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Epílogo


Por que você não me atendeu na primeira ligação? — minha voz falha consideravelmente no início da frase.

Depois de tanta escuridão, meus olhos não se acostumam com toda essa claridade rapidamente. O tecido que me cobre é apenas um algodão muito fino. Típica vestimenta de pacientes em um hospital rico, de preferência.

— Você não me ligou nenhuma vez, Scar — meu pai responde, preocupado.

Ainda está com o uniforme do trabalho. O chapéu repousa no criado mudo.

— É claro que liguei, no mínimo umas cinco vezes, tenho certeza! — me exalto levemente. Não quero que ele questione minha sanidade mental, seria muita falta de consideração. — Quem era a mulher que atendeu?

— Não tem mulher nenhuma, você sequer ligou para mim! — diz. Sua voz tremula levemente no início, demonstrando um pouco de impaciência em sua voz. — Se você realmente tivesse me ligado, acha que teria passado a noite naquele local?

Suprimo a resposta, a guardando para mim mesma. Não vai adiantar nada. Só vamos ficar aqui, discutindo e cada um afirmando a sua verdade. Eu liguei. Ele não recebeu nenhuma ligação. Tudo bem. Mudo de assunto.

— Como vocês me encontraram?

— Seu namorado disse que você ficou bêbada e fugiu da festa, indo parar naquela casa. — arqueio as sobrancelhas. Como assim? Eu nem encostei nas garrafas das bebidas. — Você deveria agradecer ao rapaz, entrou na floresta apenas para ir atrás de você.

— O quê?! Pai, você sabe que isso é mentira, eu não bebo... — argumento, exasperada.

Seria Louis tão psicopata assim para inventar toda essa mentira apenas para livrar sua pele? Não restam dúvidas de que sim.

Meu pai abaixa sua cabeça, como se estivesse decepcionado comigo. Talvez ele esteja mesmo. As coisas que Louis deve ter contado para ele devem ter sido horríveis e exageradas, além de não terem realmente ocorrido.

— Vou chamar o enfermeiro. — e se retira da minha companhia.

Balanço meus pés solitariamente na beira da cama hospitalar. Vejo que meu celular está no criado mudo, e não hesito em agarrá-lo entre minhas mãos, que agora possuem seus machucados limpos e cobertos por pequenas gazes.

Ainda estamos no período da manhã, dormi bem pouco. Não recebi muitas mensagens, claro. Posso ter sumido por uma madrugada inteira, mas não é como se alguém se importasse com a minha segurança ou com a minha vida.

A mensagem da vendedora consta como nova, mas o conteúdo dela é o mesmo. Louis enviou uma mensagem, se desculpando. Não por ter me prendido em uma casa e me largado lá e muito menos por ter mentido friamente para o meu pai. É por ter não ter sido responsável e me deixado beber além da conta, além de não ter cuidado de mim. Falsidade.

Mas isso me confunde. Por que a mensagem da vendedora estava fechada se eu já a havia lido ontem? Tudo foi tão surreal que me leva a questionar se tudo aquilo aconteceu ou se foi apenas um delírio amedrontado meu.

Não, olha esses machucados em minhas mãos, eles ainda estão aqui. Harry estava lá.

Harry...

Será que o viram quando me encontraram? Será que ele estava lá? Eu, sinceramente, espero que sim, pois ficaria revoltada caso Harry soubesse de alguma forma de escapar e não compartilhou comigo, vendo a minha intensa tristeza.

Não foi uma experiência legal, longe disso, e tenho certeza de que não vou comentar nada dele com meu pai, mas foi algo inédito. Talvez marque minha vida para sempre, ou talvez amanhã eu já tenha me esquecido quando calçar um novo par de saltos altos. Viro-me para deitar verticalmente na cama.

Não quero mais ficar aqui, encarando esse teto branco. Levanto minhas pernas ao mesmo tempo em que pessoas adentram o quarto. Meu pai, e um homem com vestimentas brancas. O tal enfermeiro que ele iria chamar? Provavelmente.

— E então, mocinha? Como está se sentindo?

Não tenho muito o que falar. Em um estado pós-traumático, talvez?

— Eu poderia estar melhor...

— Todos nós poderíamos, não? — meu pai apenas observa a conversa, com um olhar crítico. Concordo com sua fala apenas por educação. O enfermeiro pensa um pouco antes de abrir a boca para mais uma fala. — O que você se lembra sobre a noite passada?

Fico em silêncio. Continuo a não ter muito o que dizer, mesmo que cada detalhe da noite esteja fixado em minha mente.

— É só dizer as primeiras coisas que vêm a sua mente, ok? Não é necessário nada muito elaborado. — ele espera algum pronunciamento meu, que não vem. — Quer algumas perguntas para auxiliar?

— Sim, pode ser — concordo, e espero que esta conversa não se mantenha por mais tempo do que o necessário. .

— Com que você estava na noite passada? Antes de tudo... — o moreno pergunta.

— Tudo bem... — respiro fundo antes de prosseguir. — Louis, Lucy, Zayn, Larry e... — Hesito em citar o nome de Harry. Ao falar seu nome, eu terei que explicar todos os acontecimentos que aquele porão presenciou e meu atestado de insanidade já estaria assinado antes que eu completasse meu relato. Penso um pouco para ter certeza de minhas palavras e lembrar-me de alguém. Tenho certeza de que ainda há um nome para ser acrescentado na lista no lugar do nome de Harry. — Ah, e Noah.

— E depois de você ter se perdido na floresta? Você ficou sozinha, certo?

— Eu... Eu não me perdi na floresta, eu só quis ir ao banheiro — digo.

— Ok, vamos tentar de outra forma — o rapaz diz, me tratando como se eu fosse uma criança que eu não sou. — Qual foi a última coisa de que você se lembra claramente?

— Eu, caindo das escadas. Tudo depois disso é apenas um borrão, sabe?

— E, por acaso, houve algo depois disso? Você ainda foi encontrada desacordada pelo Louis aos pés da escada...

— Aliás, ele está lá fora te esperando desde que chegou ao hospital. O rapaz é um verdadeiro herói, devia ser grata a ele — meu pai se apresenta na conversa pela primeira vez.

— Claro que aconteceu algo, eu até... — ainda tento responder. Um sentimento de revolta surge em mim. Olho para o arranhão em meu braço, que aconteceu enquanto eu conversava com Harry em frente à janela. Tenho marcas, não foi só um delírio. Mas algo me impede de completar minha frase.

Foi uma experiência única, sim. Mas é algo mais do que isso, é exclusiva até. Foi algo só meu, com a minha vida se mesclando com a tenebrosa vida dele. Não que tenha sido um envolvimento romântico, mas fraterno. Ele foi um completo babaca, mas não quero me importar com isso, principalmente com a história de vida dele, mas suas palavras foram conselho. Para mim. Coisas que eu realmente precisei ouvir, e quem mais as falaria para a minha pessoa? Lygia? Lucy? Louis? Meu pai?

Claro que não. É algo íntimo meu, e que ele sabia melhor do que eu mesma. Só eu sei que sempre me desligo de tudo o que acontece do lado de fora do meu corpo, e finjo que não sei nada a respeito do que meus olhos sequer viram. E é por isso que eu venho me afundando, disse ele. Talvez eu só queira fugir de pessoas ruins, e esse foi o jeito que encontrei. Não é algo errado, e vou passar na cara de qualquer um babaca que venha dizer que sou apenas uma menina covarde e amedrontada pelo mundo. E, caso eu não consiga, não vai custar nada tentar ao menos uma vez na vida.

— Eu posso falar com ele agora? — engulo em seco. — Juro que não vai ser nada demorado.

— Agora? — o homem de branco pergunta.

— Sim, agora. É possível?

Não tenho resposta, ele apenas vira as costas para mim e sai em direção à porta, também branca igual a todas as coisas neste lugar. Louis adentra o quarto hospitalar, com um semblante triste e meio abatido, seguido do homem que acabou de se retirar. Meu pai me olha, como se me motivasse a ir em frente e demonstrar minha imensa gratidão ao rapaz, mas não é isso o que se passa em minha cabeça. Sinto a adrenalina correndo em minhas veias.

— Bom, agora que eu já estou totalmente sóbria, creio que você pode me dizer exatamente tudo o que aconteceu naquela cabana, não? — enfrento, mas ele apenas me olha confuso.

— Na cabana em que eu te achei desmaiada, amor? — sua voz é suave.

— Ou, caso queira esconder a brincadeira idiota que você fez, pode contar sobre aquela festa em que nós nunca pisamos. — a confusão permanece estampada e seu rosto, e meu pai me olha incrédulo.

— Scarlet, modere o seu jeito de falar... — meu pai repreende.

Tal fala faz com que eu repense minhas próximas atitudes. Minhas pernas bambeiam, e me sinto grata por estar sentada. Vai valer a pena continuar com isso? Será que eu vou conseguir terminar de falar antes de cair em lágrimas? Não, com certeza não. Agora mesmo já estou com meus olhos marejados. Mas os sentimentos que me atormentaram na noite passada surgem novamente, e as palavras, parecendo possuir vida própria, saltam de minha boca. Mereço essas respostas.

— Louis, por que você disse que eu bebi? Você sabe que eu nunca bebi, eu que te ajudo a não ficar bêbado na escola!

— Eu nunca fiz isso! Você sabe que eu jamais seria capaz de fazer uma coisa dessas! — se exalta.

— Do mesmo jeito que você disse na nossa escola que jamais bateria em uma mulher?! — e no momento em que minha declaração é feita, meu pai o encara e, antes que ele tenha tempo para se defender, continuo. — Nem venha dizer que isso é mentira, eu posso chamar agora a enfermeira que me ajudou naquele dia.

Minha fala é seguida por silêncio, esse sendo interrompido por minhas respirações pesadas. Todos se entreolham: o enfermeiro demonstra totalmente seu desconforto com a situação pelas mãos inquietas sobre o jaleco. Meu pai encara ainda com expressão incrédula o meu namorado. Não. Acho que, depois disso tudo, ele pode ser chamado de ex, coisa que já era para ter acontecido há muito tempo. Não restam dúvidas de que era um relacionamento abusivo.

E neste momento, Louis se retira pela porta, provocando uma estrondosa batida. O enfermeiro o segue, pedindo licença educadamente.

— O que foi isso que acabou de ocorrer aqui, Scarlet? Você está maluca?

Talvez eu realmente esteja. Olho fundo em seus olhos. Não é possível que ele ainda venha jogar toda a culpa sobre mim. Controlo meu desejo de pedir desculpas até que tudo fique bem. Ele também se retira do cômodo, mas não antes de me xingar e dizer que Louis não merece ser acusado de coisas tão graves, e que ia agora mesmo se desculpar com ele e com a família dele.

Mas nada de pedir desculpas a mim. Nada de pedir desculpas por não ser meu amigo o suficiente para que eu contasse tais coisas para ele. Nada de pedir desculpas por não prestar mais a devida atenção a mim, que sou sua primogênita, desde que minha mãe morreu. Sinto falta dela, tudo era melhor com ela aqui.

Deito-me no leito. Encaro novamente o teto branco. Mais um de meus momentos abraçada com a solidão

Não há silêncio desta vez. Meus soluços se fazem presentes. Minha dor se manifesta.

O som agonizante de minhas lágrimas entrando em contato com o tecido do travesseiro hospitalar é o pior de tudo. Um eco do meu sofrimento. Pelo menos no porão não havia esse eco. Havia uma voz muito rouca aconchegante, e a minha voz. E como uma lembrança ainda vívida demais, ouço-a soar no quarto.

Bom dia, princesa.

Fecho meus olhos, deliciando-me com ela. É uma voz maravilhosa, assim como a aparência do dono, pena que Harry não é também.

— Dormiu bem? — A voz de Harry se faz presente novamente no local, e me sento rapidamente no leito. Não é possível que eu, mesmo seguindo seus conselhos da noite anterior e não estando mais na cabana abandonada, ainda tenha sua presença. Minha cabeça dói pelo movimento repentino.

Recebo a visão dele totalmente acomodado na poltrona de couro branca do hospital e com seus cabelos encaracolados penteados. Calça jeans preta, blusa branca. Não respondo, apenas olho para a porta, com medo de alguém conhecido entrar.

— Por que você se importa com isso? Não venha me dizer que eu dormi como um anjo... — tento secar os resquícios de lágrimas que marcaram minha face para que ele não as veja. Já chorei muito em sua frente.

— Um anjo enroscado nos braços de um demônio, Scarlet. — ele afirma, e pisca o olho direito, parando sua fala por um momento. Uma pausa, reflexiva até, em que seus olhos viraram puro infinito, e quase pude ver seus pensamentos falsos voando por sua mente. 

Meu corpo se arrepia. Não sei o porquê. Ou talvez saiba, Harry me instiga mais do que qualquer outro ser.

Harry aproxima seu corpo do meu, caminhando sorrateiramente, mas a intensidade de seu olhar me inquieta. Deposita a mão em minha coxa desnuda, e dá um leve beijo em minha testa, até que ele completa:

— Que tentava bater suas asinhas para fugir do inferno que era a prisão em sua cabeça.

E não posso fazer nada além de concordar com ele.



E ACABOU! Finalmente, depois de meses, conseguimos chegar ao final. E é isso aí, gente. O que acharam? Gostaram? Esperavam que ia ser assim? Essa história faz parte de mim e eu espero muito que tenham gostado, de verdade. E EU QUERO SABER DAS TEORIAS DE VOCÊS! Tem bastante coisa escondida na história e nada está por acaso, hein. Ainda acham que Harry era um fantasma que assombrava a casa? Então...

Tinha vários planos, como divulgar bastantes, mas não sei mais. Talvez esse seja o fim da minha carreira como escritora amadora? Veremos. Mas acabei de postar um outra história, sem nenhum compromisso. Caso queiram dar um olhada, é só entrar no meu perfil, mores.

Mas muito obrigada por ler, comentar e votar. Saber o que estão achando foi muito importante nessa jornada. Se eu voltei a postar é por causa de vocês, então muito obrigada, mesmo. 

pela última vez aqui (por enquanto)

gabszoka157


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