Capitulo 24 - Sabrine
Faltava um dia para o baile de Halloween e todas as meninas não paravam de falar nisso, claro que todas estavam mantendo certo mistério sobre suas fantasias. A minha era uma calça dourada junto a uma mini blusa dourada também, para os meus cabelos seriam colocados dois cones meio cor de cobre, era estranho e minhas assistentes disseram que sua inspiração veio de uma banda antiga, eu olhei para a fantasia e imaginei que eu iria parecer um bombom isso sim!
Outro assunto que deixava as meninas em estado de euforia era o fato de que a futura rainha chegou ao castelo durante o café da manhã, linda e radiante como ela sempre fora. Era a primeira vez que a víamos pessoalmente, ela apenas nos cumprimentou com a cabeça e sorriu, o marido dela era um homem muito bonito e fez às meninas ficarem de cochichos, ele não fazia meu tipo. Claro que Zoey se manteve distante de todos, era difícil de entender os sentimentos dela, mas uma coisa que notei é que Emma andava muito feliz e radiante, porem eu também havia notado que não era por causa do Shalom.
A senhora Kriss percebeu que nossas mentes estavam vagando e resolveu nos dispensar mais cedo, Holly e Emma foram para a ala hospitalar ver a Lexy, ela teria alta no dia do baile bem cedo.
Bianca eu não sei por que, mas estava sempre mais próxima de mim e de Sarah, claro que não a dispensamos, mas ela sempre se manteve afastada não entendi a súbita amizade.
Sarah e ela disseram que iriam para o quarto de Bianca, elas estavam falando sobre as fantasias e eu resolvi dar uma volta, não me leve a mal, mas ultimamente a Sarah me deixava estressada, quero dizer ela é uma ótima pessoa, mas toda hora ela vinha com aquele papo “Ai ele não gosta de mim”, “Ai ele passa muito tempo com a Lexy” e eu tinha de me calar se não queria ser mal educada.
Quero dizer caramba reaja minha filha! O homem dos seus sonhos não vai acordar do nada dizendo “Nossa eu amo você”, na vida real as coisas não acontecem assim. Sentei-me na biblioteca e peguei um livro de contos para ler, estava mesmo querendo me desligar desse mundo por algum tempo. Coloquei os meus óculos e abri o livro, estava lendo o conto quando desviei minha atenção para a porta e vi Shalom entrando afobado.
- Finalmente encontrei você – ele disse vindo até onde eu estava sentada.
- Eu não sabia que estava sendo requisitada – eu disse erguendo a sobrancelha e ele pegou minha mão.
- Vamos temos uma reunião agora – ele disse parecendo feliz e me puxando.
Levantei e fui com ele, não entendi o que ele queria dizer com reunião.
- Como assim reunião? – eu perguntei querendo entender o que ele queria com isso.
- Minha irmã quer muito escutar seus planos para o centro de pesquisas, e eu consegui agendar uns minutos com ela – ele disse feliz.
- Mas eu não sei se estou vestida para isso eu...
- Está ótima, vamos – ele disse me dando uma rápida olhada sem parar.
Antes de entrarmos na sala de reuniões eu o parei e dei uma arrumada em meu cabelo, não queria parecer uma doida na presença da futura rainha de Illéa, sem contar que eu estava nervosa.
- Vamos logo, ela não tem o dia todo – ele me chamou.
- Estou com vergonha – eu disse a ele me sentindo nervosa.
- Me poupe Sabrine, não há ninguém melhor que você para apresentar esse projeto aos soberanos de Illéa – ele disse sorrindo e abrindo a porta.
Ele praticamente me empurrou para dentro da sala, onde ela estava sentada a mesa de reuniões, com um vestido rosa claro, os cabelos presos em um coque, ela sorriu para mim e eu me senti mais confiante.
- Boa tarde – eu disse fazendo uma reverencia.
- Você é a Sabrine? Shalom disse que tem algo para nos mostrar – ela disse de uma forma doce e eu percebi que o futuro rei de Illéa também estava presente. Ele estava sério sentado de frente para ela, usando roupa social preta, uma camisa branca e gravata azul. Eu o cumprimentei também e ele cumprimentou de volta.
Shalom piscou para mim quando passou por mim, me deixando em pé na frente de um projetor e indo sentar junto com o futuro rei.
- Tomei a liberdade de trazer a apresentação que mostrei ao papai, quando falei sobre isso com ele – ele disse a todos e eu corei.
- Certo vou começar – eu disse nervosa e então comecei a explicar.
Contei meus planos para o centro de pesquisas, o tipo de pesquisas que gostaríamos de desenvolver e como gostaria de ajudar as pessoas com doenças que aumentavam a taxa de mortalidade de todo o sul do país, expliquei também que a longo prazo gostaria de ampliar a ideia para todo o país e assim todos poderiam se privilegiar de um tratamento dentro das possibilidades de um povo carente.
Ao final os dois pareciam pensativos e Shalom estava sorrindo.
- Mas onde você sugere que seja feito o centro? – perguntou o futuro rei.
- Existe um prédio público que está abandonado há anos, poderia ser reformado e serviria para um propósito muito mais nobre, do que ele serve hoje – eu disse.
- E para que ele está sendo utilizado agora? – ela perguntou e eu sorri, quando ela falava ela passava confiança o futuro rei Antony me intimidava, mas a futura rainha Amberly falava de uma forma que passava confiança as pessoas.
- Atualmente está abandonado e alguns arruaceiros usam para consumir drogas – eu disse a ela e ela assentiu.
- Bom a ideia é realmente boa, já falou com meu pai? – Amberly perguntou.
- Papai disse que precisa ver de onde retirar a verba – disse Shalom.
- Eu acredito que podemos pensar nisso – disse Antony sorrindo para ela.
Quando ele sorria para ela dava para ver o amor genuíno que existia entre eles.
- Quem irá gerenciar o centro? – ele voltou-se para mim sério.
- Eu gostaria de fazer isso quero ajudar, estou juntando todo dinheiro da seleção para o centro – eu confessei e eles olharam espantados para Shalom.
- Longa história – ele disse sorrindo.
- A ideia é realmente fantástica, mas você acredita mesmo que seria possível encontrar as ervas necessárias em Honduragua? – perguntou Antony.
- Acredito que não, mas o restante podemos encomendar do restante de Illéa – eu respondi.
- Mas porque você considera Honduragua um bom lugar para o centro? – tornou a perguntar Antony.
- Porque por estar perto do mar, podemos contar com pesquisas vinculadas aos corais e as algas, sem contar que existe uma vasta mata onde já são cultivados alguns espécimes e podemos tentar cultivar vários outros – eu respondi a ele sem medo ou hesitar, porque de uma coisa eu entendia, eu já havia pensado em todos os prós e contras desse projeto.
- Bom vamos ver o que podemos fazer, a idéia realmente pode ajudar muito não só o sul, mas o restante do país sem contar que poderá aplacar as rixas que existem entre o sul e a monarquia – disse Amberly.
- A rixa existe por parte de uma minoria, não é todo o sul que não apoia a monarquia, e está na hora de fazer a paz reinar em toda Illéa – eu disse e ela sorriu.
- Obrigada Sabrine Mason, falaremos com você assim que tivemos alguma posição – disse Antony.
- Agora se me dão licença preciso ir ai gabinete do meu pai – ela disse se despedindo e ela saiu junto com Antony.
- Foi incrível Sabrine, minha irmã realmente gostou – disse Shalom feliz vindo até mim.
- Será? Você sabe que se o centro sair eu me despedirei de você não sabe? –eu disse e ele assentiu.
- Me sentirei muito desolado sem minha espiã – ele disse.
- Sou um fracasso, eu ainda não sei qual é a da Zoey – eu disse a ele e ele me olhou com olhar assustado.
- Como assim?
- Bom ela é difícil, não sei se ela gosta de você – eu disse e ele deu um sorrisinho de canto de boca.
- É eu sei ela é um enigma... – ele disse com um suspiro.
- Shalom seu sem vergonha, o que acontece entre vocês? Me conta!
- É difícil de dizer, tem hora que eu me sinto extremamente entregue a ela, então ela recua e volta a ser irritante e tudo que era quente vira gelo... – eu disse com pesar.
- E com as outras como andam as coisas? – eu perguntei para sondar, será que ele sabia sobre a Emma?
- Não sei dizer...
- Como assim? Seja sincero caramba – eu disse.
- Promete n contar a ninguém? – ele disse e eu assenti.
- Então vou ao seu quarto depois do jantar hoje e vou dizer como me sinto de verdade.
- Fechado! – eu disse e nós sorrimos.
Saímos da sala de reuniões e eu fui até a ala hospitalar encontrar com a Lexy, ver se ela estava bem, encontrei a Jaina, meus olhos na enfermaria, amizade com a Jaina era sincera alias pelo menos isso levaríamos da seleção nossa amizade, porque nem eu e nem Jaina jamais havíamos nutrido sentimentos pelo príncipe, abrindo sempre o caminho para a Sarah, pena que ela andava meio bobona ultimamente.
- Fala Jai – eu cheguei cumprimentando e ela estava com uma cara brava.
- Graças aos céus em breve a fulana tem alta – disse Jaina brava.
- Como assim? – perguntei.
- A selecionada, garota irritante – disse Jaina.
- A Lexy? Impossível ela é sempre tão doce... – eu não conseguia compreender as palavras dela.
- Com vocês, bom vai lá ver ela eu preciso ver o Dr. Ashlar – ela disse se retirando e me deixando com a dúvida.
Como a Lexy poderia ser detestável? Aposto que elas discutiram e só.
Quando cheguei ela estava foleando uma revista de fofocas e sorriu para mim ao me ver.
- Sabrine que surpresa ver você – ela disse feliz.
- O prazer é meu, como se sente?
- Muito bem, gostaria de ter alta – ela disse ansiosa.
- Infelizmente essas coisas levam algum tempo – eu comentei e ela deu de ombros - Ei... Aconteceu alguma coisa entre você e a Jaina?
- Jaina é cuidadosa demais, eu digo a ela que não é necessário tantos cuidados e ela se irrita – ela disse torcendo o nariz.
- Você devia seguir mais as ordens médicas, eles apenas querem o seu bem – eu disse sorrindo e ela voltou sua atenção para a revista.
Eu dei de ombros e me despedi, na verdade só queria saber se ela estava bem, eu era assim mesmo não sendo tão próxima a ela eu não queria seu mal. Sua atitude me deixou desconsertada, será que ela agia assim comigo porque eu não pertencia ao seu círculo de amizades antes do acidente? Quero dizer Emma e Holly eram muito gentis e receptivas, mas Lexy se mostrou uma pessoa pouco interessada.
Tentei encontrar a Jaina para falar com ela sobre suas reclamações, mas não a encontrei, voltei ao meu quarto para tomar banho e pensar nas coisas que aconteceram.
Minhas assistentes prontamente aprontaram meu banho e depois eu vesti um vestido um pouco colorido demais para meu gosto, mas como eram cores escuras eu até que gostei.
Sentei na cadeira de frente para a escrivaninha e fiquei pensando, acredito que Lexy precisa melhorar o convívio social dela, porque se ela tratar bem apenas os que estão em seu meio social, que tipo de princesa horrível ela seria?
Não que eu ache que o Shal deva escolher ela, mas eu acredito que a escolha dele irá vir baseada em seu coração, ele irá seguir e escolher a garota que mais mexe com ele. Mas até que ponto isso seria o certo a se fazer?
Resolvi descer para o jantar, ficar em meu quarto estava me deixando inquieta, estava descendo quando vi Emma conversando com o John, o rapaz que atirou em Ella e estava catatônico aquele dia.
Ela parecia muito feliz e ele também sorria para ele...
Então é isso? Emma estava apaixonada pelo amigo de Shalom? Será que ele sabia disso?
Será que esse amigo retribuía?
Fiquei olhando para os dois, reparando na linguagem corporal dos dois. Bom ele gostava dela, mas não como ela gostava dele. Como pude ser tão cega e não perceber isso? Hoje quando eu falasse com o Shalom, esclareceríamos isso... Eu não queria prejudicar a Emma, mas antes que ela fosse punida por qualquer coisa achava melhor avisar o príncipe.
Jantamos em silencio, após o jantar fui para meu quarto dizendo a Sarah e Bia que estava com dor de cabeça, elas não questionaram.
Fiquei ansiosa esperando ele chegar, quando ele chegou eu corri até ele.
- Finalmente! – eu disse pegando sua mão e conduzindo-o para a minha cama.
Sentamos na ponta da cama de frente um pro outro e eu ainda segurava sua mão.
- O que sabe sobre Emma e John? – eu perguntei direta.
- Que são amigos... – ele fez cara de inocente e eu saquei na hora.
- Então tem seu dedo nessa história? - Eu quis saber.
- Sim e não – ele disse rindo.
- Bom, eu fico feliz que você saiba.
- Porque está rolando algo mais?
- Não tenho certeza do que está “rolando”, eu tenho ideia sobre os sentimentos – eu disse e ele sorriu radiante.
- Eles estão apaixonados? – ele perguntou sorrindo.
- Ela parece q sim, ele parece gostar dela, mas não sei dizer o quanto – eu disse e ele torceu o nariz.
- Queria que o John deixasse de ser tão burro!
- Sabe o que estamos parecendo? Duas fofoqueiras – eu disse soltando a mão dele e ele riu alto.
- Verdade, vamos fazer festa do pijama – ele disse e eu lhe dei um empurrãozinho.
- Agora eu quero saber de você, me conte os seus sentimentos e eu darei meu parecer.
- Não sei se você vai gostar – ele me alertou.
- Que seja, fale de uma vez!
Não aguentava mais de ansiedade, saber o que ele sentia me daria uma noção de como aconselhar ele e de como sugerir que ele aja em determinada situação.
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