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– Bom dia – cantarolo no ouvido do Nicolau e beijo seu pescoço e peitoral para que ele acorde.

– Bom dia minha mandona – ele puxa o meu corpo para perto do dele e me dá um abraço quente e apertado.

– Você tem que trabalhar hoje?

– Já deixei o Carlos no comando de tudo pelo período da manhã, não preciso fazer nada agora...

– Pois então, vamos levantar, tomar café?

– Deixa só eu ficar aqui deitado sentido o seu cheiro mais um pouco – ele diz todo sedutor e enterra o nariz no meu pescoço.

E quem sou eu pra dizer não a um pedido tão bom quanto esse?

Depois de uma sessão bem leve de beijos e carinhos, finalmente levantamos, tomamos banho e já estamos nos vestindo. Estava prendendo o meu cabelo num rabo de cavalo alto quando me lembro da conversa de ontem. E se na noite anterior não quis saber o que ele queria me dizer, agora eu estava um pouco curiosa.

– Então o que o investigador queria ontem? – pergunto sem rodeios.

– Ah, é mesmo, tem isso – olho na sua direção e vi quando as mãos dele apertaram a camisa que ele segurava.

– É tão ruim assim? – pergunto me aproximando dele e abraçando sua cintura.

– Um pouco. É preocupante. Preocupante também é a sua habilidade de me fazer esquecer de assuntos sérios assim enquanto você me beija... – ele brinca.

– Mas você ainda não me disse o que é... – ele puxa uma grande respiração e me leva para sentar na ponta da minha cama. Ele segura as minhas mãos e me encara preocupado.

– Explosivos estão sendo contrabandeados para dentro da cidade. Além dos explosivos, vários compostos que normalmente são usados para fabricação de drogas e bombas.

– Drogas e bombas?

– Sim. Carregamentos e mais carregamentos estão sendo infiltrados, principalmente pelo porto e também agravando as quantidades depois que você se afastou da delegacia. O Coronel está tentando dar um jeito nisso, mas até agora não conseguiu encontrar uma medida para parar esse tráfico.

– Isso é estranho demais. O Coronel sempre teve muitos mais recursos e prestígio do que eu ali dentro. Não faz sentido isso tudo estar acontecendo debaixo do nariz dele.

– Você acha que ele pode estar envolvido com o tráfico de alguma forma?

– Eu prefiro acreditar que não, mas não duvido de muita coisa nessa cidade. Quem sabe depois eu não vou falar com ele, tirar as minhas próprias conclusões sobre o envolvimento do Barroso.

– Mas você tem que tomar muito cuidado mandona, eles já estão de olho nos nossos passos.

– Sei bem disso. Tomarei cuidado – meu celular começa a tocar. Olho no identificador e me impressiono em ver o nome do Coronel. – Mas falando nele... – atendo e não tinha como confundir a voz grossa e autoritária do Tadeu.

– Vivian? – não sei se é somente impressão minha, mas percebo um pouco de urgência em sua voz.

– Eu mesma. Olá Coronel Barroso.

– Não posso me demorar nessa ligação, mas eu preciso falar com você. Com você e com o senhor Castilho. Será que vocês podem passar na delegacia amanhã?

– Acredito que sim Coronel, mas aconteceu alguma coisa?

– Nada ainda que você precise se preocupar, mas muito provavelmente precisarei da ajuda dos dois. Posso contar com a presença dos dois pelo período da tarde?

– Sim, vou falar com o Nicolau, e mais tarde eu aviso o senhor, tudo bem?

– Maravilha. O que eu tenho para falar para vocês só pode ser dito cara a cara – e sem dizer mais nenhuma palavra, ele desligou.

– O que ele queria comigo?

– Conosco. Ele quer falar com nós dois amanhã à tarde. Você pode ir comigo de tarde ate à delegacia?

– Sim, sem problemas.

– Maravilha então.

Como já estava tarde, eu só tomei um copo de café e uma fruta, e fui ajudar a Vanessa a preparar o almoço. Ela parecia querer me falar alguma coisa, mas sempre desistia, então pensei que não fosse ser nada de importante. As horas passam e almoçamos num clima bem silencioso e confortável. Nicolau vai descansar na sala e Vanessa fica me ajudando a lavar a louça. Ela parece mais decidida a falar, mas como ela não começa, eu resolvo tomar a iniciativa. Desligo a torneira e enxugo as mãos no avental.

– O que você quer me dizer Van? – digo analisando um pouco melhor o seu rosto.

– Como é que você sabe que eu quero falar alguma coisa com você?

– Você está subestimando a minha habilidade de ler uma pessoa? E logo você Vanessa, suas emoções são sempre muito transparentes.

– Pois é... Sei que não preciso exatamente da sua permissão, mas queria saber se está tudo bem por você se eu viajar esse final de semana... Com o Leo...

– E vocês vão para onde? – pergunto um pouco preocupada, mas ao mesmo tempo muito feliz por ver a minha irmã espairecendo um pouco mais.

– Ele me chamou para um passeio no barco dele...

– Uau, ele tem um barco?

– É, também fiquei um pouco impressionada quando ele me disse...

– Você quer ir? – pergunto tentando não mostrar nenhuma emoção, eu queria que ela me responde isso com sinceridade e baseada somente nos sentimentos dela, não queria que ela fosse influenciada com alguma coisa que eu pudesse dizer.

– Quero.

– Então vai mana. Aproveite – sorrio e me surpreendo quando ela me abraça em agradecimento.

– Você é demais mana.

– E quando é que vocês vão?

– Na verdade ele deve estar passando aqui a qualquer momento... Vou terminar de arrumar a minha mala! – ela diz e sai saltitando da cozinha.

– Comporte-se viu mocinha! – sinto algo do meu pai encarnando dentro de mim. – E tome cuidado!

– Pai, é você? – Vanessa grita do quarto e eu solto uma gargalhada.

Termino de lavar a louça e escuto a campainha tocar. Vou até a saleta de monitoramento e não vejo ninguém do lado de fora da casa. Volto a gravação para ver se vejo alguma coisa, e então vejo uma pessoa encapuzada, não consigo identificar o gênero dela. Um envelope pardo em suas mãos e colocam ele por debaixo da minha porta.

Corro para a porta e o Nicolau se assusta com a minha pressa. Escuto os seus passos atrás de mim, mas estou preocupada demais olhando o envelope pardo para pensar em qualquer outra coisa nesse momento.

– Isso é o que eu estou pensando? – Nicolau diz com uma voz séria.

– Não tenho muitas dúvidas que sim – digo pesarosa e me abaixo para pegar o envelope leve. – O que será que tem aqui dentro?

– Só podemos abrir para descobrir – um arrepio horroroso percorre a minha espinha e eu tento disfarçar para que Nicolau não veja.

Quebro o lacre do envelope e assim que abro vejo que é igual aos outros envelopes que recebi. Somente uma folha dentro. Puxo a folha e a letra dessa vez é diferente das anteriores, mas igualmente bonita e bem escrita.

"Seu namorado está caminhando por um lugar muito perigoso, espero que ele saiba o que pode esperar por ele depois da curva... Você já sabe, mas agora o aviso se estende a ele. Nós estamos avisando."

Gelo ao ver aquela maldita ameaça. Nicolau percebe a minha insegurança e me abraça apertado, me dando um beijo reconfortante na testa. Um pensamento de perdê-lo passa pela minha cabeça e sou tomada por um desespero que não achei que seria tão intenso.

– Ei linda. Pode deixar, que dessa estrada eu tenho o mapa. Não se preocupe – ele diz me consolando e eu tento ficar um pouco mais calma.

– Não sei não Nico... Esse pessoal é perigoso. E ainda são mais perigosos por não sabermos quem são. E eles sabem quem somos nós.

– Isso não faz diferença alguma. Tomaria o mesmo cuidado se soubesse quem são. Estava ciente quando comecei a te ajudar Vivian. Vou até o final disso.

– Não sei se isso vale tanto a pena assim... Essas ameaças, o que fizeram com a Vanessa, não quero pensar o que eles podem fazer com você.

– Deixa de bobagem, não acontecerá nada comigo. Você está me ouvindo? E eu estou ao seu lado. O que você quiser fazer, eu te apoio. Certo?

– Obrigada – colo meus lábios nos dele por um momento, sorrindo por dentro por escutar dele exatamente o que eu precisava ouvir.

– Tenho que resolver umas coisas em casa, quer vir comigo? – ele pergunta depois de alguns minutos de silêncio.

– A Vanessa disse que iria viajar com o namorado dela, podemos esperar somente ela ir? – de repente a viagem da Vanessa não me parecia uma boa ideia mais. Mas o aviso era pro Nicolau, minha irmã não correria riscos, correria?

– Tudo bem então – ele segura a minha mão e me leva para dentro novamente. Guardamos a carta e tentamos pensar em outras coisas para aliviar a tensão. Ele me puxa pro seu colo quando sentamos no sofá. Me aninho em seu peito enquanto ele procura algo na televisão.

Vanessa se junta a nós poucos minutos depois. Ela está toda animada. E então o Leonardo chega e ele parece estar tão animado quanto a Vanessa. Peço para os dois nos darem notícias e o Leonardo me tranquiliza dizendo que para onde eles vão o sinal de celular é normal. Eu até já ouvi falar da praia que eles vão. Fico um pouco mais tranquila quando a minha irmã disse que me avisaria assim que chegasse.

E então ela vai e partimos com o carro do Nicolau para a casa dele. Eu sabia dessa sua propriedade, mas de fato, nunca tinha entrado nela. Ela era muito mais bonita do que nas fotos aéreas. O jardim estava impecavelmente cuidado.

Ele desce do carro e eu o acompanho. Ele não diz nada enquanto tira as chaves do bolso para abrir a porta da frente. Ele abre caminho para que eu passe e entre, e é o que eu faço.

– Coisa rápida aqui mandona, só tenho que pegar uns contratos, e podemos ir pra onde você quiser...

– Não me lembro de alguma vez ter vindo até a sua casa – digo olhando para as paredes recheadas de quadros enquanto caminhávamos pelo corredor.

– Isso é porque eu prefiro muito mais a sua casa do que a minha...

– Sério isso? – paro de andar e ele me abraça por trás.

– Sim, a sua casa tem mais cara de "lar" ou sei lá, mas tem algo lá que me dá vontade de voltar sempre...

– Fico feliz em saber disso, e saiba que você é sempre bem-vindo lá...

– Pensa que eu não sei que você só fala isso por que eu sempre levo sorvete e sexo? – ele finge estar chateado, mas pela mordida que ele dá no meu pescoço sei que é somente uma fachada. Me viro para encará-lo nos olhos.

– Você realmente sabe como fazer uma mulher querer te ver novamente – passo os dedos pelos seus cabelos.

– Quer um tour pela casa? – ele diz cheio de segundas intenções.

– Adoraria ver um cômodo em especial – respondo levantando as sobrancelhas sugestivamente.

– Mas antes, deixa eu te apresentar essa parede aqui – ele diz me levando de encontro com a parede e beijando a minha boca com ferocidade. Sua boca busca a minha com vontade e ele já vai levando suas mãos para a minha bunda, me juntando com ele.

– Gostei muito dessa parede – digo num fio de voz quando seus lábios descem para o meu pescoço.

– Ainda tenho que te apresentar algumas – sinto o seu sorrio sobre o meu peito e ele abaixa as alças do vestido junto com as do sutiã, liberando meus seios malucos por atenção e ele cai de boca em um enquanto amassa o outro.

Laço minhas pernas em sua cintura procurando melhorar o contato da sua gloriosa ereção com a minha calcinha em processo de encharcamento. E vou conhecendo algumas paredes no caminho que ele faz até o seu quarto. Só percebi que a casa era grande pois demoramos um pouco pra chegar no nosso objetivo.

– Vivian, esse é o meu quarto – ele diz me colocando no chão e retirando o meu vestido no caminho. Minhas mãos fazem o caminho para a barra da sua camisa e não demoro para retirar aquele tecido incômodo e admirar o seu peito.

Seus dedos engancham na lateral da minha calcinha e ele vem retirando devagar, beijando todo o caminho que o tecido faz. Ele segura a minhas pernas com firmeza e me leva para trás, me fazendo cair de costas em sua cama.

Enquanto ele retira a bermuda e a cueca eu me ajusto no colchão, já louca para ter o peso dele em cima de mim. E quando ele vem, já tenho a certeza que aquele vai o ser o meu lugar preferido na casa do Nicolau...

Perdi completamente a noção do tempo quando estava tomando um banho. Fiquei um bom tempo analisando o banheiro dele e nem precisava de tanto afinco na análise para perceber que o banheiro era bem desorganizado. Bem a cara dele.

O que deu mais trabalho foi o meu cabelo, já que não consegui encontrar nenhum pente ou escova por ali, e tive que me virar com os meus dedos. Saio do banheiro, seca, com os cabelos meio malucos e encontro o meu namorado gloriosamente nu e desavergonhado em cima de sua cama.

– Parece que você foi recortado de alguma revista – digo montando em seu colo.

– Posso dizer o mesmo de você – ele ergue o tronco e alisa a lateral dos meus seios, descendo pela minha cintura e se perdendo em minhas coxas. – Somos pessoas de sorte, não acha?

– Tenho certeza – sorrio e desço do seu colo.

Estou começando a ficar com fome, quem sabe o Nicolau não quer sair e comer alguma coisa... Ele também deve estar com fome depois dessa nossa sessão de sexo. Mas meus pensamentos são interrompidos quando a campainha toca.

– Você está esperando alguém? – digo enquanto recoloco o meu sutiã.

– Deve ser a pizza que eu pedi – ele já está de pé e está tapando aquela bunda maravilhosa com uma calça de moletom. Onde já se viu moletom ser uma peça de vestuário sexy? Somente nele mesmo...

– Mas você não é um homem eficiente? – coloco o vestido e nem me preocupo em colocar a minha calcinha. Fico de pé e o acompanho.

– Você vem? – ele parece um pouco surpreso.

– Não posso? Só quero esticar as pernas um pouco, fazer o sangue voltar a circular um pouco por elas... Além do mais, agora eu posso prestar um pouco mais de atenção na sua casa, pois da primeira vez eu tinha outras prioridades...

– Claro que pode... – sorrio ao perceber que ele pega a minha mão e me guia o caminho até a porta. Ele pega também o seu cartão de crédito e então a campainha toca mais uma vez.

Antes de abrir a porta ele olha no olho mágico e a sua mão aperta tanto a minha que dói. Eu reclamo e puxo a minha mão. Mas o que tinha dado nele? A cor tinha deixado o seu rosto e ele deu vários passos para trás. Quem diabos estava na porta?

– Nico, o que está acontecendo? – pergunto segurando de leve os braços dele, fazendo com que ele me encare.

– É ele... Na porta... É ele... – ele começa a repetir isso e eu não sei do que se trata, então vou olhar pelo olho mágico também.

Tenho a certeza que eu também perdi a cor do meu rosto. Todo o meu sangue estava querendo fugir de mim. Mal podia acreditar na figura que eu vi ali do outro lado. Olhei para o Nicolau, totalmente alarmada, não fazia ideia do que ele ia fazer agora.

Era Erick.

Ele abriria a porta para o irmão dele?


Ah como eu amo irmãos aparecendo de surpresa nas casas! Hahaha E aí, abre ou não abre a porta? O que vai acontecer? (só eu que imaginei a cena, típica de novela e depois do último suspiro a musiquinha de encerramento? Se fosse uma novela que eu acompanhasse a vida útil do meu controle estaria com os dias contados KKKKKKK)

Sintam-se à vontade para deixar um comentário, ou o que você acha que vai acontecer agora, se gostou do capítulo, também deixa um voto, me deixa super feliz ^^ Beijos e até o próximo :*

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