Capitulo 32 - Sarah
Estava mais feliz em saber que o Shalom havia voltado a ser quem era, eu me senti péssima sem sua presença, eu gosto de ficar perto dele mesmo que ele esteja rodeado por toda a elite, mas apenas de ver que ele está bem, já me deixa bem.
Estávamos na biblioteca e eu estava pensando nele quando a Emma jogou uma bolinha de papel na minha cabeça, me tirando de meus devaneios.
- ... Como? – perguntei sonsamente.
- Planeta terra para Sarah! – disse Emma e Zoey riu.
- Acho que perdemos uns cinco minutos falando com você – disse Zoey.
- Desculpem, poderiam repetir? – eu pedi, elas se olharam e desataram a rir e eu fiquei sem entender.
- Estávamos falando sobre as flores e a decoração apropriada – disse Emma entre risinhos.
- Olha essas anotações, achamos que seria interessante usar cores alegres – disse Zoey mostrando-me suas anotações.
- Acho que seria legal, aprender alguma coisa de Italiano também – disse Emma.
- Eu sei umas palavras que poderiam nos ajudar – disse Zoey.
- Não sabia que falava outra língua – eu disse perplexa.
- Tem uma pizzaria perto da minha casa, onde o dono é italiano, então eu sei algumas coisas, ele é um vizinho muito querido – ela disse rindo.
- Falou em porcarias para comer a Zoey manja – disse Emma rindo.
- Corrida de tratores e carros também – comentou Zoey dando de ombros.
- Vocês são umas figuras – eu disse a elas rindo.
Fazer esse projeto com Emma e Zoey, fazia com que eu me sentisse em um circo, elas eram muito palhaças, a Zoey tinha umas piadas sarcásticas e a Emma, bom era impossível não gostar da Emma, para melhorar apenas faltou Sabrine, fiquei imaginando um grupo com essas três, acho que não iria prestar.
Zoey nos ensinou algumas palavras, escolhemos a decoração, e todos os aparatos que usaríamos, faltava dois dias e a manhã começaríamos a colocar a mão na massa.
Depois do jantar, estávamos cansadas e fomos para nossos respectivos quartos, cai na cama assim que entrei no quarto, minhas assistentes estavam costurando e eu resolvi apenas olhar para o teto.
Será que seria muito diferente disso a vida de princesa? E ser casada com o Shalom? Corei com esse pensamento, para ficar com ele valeria apena qualquer sacrifício que eu tivesse que fazer. Shalom era simplesmente perfeito, ele era nerd e ao mesmo tempo era atlético, ele era lindo e gentil, educado... Poderia passar horas listando todas as suas qualidades.
Meu coração disparou quando ele entrou em meu quarto, eu sorri para ele e sentei na cama cheia de expectativas.
Minhas criadas saíram do meu quarto aos risinhos, eu não pude deixar de rir também.
Ele sentou na ponta da minha cama e eu engatinhei para perto dele.
- O que devo a honra da visita? – eu perguntei me sentindo feliz e sorrindo feito uma boba, mas não conseguia evitar.
- Vim ver você, faz tempo que eu não passo algum tempo com você – ele disse sorrindo em quanto olhava para mim.
- Verdade... Estamos sem muito tempo por causa do evento proposto a nós – eu comentei e percebi que ele estava olhando em volta.
- Você não tem fotos de familiares? – ele perguntou e eu neguei com a cabeça – Por que?
- Não sei, meus pais não estavam muito felizes com a seleção então eu acabei não trazendo fotos – eu disse dando de ombros.
- Porque não estavam felizes? – ele quis saber, e eu me senti incomodada, eu não gostava de falar da minha família, porem se ele me escolhesse eu teria de falar no final das cantas.
- Bom, eles acham que o certo seria eu me aprofundar em minhas pesquisas e ganhar um prêmio Nobel. Me casar com o príncipe de Illéa para eles não é algo realmente importante.
- Conte-me toda a história por favor – ele pediu com aquele jeito fofo, eu achava impossível negar-lhe qualquer coisa.
- Eu já havia visto você, várias vezes no jornal oficial, já havia lido coisas sobre você nas revistas e eu já era totalmente fascinada por você – eu corei, mas continuei.
“Quando a carta de inscrição chegou, meus pais a jogaram no lixo, e eu a retirei de lá, eu me inscrevi sozinha e foi grande a surpresa quando fui selecionada, meus pais não ficaram nada satisfeitos, segundo eles isso era coisa de menininhas, mas eu tenho apenas dezessete anos, quero dizer por que não posso fazer coisas de menininhas? Por que eu tenho que ser o gênio sempre? Por que não poderia pelo menos uma vez na vida fazer o que eu queria?”
Quando terminei de falar eu estava arfando e ele me olhava sério, e eu percebi o que eu acabara de falar, que eu acabara de libertar minhas frustrações nele. Coloquei minha mão na boca.
- Desculpe, eu fui precipitada eu...
- Acalme-se, não deve ser fácil quando não se tem apoio – ele disse me interrompendo e acariciando meu rosto com as costas da mão.
- Eu terminei os estudos muito cedo, então eu acho que eles esperavam muito mais do que ser princesa de mim – eu disse infeliz.
- Realmente eles não dão credito a realeza em? – ele comentou de brincadeira.
- Não, eles dizem que é tolice sonhar com esse tipo de coisa – eu respondi.
- O que eles fazem?
- Minha mãe é dona de uma rede de escolas para crianças com inteligência acima da média, e meu pai é um famoso psicólogo, com vários livros publicados e tudo – eu disse dando de ombros.
- Você tinha uma vida confortável certo? Quero dizer a vida do palácio, não é tão diferente da que você estava acostumada...
- Bom não tinha criadas me ajudando a vestir – eu brinquei e ele riu.
- Sua casa é grande? – ele perguntou.
- Grande, fria e solitária – eu disse com um suspiro.
- Você não tem irmãos?
- Não, meus pais achavam que apenas um filho seria mais que o suficiente, e agora eles passam o dia trabalhando, eu geralmente ficava estudando – eu disse, como minha vida era chata.
Quero dizer a Sabrine tinha os irmãos dela e o pai dela, pelo que ela dizia o pai dela era sensacional, Bianca tinha uma vida de princesa também, e eu me sentia infeliz apesar de todo dinheiro que minha família possuía.
- A seleção deve ser uma experiência interessante para você, aqui você pôde conhecer garotas da sua faixa etária, fazer amigas e sempre tem gente para todos os lugares – ele comentou.
- Sim, eu gosto do castelo, sempre existe alguém rindo, seus irmãos mais novos são uns fofos e eles não deixam que o palácio torne-se silencioso – eu disse sorrindo.
Eu realmente queria que a família dele fosse a minha, as irmãs dele eram ótimas, os irmãos mais novos, os pais dele. Simplesmente Shalom era o rapaz mais perfeito, que eu já vira em toda minha vida.
- Fale de você agora, já que você queria saber de mim – eu disse e ele riu.
- Você sabe de tudo sobre mim, minha família é grande, louca e real – ele sintetizou.
- Por que você tirou a Lexy? – eu perguntei e ele pareceu incomodado.
- Porque ela estava me pressionando demais, e isso me deixava péssimo. E eu acredito que essa tenha sido a melhor solução para nós dois foi isso – ele disse olhando pro teto.
- Eu pensei que ela seria sua escolha, eu nem tinha esperanças, fiquei surpresa quando a dispensou – eu disse a ele e ele continuou olhando o teto.
- Não daria certo, uma princesa precisa de coisas que ela não tinha – ele disse com um riso sem humor.
- Acha que eu daria uma boa princesa? – perguntei me aprumando e ele voltou sua atenção para mim.
- Acho que seria uma excelente princesa – ele disse sorrindo.
Eu queria beija-lo, mas ele parecia meio distante agora, me aproximei dele e coloquei minha cabeça em seu ombro, e ele não disse nada e também não se mexeu.
Ficamos em silencio alguns minutos, então ele voltou a falar.
- Vou te levar para cavalgar depois do evento, pode ser? – ele disse e eu sorri.
- Claro! Eu nunca cavalguei antes, será interessante – eu respondi sorrindo.
- Combinado então – ele disse sorrindo, acariciou meu rosto, beijou minha testa e estava saindo do quarto, mas parou na porta e virou-se para mim e disse – Boa noite, durma bem.
Então ele saiu e eu me joguei para trás na cama, como eu podia não me sentir feliz? Ele havia marcado um encontro de verdade para nós dois, claro que isso demorou uns dois meses, mas valeu a pena no final das contas, eu faria algo que eu duvidava que qualquer outra garota tivesse feito com ele.
Mas a distância que ele manteve entre nós me preocupava ainda, eu não entendia, quando ele me tratava como amiga apenas, éramos mais próximos, hoje ele ficou ao meu lado, me tocou, mas no entanto ele não passou disso, nem um beijo... Será que Shalom havia feito sua escolha? Será que não havia mais espaço em seu coração?
Levantei de minha cama e saí de meu quarto, entrei sem bater no quarto de Sabrine e pareceu surpresa. Ela estava sentada a frente da escrivaninha com algumas anotações, estava sozinha.
- Onde é o incêndio? – ela perguntou rindo.
- Quem é a escolhida do Shalom? – eu perguntei abruptamente ignorando suas gracinhas.
Ela pareceu confusa com a minha pergunta, ela ficou com a boca aberta parecendo um peixe, até recolocar os pensamentos no lugar.
- Eu não sei Sarah, eu nem sabia que ele havia escolhido alguém.
- Estive com ele, e ele foi meio distante comigo, ele não me beijou nem nada...
- Safadinha queria é uns amassos né? – brincou Sabrine, eu rolei os olhos me sentindo péssima.
- O que sabe? – perguntei.
- Nada, eu não falo com ele desde a festa de halloween – ela disse dando de ombros.
- Na festa eu me declarei a ele, como havia lhe contado, e as duas vezes que o vi depois ele foi distante.
- Acha que ele está triste por causa da Lexy? – ela perguntou.
- Pode ser, espero que seja... – eu disse sentando em sua cama, frustrada.
- Ei, por que está com essa cara de derrota? – ela perguntou vindo até mim.
- Porque, ele é sempre muito distante comigo, eu acho que ele não corresponde meus sentimentos por ele – eu disse sentindo as lagrimas rolarem por meus olhos.
- Não fique assim Sarinha – ela disse me abraçando.
- Eu quero que ele fique feliz, que a escolha dele o deixe feliz, mas eu queria tanto que a escolha dele fosse eu. Eu queria tanto ficar ao seu lado para o resto de meus dias...
- Sarinha, se ele não corresponde você podemos tentar mudar, isso e se tentássemos fazer com que ele se apaixone por você?
- E se ele já ama outra?
- Não custa tentar não é mesmo?
- O que eu poderia fazer para chamar a atenção dele? – perguntei com os olhos cheios de lagrimas.
Ela pegou minha mão e me levou de volta ao meu quarto, chamamos minhas assistentes.
- Meninas temos que mudar a Sarah! Ela precisa ficar mais provocante – ela disse feliz e eu corei.
- Eu não quero ser vulgar.
- Xiu aí Sarah, agora você vai vestir o que mandarmos você vestir não é meninas? – ela disse piscando para as minhas assistentes.
- Eu que sempre escolhi o estilo eu...
- E não deu muito certo, né amiga? Vamos combinar não é? – as minhas assistentes riram e concordaram com ela.
- Não quero parecer uma vadia – eu disse rabugenta.
- Querida você vai é arrasar com o coração do nosso príncipe! – disse Sabrine e começaram uma discussão sobre meu novo vestuário.
Será que esse tipo de coisa bastaria? Eu conseguiria mesmo chamar a atenção dele com roupas mais provocantes?
Lógico que eu não queria apenas perder seu coração sem tentar nada, mas eu tinha dúvidas quanto a isso. De qualquer forma eu estava disposta a tentar o que fosse preciso, para que ele olhasse para mim como ele olhava para as outras, eu queria desesperadamente seu amor.
Porem ao mesmo tempo uma voz dentro de mim pedia para eu não me desesperar, porque se fosse para ser, seria, sem que eu tivesse que forçar a barra.
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