CAPITULO 02
Nós três para sempre.
Cristian
Se ele quisesse viver em paz com seu grande amor, a melhor coisa que se tinha a fazer era esquecer seu passado, por melhor que seja.
Cristian nasceu e cresceu no meio de muita riqueza, sempre teve tudo que queria e pessoas que fizesse tudo que ele quisesse. foi adorado e venerado por todos de seu reino, um príncipe intocável, um verdadeiro príncipe de porcelana, como era chamado pelo povo.
Mas no meio de tanta riqueza e adoração algo mais lhe faltava, ele sentia um certo vazio no peito, algo que as vezes ele se questionava já que ele tinha tudo. Porem tudo mudou quando ele descobriu o que era viver a tal felicidade, e não estava em um palácio luxuoso e status social, e em sim um homem rústico,belo e proibido.
O rapaz de cabelos brancos acordou meio desorientado e precisou piscar algumas vezes para enxergar melhor o quarto, o sol quase se punha alertando-o que era finalzinho de tarde, e mesmo estando um pouco fria, sentia seu corpo aquecido. Alguns segundos depois percebeu que estava sobre o peito de Jullian ,o que lhe rendeu um pequeno espanto, já que não conseguia se lembrar em como chegou a ficar naquela posição com uma barriga de 6 meses.
E como num estalo suas lembranças de mais cedo vieram atona, haviam feito amor lento e apaixonadamente naquela manhã e um pouquinho da tarde, e mesmo estando grávido ele sentia um enorme prazer, e seu amado a todo momento sempre muito gentil e carinhoso com ele.
Para não machucar a ele e nem ao bebê ele se desvencilhou dos braços de seu amado cuidadosamente para não acorda-lo, já que o pequeno ser não parava de mexer em seu ventre. Com um pouco de dificuldade se sentou na cama, sentindo-se um pouco de ânsia e falta de ar, ainda pensou em acordar Jullian mas varreu essa ideia, seu amado se esforçava sempre alem da conta para deixa tudo perfeito para ele não se preocupar com nada.
Meio relutante ele se levantou e caminhou até a janela para tomar uma ar, esperou alguns segundos para se acalmar, depois sem conseguir dormir decidiu sair um pouco pra fora, fechou a janela e atravessou o quarto, mas antes que chegasse a porta seu estomago embrulhou e vomitou despejando todo conteúdo do almoço no chão.
Suas pernas ficaram bambas e cedeu caindo de joelhos no chão, rapidamente colocou os braços em volta da barriga protegendo-o da queda, puxou o ar com força na tentativa de voltar com a respiração ao normal, mas um pouco mais de vomito passou pela sua garganta, depois de aliviado passou a costa da mão para limpar a boca, foi só então que ele percebeu uma mão grande e quente em suas costa.
Aos poucos sua respiração voltava ao normal mas suas pernas continuavam fracas. Seu amado Jullian o olhou com ternura, depois passou o braço do menor envolta de seu pescoço e o carregou até a cama, sentou-o e encostou as costa dele na cabeceira da cama para que acomodasse melhor.
- Ei pequeno, está melhor? – perguntou Jullian agachando na frente do menor, que sua vez apenas concordou com a cabeça – apenas descanse, vou buscar uma água e o chá que aquela velha nos deu – ele limpou os olhos de Cristian que lagrimejaram por causa do vomito e lhe deu um beijo na testa e saiu.
Pouco tempo depois ele voltou com um balde com água, alguns panos, e o chá. O rapaz lavou a boca com água e bebeu o chá que desceu refrescante pela sua garganta, recuperado o menor passou a mão pela barriga enquanto via seu amado limpar o chão.
Uma onda de culpa atingiu do menor, ele sabia que Jullian o ama e faria qualquer coisa por ele, mas ver aquela cena era de cortar seu coração.
Jullian era um guerreiro esplendido e feroz, sua vida era a espada e o campo de batalha, era amado pelos nobres, desejado pelas mulheres e louvado pelos pobres, ele nunca vira um homem tão magnífico como ele, e isso era o que mais entristecia o menor, aquilo não era para ele, limpar vomito não era algo para um guerreiro fazer.
- Pode parar com esses pensamentos – disse Jullian como se lesse o pensamento do menor – Já estou terminando, e não se preocupe eu te amo, e isso não é nada para mim, apenas descanse e se recupere – levantou e saiu novamente do quarto.
Alguns minutos depois ele voltou, mesmo com semblante cansado havia um sorriso em seus lábios e seus olhos transmitiam ternura, o menor ainda se perguntava o que havia feito com aquele homem, um guerreiro imbatível que havia se tornado um homem calmo e gentil.
- Não fique pensando coisas ruins – ele disse sentando ao lado do amado – eu fiz minhas escolhas por vontade própria, eu sai daquela vida por que não me sentia completo, e desde o dia que aceitou meus sentimentos você passou a ser meu mundo, assim como nosso filho vai ser o nosso – Jullian passou sua mão grande e quente no rosto do menor – e também eu não fui o único que abriu mão de tudo pelo nosso amor, não é? ... Vossa alteza - ri
- Nem acredito que fizemos isso, o rei deve estar se contorcendo no seu trono de ouro maciço – ri novamente – mas eu não me arrependo de largar tudo e fugir com você. Te amo incondicionalmente, igual a nosso filho que está por vir, nunca me senti tão feliz como me sinto em seus braços.
- Logo vamos estar seguros no reino de Ulster, e nada mais vai nos impedir de viver nosso amor livremente – o menor pegou a mão do maior e beijou, o maior que por sua vez aproximou do menor e o beijou, lento e cheio de amor, suas bocas desprenderam uma da outra mas sem se afastar, apenas encostando testa com testa – obrigado por me tornar o homem mais feliz do mundo, por me dar uma família e ser verdadeiramente livre, eu te amo.
Jullian
- Você realmente precisa voltar pra Endor? – perguntou preocupado o menor – não gosto quando você vai lá, ainda somos procurados, tenho medo que algo possa acontecer com você.
Jullian terminou de colocar suas botas e se aproximou do menor que olhava pra fora da janela, ele abraçava o próprio corpo como se tentasse se confortar a si mesmo. O maior o abraçou por trás, e deu-lhe um beijo no topo de sua cabeleira branca e suspirou.
- Não tenho outra alternativa, tenho que conseguir bastante mantimentos, tintura pra seu cabelo e pegar dinheiro reserva que tenho escondido de quando trabalhava para o rei, só assim podemos viver uma nova vida – Cristian virou e ficou de frente para Jullian, e ele sabia que o menor temia aquele lugar, principalmente seu pai que estava a sua procura incansavelmente – já disse pra não se preocupar, temos aliados na cidade eles estão nos ajudando, e essa será minha última viagem até Endor.
- Eu ainda acho que não devia confiar tanto neles, e se traírem você, podemos nos virar com o que temos, não vai... por favor! – o maior sentia o menor cada vez mais inseguro, podia ver as lagrimas saindo dos olhos dele.
- O que temos não vai dar nem uma semana, e até atravessamos a fronteira vai demorar pelo menos um mês, e você está gravido e precisamos ter mais cuidado ainda.
Podia não parecer mas Cristian estava mais preocupado que o menor, ir para cidade principal nessas circunstâncias era mesmo que assinar sua morte, o menor não sabia mais na capital as coisas estavam tensas, o rei reforçou guardas em todas as saídas das fronteiras, e na entrada das cidades.
A notícia que o poderoso rei Klaus havia sido traído pelo seu general, e sequestrado seu filho mais querido havia sido espalhada pelos quatros cantos do mundo, Jullian foi considerado altamente perigoso, sua cabeça valia mais de 500 peças de outro, o que deixou os aventureiros e os caçadores de recompensas atiçados.
Mas nem tudo estava perdido, por sorte do destino alguns dos seus soltados mais fieis estava ao seu lado, assim como os aldeões e alguns escravos, o que facilitava sua ida até a cidade, mas se ele não tomasse cuidado logo logo o descobririam.
Jullian passou a mão na barriga do seu amado e lhe deu um beijo casto na boca.
- Vai dar tudo certo, você vai ver.
- Só toma cuidado, e não se preocupe vou cuidar bem do nosso filho – disse o menor – os dois saíram do quarto e foram para fora da cabana, Jullian colocou a última bolsa na carroça e se virou para seu amado abraçando-o para lhe dar um pouco de conforto para seu coração, depois de um tempo o soltou relutante e olhou em suas imensidões azuis – ei pequeno não vou demorar, são apenas três dias e logo estarei de volta para vocês.
O menor ainda apreensivo beijou seu amado, porem seu beijo não foi como esperava, saiu desesperado e cheio de angustia, o maior também sentia o mesmo, como se aquilo fosse um despedida um último beijo, só depois de seus pulmões pedirem ar que suas bocas decolaram um da outra.
Um aperto no peito se apossou de Jullian, ele sabia que algo ruim estava por vir, e rezava interiormente para nada acontecer com seus amores, mesmo não sendo um homem religioso iria rezar com toda suas forças para que os deuses poupassem seu amado e filho do que viessem que estiver por vir.
Ainda nos braços do seu amado Cristian pegou algo no seu bolso, uma corrente com uma chave toda ornamentada em prata e diamante. Jullian arregalou os olhos assim que viu.
- Isso é o que eu estou pensando? – perguntou incrédulo.
- Sim, uma das doze chave da ordem das bruxas – o maior ainda ficou sem palavras quando o menor continuou – ganhei isso da minha ama quando era pequeno, foi a única coisa que sobrou da minha mãe quando ela morreu, meu pai não sabe sobre essa chave, a ama era fiel a minha mãe, e guardou até que eu tivesse idade para cuidar dele.
- Alguém mais sabe sobre essa chave?
- Não, apenas você e ela que já morreu – o menor hesitou mais depois de alguns segundos continuou – quero que fique com ela, vai te proteger de qualquer coisa...
- Eu não posso pequeno, é seu e uma lembrança da sua mãe, é valiosa demais – disse o maior com ternura.
- Eu sei, por isso que quero que fique, sei que vai cuidar. Por favor fique, senão não vou conseguir me acalmar – pediu o menor entregando a chave ao maior que um pouco hesitante a colocou envolta do pescoço.
Jullian beijou Cristian apaixonadamente, seu coração não aguentava de tão apertado que estava, só de pensar em seu amado e filho sozinhos naquela cabana, deixava-o preocupado.
Entretanto teria que ser forte, essa seria sua última ida a cidade para enfim conquistar a tão sonhada liberdade, passara por provações demais, eles mereciam ser felizes e ele seria capaz de tudo para ter sua família livre daquele tirano.
Depois de alguns carinhos e abraços ele subiu na carruagem, e se despediu do menor e seu filho, e atiçou os cavalos para que corressem e se foi.
Jullian arrumou o casaco de couro ao sentir o ar frio da noite, os dois cavalos que carregava a carruagem corria na noite escura, nem mesmo as lamparinas penduradas na carruagem conseguia iluminar o seu caminho, mas mesmo assim não o impediu de seguir frente.
Brevemente sua mente vagou até seu passado, ele sabia que se não agisse rapidamente iam ser descobertos e nem mesmo alguns nobres que o protegia poderia salva-los, se não fosse o lorde O'Hare e a duquesa de Cottini eles teriam perecidos - os poucos amigos verdadeiros que tinha feito em sua vida de escravo.
Sim, agora faltava pouco. Instintivamente Sua mão foi até o colar que seu amado lhe deu e uma súbita calmaria apossou de seu coração, ele sorriu e atiçou mais seus cavalos, infelizmente nesse momento sua única inimiga era o tempo.
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