3
Izuku olhava concentrado para o boneco a sua frente, uma concentração de se invejar certamente, o que fez Inko suspirar e fechar os olhos antes de deixar o quarto do filho para não chorar a sua frente.
Izuku acabara de completar cinco anos, quando todas as outras crianças despertaram sua peculiaridade e ele não o pequeno implorou para irem ao médico achando estar doente, foi quando veio a notícia, ele não tinha uma peculiaridade.
A mulher enxugou as próprias lágrimas respirando fundo, tinha que ser forte por seu filho.
- O-oka-san - Izuku chamou com a voz embargada e Inko voltou pro quarto, ele encarava a tela do notebook onde All Might era mostrado salvando várias pessoas - U-um dia eu vou poder ser como ele?
Inko foi até o filho se ajoelhando a sua frente e então secou suas lágrimas com carinho.
- Você vai ser ainda melhor do que um herói, meu príncipe das trevas, um problema tão pequeno como esse não vai ser capaz de nos parar, eu prometo a você.
Izuku a abraçou chorando baixinho, ele queria ser legal como o Kaachan.
________//\\________
Levou dois meses para Inko notar, Izuku sempre foi de se machucar fácil, ainda mais seguindo Katsuki que adorava fazer coisas arriscadas, mas, de repente, ele voltavam com hematomas e os professores fingiam não ver.
A gota d'água foi o dia que resolveu passar na escolinha para buscar Izuku mais cedo e irem para Tokyo passar o feriado e encontrou alguns professores não só maltratando seu filho como incentivando Katsuki a fazer o mesmo.
No mesmo momento interferiu gritando com eles e puxando Izuku para si com sua peculiaridade, a criança até riria, amava quando a mãe o puxava assim, mas o choro não tinha passado então só a abraçou apertado.
- Bebê chorão! - Bakugou falou debochando - Deku bebê chorão! Além de inútil precisa da mamãe!
As crianças começaram a rir e Inko encarou o loiro com ódio, mas então respirou fundo, era só uma criança ali, olhou então para os professores que riam também, ódio palpável.
- Vão se arrepender de tocarem em meu principezinho - Sibilou antes de puxar o celular - Katsuki pegue sua mochila e de Izuku vou te deixar em casa.
- H-hai - O pequeno Bakugou temeu, sabia que tia Inko iria contar a sua mãe e ela iria brigar consigo, sua mãe não batia, mas ele odiava a deixar chateada e sabia que era o que aconteceria.
Correndo ele buscou as mochilas e seguiu Inko cabisbaixo a ouvindo falar no telefone enquanto ainda abraçava Izuku.
Chegaram em casa e Inko logo buscou por Mitsuki contando o que presenciou.
- Katsuki! - Mitsuki encarou o filho horrorizada, sabia que não era a mais paciente das mães, mas sabia também que sempre o ensinou que uma peculiaridade forte não era tudo na vida e que ele não deveria rebaixar as pessoas.
- O-os tios disseram pra eu fazer e todo mundo gostou! - O loirinho protestou, Mitsuki o olhou com olhos que diriam que conversariam depois antes de encarar a melhor amiga.
- Mil perdões pelo comportamento dele, Inko querida, eu não tinha ideia, prometo que vou conversar com Katsuki.
- Não se preocupe, Micchan, sei que nunca ensinou isso a ele e eu vi claramente a cena, não é totalmente culpa de Katsuki, mas é bom que você saiba para que possa ficar de olho... em todo caso com professores assim ele não vai ser o único valentão que Izuku vai encontrar...
- E o que pretende fazer?
- No caminho pra casa usei da minha antiga influência de heroína, vou retirar Izuku dessa escola, vou mudar de volta para Tokyo e o matricular em uma escola onde existem muitos alunos apeculiares, além disso ele vai estar perto da família, voltaremos quando ele entrar para a U.A.
- U.A.? Inko sabe que a lei não permite...
- Izuku quer ser um herói e mesmo que eu odeie essa ideia irei o apoiar - Inko falou séria - Em todo caso espero manter contato com você, não vou me desfazer do apartamento e pretendo vir aqui de vez em quando visitar.
- Estou sempre a alguns passos do telefone.
________//\\________
Katsuki arregalou os olhos na manhã seguinte quando Izuku apareceu a sua porta já chorando.
- D-Deku? O que faz aqui? - O loirinho olhou em volta com medo de alguém ver o esverdeado ali antes de o puxar para dentro - Para de chorar, porra! Seu bebezão!
- E-eu vou embora, Kaachan - Izuku chorou ainda mais fazendo Katsuki congelar, Deku estava indo embora? - A-A mamãe ficou muito brava e ligou pra algumas pessoas e-eu vou pra longe e-eu não quero ir.
- Deku...
- V-você dá medo, mas é o único amigo que tenho, Kaachan, e-eu não quero ir!
Katsuki encarou o menor que chorava abraçado a uma sacola de papel, ouviu passos e soube que eram de seu pai já que eram leves demais para a passada de sua mãe.
- Izuku, ohayo - Masaru cumprimentou da escada com um sorriso antes de notar o que acontecia - Katsuki, o que você fez?
- N-nada! Ele já chegou assim! - O menor dos Bakugou se defendeu.
- Ei, Izuku, o que foi? - Masaru abaixou para ficar da altura dos meninos.
- E-eu não quero ir pra longe tio!
- Oh, meu anjinho - Masaru o pegou no colo e deu a mão para Katsuki os levando para a cozinha onde os sentou começando a preparar o café da manhã - Não precisa ficar com medo da mudança, ela é sempre bem vinda sim? Além disso nós poderemos sempre nos ver nos fins de semana, estamos sempre por perto.
Izuku assentiu ainda chateado de ter que ir embora e ficou vendo Masaru preparar o café da manhã. Katsuki também estava silencioso, encarnado Deku com curiosidade infantil, sua mãe havia passado horas brigando consigo, mesmo que odiasse isso ele sempre ouvia o que ela tinha a dizer e se perguntava agora sobre quem estava certo.
Os vários professores que o ensinaram a bater em Deku ou sua mãe que adorava seu antigo melhor amigo, sua pequena cabeça estava uma confusão e agora Deku ia pra longe...
________//\\________
Assim que Inko apareceu para buscar o filho, Izuku respirou fundo, ele tinha ido lá não só pra chorar, mas pra entregar algo a Kaachan, assim foi até o amigo que assistia desenhos ao lado do pai enquanto a mãe ajeitava as coisas e estendeu a ele a sacola de papel que havia trago.
- O que é isso, perdedor? - Kaachan pegou a sacola com brutalidade.
- Katsuki! - Masaru brigou enquanto o loiro revirava os olhos tirando alguns dos bonecos de colecionador do All Might que Deku havia comprado.
- E-eu não vou levar nada do All Might então pensei que você pudesse ficar...
Katsuki franziu o cenho, por que Deku não ia levar as coisas do All Might?
- Vamos, Izuku, ou vai ficar tarde.
- Hai!
Mitsuki parou o que fazia para abraçar a amiga antes de obrigar o marido e o filho a ajudarem a arrumar a casa.
- Mas é o seu dia velha! - Katsuki resmungou enquanto ia atrás do rodo.
- Problema seu! E ai de você se reclamar!
Inko levou Izuku para o carro e então eles partiram para o aeroporto, levou algumas horas para chegarem a capital do país e então levados até o atual esconderijo de All For One.
Izuku respirou fundo abraçado a sua mochila enquanto andava pelos corredores parando em frente a uma porta, conseguia ouvir sons de luta e sentiu seu sorriso se formar, uma vozinha irritante em sua cabeça dizendo que, enfim estava em casa.
Inko bateu na porta e aguardou a ordem antes de entrar junto do filho, All For One estava sentado assistindo Shigaraki Tomura lutar contra diversos homens ao mesmo tempo, os olhos de Izuku brilharam.
- Ei, Zuku! - Tomura sorriu apesar de não dar pra ver por causa das mãos em seu corpo antes de quebrar o pescoço de dois homens correndo até o primo.
Shigaraki Tomura, antes Shimura Tenko, assumiu esse novo nome quando começou os treinos, ele não gostava de recordar o passado, ao mesmo tempo, quando foi presenteado com as mãos dos seus parentes ele quis as usar, queria sempre se lembrar do motivo de estar ali agora, além disso sentia que honrava a memória deles apagando da face da terra esses heróis que tanto os tornaram infelizes.
- Tomura! - Izuku correu até o primo, um dos homens com quem o mais velho lutava tentou atacar Izuku, mas o menino desviou quase que por reflexo, o homem caiu com tudo no chão e foi pisado pela criança que pegou impulso para se jogar nos braços do primo.
As mãos com luvas que só não cobriam dois dos dedos de Shigaraki pegaram Izuku no ar o abraçando apertado, os dois se adoravam e isso qualquer um via.
- Quando o mestre contou eu mal consegui acreditar! - Tomura deixou Izuku no chão - Espere aqui, vou acabar com isso e te mostrar nossos quartos!
- Hai!
Inko sorriu bagunçando os cabelos do filho.
- Fique um pouco com Tomura sim? Eu tenho algumas coisas a resolver, a mamãe volta na hora do jantar.
- Não vai almoçar com a gente, Oka-san? - O pequeno Midoriya encarou a vilã.
- Eu preciso fazer sua matrícula e cuidar de algumas coisinhas querido - Inko se abaixou na altura do filho - Mas amanhã é fim de semana e vamos passar juntos.
- Promete?
- Prometo, meu príncipe das trevas - Inko beijou a testa do filho antes de acompanhar All For One para o corredor novamente.
- Por que não está usando sua peculiaridade Tomura? - Izuku perguntou ao sentar no chão para esperar, mais do que acostumado a quantidade de sangue que o primo fazia jorrar enquanto praticava, segundo sua mãe logo logo ele também iria treinar!
- O mestre quer me desenvolver no corpo a corpo também, existem peculiaridades que podem apagar momentaneamente outras.
- Sério?! - Os olhos de Izuku brilharam - E como elas são? Funcionam por quanto tempo? Como elas se ativam? Quais heróis e vilões possuem?
Inko e All For One olhava a interação das câmeras.
- Um sem peculiaridade? - O mais velho indagou curioso - Antes de eu oferecer uma das minhas eu quero o testar...
- Tudo para a felicidade do meu menino.
- Ótimo, quero desenvolver o cérebro dele primeiro, veja como ele tem potencial... fez bem em resolver vir morar aqui, será melhor o treinar desde novo como fiz com Tomura.
- Meu senhor...
- Diga - All For One encarou a mais baixa enquanto adentravam uma outra sala.
- Izuku ainda é muito apegado a heróis e ele quer ir para a U.A. - Inko se sentou soltando o ar, era desgostosa dessa ideia, mas era o que seu filho queria - Mesmo que ele mude de ideia quando crescer, talvez ele seja o que precisamos, se destruirmos a atual maior escola de heróis...
- Deixo os planejamentos sobre isso com você, em breve sairei para resolver alguns assunto e quero que fique com você a responsabilidade de cuidar das coisas até eu voltar.
- Vai atrás de All Might?
- Ele tem algo que pertence a nossa família, além disso nada mais justo do que dar tal peculiaridade a Izuku.
- Nisso eu concordo, se Nana não tivesse sido tão tola para tirar o One For All de nossa família...
Os dois continuaram ali, traçando planos enquanto Izuku continuava a murmurar sobre cada peculiaridade que via entusiasmado com a luta de seu primo.
O treino do próximo Símbolo do Medo estava prestes a começar e em breve todos conheceriam seu nome.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro