do rapaz se sentou ao seu lado.
— Se acalme, essa tela foi feita por um Sábio vindo de outro país a muitos séculos atrás, esse homem tinha muito talento que viveu peregrinando por nossa cidade. Alguns diziam que ele era meio maluco, o mesmo contava que já foi ao grande labirinto onde conheceu uma antiga deusa. Mas isso era coisa da cabeça dele, todos nós do Cairo sabemos que esse labirinto nunca existiu meu rapaz.
— O labirinto, então é real! Ele é a entrada desse lugar.
— Afinal, quem é você meu rapaz, vamos, diga logo. Você é parente desse homem? Perguntou Amon ficando curioso.
Aléxandros se recuperou do susto, pediu desculpas ao senhor Amon, com menos de dez minutos no antiquário, e ele já tinha causado grande transtorno com sua perda de controle emocional.
Já o senhor Amon achou tudo muito estranho, os escritos de Aléxandros e a reação do mesmo ao ver o quadro e o mistério do estrangeiro pintor.
Aléxandros saiu rapidamente do antiquário atravessou a rua e muito assustado entrou no hotel, fez todos os seus registros e subiu pro quarto, se sentou na cama, nada passava sem que ele não escrevesse nas páginas do diário.
— Foi uma experiência muito estranha, entrei no antiquário por causa de sua beleza diferente, mas já ao olhar o senhor Amon percebi algo diferente naquele homem, percebi que ele imediatamente não gostou de minha pessoa, depois que vi no quadro a imagem que sempre vinha em minha mente, ficou notória sua irritação por fazer perguntas sobre aquela imagem.
Enquanto Aléxandros escrevia seus relatos o interfone tocou, era o recepcionista do hotel dizendo que seus amigos já tinham chegado, e já estavam subindo.
— Amigos! Como assim? Senhor....
Ele sabia que não era amigo algum, tinha acabado de chegar no país, não tinha feito amizade alguma, com certeza era coisa do senhor do antiquário, se sentindo acuado, então saiu pela janela rapidamente com apenas sua mochila e suas anotações, era o começo de toda aventura do Aléxandros Maguns.
1566 Palavras
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