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Feridas

Um homem grita de dor dentro de uma casa, sua larga ferida na barriga é pressionada por uma mão envelhecida, que brilha em um azul intenso. Enquanto a senhora tenta acalmar o soldado viajante, outro idoso abre a porta com a perna, levando uma bacia de água verde para a beirada da cama.

— Veja, velha, fiz poção de cidreira.

O senhor pega um pano guardado em sua humilde cômoda, com as portas caindo aos pedaços, e o molha no líquido suspeito.

A idosa segura o tecido úmido oferecido e coloca em cima do enorme corte. Ela põe as mãos do paciente pressionando o pano. No rosto dele são nítidos os seus delírios de dor.

— Isso é para você aprender a não tentar caçar ursos-pardo nessa região. Nem nós que somos daqui o caçamos, imagina um viajante — fala a senhora. — Agora você aperta o pano sobre a ferida e espera, que tomaremos um chá.

Os dois anciões saem do quarto e fecham a porta, reduzindo o som, para que este não incomodasse o tão respeitoso chá. O senhor pega na pia da cozinha duas xícaras de porcelana e as enche com o líquido quente, as leva para o sofá e entrega uma à senhora.

A janela e a porta da sala deixam o vento correr e o ar circular, dando um frio no local.

— Sophia... O grito dele espanta os pássaros — reclama o senhor.

— Frederico, temos que parar com isso, nossos corpos estão acabados e nossas mentes não aguentam mais ver sangue — responde a senhora, que em seguida toma sua bebida.

— As coisas estão muito estranhas depois que esse novo rei de Myan tomou posse, tenho medo do que possa acontecer a nós... — Frederico deu uma leve pausa, respirando profundamente. — Principalmente com Aurora.

O senhor está vestido com casaco vermelho de tecido leve, uma calça castanha e chinelos, enquanto a senhora veste uma saia longa e os mesmos calçados. Eles aparentam não gostar de nada que sufoque seus pés.

No lado de fora, uma garota corre de encontro à casa, seus cabelos loiros flutuam ao vento, enquanto sua respiração se mostra ofegante e seu coração bate forte. Seu corpo gordo não condiz com a natureza de seu rosto chupado, e seu pescoço é alongado como o de um cisne.

Em seu olho direito ela possui uma pinta e está com um longo vestido azul florido que vai até seus joelhos. Chega rapidamente, atravessando a porta e olhando para os idosos, seu rosto de espanto e o suor sobre seu torso deixam Sophia apreensiva enquanto Frederico continua a se deliciar com o chá.

— O exército imperial está vindo, eles desconfiam de um desertor aqui no vilarejo. — Com a fala da garota, Sophia levanta-se, na velocidade que seu corpo e ossos permitem, e vai a passos acelerados para o quarto. Enquanto isso, Frederico bate em seu peito para tentar não morrer engasgado com o chá em sua garganta.

— Sophia! Conjure o encanto de invisibilidade no quarto para que não tentem investigar. Aurora, faça uma cara de desentendida, coisa que sempre faz quando esconde algo de nós, e tente atrasar ao máximo os soldados quando vierem em nossa casa. — Frederico também se levanta na velocidade que pode e joga as xícaras de chá na pia.

— Pode deixar, avô! Espera, eu não faço cara de sonsa, muito menos minto para vocês.

— É essa cara mesmo! Quando chegarem, caso venham aqui, distraia-os.

Após muito tempo, os guardas do império chegam no vilarejo, portando suas lanças e escudos, com espadas embainhadas e armaduras pesadas. Antes, os cidadãos viam admiração em tais serventes do Estado, a corrupção de Myan, porém, os tornou vis, e os olhares de respeito das pessoas converteram-se a medo e desgosto.

Eles passam chutando barris com água e empurram os aldeões que estão muito próximos. As casas com portas fechadas são invadidas a chutes.

— Procurem em tudo — diz o comandante deles, um homem de tapa-olho com o queixo dividido por uma cicatriz.

O líder, ao ver Aurora escondendo-se pelos cantos da porta de sua casa, caminha sozinho em direção a ela. Quando entra no imóvel, vê a garota sorridente e trêmula à sua frente, enquanto a avó lê um livro curto e o avô lava uma louça que nem sequer estava suja.

— Por que treme tanto? Algo coça em seu corpo, garota...? — Sua voz é grossa e ele fala pausadamente, sendo nítido o seu desrespeito com os residentes.

— Sim! Meu corpo coça em admiração! É a primeira vez que olho de perto soldados do Império de Myan. Sempre os achei os guerreiros mais fortes do mundo. Meu pai, antes de falecer, contou inúmeras histórias de como vocês guerrearam contra Saluem e mesmo com as adversidades... — Ela fazia as encenações, fingindo estar com espadas, batalhando contra o invisível. Então ergue seu braço aos céus com o dedo apontado. — Venceram a guerra. Aqui na aldeia dizem que foi a guerra mais difícil dos séculos. Talvez até dos milênios. Você esteve nela?

— Bem... — Os olhos do soldado desviam do olhar da garota. — Claro! Eu era um dos generais daquela guerra, não houve e não haverá inimigos piores do que os soldados do império Saluem! — O homem fecha os olhos em satisfação, mas sua boca treme e suas palavras parecem mentirosas

— É uma honra conhecê-lo, meu herói! — Ela aperta a mão dele.

— Criança, tens quantos anos? — Seu desrespeito torna-se soberba.

— Tenho catorze. Me chamo Aurora, é um prazer!

— Igualmente. Bem, não vejo nada de anormal por aqui, então passar bem. — O comandante sai. O barulho do metal batendo contra o solo foi ficando cada vez mais longe.

— Meu herói? — questionou Sophia.

— Que foi?

— É por isso que você não consegue mentir para nós — responde Frederico enquanto enxuga as mãos — É péssima contando mentiras, só um retardado para conseguir aceitá-las.

— Vocês devem me agradecer, isso, sim!

Sophia levanta-se e desativa o feitiço de invisibilidade do quarto que está na alcova. Após muito sofrimento, a dor fez o homem desmaiar. Ao retirar o pano, a velha constata que a cicatrização já está acontecendo. Ela o passa novamente na água verde e coloca sobre a testa do viajante, então volta para a sala.

— Ele está melhor — disse a senhora.

— Então... Salvei a pele de vocês. Será que eu poderia aprender magia? — Aurora pôs o rosto próximo ao de sua avó.

— Não.

— Mas, vó...

— Mas nada! Conversamos sobre isso antes, Aurora, nunca te ensinaremos magia.

— Eu poderia ajudar vocês a cuidar dos feridos.

— Você nos ajuda não sendo um deles, minha querida. Respeite sua avó. — Frederico pôs a mão nos ombros da neta.

— Não! — Ela se levanta. — Vocês não confiam em mim. Poxa! Eu só ouço "não", no entanto, os motivos são os mais banais possíveis. Quero ajudar! — Raivosa, ela sai de casa. Alguns soldados veem a jovem correndo pelo vilarejo, porém o comandante pede para que não mexam com ela.

Contudo, ela não foge aos olhares de um deles.

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