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O garotinho de seus dez anos riu animado enquanto empurrava a garota na lama, aquele dia chovia e era engraçado machucar aqueles dois, afinal a quem eles pediriam ajuda? Aos heróis? Eram apenas órfãos de merda que jamais teriam alguém na vida!
- Deixem ela em paz! - O moreno correu até os três garotos socando-os irritado, a menina gritou pedindo para o maior parar, mas já era tarde, a diretora chegou e, novamente, a menina e seu irmão foram suspensos mesmo que tudo o que fizessem fossem se proteger dos ataques, era sempre assim, ninguém iria ajudar dois órfãos e eles já sabiam disso.
Chegaram ao orfanato sujos e recebendo broncas, estando de castigo, após o banho, ambos foram para o quarto que dividiam com mais dois irmãos.
O moreno suspirou antes de se sentar na própria cama, amaldiçoando os heróis, se não fosse por eles nem ele nem a irmã estariam passando por aquilo, se a mãe deles não fosse a vadia de uma heroína eles estariam agora de barriga cheia e vivendo uma vida feliz.
- Aniki - A pequena de cabelos verdes foi até a cama do irmão e o abraçou com carinho - Me desculpa, eu ainda sou fraca, mas vou treinar e vou ser muito boa e-e vou ser sua heroína eu prometo.
- Não precisamos de heróis, Imouto - O moreno bufou, odiava os heróis e odiava que a irmã os adorasse, ela não via que tudo o que passava era problema desses filhos da puta?
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Inko fechou os olhos com força, o coração batendo forte enquanto esperava o garoto a socar, mas o soco não veio, ao invés disso ouviu uma explosão alta e quando abriu os olhos os meninos que a atentavam fugiam assustados.
- Ei, eles te machucaram? - A loira de olhos azuis que a salvou sorriu para si e Inko corou negando - Sou Mitsuki.
- I-Inko - A esverdeada se ergueu - Obrigada por me defender.
- É o mínimo que uma futura aluna da U.A. pode fazer! - A loira piscou para Inko que sorriu fraco - Ei, o que foi?
- Nada eu só... acho que meu irmão tem razão, eu jamais vou conseguir ser uma heroína - Suspirou, esse havia sido o ponto, ela havia dito em aula que queria se tornar uma grande heroína no futuro e seus colegas acharam engraçado a socar para 'colocá-la em seu lugar'.
- Eh? Por que diz isso?
- E-eu sou fraca, não consigo nem me proteger de alguns garotos idiotas.
A adolescente loira encarou a esverdeada com seriedade.
- Então você só precisa se fortificar, vamos fazer isso juntas, vai ser muito mais divertido!
Inko arregalou os olhos, mas sorriu, era a primeira amiga que fazia, a primeira pessoa que dizia para si que era possível, nem seu irmão acreditava em si!
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Os anos passaram para as duas, infelizmente Inko não conseguiu entrar para a U.A., ela entrou para outra escola de heróis, Mitsuki sim passou para a U.A., mas largou quando viu que a amiga não entraria e então foi com ela para a outra escola onde treinaram duro.
Koji, seu irmão, não gostou nem um pouco disso e logo as discussões vieram, ele queria fazer a irmã largar tudo isso, odiava heróis e dizia que se afastaria de vez, mas Inko estava decidida a ser uma heroína, pelos dois.
Quando completaram 18 e foram despejados do orfanato foi inevitável a separação, Mitsuki lembrava bem de acolher a amiga em casa, seus pais nem um pouco incomodados de Inko passa a viver ali.
Lembrava de ver a menor sempre chorando de madrugada ao achar que todos dormiam, de chamar por Koji quando tinha pesadelos e de sempre reafirmar para si mesma que o salvaria assim que fosse uma heroína de verdade.
Mas Koji sumiu do mapa, nunca conseguiram o achar, Inko sofreu muito sem o irmão, mas se dedicou a carreira querendo ser tão boa quanto sua mãe foi, quem sabe assim a mãe não os procurasse?
Foi com 19 anos que conheceu Hisashi, foi amor a primeira vista, Hisashi era um suporte, mas atualmente não trabalhava para agência nenhuma, Inko só foi descobrir que ele trabalhava para vilões depois do casamento.
Ela queria entender como ele sempre tinha dinheiro para as coisas de casa já que ela ainda não era uma heroína reconhecida para receber bem o bastante para o luxo que viviam, então, uma noite, Hisashi disse que queria a levar em um lugar e então entraram no carro.
Eles pararam perto de uma floresta, longe da província onde moravam, um galpão mal iluminado era o único lugar ali, Inko sentiu um arrepio de alerta a percorrer, confiava no marido, mas seus instintos desenvolvidos no curso de heróis alertava para vilões por perto.
Ela não notou o portal que passaram na porta, mas estranhou o interior ser todo tecnológico e parecer ter tantos andares, Hisashi a guiou por vários corredores até parar em uma sala.
A porta abriu sozinha, não dava para ver nada, mas corajosamente Inko entrou ali, quando Hisashi passou a porta fechou com tudo.
- Quem trouxe para me ver? - A voz era baixa e divertida.
- Essa é minha esposa, senhor, Midoriya Inko.
- Hisashi, onde estamos? - A esverdeada exigiu baixinho.
- Inko? Qual seu nome de solteira querida? - A voz soou mais acolhedora, Inko sentiu vontade de contar sua vida toda ao estranho escondido pela escuridão e o fez - Filha de Shimura Nana... parece que sempre estivemos destinados a nos encontrar.
As luzes se acenderam, sentado em uma poltrona confortável um homem de cabelos grisalhos e sorriso acolhedor os encarava, os olhos verdes como os de Inko.
- Quem é você?
- Costumam me chamar de All For One, mas, para você, avô basta.
- O que?!
O homem riu e então contou sua história a heroína.
Claro que ela não acreditou e decidiu investigar, Inko buscou por sua mãe, a quem não via pessoalmente desde os cinco anos, a última vez que a mulher apareceu no orfanato onde cresceu.
Nana quase não quis a receber, a reconhecendo de imediato, mas o fez a repreendendo por ter se tornado heroína.
Quando contou sobre All For One a mulher ficou ainda mais possessa, o que confirmou a história para Inko.
A pequena Midoriya se sentia sem norte, ela descendia de uma longa linhagem de vilões, seu marido trabalhava para seu tatatatatatatatara avô ou sei lá o quê, o que ela devia fazer com toda essa informação?!
Não entregou o marido, não contou a mais ninguém o que sabia, Shimura Nana não a procurou mais, Inko quis entrar em contato com Koji novamente, mas apenas recebeu a mensagem de que seu irmão fora assassinado há anos, assassinado e herói algum fez algo sobre.
Inko estava perdida e sentiu que não teria forças quando descobriu a gravidez quase simultaneamente a Mitsuki, por medo, não contou nada sobre All For One a melhor amiga.
- O que acha de irmos fazer compras? - Mitsuki questionou.
- Micchan... eu vou aposentar - Contou de uma vez, as duas tomavam chá em sua sala, Hisashi já tinha falado algumas vezes com ela, dizendo que seu avô, para encurtar, queria muito falar consigo, dizia ter algo que ela ia amar e que não se importava de ela ser uma heroína, muito pelo contrário, não pediria para ela se unir a eles.
Inko desconfiava, sabia que All For One queria algo de si e por isso se negava a ir proibindo Hisashi a falar de trabalho dentro de casa, ela só queria esquecer sua família e viver bem com o marido.
- Aposentar? - Mitsuki a olhou confusa.
- Sim... Hisashi recebe bem com o... emprego dele e eu quero me dedicar a criar meu bebê, como não me criaram.
- Isso foi ideia daquele sem noção?!
- Hisashi não sabe que vou me aposentar.
Mitsuki examinou a amiga e assentiu, ela nunca foi com a cara do Midoriya e sempre fora super protetora com a pequena Shimura.
- Então?
- Micchan, sabe que eu sempre soube quem é minha mãe certo?
- Oh, você disse que ela visitava o orfanato quando vocês eram pequenos...
- Minha mãe é Shimura Nana.
- A conhecida mestra do prodígio All Might?!
- Hai - Inko suspirou - Ela nos deixou lá por medo de os vilões nos atacarem caso soubessem que somos filhos de heróis.
- Que arrombada!
- Sem xingamentos! - Inko brigou - Mas sim, por isso Koji sempre odiou heróis... eu... eu não quero ser como ela, quero criar meu bebê e garantir que ele não vai ter os mesmos problemas que estou tendo.
- Os problemas que não me conta?
- São de família...
- Bem, você que sabe, eu também não sei se duro muito, quero dar a Katsuki a melhor infância e ensinar direitinho a ser gente!
- Eu duvido que ele vire gente sendo criado logo por você - Inko riu antes de receber uma fraca explosão na cara, não machucava, mas a sujou de fuligem - Ei!
- Bem, ficar pensando nisso não vai ajudar, o que acha de irmos comprar coisas pros bebês?
As duas heroínas saíram, as barrigas enormes não a deixavam menos mortais e ninguém ousava as machucar, então elas seguiram conversando animadas sobre os planos para o futuro.
Foi quando Inko viu Shimura a frente em uma batalha contra vilões, o sangue de Inko ferveu e elas decidiram desviar o caminho, a luta já estava acabando e ela não queria ter que interagir com aqueles heróis.
Mitsuki entendeu claramente e elas seguiram por outra rua, Inko viu o marido sair acompanhado de uma loja e então Nana apareceu ali, a esverdeada bufou.
- Eh? Ela não estava lutando mais acima à pouco? - Mitsuki questionou - E por que ela está interrogando seu marido?
- E como eu vou saber? - Inko deu de ombros, o vilão, que Shimura deveria estar contendo até a polícia chegar, saiu do esgoto atacando Hisashi e o amigo que o acompanhava, Nana gritou para que corressem, mas não deu tempo.
- HISASHI! - Inko gritou correndo até lá tropeçando no caminho e caindo de barriga.
- Inko! - Mitsuki a ajudou a levantar preocupada enquanto a amiga gemia de dor, mas nada comparado aos gritos dos homens que eram cozinhados vivos pela peculiaridade do vilão enquanto Nana não fazia quase nada com os olhos vidrados em Inko.
A Midoriya desmaiou em algum momento e acordou no hospital, Mitsuki estava ali assim como Masaru.
- E-e Hisashi? - A pequena sussurrou, Mitsuki perdeu o brilho no olhar vermelho sangue e Inko sentiu as lágrimas virem - É-é culpa dela! E-ela sempre me tira toda minha família! Primeiro Koji e agora meu marido!!
- Midoriya-san, por favor não se exalte - Masaru a ajudou a se sentar - Você caiu de barriga e quase tiveram que fazer um parto de emergência, precisa ficar calma.
- I-Izuku está bem?
- Está sim, ele é forte - Mitsuki garantiu sorrindo para ela.
A porta abriu, a morena uniformizada passou e Mitsuki bufou, Masaru ficou encarnado sem entender.
- Eu gostaria de falar com ela a sós - Shimura Nana pediu.
- O caralho! Nenhum arrombado vai me tirar de perto de Inko!
- Q-querida, n-não deveria falar assim com as pessoas tente se acalmar - Masaru tentou.
- Está tudo bem, eles sabem o que somos - Inko falou simples.
- Contou a alguém?! Midoriya-san já disse que é perigoso falar sobre isso! - Inko riu amarga, além de matar seu marido ela sequer dizia seu nome, sempre a tratando como se fosse uma civil comum.
- Diga de uma vez o que quer.
- O seu bebê... não pode o criar, não com a vida que leva. Um dia ele vai vir atrás de você de novo, Midoriya-san você agora é um risco para seu filho.
Mitsuki acertou um tapa em Nana que arregalou os olhos.
- Não ache que vamos ser putas que nem você, iremos criar nossos filhos e foda-se quem ache que pode impedir!
- Micchan não faça isso, se ela falar sobre você ficará manchada não vale a pena - Inko suspirou, o ódio aflorando em seu peito - Eu acho que preciso dormir...
- Ouviu ela sua escrota, caí fora - Mitsuki enxotou Shimura antes de voltar a segurar a mão da melhor amiga.
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Dois dias depois Inko teve alta, assim que assegurou Mituski e Masaru de que estava bem ela saiu de casa furtiva.
Com a barriga enorme e com um endereço na mente ela foi até o galpão que só foi uma vez novamente parando nesse segundo lugar, dessa vez notando o portal gosmento por onde passou antes de parar ali.
- All For One - Inko encarou o grisalho que lhe sorriu
- Finalmente atendeu meu chamado? Eu tenho um presente para você...
- Corte o papo furado, estou aqui por meu filho, quero destruir os heróis que me destruíram tantas vezes, vou construir um novo mundo e dá-lo de presente a Izuku.
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Sejam todos bem vindes ao plot de agosto!! Principe das Trevas é o não tão novo xodó do perfil kkk, é um plot que estava nos rascunhos, mas que eu amo bastante então decidi continuar, apreciem sem moderação a história de como os Midoriya tomaram o mundo de assalto!! E de quebra um Aziawa pai ciumento
As postagens acontecerão todas as quintas às 16 horas então essa semana ainda tem capítulo! Até breve!!
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