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Capitulo 13 - Bianca

Todos os dias eu acordava cedo na esperança de encontrar o príncipe e correr com ele, havia tornando-se um costume algo que eu amava fazer, depois do primeiro beijo ele não voltou a me beijar e eu me sentia apreensiva, ainda mais que nem sempre o encontrava para corremos juntos, fazia duas semanas desde que havíamos dado a entrevista ao jornal oficial e eu notei que ele passava bastante tempo com as outras meninas. Eu estava de lado e precisava virar o jogo, eu estava pouco me importando com a coroa de Illéa, eu queria o príncipe, Shalom era lindo ele, tinha os cabelos vermelhos compridos e sempre arrumados, mas quando estávamos correndo, ele ficava com eles bagunçados e isso o deixava tão lindo, seus olhos azuis eram maravilhosos. Ele tinha braços fortes e um peitoral definido, simplesmente maravilhoso.

Sem contar que ele era gentil e educado, não era fácil encontrar homens tão perfeitos assim por aí, eu me sentia encantada por ele e eu brigaria por ele até o ultimo.

Saí do meu quarto depois de correr sozinha porque eu não o encontrara, estava recomposta com um vestido verde claro indo tomar café e quando estava chegando eu o vi falando com a Emma, ele beijou suas mãos e eles estavam rindo, passei depressa, eu não queria ver ele em cenas intimas com as outras garotas.

Eu gostava dele e isso me machucava, mas eu sabia que fazia parte da Seleção, eu teria que conquistar seu coração e teria que fazê-lo não conseguir pensar em nenhuma outra garota.

Sentei ao lado de Annie que parecia triste.

- O que aconteceu? – perguntei a ela e ela me olhou com olhar triste.

- Vida voltou para casa hoje – ela disse meio triste.

- Por quê? – perguntei espantada.

- A mãe dela estava muito doente e ela resolveu largar a Seleção para cuidar da mãe – disse Relene que estava triste também do outro lado de Annie.

- Ela disse alguma coisa antes de ir? – perguntei.

- Sim, ela disse que o príncipe não gostava dela mesmo e a mãe precisava mais dela –respondeu Annie e colocou a cabeça sobre seus braços na mesa.

- Espero que fique tudo bem – eu disse.

- Sim sentirei saudades dela – disse Relene.

Nós quatro ficávamos juntas ultimamente, Vida era divertida e já que existiam grupinhos e ela era a única desajustada dos grupinhos resolveu ficar conosco.

Depois da nossa entrevista no jornal de Illéa o príncipe mandou embora Seren e semana passada ele mandara Olive, em duas semanas duas haviam sido eliminadas, éramos apenas quinze agora. A rainha das vadias ainda se gabava por todo castelo por sua “imunidade”. Eu, Annie, Relene e Vida chamávamos Ella de rainha das vadias.

Annie e a princesa Grace estavam muito amigas, porem o príncipe parecia não se interessar muito por Annie, claro que se a escolha fosse de Grace seria Annie, mas o príncipe pensava diferente.

Lexy entrou com Holly e sentaram-se a nossa frente, alguns minutos depois chegou Emma meio ruborizada e eu a olhei com desdém. Eu estava brava pelo que vi! Ela tão próxima do príncipe me deixava morta de ciúmes.

- Bom dia meninas – ela disse feliz e eu respondi seca.

- Bom dia.

- O que aconteceu? – ela perguntou por meu bom dia seco.

- Vida foi embora hoje cedo – disse Annie como se esse fosse o motivo para meu mau humor.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Holly.

- Problemas de família – disse Relene meio deprimida.

- Ora, ora. Menos uma? Foi isso que eu escutei? – Ella disse da ponta da mesa com seu exército de vadias.

- Não é da sua conta – disse Zoey ao lado de Relene e eu nem havia reparado que ela estava ali.

- Excelente, agora só tem mais treze para eu eliminar – ela disse rindo.

- Isso se você ganhar mesmo não é? – foi Samanta quem falou.

- Queridas companheiras, somos colegas agora, mas vocês sabem que apenas uma sairá vencedora daqui – ela disse com doçura.

- Vencedora? Para você é apenas um jogo? – disse Lexy com selvageria.

- E o que mais seria? – respondeu Ella dando de ombros.

- Seria sobre sentimentos Ella, coisa que você não conhece – respondeu Holly.

- Xiu aí cegueta!

- Você é realmente desprezível – disse Sabrine.

- A conversa não chegou à senzala! – disse Ella e Relene levantou-se foi até Ella que a olhou com deboche e então aconteceu. Relene deu um tapa na cara da Ella que cortou o lábio dela.

- Você não respeita ninguém, você é uma vagabunda que merece isso e muito mais, você merece sofrer e não apenas tomar um tapa nessa sua cara de biscate.

Disse Relene com raiva e Shalom logo estava ao seu lado.

- Relene, é contra as regras agredir outra participante – ele disse branco.

- Eu vou embora, mas antes de ir eu quero socar a cara dessa vadia – ela disse pulando em Ella, a rainha estava assustada e o rei levantou-se, o pequeno príncipe estava batendo na mesa dizendo, “Briga, briga, briga, joga elas no gel”.

A princesa estava com um sorriso maldoso nos lábios e eu voltei a olhar a cena, Ella havia caído da cadeira e estava no chão com Relene sobre ela dando uns tapas na cara dela e a cada tapa ela dizia.

- Isso é pela Holly, isso pela Sabrine, isso pela Libby, isso pela Vida, isso é por mim que nunca fui com essa sua cara de bunda suja e isso é por todas nós que você só soube debochar e agredir verbalmente – ela disse finalizando com um soco no olho dela.

Os guardas as separaram e as levaram, Ella foi nos braços de um guarda muito solicito e Relene foi andando com fúria nos olhos, Shalom e o rei foi com elas e a rainha veio até nós.

- Meninas, por favor, voltem ao café vamos resolver isso – ela disse aflita e voltou à mesa que o pequeno príncipe estava pulando e dando vivas.

- Uma pena que Relene tenha que ir – disse Sabrine triste.

- Verdade porque ela fez o que todas estávamos morrendo de vontade de fazer – disse Zoey.

- Ela mereceu cada tapa – disse Celine.

- Espero que ela fique com a cara inchada e um olho roxo – disse Linda rindo.

- Ela bem que podia ser expulsa não é? – comentou Chloe esperançosa.

- Ela não será – disse Zoey e focou sua atenção em seu café da manhã que estava sendo servido.

- Não é justo apenas nós estarmos na corda bamba – disse Samanta.

Depois do comentário de Samanta ficamos em silencio presas em nossos próprios pensamentos, Ella atormentava a vida de todos, até as companheiras dela queriam o mal dela, eu não entendia porque Shalom a mantinha na Seleção, ele gostava tanto dela assim?

Fomos para a nossa aula, e Ella não apareceu a tarde toda, nem ela e nem Relene. Estávamos querendo saber notícias das duas, mas Shalom havia sumido também ele não apareceu na hora do almoço e nem no jantar, o dia todo ficamos apreensivas depois do jantar ainda nervosas fomos para nossos quartos e eu estava muito nervosa então vesti minha roupa de correr e fui correr, isso me ajudaria a esquecer o acontecido.

Estava correndo e pensando, teria eu chances contra a Ella? Porque pelo jeito havia um espaço grande no coração do príncipe apenas para ela. Uma nuvem saiu da frente do luar e eu avistei os cabelos vermelhos de Shalom, ele estava com outra pessoa parados e a uma certa distância.

Ótimo tudo que eu não queria era isso, encontrá-lo em momentos íntimos com outra garota, me escondi nas sombras do castelo e tentei sair de fininho, quando cheguei perto dele percebi que não era uma participante, era um rapaz incrível, louro ele estava com o uniforme de guarda do palácio, mas sem o cap.

Ele estava de frente para mim e Shalom de costas, os dois pareciam tensos, me escondi a trás de banco do jardim e escutei o que eles diziam.

- Eu vou ter que fazer isso John – era a voz de Shalom.

- Já devia ter feito, já disse que tudo ficará bem – disse o outro.

- Mas ela me prometeu que destruiria você – disse Shalom.

- Ela me ama, era brincadeira ela não fará nada, e eu estou preocupado com o que as outras podem fazer a ela – ele disse rindo.

- Você está iludido John – disse Shalom.

- Você não é capaz de ver como nos amamos? – perguntou o outro.

- Você não é capaz de ver o amor nem se estiver estampado em sua retina – disse Shalom com raiva.

- Faça o que acha que deve fazer, só espere ela ter alta, porque ela tem se queixado de dor, e eu acredito que quando saírem os exames ela possa estar realmente machucada – ele disse saindo.

- John não faça com que eu me arrependa de minha decisão – disse Shalom.

- Não farei – ele disse na porta do castelo vestindo o cap e entrando.

Shalom ficou um tempo ali parado pensando e então ele entrou. Eu saí do meu esconderijo e sentei no banco que estava atrás fiquei pensando, o que diabos eles estavam falando? Será que era da Ella? Nossa ela estava tão mal assim?

- Quanto tempo está aí? – perguntou Shalom e eu me assustei que dei um pulo.

- Enfartando – eu disse colocando minha mão no peito.

- Perdão por ter te assustado – ele disse cruzando os braços.

- Me dê um minuto que passa – eu disse.

- O que você escutou?

- Não muita coisa algo sobre uma decisão, sobre o moço ser um tapado e alguém ter alta... Ella esta hospitalizada? – perguntei quando caiu à ficha e ele suspirou e sentou ao meu lado.

- Bianca, a surra que Relene lhe deu foi bem forte.

- Eu acho é pouco – eu disse e ele riu.

- Eu sei que vocês todas estão fartas dela, mas ela está aqui apenas por causa do John – ele disse parecendo triste.

- Você não a ama? – eu perguntei e ele pareceu surpreso.

- Nunca senti nada além de amizade por ela, e ultimamente sinto raiva – ele disse rindo.

- Me sinto aliviada em saber – eu confessei e ele me olhou.

- Por quê?

- Me sinto feliz que em saber que seu coração ainda não tem dona – eu disse me sentindo confiante de novo.

- Vamos correr? – ele sugeriu sorrindo.

- Mas você não está com roupa de correr – eu disse.

- Espere uns minutos que eu já volto – ele disse sorrindo e saiu me deixando no jardim.

Me sentia tão feliz que eu ainda tinha chances, quando ele retornou eu sorri.

- Pronto para comer poeira alteza?

- Vamos ver – ele disse rindo e começamos a correr.

Estávamos correndo juntos, a sensação era maravilhosa eu adorava correr com ele. Ele ficava com o rosto vermelho quando corria eu podia ver sob a luz do luar, havia uma fonte na parte de trás do jardim, paramos ali para descansar.

- Cansou alteza? – eu provoquei.

- Um pouco – ele disse rindo.

Eu peguei água da fonte e joguei nele, ele pareceu um pouco confuso então ele riu e me jogou um pouco de água também. E assim começamos uma guerrinha de água.

Quando estávamos juntos era sempre assim, nos divertíamos muito, mas acredito que isso não fosse o suficiente para ele, ele parou e ficou olhando para mim, então ele retirou a camiseta dele e estendeu para mim.

- Vista – ele disse corado.

- Por quê? – perguntei confusa e então me olhei, eu iria correr sozinha e a noite eu havia colocado qualquer coisa, e eu percebi que eu estava usando um top branco e ele estava transparente, me abracei e vesti a camiseta dele – Desculpe.

Eu me desculpei envergonhada.

- Eu que peço desculpas acho que eu vi demais – ele disse vermelho.

- Eu quem deve se desculpar, usar branco para correr não é algo esperto – eu disse sentando na fonte.

Ele puxou os cabelos para trás e sentou ao meu lado.

- Não posso dizer que foi ruim – ele disse de brincadeira e eu lhe dei uma soquinho no braço de brincadeira.

Dei-me conta de que ele estava sem camisa e eu podia admirá-lo, no ramo dos esportes eu estava costumada a ver caras de tanquinhos e com músculos enormes, mas os dele eram melhores porque vinha acoplado com um cara incrível, os caras que eu via eram geralmente meio burros e sem conteúdo.

Eu me levantei e fiquei de frente para ele, estava na altura dele, acredito que eu era a mais baixa das selecionadas, entrei entre suas pernas e encostei a minha testa na dele.

- Você anda estranho, distante – eu disse a ele e ele sorriu.

- Eu preciso fazer escolhas – ele disse com um sorriso triste.

- Posso saber se serei uma delas?

- Talvez. Se te contar terei que te matar – ele respondeu de brincadeira.

- Depois que eu te beijar você pode me matar, porque morrerei feliz - eu disse aproximando meus lábios dos dele.

Ele correspondeu meu beijo, me puxando para um abraço. O que eu podia dizer? Eu gostava dele, eu gostava muito e não estava pronta para um adeus.

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