Capitulo 33 - Shalom
Saí do quarto de Sarah e voltei ao meu, porque será que todos achavam que eu sentia o que não sentia? Essa curiosidade insana do “porquê” eu eliminei a Lexy.
Eu a eliminei e isso deveria bastar certo? Mas não! As garotas são sempre tão curiosas, em relação a saber as coisas que as outras fizeram ou deixaram de fazer, que irrita!
Aposto que agora Sarah estaria se remoendo achando que eu estava apaixonado por Lexy, na verdade eu gostava dela, mas a pressão que ela fazia não me deixava inclinado a ceder, sendo assim eu acredito que não estava apaixonado por ela, depois que eu pensei melhor, eu gostava dela de verdade, era linda e etc, mas eu nunca me senti realmente e incondicionalmente atraído por ela.
Mas era isso, eu só não gostava de ser questionado sobre o que eu fiz, eu fiz e acabou vamos em frente.
Retirei a roupa, coloquei o pijama e me deitei, nos próximos dias eu não poderia falar muito com as meninas devido a recepção da Itália e da Noruécia, eu estava animado em ver a Tia May e a tia Nicoletta, estava com saudades.
Eu dormi com o pensamento feliz de como minha vida era fácil e feliz da última vez que visitei minhas tias na Itália. Acordei abruptamente com alguém pulando em cima de mim, demorei algum tempo para conseguir abrir os olhos, a luz estava dificultando tudo.
- Acorde logo Shalom – a voz feminina disse e eu abri os olhos, me assustando.
- Bianca? O que faz aqui? – eu disse ao reconhecer a voz.
- Queria falar com você urgente – ela disse.
- Poderia por gentileza sair de cima das minhas costas, para que eu me vire? – eu pedi agora dando graças por ter dormido de pijama ontem.
- Desculpe – ela disse saindo de cima de mim.
Me virei e sentei na cama olhando para ela espantando, ela riu.
- É eu sei, estou péssimo, despenteado e com a cara amassada.
- Lindo como sempre – ela disse sorrindo e eu rolei os olhos para ela com aquela expressão que diz “Só pode estar brincando”, ela riu ainda mais.
- Sabe que é contra as regras estar aqui certo?
- Sim, mas eu não sabia se teria tempo de falar com você hoje – ela disse e eu considerei por uns segundos, e então suspirei dizendo.
- Mas me diga o que é tão urgente? – perguntei, esfregando a mão nos olhos.
- Meu aniversário em cinco dias – ela disse sorrindo feliz.
- Sério? – perguntei com cara de bobo.
- Sim! Nem acredito que vou poder passar meu aniversário na seleção, no palácio e com você – ela disse ainda sorrindo, dando ênfase na última palavras.
- Que ótimo, vamos fazer uma festa, e chamar os pais de vocês o que acha? – eu disse fingindo animação.
- Seria fantástico! – ela exclamou.
- Vou falar com a minha mãe, dias corridos em? Quero dizer dentro de dois dias vocês devem apresentar a recepção de vocês e depois sua festa, imagino que será bem corrido.
- Eu não ligo, acredito que tudo dará certo – ela disse.
- Sei que sim... Espero que a festa não a decepcione, já que está acostumada a grandes festas – eu comentei.
Bianca era filha dos donos da maior rede de academias de toda a Illéa, eles possuíam várias lojas artigos esportivos também, ela era muito rica e havia me contado que as festas de aniversário dela e de sua irmã, eram sempre muito extravagantes, luxuosas e etc. Não que aqui no palácio não seria, mas por todo tempo de conversa entre nós eu sabia que Bianca era bem enjoada.
- Só o fato de poder ficar com você, fará essa festa inesquecível – ela disse me olhando intensamente.
Eu não sabia o que dizer, na verdade isso era algum tipo de cantada barata, ou eu estava ficando paranoico?
Como eu fiquei em silencio ela aproximou-se de mim e eu me afastei rapidamente, ela estreitou os olhos.
- Por que se afastou? – ela perguntou.
- Porque eu estou com mal hálito matinal. Então eu acho melhor ficarmos a uma certa distância – eu disse e ela percebeu que meu argumento era valido.
- Nos vemos no café da manhã? – ela perguntou voltando a sorrir.
- Sim, já contou as outras?
- Não! Achei que poderíamos contar juntos – ela disse radiante.
Tive vontade de rolar os olhos, eu não gostei de como essa palavra não parecia certa, “juntos”.
- Pode ser, nos vemos no café então – eu disse forçando um sorriso.
Ela me deu um beijo demorado na bochecha e saiu saltitante do meu quarto.
Cai na cama e fiquei pensando, não é que eu não gostava da Bianca, mas ela era uma boa amiga, eu realmente não sentia nada além de amizade, sei que eu a beijei algumas vezes, mas parece que quanto mais se estreitava a Seleção, menos eu me sentia atraído por algumas das participantes.
Levantei e fui me arrumar para o café da manhã, ficar na cama pensando essas coisas não me traria nada de bom.
Terminei de me arrumar rapidamente e desci para o café, quando cheguei meu pai estava na ponta da mesa como sempre, minha mãe ao seu lado direito com Lucky ao lado dela, e Grace sentada de frente para ela, minhas meninas ainda não haviam chego.
Desarrumei o cabelo de Lucky que sorriu travessamente para mim e fiquei entre meus pais, beijei minha mãe na bochecha e coloquei minha mão no ombro de meu pai.
- Pai existe alguma regra, que me impeça de eliminar com certa frequência as meninas? – perguntei baixo perto dele.
- Acredito que não – ele disse.
- Já fez sua escolha filho? – minha mãe perguntou.
- Apenas das que eu definitivamente não quero nada – eu disse e ela sorriu.
- Alguma delas já tem seu coração?
- Você sabe que sim – eu disse a ela sorrindo.
- Precisa de alguma ajuda? – perguntou meu pai.
- Sim, mas é da mamãe na verdade. Uma delas fará aniversário em cinco dias – eu disse suspirando.
- Lembra-se America? Na minha seleção uma delas fez aniversário também – disse meu pai sorrindo.
- Sim, foi a Kriss... E a Celeste acabou com a festa – ela riu ao lembrar-se e eu revirei os olhos.
Amberly entrou com o pequeno Josh e Antony.
- Bom dia – ela nos saudou sorrindo.
Após os cumprimentos matinais, passei por Grace beijando sua testa, Amberly colocou o Josh em uma cadeirinha de bebê e sentou-se ao lado dele e de Antony de frente para mim que sentei-me ao lado de Lucky.
Emma e Zoey entraram juntas para tomar café e eu fiz sinal para elas sentarem-se perto de mim.
- O que devo a honra? – brincou Emma sentando-se na minha frente, e Zoey sentou ao meu lado.
- Nada, só me certificando de que não será a Bianca ao meu lado – eu confidenciei a elas.
- Problemas no paraíso? – debochou Zoey.
- Paraíso? Francamente! – eu disse e elas duas riram – Alias estão amigas agora?
Eu quis saber e elas se entre olharam.
- O projeto nos uniu – disse Zoey dando de ombros.
- No final das contas ela não é tão ruim – disse Emma fingindo desdém.
- E você é engraçadinha – brincou Zoey e nós rimos.
Olhei para o lado e meus pais estavam conversando entre si, em quanto Antony e Amberly faziam o mesmo, Grace estava brincando com Josh e Lucky estava brincando com a comida.
- O que é tão engraçado assim? – perguntou Holly sorrindo e sentando-se ao lado de Emma, ela havia chego junto com Sabrine.
- A Emma, sempre! – disse Zoey.
- Eu gosto desse posto também, teremos de disputar esse título Emma – disse Sabrine sentando-se ao lado de Zoey.
- Vamos fazer um concurso de melhor bobo da corte – sugeriu Emma.
Voltamos a rir quando Bianca entrou sorrindo.
- Meninas, eu e o Shal temos uma notícia ótima para dar a vocês – ela disse parando ao lado de Holly e descansando as mãos nas costas da cadeira da mesma.
O clima ficou tenso, será que elas pensavam que eu havia escolhido a Bianca? Pigarreei e eu ia falar quando Sarah entrou e eu limpei meu rosto de expressões.
O cabelo dela agora estava escuro, em cachos grandes como eram os de Lexy, ela usava um vestido vermelho sem alças e com um decote bem acentuado, uma fenda na perna. Definitivamente vestida para conquista e eu sorri com isso. As reações foram diversas, Emma não deu importância, Sabrine estava sorrindo feliz, Zoey ao meu lado pareceu espantada no começo mas deu de ombros.
Bianca estava de boca aberta, e Holly... Bom ela não teve reação alguma.
- Porque estão todos em silencio? – perguntou Holly sem entender.
Sarah sorriu timidamente para nós, e Sabrine fez um sinal e ela aprumou-se e ergueu a cabeça.
- Você está vulgar! – exclamou Bianca parecendo indignada.
- Não vejo nada de errado com a roupa dela – disse Sabrine em desafio.
- Bom como eu estava falando anteriormente, em cinco dias eu farei aniversário – ela disse feliz ignorando a presença de Sarah.
- Todas podem convidar seus familiares para comparecer – eu disse mecanicamente.
- Será fantástico não? – perguntou Bianca a todos.
- Ficarei feliz em passar algum tempo com a minha mãe e meus irmãos – disse Holly sorrindo.
- Meu pai vai pirar – disse Sabrine.
Zoey, Emma e Sarah ficaram em silencio.
- Pode sentar ‘querida’ – disse Bianca para Sarah, cedendo o lugar ao lado de Holly e dando a volta para sentar ao lado de Sabrine.
Ao final do café da manhã eu puxei Sarah de canto e as outras saíram para fazer seus projetos, Zoey e Emma foram a frente dizendo que a esperariam na biblioteca.
Sarah me olhava cheia de expectativa e sorridente, aprumando-se para deixar seu decote mais evidente. Coloquei minhas mãos em seus ombros e ela estremeceu.
- Sarah, você não precisa ser o que não é só por minha causa – eu disse e ela pareceu ficar triste.
- Não gostou?
- Se não gostei? Sarah você está maravilhosa! Mas essa não é a Sarah que eu conheço – eu disse olhando-a nos olhos.
Ela foi aproximando-se e beijou meus lábios, mas eu não retribuí o beijo, então foi apenas um selinho.
- Por que você faz essas coisas? – ela perguntou com os olhos cheios de lagrimas.
- O que?
- Isso, você não me quer e ao mesmo tempo quer, eu não sei o que você quer – ela disse.
- Eu quero que você seja você mesma e não que tente imitar outras pessoas – eu disse sério.
- Eu não estou imitando ninguém – ela respondeu ofendida.
- Seus cabelos estão iguais aos da Lexy e seu vestido é modelo Samantha – eu disse.
- Estou vulgar então?
- Você está linda Sarah, mas essa não é você – eu disse e ela se mexeu soltando-se de minhas mãos.
- Pois acostume-se porque a Sarah, boba, monga, tímida e estupida morreu e essa é a nova Sarah quer você queira quer não! – ela disse em tom de desafio.
- Sarah... – eu pedi.
- Sem mais! – ela disse, me encostando contra a parede e voltando a me beijar com intensidade, mas de novo eu não retribuí o beijo.
Ela se afastou parecendo ofendida.
- Voltaremos a ter essa conversa Shalom e quando isso acontecer, você quem irá implorar para me beijar – ela disse e saiu.
Fiquei olhando ela se retirar abobado, o que foi isso? Eu não queria beija-la, não essa Sarah que era uma mistura de Lexy com Samantha.
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O tempo passou e estávamos ás vésperas da recepção da Itália, Sarah continuava vestindo-se cada vez com menos panos, até meu pai achou estranho. Lucky ficava olhando para os decotes dela descaradamente, Antony e Amberly resolveram jantar sempre sem seus quartos com a desculpa de estarem ocupados. Percebi que a nova Sarah estava incomodando minha família, eu estava a ponto de ter de dispensa-la por isso, eu lhe daria uma chance de se comportar durante a recepção.
Fui ao quarto de Holly, ela sempre conseguia me fazer pensar por outro prisma.
Bati na porta e esperei ela pedir para entrar, entrei e a vi em sua varanda.
- Ai nossa precisamos pegar pano para esse vestido lá na oficina, vamos meninas! – disse uma das assistentes dela e elas três saíram.
- Duvido muito que elas realmente tinham que pegar material – comentou Holly rindo.
- Provavelmente não – eu disse rindo e me aproximando dela.
- O a brisa cálida de Angelis é realmente agradável – ela disse sentindo uma leve brisa passar por nós.
- Incrível como você é perceptiva para as pequenas coisas.
- Faz parte da condição, quando você não tem um sentido, os outros se aprumam – ela disse sorrindo.
- Preciso de você Holly – eu disse e ela pegou minha mão me conduzindo de volta para dentro.
Ela me levou para sua cama e nos sentamos na ponta, ela continuou segurando minha mão e eu sorri.
- Diga o que o aflige – ela disse.
- Eu não sei mais o que posso fazer com a Sarah – eu disse.
- Entendo, eu também não sei mais – ela disse suspirando de frustração.
- Como assim?
- Sabrine e Bianca discutem o tempo todo, nosso trabalho será uma porcaria porque não fazemos nada. Elas discutem o tempo todo e eu tento acalmar, mas não consigo – ela disse frustrada.
- Minha família não fala nada, mas eu sei que estão incomodados e eu estou vendo a hora que um deles virá pedir para eu fazer algo.
- O que pretende?
- Pensei em esperar e ver como será a apresentação da Itália...
- Já conversou com ela?
- Várias vezes, ela está irredutível.
- Você pretende eliminar ela? – ela perguntou com pesar.
- Eu não quero, mas o que eu posso fazer?
- Às vezes você pode ser mais sutil, se falar com ela diretamente não resolve, fale com quem ela escuta – ela sugeriu.
- Sabrine?
- Sim, aposto que isso tem alguma coisa a ver com a Sabrine, a forma como ela defende a nova Sarah é suspeita – disse Holly.
- Farei isso – eu disse beijando a testa de Holly.
Depois do nosso primeiro beijo Holly havia pedido para que eu não a beijasse nos lábios de novo, era algo relacionado a suas crenças, ela queria ser verdadeiramente beijada por seu marido então, ela preferiria esperar por esse beijo especial e eu respeitei suas vontades.
- Holly, me fale um pouco da vida fora da seleção, sempre me sinto feliz pensando sobre isso – eu pedi.
- Tudo bem, mas pode ser receptivo – ela disse sorrindo.
- Não tem problema, escutar você descrever sua vida é sempre muito interessante – eu disse caindo para trás, deitando em sua cama.
- Bom todos os dias pela manhã minha mãe faz o café da manhã, as vezes comemos waffles, panquecas ou ovos mexidos, então minha mãe vai para o seu primeiro turno na lanchonete local, meu irmão Joe é currier em um mini golf então ele sai cedo também, meu outro irmão Bob vai para officina mecânica depois de me deixar no centro comunitário. Na hora do almoço almoçamos todos na lanchonete onde minha mãe trabalha.
- Qual nome da sua mãe?
- Suzan – ela respondeu sorrindo
- Qual a idade dos seus irmãos?
- Joe tem quinze anos e o Bob tem 20 – ela respondeu com uma expressão distante.
- Está com saudades?
- Um pouco, sinto falta da rotina calma e tranqüila que tínhamos, sinto falta de dar aula, de ajudar as crianças cegas a conseguirem ir adiantes, de ensinar musica a crianças ricas e mimadas que no fundo apenas querem chamar a atenção. Em fim as pequenas coisas sempre foram realmente importantes para mim.
Ficamos em silencio, era impossível não rir e ser amigo de Emma, era impossível não brigar com a Zoey, como era impossível não amar a Holly, ela era incrível.
Passei um bom tempo com a Holly, ela sempre conseguia acalmar minha alma, ao sair de seu quarto fui dormir, seria um longo dia.
Entrei em meu quarto, me troquei para dormir, depois do dia que Bianca entrou em meu quarto pela manhã me acordando daquela forma, todas as noites eu dormia de pijama completo.
Claro que eu pedi aos guardas para tomarem mais cuidado, eu não queria receber visitas indesejadas de novo.
Deitei em minha cama e não tardou para eu pegar no sono.
Acordei pela manhã e de novo não fui correr, os funcionários do palácio estavam doidos fazendo os últimos preparos da recepção que seria no jardim. Resolvi que seria melhor não correr, sem contar que eu não andava disposto a correr com a Bianca, ultimamente a única coisa que ela fazia era reclamar de alguma coisa, atualmente da vestimenta de Sarah.
Me arrumei e desci para o café da manhã, que seria servido no jardim com o lado italiano da minha família.
Assim que pisei nos degraus que davam para o jardim, fui abordado com um abraço forte.
- Como você está grande Shal!
- Tia May, a senhora está maravilhosa – eu disse retribuindo seu abraço.
- Precisa ir me visita mais vezes, quero que sua lua de mel seja na Itália! – ela exclamou ao me soltar e me fazendo engasgar.
- Tia, eu nem me casei ainda – eu disse amedrontado.
- Questão de tempo meu querido – ela disse.
- Falando nisso onde estão as anfitriãs da recepção? – perguntei a ela.
- Estão bem ali – ela disse apontando.
Emma estava com um vestido com estampa floral azul, as mangas eram curtas e o decote redondo, ela estava conversando com as minhas primas filhas da tia May, pouco mais novas que eu.
Sarah estava com um vestido de estampa floral vermelha, sem alças o que deixava seu decote maior, ela estava conversando com alguns homens, e eu os reconheci, um deles era o filho da minha tia Nicoletta.
Zoey estava mais afastada, ela estava com a mesma estampa floral das outras duas, mas as flores de seu vestido eram rosas negras, as alças eram grossas e o decote quadrado, quando olhei com bem, logo reconheci com quem ela falava, e eu gelei. Ela estava falando com a minha tia Nicoletta. Não quero nem pensar o que elas poderiam conversar e rir tanto.
- Com licença tia, não sei se é bom deixar a Zoey com a rainha Nicoletta – eu disse saindo apressado.
- Calma Shal, elas estão apenas se divertindo – gritou minha tia May rindo.
- ... Não acredito que aprendeu com um comerciante local – ia dizendo tia Nicoletta.
- Não foi grande coisa, mas melhor que nada – brincou Zoey e as duas riram.
- Majestade – eu cumprimentei a rainha Nicoletta e me puxou para um abraço.
- Sem formalidades, somos todos da mesma família – ela disse quando me soltou.
- Gostaria de um ponche? Eu vou buscar – disse Zoey.
- Claro querida, agradeço – disse tia Nicoletta a Zoey que saiu.
- Essa garota é simplesmente encantadora – ela disse olhando para Zoey na mesa de bebidas.
- Sobre o que estavam falando? – perguntei fingindo inocência.
- Deixe de ser curioso Shalom – ela disse me dando um empurrãozinho com o braço.
- Espero que ela não tenha sido desrespeitosa...
- Imagina, ela é incrível! Acredita que ela aprendeu algumas palavras de Italiano em uma pizzaria local? – comentou tia Nicoletta.
- Bem a cara de Zoey – eu disse sorrindo e olhando em quanto ela conversava com o príncipe Giovanni, filho mais velho da rainha Nicoletta, que eu carinhosamente sempre chamei de tia.
- Se você a dispensar, bem que o Giovanni poderia se interessar por ela – comentou tia Nicoletta e eu fechei o cenho.
- Terá que entrar na fila tia, a Katherine quer levá-la para Noruécia – eu resmunguei.
- Mas veremos se ela sairá de Illéa não é mesmo? Você gosta muito dela – disse tia Nicoletta rindo.
- Não só dela – eu respondi.
- Será? – disse minha tia me deixando surpreso, o que ela queria insinuar com isso?
- Desculpe a demora – disse Zoey entregando a bebida da tia Nicoletta, Giovanni veio com ela juntar-se a nós.
- Giovanni querido, vejo que já conheceu a nossa querida Zoey – disse tia Nicoletta.
- Sì mama, eu tive o prazer de conhecer as outras damas também – disse cordialmente Giovanni olhando para Zoey com encanto.
Não podia negar que ela estava linda, mas eu não estava gostando da forma como ele a olhava, ela estava olhando para tia Nicoletta então acredito que nem tenha reparado.
- Primo! – eu exclamei para fazer ele olhar para mim.
- Cugino mio! – ele disse me abraçando.
- Como você está? – perguntei tirando-o de perto dela.
- Muito bem, a recepção está linda – ele respondeu.
- Que ótimo, vou roubar a Zoey uns minutinhos – eu disse educadamente sorrindo e pegando as mãos dela.
Antes de sair, vi o rosto de desapontamento de Giovanni e o sorrido irritante de tia Nicoletta.
Por que diabos todos queriam dar um destino a Zoey?
Não nos falamos em quanto andávamos nos distanciando da recepção, todos acenavam para nós e éramos igualmente simpáticos com todos, entrei no castelo e a levei para uma saleta no primeiro andar.
- O que foi aquilo? – eu perguntei assim que fechei a porta.
- Aquilo o que? – ela quis saber sentando-se em um pequeno sofá que havia na saleta.
- A rainha Nicoletta, o príncipe Giovanni...?
- Eles são incríveis não é? A rainha nem se parece à rainha, ela é simplesmente incrível – ela disse entusiasmada – E o príncipe é muito educado e gentil, ele disse que estava de saco cheio da Sarah.
- Então ele é educado e gentil? – resmunguei.
- Deve ser de família não é mesmo? – ela respondeu me testando, não respondi – Esta com ciúmes Shalom?
- Quem eu? Jamais! – eu disse e ela riu.
Eu suspirei. O que eu estava fazendo? Melhor deixar para lá.
- Como foi trabalhar com a “nova Sarah”? – eu perguntei sentando-me ao seu lado.
- Nada demais, os decotes e as fendas dela não me afetam, ela não faz meu tipo – ela disse rindo.
- Não é isso, parece que o outro grupo está tendo problemas.
- A eu sei, a Bianca anda mal humorada e não está falando com a Sabrine, Holly contou para mim e para Emma.
- Entendi, que bom que tudo deu certo – eu disse.
- Sim, e eu preciso voltar antes que sintam minha falta – ela disse levantando-se, eu não queria deixa-la partir assim, eu queria... Eu segurei seu braço a puxando para mim, ela caiu no meu colo rindo.
- Já disse como está linda hoje? – eu disse olhando-a intensamente.
- Não, mas eu gostei dessa proximidade – ela sussurrou.
- Quem faz seu tipo? – eu perguntei, com medo da resposta.
- Você sempre faz o meu tipo – ela disse aproximando nossos lábios e eu a beijei com voracidade.
Passei minhas mãos com força em sua cintura puxando-a para mim, ela colocou sua mão direita em meu ombro direito e a outra manteve em meu rosto esse beijo urgente durou tempo suficiente para que eu não pensasse em mais nada além daquele momento. A porta abriu-se e nós nos separamos abruptamente e arfantes.
- Ah... Shal estavam procurando a senhorita Zoey – disse John tentando esconder um sorrisinho.
- Com licença – ela disse retirando-se arfante, ela saiu se recompondo.
- Meu deus! O que foi isso? – disse John quando ficamos sozinhos.
- Não é da sua conta John – eu disse.
- Beijo desentupidor de pia? A é sim! – ele brincou e eu lhe dei um soquinho de brincadeira.
- E você e a Emma em? – eu provoquei, mudando de assunto e saindo do foco.
- Somos amigos – ele disse rapidamente.
- Não sente nada por ela? – eu quis saber em quanto retornávamos a festa.
- Eu sinto profunda amizade – ele respondeu.
- Deixa de ser otário, responde o que eu quero saber caramba – eu disse e ele riu.
- Não sei, eu me sinto meio confuso – ele respondeu.
- Não deveria!
- Deixa de ser um cupido barato, por favor? – pediu John e eu gargalhei antes de entrar na festa.
Bianca veio até mim com um vestido lilás.
- Olha só a Sarah – ela disse apontando, Sarah estava cercada de rapazes e parecia que o assunto era realmente engraçado porque eles não paravam de rir.
- Bianca, vai cuidar da sua vida, por favor? – eu pedi de uma forma bem mal educada deixando-a sozinha.
Fazer o que? Ela havia me irritado, mas de certa forma ela estava correta, Sarah estava passando dos limites. Fui até Sabrine que estava conversando com Holly.
- Holly pode nos dar licença, por gentileza? – eu pedi e ela assentiu.
- Claro, depois nos falamos Sabrine – ela disse retirando-se.
- Nossa quanta urgência – disse Sabrine rindo.
- Sabrine, eu não sei o que está acontecendo com a Sarah, mas seja lá o que for, se continuar assim terei que eliminá-la da seleção – eu fui direto não adiantaria ficar cheio de rodeios.
- Shal, você não gostou da Sarah cheia de atitudes e roupas mais provocantes? – ela perguntou pasma.
- Não! Eu gostava da Sarah como ela era, assim ela é apenas mais uma das que eu eliminei na primeira fase e lembre-se eu as eliminei significa que não é o que eu procuro – eu disse a ela sério, eu não estava brincando, a antiga Sarah tinha seu espaço em meu coração, mas essa nova não.
- Mas Shalom ela está sentindo-se tão mais feliz – disse Sabrine com veemência.
- Infelizmente se continuar assim, ela será feliz com outro – eu disse sério.
- O que espera de mim? – ela perguntou em tom de desafio.
- Que fale com ela!- eu exclamei.
- Por que você não fala? – ela perguntou com o mesmo tom de desafio.
- Eu já tentei várias vezes, mas ela simplesmente não me escuta – eu disse frustrado.
- Eu farei isso quando der... – ela ia dizendo e eu a interrompi.
- Saberine, ou faz alguma coisa agora ou será tarde demais – eu disse apontando para ela com os outros homens.
- Shal eu... – ela começou e eu tornei a interrompê-la.
- Já sabe como me sinto depois não me acuse injustamente – eu disse seco.
Eu saí de perto dela, deixando em suas mãos se ela iria agir ou eu mesmo teria que o fazer.
Fui em direção aos meus pais, vi os gêmeos correndo com as crianças, estavam todos brincando.
- Querido está tudo bem? – perguntou minha mãe, aproximando-se de mim antes que eu chegasse à rodinha deles.
O bom da minha mãe é que ela sempre sabia quando eu queria falar com ela.
- Você sabe o que é mamãe, uma delas excedeu os limites – eu disse frustrado.
- Já tentou conversar com ela? – perguntou minha mãe.
- Sim, e ela está irredutível.
- Então se não houver como e se você não sente nada por ela, poderá eliminá-la depois das recepções – ela disse pesarosa.
- Eu sei, não queria ter que chegar a tanto, eu gostava dela, gostava dela antes disso tudo – eu disse triste.
- Sei que sim – ela disse acariciando meu rosto.
- Está tudo bem? – perguntou Amberly juntando-se a nós.
- Sim, Ambes – eu disse suspirando.
- Bom então vou roubar a mamãe, porque a mãe da rainha Nicoletta está querendo ver a mamãe – ela disse levando nossa mãe.
Olhei de novo na direção de Sarah e ela não estava mais no mesmo lugar, agora estava em um canto mais distante conversando com a Sabrine, ela não parecia muito feliz.
Antes do almoço, Sarah havia dito a todos que estava se sentindo indisposta e saiu da recepção, eu não sei o que Sabrine disse a ela, porque não vi mais a Sabrine também, mas dada as circunstancias eu não queria nem pensar sobre isso, Holly estava com a Emma e mais duas moças da comitiva da Itália, elas pareciam divertir-se. Eu estava em uma rodinha de conversa com algumas pessoas da comitiva da Itália e não estava de fato prestando atenção na conversa. Eu estava olhando para Zoey que agora conversava com minha tia May, seu marido e para a minha surpresa Antony estava com eles.
Olhar Zoey de longe sempre fazia com que eu sentisse uma coisa estranha, eu não sabia o que era, mas eu me questionava como seria se eu não a visse mais, e se eu não a amasse e não a escolhesse? Essa dor passaria?
Eu não estava disposto a saber ainda, eu queria poder olhar para ela pelo menos, mesmo que não fosse possível ficar ao seu lado. Mesmo sabendo que o que eu sentia por ela era algo avassalador, eu não sabia dizer se era apenas desejo ou se eu de fato a amava, e no final das contas como eu saberia responder a essa pergunta?
Será que se ela se declarasse, dissesse que me amava eu seria capaz de retribuir? Eu seria capaz de dizer que a amava? Porque eu não sabia dizer se eu de fato a amava.
Por hora eu me contentaria, com esse sentimento que era forte, o que eu sentia pela Holly era diferente era algo cálido e sincero, mas Zoey me fazia perder a noção do certo e do errado, fazia com que eu perdesse os sentidos e me fazia ir ao infinito e muito além, seria isso amor?
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