13 - Seu sangue pertence a ele...
E aqui vou matar dois coelhos com uma cajadada só. Saberei como Drogo está e irei descobrir o tanto de informação possível sobre Viktor Bartholy, afinal... Essa mansão também é dele.
— Din Dom.
— Como posso ajudar? — Uma voz grossa e masculina sooa através do interfone.
— Somos amigas de Drogo... Elena e Yeda.
Comentei alto o suficiente para o mesmo ouvir.
Depois de alguns segundos o portão é aberto. Elena e eu aceitamos isso como um convite adentrando assim no território Bartholy.
Subimos uma pequena escada que dava acesso a porta da mansão. Como se pudessem sentir nossa presença, a porta foi aberta e de lá saiu um homem enorme, alto, ombros largos, pele pálida e um cabelo negro que brilhava lindamente.
— Se vocês são amigas de meu irmão, são meus amigos também. — O homem sorriu gentil. Seus cabelos longos fizeram cócegas em meu pulso ao homem se inclinar para beijar minha mão em um cumprimento completamente nobre.
O toque gelado denunciava que aquele nobre cavalheiro era um vampiro.
— Muito obrigada pela hospitalidade. — Agradeci ficando levemente vermelha.
— Me chamo Nicolae. — O homem se apresentou ao terminar de beijar as mãos de Elena que sorriu satisfeita.
Nicolae nos deu espaço permitindo nossa entrada. Por dentro da mansão o luxo era o que definia o local... Um enorme carpete vinho forrava o chão, as paredes de madeira dava um ar rústico, e o lustre luxuoso pendurado no meio da grande sala fechava com chave de ouro.
— Onde está o Drogo? — Elena pergunta sem enrolar.
— Esta no quarto dele... Muito enfraquecido devido ao castigo posto por nosso pai. — Falara Nicolae em um tom melancólico.
— E onde fica? — Perguntei mantendo a cautela.
Nicolae fez um sinal com a cabeça como se fosse um "siga-me". Subimos a grande escada que dava ligação para um corredor enorme, paredes cheias de quadros onde retratava pessoas nobres usando trajes dos tempos antigos.
— Vão embora! — Ouvimos a voz de Drogo vindo de uma das portas.
Claro, audição de vampiro.
— Tenha modos, Drogo! — Repreende Nicolae abrindo a porta do quarto que, por incrível que pareça, estava destrancada.
A pouca iluminação do quarto me fez forçar a vista para enxergar com clareza. O quarto de Drogo possuia cortinas blackout pretas, uma grande cama de centro, e duas portas que possivelmente, era a suíte e o closet.
— Licença... — Pedi adentrando o cômodo com Elena. Nicolae sorriu para nos dando um aceno com a cabeça em despedida, logo fechando a porta do quarto para nos dar privacidade.
— O que vieram fazer aqui? — Drogo perguntou com a voz um tanto fraca. Reparei em suas olheiras fundas, olhos avermelhados e pele acinzentada.
Suspirei sentindo um aperto no coração. O que merdas Viktor Bartholy fez ao Drogo?!
— Chocada Yeda? — Perguntou no mais puro sarcasmo.
Limpei minha garganta observando seu rosto... Veias saltando perto de seus olhos e têmporas, sinal de fraqueza, falta de sangue.
— O que ele fez? — Sussurei me apoiando no criado mudo ao lado da cama.
Elena sentou na beirada da cama olhando assustada para Drogo que se encontrava com as costas na cabeceira da cama. Os cabelos platinados do vampiros estavam mais rebeldes do que nunca, porém ainda assim, ele não perdia seu charme.
— Talvez tenha me deixado de cativeiro e sem tomar sangue por um tempo? — Sua voz se mostrou raivosa. — Isso porque machuquei seu brinquedinho novo.
Meu coração se aperta ao ouvir suas duras palavras.
— Brinquedinho? — Elena me questiona com a sobrancelha arqueada.
Ignorei minha amiga. Olhei para Drogo com uma misto de raiva e pena...
— Eu sinto muito. — Me lamentei.
— Como esta sendo a sua recuperação? — Minha amiga quis saber recebendo um olhar duro do vampiro.
— Como acha que está sendo? — Sua pergunta foi azeda, ele apontou para o próprio rosto e falou... — Estou ótimo! Não esta vendo?
Sua ironia nos atingiu... Ainda assim a culpa pesou em meu ser, por minha causa ele esta nessa situação.
Engoli em seca me aproximando do platinado, seus olhos avermelhados capturaram os meus como se não quisesse me deixar escapar.
— Você precisa de sangue, né? — Falei hesitante... — Sangue fresco.
Sabia que Drogo estava recebendo sangue, vi as bolsas de sangue em cima do criado-mudo. Entretanto, esse sangue já estava velho, não tinha os mesmos nutrientes que um sangue fresco, direto da fonte.
Elena me olhou com os olhos arregalados. Drogo deu um sorriso sedutor em minha direção e então encarou meu pulso que estendi em sua direção.
Os olhos avermelhados percorreram de minha face, busto, braços e finalmente meu pulso. O escarlate de seus olhos se fez presente, assim como as presas amostras... Drogo tocou minha pela com suas mãos frias, senti o platinado afundando sua unha grande em meu pulso causando uma pequena perfuração dando lugar a uma gota de sangue. Meu coração a mil, sua boca se aproximou... Mas então, o vampiro parou, ficou estático cheirando meu sangue.
Aos poucos a cabeça de Drogo foi se levantando para me encarar, seus cabelos rebeldes brilhavam com a pouca iluminação que lá batia.
— Seu sangue pertence a ele... — Drogo falou em um tom de desgosto, logo largou meu pulso como se fosse um saco de batata.
— Como assim? — Só então ouvi a voz de minha amiga que ainda se encontrava ali.
— Simples, se quer que eu morra, me de seu sangue. Não vou tomar essa merda. Viktor pode ter consideração por mim... — Falara rindo de nervoso pelo nariz. — Mas se eu a tocasse... Ele me mataria!
Quase rugiu essas palavras ignorando a pergunta de Elena.
A feição de Drogo se contorceu em pura dor enquanto ele apertava o estômago. A fome dele se intensificou com o cheiro de meu sangue, porém ele não podia tomar.
— Elena... — Chamei minha amiga quase chorando de medo.
Elena me encarou com um misto de confusão e decepção... Ela sabia que eu estava escondendo coisas dela, mas agora não é o momento.
— Eu já entendi! Mas depois disso tudo... — Seus olhos claros capturaram os meus — Você vai me contar o que realmente esta acontecendo!
Exclamou a cacheada se aproximando de Drogo e estendendo o braço para o platinado se alimentar.
Preciso chamar o Nicolae... Me afasto da cama aos poucos sentindo como se meu coração fosse sair pela boca.
Dei uma olhada para Drogo que tomava o sangue de Elena sem tirar os olhos de mim. O vampiro largou o pulso de minha amiga e então falou:
— Se você quer saber quem realmente é Viktor Bartholy... Vá até a última porta do corredor. — Sua voz vazia me partiu.
— Mas a Elena... — Tentei falar, mas fui interrompida.
— Eu sei me controlar! Não chame Nicolae. — Drogo olhou para Elena como se pedisse permissão para tomar mais.
A cacheada assentiu como se estivesse em transe... Embriagada pelo prazer que a mordida de um vampiro pode proporcionar. Meu coração apertou com a cena.
— Vá! — Rugiu entre os dentes tomando o sangue de minha amiga.
Dei as costas para eles quando ouvi a fraca voz feminina falar...
— Não... Não esqueça de me... Me contar a fofoca. — Por fim disse minha amiga que mesmo "drogada" não perdia a conversa.
Por mais que eu estivesse preocupada com Elena... No fundo sabia que Drogo não faria mal a ela.
Observei o grande retrato antigo que estava pendurado acima da grande cama luxuosa de Viktor Bartholy... Lençóis negros aveludados cobria toda a extensão da cama. Travesseiro dourados de seda reforçava o luxo do local.
Subi em cima da cama sentindo meus joelhos afundarem no macio sem fim... Me aproximei mais do retrato, era um quadro antigo pintado a óleo. O quadro retratava uma moça jovem, na casa dos vinte e alguma coisa... Observei seus olhos gentis, cabelos platinados na altura da cintura penteado em uma trança embutida, os traços delicados, sorriso aberto mostrando os pequenos dentes brancos... Essa moça.
Engoli em seco encarando os azuis vivos dos olhos da moça, ela lembrava muito a mim. Levantei minhas mãos tocando a pintura, abaixo da mesma estava escrito "Elizabeth".
Ao contornar meus dedos nos detalhes do quadro, percebi uma elevação na lateral como se... Como se estivesse algo escondido atrás do mesmo.
Empurrei o quadro para o lado e...Dito e feito! Lá tinha uma espaço retangular, o formato certo do quadro. Aproximei meu rosto do local e então vi um mini baú antigo na cor marrom coberto por poeira.
— É agora que eu descubro quem é você... Viktor Bartholy.
.
.
.
Notas:
Dessa vez demorei um pouco para postar, mas é que as coisas estão um pouco corridas para mim. O tempo passando voando kkk mas aqui estou eu! Pretendo att uma vez por semana viu.
Amo quando vocês interagem comigo, seu apoio e comentários me enche de motivação.
OBS: PRÓXIMO CAPÍTULO PROMETE HEIN! UHAHAHA.
Um beijo para vocês e um ótimo final de semana 💕🌸
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro