11 - O beijo do príncipe
— Senhor, o concelho está te aguardando. — Falou Conrad tratando de não deixar escapar nenhum detalhe da situação ao vagar seus olhos de meus seios para a boca de Viktor que a essa altura já tinha liberado minha pele.
Como um balde de água fria, despertei e... Puta merda. Onde eu enfio minha cabeça?!
Meus olhos encontraram as íris vermelhas de Viktor... O desejo que o mesmo sentia por mim havia se transformando em raiva. O príncipe me solta com calma virando me de costas para que Conrad não pudesse ver ainda mais meu corpo.
— Pode se retirar, estarei lá em breve. — Sua voz era calma, porém não escondia o tom raivoso e forte que saia de sua garganta.
Por canto de olho pude ver a muralha que escondia minhas costas nuas... Nem isso Viktor estava permitindo que Conrad visse, o príncipe me cobria completamente com seu corpo.
— Senhor... — Conrad se aproximou recebendo um rosnado de desaprovação vindo do príncipe. — Sabe que essa humana...
— Cale a boca! — A voz de Bartholy se fez presente olhando friamente para Conrad.
Viktor havia interrompido alguma revelação do vampiro.
Me viro curiosa segurando firme o restante de me vestido que protegia meus seios nus, encarei Conrad me esquivando da muralha, vulgo Viktor que tampava minha visão.
— Essa humana o que? — Questionei. — Se é sobre mim, eu quero saber!
Meu tom de voz quase que irritado fizera Conrad abrir a boca para falar, porém com apenas um olhar de Viktor, o mesmo se calou.
Conrad desaparece da sala com sua velocidade vampiresca... Certeza que Viktor mandou ele ir embora com a ligação mental de vampiros.
Meus olhos foram direcionados para o príncipe que não me olhava... Apenas pegou em meu braço e me arrastou escada acima em direção ao meu quarto.
— Descanse. — Mandou abrindo a porta de meu quarto com uma pequena chave que o mesmo tirou de seu bolso.
Por que diabos ele tem a minha chave? Me perguntei. E como se lesse meus pensamentos, Bartholy falou:
— Tenho acesso a todos os cômodos do arcano. — Caminhou comigo em direção a cama. — Tome um banho e descanse.
A voz do príncipe era calma... Quase terna. Ergui minha cabeça para encarar seus olhos, engoli em seco ao constatar que o mesmo me olhava fixamente, como se gravasse cada mínimo detalhe, cada traço meu.
Senti as mãos de Viktor acariciando minha bochecha, seus dedos gelados me causavam um formigamento a cada carícia.
— Você é linda. — Suas palavras provocaram um arrepio por todo meu corpo e uma sensação tão quente em meu coração.
Antes que eu pudesse responder. O príncipe havia me deixado naquele quarto com uma promessa que mais tarde voltaria para me ver.
— Você ficou sabendo? — Perguntará Elena animada.
Estávamos jantando na imensa mesa da sala. Havia mais três vampiros, dentre eles Kira que tomava sua taça de sangue com um olhar perdido.
— Sobre o que? — Questionei olhando para minha amiga parecia cada vez mais animada.
— Não quero que ninguém ouça. — Elena se inclinou em minha direção sussurrando. — Amanhã iremos na mansão Bartholy.
Arregalei meus olhos em surpresa.
Logo pensei em Drogo... Como ele deve estar?!
— Não brinca! — Quase gritei deixando o garfo cair na mesa chamando a atenção de Kira que cerrou os olhos em minha direção.
— Posso ouvir vocês! — Quase rosnou mal humorada. — Acham que sussurrando não escutamos? Somos vampiros!
Exclamou a mulher.
Seus dread presos em um coque rebelde a deixava com o visual de predadora. Kira possuía um estilo um tanto gótica rebelde, usava roupas em tom escuro, quase sempre preto... Trajava uma blusa de gola preta, com mangas listradas, juntamente a uma calça jeans rasgada.
— Não entendo o porque de tanta agressividade. — Resmungou Elena cruzando os braços observando os outros dois vampiros ali presentes que não estavam nem ai para a nossa discussão.
— Bolsas de sangue. — Rosnou Kira levantando da cadeira logo se retirando.
Quase sussurrei um “Ela é louca”. Mas me conti devido aos vampiros possuírem uma audição elevada.
Já era tarde da noite... Estava tentando dormir para que o amanhã chegasse logo. Preciso urgente saber sobre Drogo. Sei que ele é um vampiro extremamente arrogante, mas o mesmo ajudou em meus treinamentos.
Viktor havia dito que tinha castigado o loiro, minha cabeça da voltas e voltas querendo saber como o mesmo esta.
Elena e eu iremos por conta própria na mansão, eu por pura preocupação. Não quero que Drogo morra, muito menos que o espírito dessa peste loira (vulgo Drogo) venha me assombrar me culpando por seu descuido. Já Elena... Ah, minha amiga vai por curiosidade. Elena possui um espírito aventureiro que muitas das vezes eu invejo.
Aos poucos o sono viera me tomando, me senti quente entre os lençóis quase que dormindo, porém... Uma inquietação me tomou, fazendo-me virar e desvirar sob a cama, parecia que alguém tentava entrar em minha mente.
— Pare! — Gritei assustada como se acordasse de um pesadelo.
Senti uma presença a mais em meu quarto... O cheiro amadeirado preenchendo minhas narinas. Aos poucos meus olhos se ajustaram a pouca luz, que a lua criara no ambiente podendo enfim ver a silhueta máscula de Viktor Bartholy.
— O que está fazendo aqui? — Questionei lutando contra a felicidade e a irritação de ver o vampiro invadir meu quarto.
— Eu prometi que iria vir lhe ver, sempre cumpro minhas promessas. — Disse o príncipe não tirando seus olhos de mim.
Não sei se era a noite, ou o reluzir da lua
em Viktor, mas... Aquele vampiro estava incrível. Os olhos azuis puxados para o cinza cintilavam sob o brilho da lua, sua pele quase prateada parecia gritar para que eu o tocasse.
Estou completamente atraída por esse príncipe.
— Eu o senti tentando entrar em minha mente. — Comentei o olhando em busca de respostas.
— Sim. Mas esse colar me atrapalhou. — Foi sincero em suas palavras com o olhar duro no colar de filtro dos sonhos que Elena havia me dado.
— Então você é o meu íncubo... — Sussurrei em plena ciência que o mesmo podia me ouvir.
— Tenho a habilidade de me materializar nos sonhos... — Comentou o vampiro, estava sentado na beira da cama usando uma simples camisa polo na cor preto e uma calça moletom cinza.
Nunca o vi tão casual como hoje...
— Ao me materializar nos sonhos de alguém é possível sentir um toque, a carícia. É como se tudo que acontecesse no sonho se tornasse real ao acordar. — Ele disse me trazendo a memória das marcas que o mesmo havia deixado em meu corpo através do sonho.
— Essa habilidade se tornou muito útil quando se trata de eliminar meus inimigos.
Bartholy falou com um brilho quase psicótico em seus olhos. Me encolhi com suas palavras tentando máximo espantar essa sensação ruim que o príncipe estava a transmitir.
— Então... Por qual motivo usou suas habilidades em mim? — Questionei com a voz fraca, estava com medo de sua resposta.
Um sorriso se esticou no rosto do vampiro, seu olhar predatório se direcionou a mim. Em cerca de segundos Bartholy se encontrava diante a mim, tão próximo que bastaria me inclinar um pouco para grudar em seu corpo.
— Ora, minha coelhinha. — Seus olhos se abaixaram em direção aos meus lábios. — Eu sinto anseio pelo seu sangue desde o dia em que o provei.
Coelhinha?!
Engoli em seco tremendo em excitação. Me aproximei de seu rosto a ponto de roçar nossos lábios. Sua respiração batia em minha pele, a boca do príncipe me convidava a beija-los, por impulso, eu o fiz, não queria mais saber das consequências.
Toquei delicadamente seu pescoço o trazendo de encontro a minha boca, onde tracei seus lábios com minha língua sendo esmagada por seu beijo urgente e quase agressivo.
O príncipe se afastou como se estivesse tentando controlar seus impulsos, sua natureza. Com os olhos parcialmente avermelhados o mesmo me olhou, me ofereceu um sorriso sedutor e disse:
— Durma bem, minha coelhinha. — Assim ele me deixou, com um coração batendo loucamente e a sensação de seus lábios ainda presentes.
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