Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

O que eu sou?

Após as longínquas caminhadas do lobo perdido e da garota sem destino, o melhor pensado por ambos é descansar na casa de Afonso. Sem nenhuma objeção, permite que fiquem por lá o tempo que desejarem.

Em um quarto, com duas camas separadas, eles dormem por toda uma noite. A primeira de Aurora, após o acontecimento com sua família.

Na manhã, o Sol não passa das cortinas escuras da janela do quarto. Os lençóis não são nem tão finos e nem muito grossos, o que os torna super aconchegantes, e o colchão parece que os prende com tanta maciez.

A rua possui um intenso silêncio, o único barulho que importuna o sono salivado de Aurora são os roncos de Baal. Ela, aos poucos, abre seus olhos, enquanto o seu corpo, pesado pela preguiça, tenta se sentar na cama.

Olha para a sua esquerda e lá está seu amigo, a pele negra dele pinga suor. Ao mesmo tempo em que a sua cabeça nega constantemente, algo acontece em sua mente, pois suas garras rasgam com força o lençol.

Aurora, com medo do que está ocorrendo com seu amigo, tenta chegar perto dele no momento que ele vira de costas para ela. Ao encostar nele, Baal se reorienta bruscamente, arranhando o braço dela.

O grito de dor acorda o lobo. Vendo o que havia feito, assustado e testemunhando o sangue escorrendo pelo braço de sua amiga, ele a puxa para a cama, pondo-a em seus braços. E pede desculpas diversas vezes.

Aurora, surpresa, percebe a fragilidade do lobo nesse momento. Com isso, ela apenas fica ali e ignora sua dor para poder sanar a dele.

Depois de um bom tempo abraçados, ela se levanta e sai do quarto. Vendo que está no segundo andar da casa, bate à porta ao lado de seu dormitório, sem resposta, ela a abre.

É o dormitório de Afonso, com uma enorme cama de casal e algumas flores na janela. Ela adentra o quarto e nota algumas bonecas no canto direito, sobre uma cômoda branca.

Os bonecos de pelúcia possuem dois colares de prata que chamam a sua atenção, mas ela resolve não se meter.

A menina ouve o barulho de panelas batendo no primeiro andar e, por causa disso, sai. Descendo as escadas, o ruído de metal se chocando contra a madeira fica cada vez mais alto. Aurora, ao chegar na entrada da cozinha, vê o senhor picotando frutas.

Afonso cozinha um aroma doce e forte em uma panela, um caramelo que borbulha e derrete a cada vez que a colher de pau sobe da calda.

Ao terminar de picar as maçãs, bananas, peras e morangos, coloca todas as frutas na panela, misturando com a calda. Isso faz com que a barriga de Aurora trema de tanta fome, fazendo um barulho tão estrondoso que o homem percebe a presença e o sorriso doce da hóspede na entrada da cozinha.

— Aurora! Bom dia.

— Bom dia, senhor Afonso. — Ela se senta à mesa.

— Dormiu bem? — Afonso começa a tirar as coisas da panela, colocando em um pequeno prato para entregá-la. — Eu consegui ouvir os roncos de seu amigo, ele realmente deve estar cansado.

— Estava tão cansada que nem consegui ouvi-lo. — Ela toca na ferida em seu braço.

— Pelos deuses! — Afonso tira, de um armário embaixo da pia, uma garrafa do líquido verde que os avós da menina usavam para curar as pessoas. — Como foi que isso aconteceu?

— Nada demais...

— Foi ele, não é? — pergunta Afonso. — Na época que ele vivia com Sophia eu o vi por poucas vezes. Ele sempre tem esse semblante raivoso. Tome cuidado! Caso queira, pode ficar por aqui...

— Ficar... Com o senhor...? — Aurora percebe a sinceridade e confiança que o vetusto passa, então aos poucos começa a pensar na possibilidade.

"Por que tive vontade de segui-lo?", pergunta-se.

— Bom dia — diz Baal com uma expressão um pouco mais seca.

— Bom dia — respondem ambos.

— Está melhor? — Baal separa a franja da garota e beija a sua testa.

— Estou sim, Afonso me ajudou. — Eles se olham e o lobo abaixa a cabeça em forma de desculpas.

— Coma, você deve estar com fome. — Afonso oferece um prato com as frutas caramelizadas, mas, ao sentir o cheiro de perto, Baal recua.

— Você tem... Carne? — O senhor e a garota riem.

Afonso indica à Aurora onde pegar a carne, enquanto o idoso sai por um instante e sobe as escadas. Baal procura um prato ao perceber que sua amiga havia encontrado o que queria. Eles então giram na mesa até chegar em duas cadeiras próximas para que possam se sentar um ao lado do outro.

A garota olha para os dentes da fera e se lembra da noite em que se conheceram, os caninos ensanguentados pela carne das pessoas que queriam matá-la. Quando ele a olha, a expressão de sorriso sai de sua face e um questionamento volta à sua cabeça enquanto ela come: "Por que tive vontade de segui-lo?".

O dono da casa volta à mesa para acompanhá-los no café da manhã. Ele põe o livro de magia de Aurora no balcão e o abre assim que se senta. Em seguida, encara a garota.

Aurora não percebe por tanto tempo, até que o lobo dá um leve toque de cotovelo em seu ombro. Ela para de quase pôr a cara no prato e limpa com a mão um pouco do caramelo que caiu em seu queixo.

— Fiz algo de errado? — Ela olha de volta para Baal, que encara Afonso.

— Você sabe, não é? — Afonso direciona suas palavras para Baal.

— Sei... — Baal responde em um tom seco.

— Não deixarei que a leve.

— Agradeço a sua hospitalidade, porém isto não é uma questão com alternativas, o matarei se necessário. — A fala de Baal assusta Aurora.

— O que está acontecendo!? — O tom da voz de Aurora aumenta. Olhando fixamente para Baal, sua íris treme, enquanto seu corpo se arrepia pelo medo.

— Conte a ela — diz Baal rispidamente a Afonso.

— Contar? — Ela se vira para o senhor, que suspira.

— Ontem peguei para ler o livro que seus avós deixaram, e como um costume meu de adolescente, abri ele em suas últimas páginas. Eu já desconfiava de você, Aurora. Você pode não ver ou sentir porque nunca mexeu com magia, mas... — Ele dá uma leve pausa. — A magia no mundo é algo acessível a todos que querem conhecer esse universo místico. Contudo, para alguns ela é algo mais "exposto", por vezes devido a... — Afonso, com as mãos, começa a fazer as representações de tudo aquilo que tenta dizer, uma energia verde fina dança em sua palma. — Genealogia... Por ter pais que conhecem tanto desta arte... — Afonso interpreta uma família com uma energia em suas palmas. Algo de tonalidade verde que dança como se estivesse vivo. — Você acaba tendo mais facilidade com esse ambiente de energia mística.

— Está dizendo que meus pais passaram isso para mim? — pergunta a garota.

— Não só isso... — Afonso deixa que a energia de suas mãos se esvaia para que possa coçar os olhos, enquanto acha algo para falar.

— Seres humanos... — continua Baal. — Eles existem em uma árvore muito específica nessa genealogia. Encontram-se duas classificações: os Elementais e os Escolhidos. — O lobo não a olha, apenas encara o homem. — Enquanto um possui uma facilidade absurda para ampliar e manipular seus poderes através dos elementos, o outro consegue utilizar magias feitas pelos próprios deuses ou invocar monstros poderosos.

— Antigamente — Afonso volta a pôr a energia azul na palma de sua mão. —, Escolhidos e Elementais eram duas casas de magos que nem sequer se falavam. Os dogmas e formas de reger o mundo são ainda muito distintos, então eles sempre acabavam em guerras impetuosas onde impérios vastos caíam ao chão, com tamanho poder esboçado por ambos. Essa guerra cessou quando a maga mais poderosa dos Elementais se apaixonou por um dos Escolhidos mais devotos. O amor e o cansaço das mortes fizeram com que as guerras tivessem um fim, contudo, ambos foram expulsos de suas designações e proibidos de utilizar a magia. Assim, eles descumpriram a regra e fizeram uma última magia, a mais poderosa de todas: — Nas energias azuis, uma mulher grávida surge. — A magia da vida. — E continua. — Um acontecimento super raro surgiu, o nascimento de um bebê que transbordava poder. Porém, não o poder que víamos em magos poderosos. Era algo destrutivo na mesma intensidade em que era inovador, por isso os melhores feiticeiros vieram ao encontro do casal e da criança. Alguns queriam matá-la, outros ansiavam protegê-la, mas seus pais só ambicionavam que ela vivesse. Ela era conhecida como Aberrante, uma nomeação que transcendia Elementais e Escolhidos, algo superior a tudo o que conhecemos.

— Sophia, antes de me selar, me pediu uma última coisa. — Baal olha para Aurora, que está perdida com tantas informações. — Ela implorou para que eu te protegesse como eu a protegi.

— Você é uma Aberrante, Aurora. Uma pessoa que nasceu com tanto poder místico que não sabemos se você pode mudar o mundo ou destruí-lo.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro