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"Fiquei sabendo sobre o bebê da sua irmã. É realmente uma pena. Ou não..."

Minha respiração falha e minhas mãos e dedos apertam com muita força o papel. Mal consegui chegar a pia a tempo de colocar tudo o que eu tinha no meu estômago pra fora.

Esses malditos tinham alguma coisa haver com o fato da minha irmã ter perdido o bebê? Isso não poderia ser possível, ou poderia? Me lembro muito bem da médica explicar para mim que tinha sido um aborto natural, mas a química do corpo humano é uma loucura, e não duvido nada que alguma substância tenha passado despercebida.

A bile novamente sobe na minha garganta e não consigo segurar, sujando a minha pia mais uma vez.

As mãos do Nicolau massageiam os meus ombros tensos e ele não me pergunta se eu estou bem, pelo meu estado agora, ele sabe que não posso estar bem.

– Eu posso fazer alguma coisa por você? – ele me pergunta.

Sem falar nada, estendo o papel que estava ficando amassado em minhas mãos e deixo que ele veja com os seus próprios olhos. Meu coração estava batendo em descompasso e só agora tinha percebido o quanto tremia.

– Você acha que eles fizeram alguma coisa com a sua irmã?

– Não sei. Mas se tiverem feito, eu juro pela minha vida que vai ser a última coisa que eles terão feito nas vidas deles. Quem quer eles sejam, quantos eles sejam – minha boca ficou ainda mais ácida com a minha promessa.

– Deixa isso comigo Vivian. Agora, você se concentre em ajudar a sua irmã e estar sempre do lado dela. Eu vou descobrir tudo, pode deixar, e se eles tiverem mesmo envolvidos com o aborto da sua irmã, que Deus tenha piedade das almas deles, pois eu não terei – dava pra sentir a firmeza de sua voz. Não haveria ser humano que duvidaria de suas palavras.

– Obrigada – dou um sorriso fraco.

O apito do micro-ondas nos traz de volta a nossa realidade e as nossas promessas. Coloco a pipoca dentro de uma bacia e peço pro Nicolau levar pra minha irmã. Me ocupo em fazer o suco de manga que ela queria. Lavo a minha boca na pia e limpo tudo ali.

Levo o suco pra sala e vou até o meu quarto escovar os dentes. Faço tudo no automático e tento na minha cabeça arquitetar um plano que ao mesmo tempo proteja a minha irmã e com que eu descubra a verdade.

Nem assisti ao filme na verdade. Nem noto a hora que o Nicolau vai embora. Demoro a conseguir dormir. Minha mente não parava de funcionar e eu precisava muito de um plano.

A sexta-feira tinha começado ensolarada e o dia estava particularmente lindo. Me espantei quando vi que já passavam das nove da manhã. Fazia um bom temo que não dormia tanto assim. Mas me senti muito bem.

Assim que abro a porta do meu quarto, sinto o cheiro delicioso do café da minha irmã invadir as minhas narinas. Sorri feito uma boba. Fazia tanto tempo que a minha irmã não se animava para tomar café...

Entro na cozinha e não encontro a minha irmã. Tem café pronto numa garrafa térmica em cima da mesa, junto com um recadinho.

"Tem uma salada de frutas na geladeira se quiser, mas vou logo avisando, que entupi de leite condensado."

Sorri feito uma boba e enquanto enchia minha xícara de café, uma lágrima feliz escorre em minha bochecha. Abro a geladeira e vejo a pequena forma que tinha sido recém colocada. Nem me importo pela salada que tinha uma coloração esbranquiçada de tanto leite condensado que ela tinha colocado, encho outra xícara com a salada e vou atrás da minha irmã.

Nem sei explicar o que senti quando a vi do lado da piscina, com um biquíni, chapéu de Sol e um livro em mãos. A vendo assim agora, mal daria para imaginar que a poucas semanas atrás ela tinha a barriga de grávida mais fofa do mundo. Ela estava lendo tão despreocupada que nem percebeu que eu me aproximava, só percebeu porque eu pisei num pequeno bolo de folhas secas que se acumulava ali do lado.

– Bom dia Viv! O café está bom?

– Uma delícia – nem sequer tinha tomado um gole, mas isso pouco me importava.

– O dia estava tão bonito hoje que eu pensei em pegar um pouco de sol, minha pele já estava sufocada de tanto ficar dentro daqueles moletons e roupas de algodão... – ela de ombros e meu sorriso amplia. – Você quer tomar Sol comigo?

– Adoraria. Vou colocar o meu biquíni...

Corro até o quarto e ponho o primeiro biquíni que veio na minha frente. Tomo um gole grande de café, mas resolvo ficar somente com a salada de frutas, acho que vai ser mais refrescante.

Sento ao lado da minha irmã e passo protetor solar. Não falamos muita coisa, mas foi maravilhoso ter alguns momentos de normalidade com a minha irmã. Estava curtindo o nosso silêncio quando Vanessa fala.

– Estava pensando em sair de casa hoje... O que você acha? Um barzinho, uma boate, qualquer coisa... Mas vou criar raízes se ficar mais tempo aqui...

– Você quer sair? – me espantei um pouco.

– Sim, você não quer me acompanhar?

– Claro que eu vou com você Vanessa.

– Maravilha então – ela sorri fracamente e cobre o seu rosto com o chapéu, encerrando a nossa conversa.

Estava um pouco surpresa, mas fiquei imensamente feliz por Vanessa querer sair um pouco de casa, quem sabe o bem que novos ares poderiam fazer para ela... A campainha toca. Levanto para atender, já que a Vanessa não se mexe meio milímetro para saber quem poderia ser.

Estava caminhando até a minha pequena cabine de segurança e antes que eu alcançasse, a campainha toca mais uma vez, já vai! Vejo pelas câmeras que é o Leonardo, o médico que estava saindo com a minha irmã.

Agora que parando para pensar, ele não veio visitar a minha irmã por nenhum momento, ela não comentou nada, sobre o onde ele estava ou nada parecido, o cara tinha sumido do mapa... O que será que ele quer aqui? E o mais importante, será que a minha irmã queria falar com ele?

– Pois não? – falo apertando o botão do interfone, permitindo que ele me ouvisse.

– Vivian? A Vanessa está? Eu preciso muito falar com ela... – ele parece transtornado, e não sei ao certo o que fazer, resolvo então perguntar para Vanessa se ela quer falar com ele.

– Pode deixar ele entrar... – minha irmã que nem percebi que estava atrás de mim fala.

– Tem certeza?

– Claro – ela sorri de uma maneira fraca e então eu vou abrir o portão para ele. Coloco um roupão qualquer, cobrindo o meu corpo. Abro a porta e vejo um homem apreensivo na minha frente.

– Pode entrar Doutor – ele mal me espera terminar a frase e já está entrando. Ele para alguns passos depois e nem tive tempo de reação quando ele me abraça.

– Obrigado por cuidar dela quando eu não estava por perto... Eu não sabia... Eu... – a voz dele foi falhando e ele me olha perdido. – Eu vim o mais rápido que pude, eu vim no segundo que soube. Você tem que acreditar e...

– Não sou eu que tem que acreditar em você, é a minha irmã Leonardo... E outra, não teria outro lugar para estar além do lado dela...

– Sim, claro. Sei disso.

Vou guiando ele pelo jardim e peço para que ele sente no sofá da sala. Minha irmã aparece alguns segundos depois, usando um vestido cinza bem solto, e mesmo assim, dava para perceber a falta da sua barriga.

Foi difícil não ver a decepção nos olhos do Leonardo quando ele olhou diretamente para a barriga da minha irmã e notou que era tudo verdade mesmo.

– Me desculpe Nessa, eu não sabia... Quando o hospital ligou informando da situação da minha mãe, corri para encontrar com ela... Nem pensei que você fosse passar por tudo isso...

– Leo, você não tem culpa. Você foi encontrar a sua mãe, você está certo. Não há nada que precise você se desculpar. É a vida...

– Mas e o seu...

– Por favor Leo, eu acordei tão feliz hoje, não me faça reviver tudo o que vivi essas semanas – minha irmã suplica e nem sei o motivo de estar ainda escutando aquela conversa. Fui pro meu quarto, tomar um banho e dar um tempo para os dois conversarem melhor, sozinhos.

Quando terminei o banho, já tinha passado da hora do almoço e eu pensei em sair para algum lugar para almoçar com a Vanessa, algum lugar legal, quem sabe até ligo para o Nicolau, para perguntar se ele está livre...

Quando chego na cozinha, já sinto o cheiro de almoço no ar.

– Eu demorei tanto assim no banho que você já fez comida Vanessa? – falo em tom de brincadeira.

– Não, isso foi o seu namorado que veio e trouxe para nós – Vanessa estava arrumando a mesa de jantar, colocando 4 pratos na mesa.

– O Leonardo vai se juntara nós?

– Sim, os dois foram buscar a sobremesa – minha irmã comenta e eu a ajudo a arrumar tudo.

O almoço foi descontraído e bem humorado. Ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer melhor o Leonardo e ele é um cara legal. Demorou um pouco para que ele se soltasse, mas conseguimos que ele fizesse algumas piadas e brincasse conosco.

Chamamos os rapazes para a nossa noitada, mas o Leo não poderia nos acompanhar, já que ele tinha que cobrir alguns plantões que atrasaram por conta da sua viagem de emergência para a cidade natal dos seus pais. Mas o Nicolau topou, disse que ia se atrasar um pouco, mas que encontraria conosco lá.

A noite veio rápida e logo eu e Vanessa estávamos prontas para nos divertirmos. Vanessa usava um vestido verde claro colado no seu corpo e uma sapatilha preta. Os cabelos estavam soltos e lisos, os olhos com maquiagem para esconder algumas olheiras que demorariam um pouco mais a ir embora.

Ela me obrigou a usar uma saia jeans que eu não usava há anos, com uma camiseta vinho, de botões. Coloquei saltos altos combinando com a minha blusa e nem precisei fazer muita coisa com o rosto, tinha pegado um bronzeado legal, só precisei mesmo passar um batom para dar uma corzinha na boca e estava pronta.

Fazia um bom tempo que eu não pegava no meu Camaro, e estava com uma saudade que nem sabia dele. Rodei a chave na ignição e o motor rugiu silencioso a vida.

– Você realmente gosta desse carro não é Viv? – minha irmã pergunta, abrindo a porta do passageiro e sentando no banco.

– Demais.

– Acho que os meus planos de dirigir ele algum dia estão indo pro ralo – ela sorri e eu abro o portão da garagem. Vamos o caminho escutando a rádio e Vanessa me chama a atenção quando abaixa um pouco do volume da música.

– Posso confessar uma coisa pra você Vivian?

– Claro que pode Vanessa, você pode sempre me contar tudo o que quiser... – quero olhar para ela, mas estou atenta ao trânsito.

– Você não vai ficar nada feliz com o que eu vou contar Viv, eu tenho certeza, é melhor deixar para lá, já passou.

– Mesmo já passando quero garantir a você que pode sempre vir falar comigo.

– Não sei ao certo se eu iria até o final com a minha ideia...

– Que ideia Van?

– Quando você parar o carro, eu te falo! – ela diz e eu na mesma hora procura um local na rua para que eu pudesse parar. Estaciono em frente a uma loja de flores e não desligo o carro.

– O que aconteceu Van? Você está me deixando preocupada.

– Não precisa ficar mais preocupada Viv, já passou.

– Mas o que já passou? – ponho minha mão sobre a dela e a encaro esperando uma resposta.

– Esses duas semanas, que eu passei em casa, eu tive muitos pensamentos sombrios e desgastantes. Pensamentos um tanto quanto suicidas...

Meu coração apertou de imediato. Eu sabia que a minha irmã estava arrasada, mas a ponto de terminar a sua vida... Nunca imaginei.

– Vanessa... – sem saber muito o que fazer aperto sua mão e ela me dá um sorriso triste.

– Eram pensamentos que vieram bem devagar, que queriam tomar de conta do meu coração quando eu me permitia uma depressão profunda.

– Vanessa, isso é muito sério... Nem sei o que eu faria se algo acontecesse com você... – só de pensar numa possibilidade meus olhos enchem de lágrimas.

– Eu sei disso mana. E foi por causa da sua presença ao meu lado, do seu apoio que eu nunca fui em frente. Hoje eu percebo que se tiver você ao meu lado, tudo irá se acalmar...

– Eu nunca vou sair do seu lado Vanessa.

Solto o meu cinto de segurança e dou um abraço de urso na minha irmã. Ela ri de leve do aperto que dou nela e brinca dizendo que está ficando sem ar pela força que eu estou aplicando ao abraço.

– Vanessa, nosso pai me disse uma frase quando eu assumi o meu emprego na polícia. Acho que cabe nesse momento. Há um jeito para tudo na vida, só não há jeito para a morte. Ele falou isso para que eu tivesse cuidado todos os dias na minha profissão, mas isso se estende a você nessa nossa situação.

– Eu sei disso agora Viv. Não se preocupe, eu estou começando a ver novamente as cores na vida. Eu vou conseguir superar tudo. Nós vamos conseguir – a força da sua voz me comove e eu acredito nela.

Fiquei imensamente preocupada quando minha irmã me falou sobre os pensamentos dela, mas impressionada com o crescimento e força que ela criou. A minha admiração por ela aumentou tanto dentro de mim, que transbordou.

– Mas hoje eu quero ter a minha última noite de bebedeira Viv. Hoje eu vou me permitir beber até não aguentar mais, vou dançar até minhas pernas doerem, vou me permitir um pouco de felicidade, tenho certeza que era isso que o Rubem queria que eu fizesse. E depois vou tocar a minha vida, afinal, nossos pais vão chegar em breve e quero que eles me vejam com um sorriso enorme no rosto... – ela sorri, olhando para cima e passando a mão por cima da sua barriga que agora estava lisa.

– Claro que era o que ele queria. A sua felicidade – não sabia que a minha irmã já tinha o nome do filho dela escolhido.

Dou a partida no carro e volto a guiar em direção ao bar que seria o nosso destino de hoje.



Boa tarde :) Aqui mais um capítulo novo ^^ Espero que gostem, e se gostarem, não se esqueçam de votar e deixar um comentário aqui. Um beijo enorme e até o próximo capítulo :D

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