extra: my baby honey
"Toque a si mesmo." Tomlinson pediu com a voz rouca, confortavelmente acomodado em sua poltrona, ainda usando as vestes elegantes do casamento, os fios acastanhados impecavelmente arrumados em um topete e o cachimbo entre os dedos, enquanto os lábios se abriam para soprar a fumaça ao relento.
O quarto era iluminado pela luz amarelada das velas, contando também com a palidez da lua que invadia o cômodo pelas janelas escancaradas. A brisa noturna soprava com suavidade, fazendo com que as cortinas dançassem em um ritmo lento, arrastando-se até a cama, onde os olhos do bruxo estavam inegavelmente presos na imagem de sua belíssima princesa. Pois agora ele não tinha mais vergonha de ser quem era, uma doce e excitante figura sobre a cama, com sua pele de porcelana parecendo ainda mais delicado sob a luz lunar, seus cachos longos tocavam abaixo de suas clavículas em espirais harmoniosas, os lábios vermelhos e carnudos estavam úmidos pela saliva e os olhos possuíam um brilho perigoso e ao mesmo tempo angelical. Mesmo depois de terem sido declarados oficialmente casados, Harry ainda se acanhava na presença de Louis.
Embora seu membro bem marcado na calcinha branca não parecesse partilhar da mesma opinião.
O vestido de casamento. Sim, vestido, um longo e imperial vestido de calda, com um espartilho tão apertado que fora uma tortura usar por tantas horas, mas que dera um formato ainda mais pecaminoso ao corpo escultural de Styles. Quando Louis ouviu os saltos tilintando pelo salão real e sua linda princesa cacheada adentrando as grandes portas, a única coisa que ele pôde registrar foi o orgulho transbordando de seus olhos, a felicidade era sem igual. Aquele menino bobo e desesperado que o procurara há meses, atrás da cura para uma maldição que não existia havia se aceitado, aprendido a se amar e hoje, entrava em sua verdadeira forma, sem querer mais se impôr apenas como um príncipe caprichoso, mas também como a princesa gentil e amável que nasceu para ser. Harry havia aprendido a partilhar do pensamento de Louis de que ele havia sido agraciado com o dom de transitar entre o masculino e feminino e que não havia motivos para escolher um e se desfazer do outro. Ele era um príncipe, o herdeiro da coroa, mas ainda amava vestidos e ser tratado como uma princesa delicada. Um garoto e uma garota que viviam em harmonia no mesmo corpo.
Então era assim, certo de quem era, que ele caminhava em direção ao altar, ostentando toda a sua glória diante de um reino inteiro. Ignorando os olhares tortos dos nobres que ainda o viam como um anormal e se concentrando apenas nos amorosos de Louis. Que o recebeu aos prantos, não resistindo em erguer o véu antes da hora para lhe plantar um beijo nos lábios, desculpando-se por borrar o batom do amado.
Agora, aquele mesmo vestido havia sido abandonado em um canto qualquer, a camisola de seda puxada pelos ombros de sua princesa, a pele leitosa marcada pelos chupões e mordidas violentas que o marido deixara assim que adentraram seus aposentos. A barra puxada até o alto de suas coxas, para revelar as longas e macias pernas revestidas por meias delicadas e a cintura permanecia bem marcada pelo corselet.
Além de tudo havia aquela coroa prateada, adornada por esmeraldas no topo de sua cabeça e Styles era a visão do próprio paraíso, com seus gemidos suaves ao que acatou a ordem do marido, puxando ainda mais a camisola para que pudesse expôr por completo seu membro. A palma da mão deslizou pela extensão, o massageando por cima da calcinha, o vendo expelir cada vez mais pré-gozo que acabou por escapar da renda, manchando o interior de sua coxa e Tomlinson precisou de uma força descomunal para não ir até lá e limpar sua princesinha, como seu humilde e fiel servo.
Ele adorava ter poderes, força o bastante para disceminar exércitos, dar vida a coisas e tudo mais que um ser humano não poderia fazer. Por que ele era mais do que isso, era um bruxo invencível, que se erguia entre todos como sendo superior e temido, mas bastava ter aquelas duas esmeraldas flamejantes o olhando ou ouvir sua voz rouca que toda essa fachada se perdia por completo e ele ficava submisso e dócil feito um gatinho.
Harry o tinha na palma da mão e assim sempre seria.
Os dedos longos e adornados de anéis preciosos foram deslizando, até que a unha pintada de rosa parasse exatamente onde sua entrada se encontrava. Ele o olhou daquele jeitinho meigo, jogando a cabeça para o lado e deixando os lábios escarlates abertos ao que pressionava o dígito sobre a área "Sabe, Vossa Graça, seria realmente delicioso afundar meus dedos aqui. O senhor bem sabe como é quente, apertado e úmido, é tão gostoso e macio e me faz sentir tão bem, que eu começo a gemer, rebolar e me contrair sem parar. E além disso eu gosto de ver esse pontinho tão pequeninho se alargando e ficando vermelho conforme meus dedos entram e saem com força." Diz com os cílios batendo em suas bochechas coradas. Como se atreve a corar, enquanto diz aquilo? Com o tom manhoso, beirando ao infantil. Tomlinson já sente seu pau dolorosamente apertado em suas calças de couro, ele gostaria de saber como irá sair daquele troço sem quebrar algo de suma importância no processo, será necessário perder a ereção para tal, mas Harry não está disposto a deixar que isso aconteça, então puxa os lábios em um pequeno sorriso coberto de malícia "Mas não poderei fazer isto, porque hoje eu me casei. Me casei com um bruxo muito poderoso e ciumento que me deu uma ordem, segundo suas palavras apenas ele pode brincar aqui." Faz biquinho pressionando fortemente o espaço entre suas nádegas e Louis se sente esporrar contra a própria coxa "E eu não! Porém, meu adorado marido, meu senhor supremo..." Se arrasta na cama, até ficar ajoelhado na beirada da cama, colocando um travesseiro entre as pernas e desfazendo o nó do corpete dando a visão mais fodidamente prazerosa que o outro poderia ter tido em toda a sua vida, aqueles pequenos, empinados e orgulhosos seios que se projetavam para frente no tórax do marido, os mamilos arrebitados e redondos eram um claro convite a luxúria e Louis quase sentia pena daqueles que não tinham o privilégio de ter uma mulher como a sua.
"Porque tão gostosa?" Indaga a si mesmo com sofreguidão, observando-o mover devagar o tronco apenas para que seus seios balançassem "Princesa?" Chama, tentando mascarar seu tom de voz afetado e seu bebê o encara com olhos brilhantes.
"Meu senhor?"
"Faça-me gozar apenas com a imagem de você tocando a si mesma e com suas palavras e eu faço aquilo." Oferece, vendo de imediato as pupilas de Harry dilatando e suas mãos se apertarem ao lado do corpo em excitação.
"Não está blefando?"
"Jamais, meu bem."
"Exatamente como na pintura?"
"Se assim quiser." Dá de ombros dando mais um trago em seu cachimbo e sorrindo ao passo que as covinhas surgem nas bochechas de seu amor, quando este balança a cabeça aceitando o acordo.
Seus quadris largos se movem, esfregando seu membro no travesseiro ao que leva ambas as mãos até os seios, amaciando a pele entre as palmas quentes. Deixando que os bicos inchados fiquem entre seus dedos.
"Eu gosto tanto deles, você gosta também, Lou?" Pergunta, começando a rebolar, sentindo a calcinha se enterrando por entre suas nádegas e sua entrada que se contraia tão necessitada sendo aquecida por seus movimentos repetitivos. Tudo o que lhe restava era imaginar o pau grande e grosso de Louis o tomando, entrando fundo nele e o fazendo ficar rouco de tanto gritar. Sentia a euforia queimando em sua pele, porque aquele homem, não, aquele deus agora lhe pertencia e assim sempre seria. Pois estavam unidos no sagrado matrimônio, Louis seria seu rei, seu marido, o pai de seus filhos e o amor de sua vida eternamente. Nunca pensou que provaria de tal felicidade e agora a tinha por tempo ilimitado, era demais para que pudesse processar. Tudo o que queria era agradar Louis, fazê-lo vir quente e gostoso em suas vestes enquanto fazia aquilo que lhe causava tanto prazer, dominar, ao mesmo tempo em que se rendia ao prazer que somente aquele homem de exuberantes olhos azuis poderia lhe proporcionar.
"Sim, Haz, eu os amo."
"Oh, claro, eles são seus, agora." Rola os olhos com a sensação de ter seu pênis tão bem estimulado e suas mãos apalpando seus seios que ficavam mais fartos quando os prendia entre os dedos, beliscando e puxando o que lhe arrancava gemidos altos e manhosos, por ser extremamente sensível a dor "Apenas as suas mãos, apenas a sua boca e a sua imagem são capazes de deixá-los assim." Captura os mamilos sensíveis com a ponta dos dedos, apertando-os e gritando fino, Louis abafa o gemido com um tosse mal elaborada que não serve pra nada "Estão tão duros e sensíveis, eu me sinto uma garota tão safada quando faço isso." Styles os puxa mais uma vez, gemendo ainda mais alto "Eu sou safada, querido?"
"Uma verdadeira vadia."
Maldição! Louis não tinha um pingo de caráter, sabia que era jogo sujo dizer aquele tipo de coisa para Harry, a princesa tinha um tesão imenso por palavras de baixo calão quando estas saiam dos lábios do bruxo "Faça isso novamente."
"Fazer o quê, minha senhora?" Ele se faz de desentendido, largando o cachimbo para desatar os botões de sua calça e poder agarrar seu membro dolorido propriamente o massageando ao manter suas orbes naquela deliciosa visão do cacheado se esfregando desesperadamente no travesseiro e apertando aquela área macia e fofa que deixava Louis salivando. Oh, ele viria em breve só com aquilo.
"Me xinga!"
"Não, eu não poderia fazer isso com uma princesa..."
"É uma ordem!" Harry elevou a voz, ondulando os quadris sentindo sua calcinha cada vez mais cheia "Da sua rainha."
"Oh, ainda assim me parece muito errado dizer o quão lasciva você fica assim, se apalpando e se esfregando no travesseiro imaginando o meu pau te fodendo fundo e forte, és digna de ser comparada a uma meretriz."
"Sim." Gemeu afeminadamente se estimulando ainda mais, fincando os dedos nos mamilos e os puxando, enquanto jogava a cabeça para trás e abria a boca em um circulo perfeito.
"Uma vadia tão deliciosa e necessitada. " Louis continua, sentindo sua mão escorregadia pela quantidade generosa de pré-gozo que escorre de sua fenda e ele está tão perto. Assim como Harry, que nem ao menos se dá o trabalho de falar, apenas geme, manhoso e desesperado. Sua princesa também está terrivelmente perto e que tipo de marido, Louis seria se a deixasse vir em sua própria calcinha? Ele tinha o dever de cuidar de Harry e assim faria, então ainda aéreo pelo tesão que efervecia em seu corpo se colocou de pé, se desfazendo do manto real e das botas e se aproveitando dos olhos fechados do príncipe, trapaceando um pouco.
Bastou Louis bater com o pé no chão que a cama, grande e pesado se arrastou para frente, sem nenhuma dificuldade, como se tivesse vida própria. Sem esperar por isso, Harry tombou para frente com a perda de equilíbrio, mas seu marido já estava lá para agarra-lo pela cintura e tomar um de seus seios na boca.
"Oh, isso." O príncipe gemeu, enterrando os dedos esguios nos densos cabelos lisos de Louis e forçando seu rosto contra o peitoral. Ele gemia em deleite com a sensação prazerosa da língua quente envolvendo e sugando seu mamilo, com aquele par de olhos azuis e intensos o mirando, a mão de Louis escorregou para a parte de trás do corpo de Harry, deixando um tapa ardido em sua bunda o que o fez gritar ao mesmo tempo que era empurrado contra a cama.
Deitando sobre o príncipe, Louis não deixou de mamar em seus seios, ele levantou ainda mais a camisola até ter total acesso ao membro rubro e molhado de Harry, que foi alinhado ao seu e enquanto chupava, se esfregava nele.
"Merda... É tão gostoso..." Gemeu entrecortado, sentindo o pau de Louis deslizando sobre o seu, as glandes sensíveis se esmagando entre seus estômagos e a mão que o estapeara anteriormente agora rodeava sua entrada, apenas acariciando-a. Era demais para a cabeça do jovem príncipe, então tomado pelo tesão e necessidade que o assolava, afastou o rosto de Tomlinson de seu tórax para juntar suas bocas molhadas em um beijo urgente, onde suas línguas não precisavam pedir passagem, por já estarem desesperadas por aquele toque macio, delicioso e familiar. Não haviam dúvidas de quem dominava aquele beijo, Harry arranhava sua nuca conforme chupava sua língua e prendia o lábio inferior de Louis, começando a mover os quadris de encontro aos seus. As mãos de Louis voltaram para os seios de sua princesa, arranhando a pele delicada, enquanto a deixava beijá-lo até que o ar faltasse.
"Louis..." Harry tentou falar, mas foi interrompido por seus próprios gemidos.
Louis encarou os olhos verdes lacrimejantes e os lábios entreabertos e não resistiu em plantar mais um beijo neles, enquanto murmurava rente a boca do cacheado.
"Goze pra mim, baby honey." O pedido vindo da voz rouca e baixa surtiu efeito imediato no corpo do príncipe que agarrou os lençóis e jogou a cabeça para trás, grunhindo ao sentir os dentes de Louis raspando em seu pescoço e um calor, misturado a sensação úmida se instalando em sua virilha o que comprovava que ele não tinha sido o único a gozar.
Aos poucos os espasmos dos corpos dos dois fora diminuindo até que as respirações tranquilas tomassem o ambiente, o bruxo estava com o rosto enterrado nos cabelos do príncipe e o mesmo piscava lentamente, acariciando os fios caramelo.
"Hora de dormir." Louis anunciou com um bocejo, se ajeitando melhor entre as pernas de Harry.
"Não, você prometeu." Disse ele, empurrando Louis, que fora obrigado a se levantar.
"Sério?"
"Sim." Harry afirmou, aceitando a mão que lhe era oferecida e seguindo para a sacada com o marido. O espaço era amplo, em formato oval e por ficar no último andar do castelo lhes garantia privacidade total. A lua parecia quase palpável daquela distância e o céu estava repleto de estrelas, o príncipe caminhou lentamente até a borda, sabendo que sua camisola transparente arrastava no chão e olhou por cima do ombro, para Louis que tinha os olhos hipnotizados nele. Se apoiou no peitoril, admirando a vastidão de seu reino, dali podia enxergar as casas no vilarejo, as mansões dos nobres, os rios e a floresta onde encontrou o amor de sua vida. Em pouco tempo, ele seria responsável por tudo aquilo. Não seria uma tarefa fácil, mas sabia que Louis o ajudaria em tudo o que fosse necessário.
Sorrio largo ao vê-lo parando ao seu lado, a franja longa caindo por seu rosto corado e suado e as vestes totalmente desalinhadas. O príncipe apoiou o queixo em seu ombro, não se demorando para infiltrar a mão dentro da camisa, acariciando seu peito rijo e bronzeado.
"Se você me excitar não conseguirei realizar seu pedido."
"Vejam só quem acabou se tornando meu gênio da lâmpada." Styles cantarolou, sorrindo presunçoso ao que Louis o olhou atravessado.
"Mais uma brincadeirinha e eu o transformo em sapo. Embora... Não seja necessário magia para tal."
"Vá para o inferno, seu atrevido." Ele ficara realmente irritado, dando as costas e marchando em direção ao quarto como um príncipe caprichoso e mimado, acostumado a ser paparicado por todos. Louis só fez rir e então fechou os olhos, respirando fundo e se concentrando naquilo que queria materializar.
Uma ventania forte e fria atravessou a sacada e Harry se encolheu, instintivamente abraçando o corpo. Virando-se para o marido, que se encontrava imóvel no mesmo lugar, o chão tremeu e apavorado, o príncipe correu para abraçar as costas de Louis, querendo se proteger do que viria, mesmo que não fosse uma ameaça, apenas nos braços de Louis ele se sentia seguro.
Diante de seus olhos, presenciou o céu oscilando, a lua foi se afastando e toda aquela vastidão azulada sendo tomada pelo brilho verde e rosa, que dançavam e se levantavam como um grande manto em meio a noite estrelada. As estrelas haviam triplicado e a lua permanecia ali, mas não parecia mais tão impressionante quanto aquele enchame de cores que se levantavam por detrás das montanhas.
Um fenômeno inédito acontecia no céu de Holmes Chapel naquela noite. Louis havia criado uma aurora boreal apenas para Harry, por isso o verde era exatamente no tom de seus olhos e o rosa a cor de seus lábios. Então, era como se ele estivesse diante do quadro que vivia admirando na sala de jantar, mas a diferença é que ele fazia parte da pintura agora e podia até mesmo ouvir o som vibrante que ela fazia ao se mover. Harry só percebeu ter andado quando sentiu que agora era o corpo de Louis que estava por trás, o abraçando com força e passando o nariz por seu pescoço.
"Não acredito que você fez isso." Sibilou, ainda desacreditado, deitando a cabeça no ombro do marido e acariciando suas mãos que repousavam em sua cintura.
"Eu faço tudo por você."
"É tão lindo, Lou."
"Assim como você." Sussurrou, acariciando a bochecha corada, onde uma covinha profunda se formou quando o príncipe sorriu e Louis o beijou, afundando sua língua naquela cavidade doce e macia, provando do sabor daquela boca que lhe pertencia assim como Harry por inteiro, as línguas se entrelaçavam, tal como suas mãos e Harry não perdeu tempo antes de empurrar os quadris para trás, esfregando a bunda no membro de Louis, que já se encontrava tão duro quanto antes. Pelo tecido fino da camisola seu pau se colocava com facilidade entre as nádegas volumosas de sua princesa, que gemia desejoso em seus lábios.
"Eu te amo, eu te amo tanto." O cacheado confessava, ficando de frente para o marido, beijando todo o seu rosto e deslizando seus lábios escarlates por seu pescoço e peito, até se encontrar de joelhos diante dele, com os olhos brilhando daquele jeito que levavam Tomlinson a loucura.
Louco era uma boa forma para defini-lo, afinal, tinha criado uma aurora boreal do nada o que exigia bastante de seus poderes, mas não importava contanto que Harry ficasse feliz. E poderia dizer, com toda a certeza, que enquanto segurava sua ereção entre os dedos suaves e estendia sua língua para lamber a glande, ele parecia bem feliz.
"Hmm, princesa..." Louis arfou, sentindo a língua molhada lambendo desde a base até a ponta em um ritmo vagaroso e torturante.
"Meu senhor!" Ele baixou os olhos nublados para encarar a linda princesinha que o encarava de volta, às vezes ele ficava surpreso com o quão semelhante a uma mulher Harry era e ele não podia reclamar, tinha a melhor mulher e o melhor homem do mundo em um só, que se encontrava de joelhos, com uma coroa torta e longos cachos grudando em seu pescoço e bochechas.
"Milady?"
"A minha boca é sua, assim como todo o meu corpo e eu quero que você a foda. Que toque tão fundo na minha garganta para que eu fique sem voz e que venha quente e espesso na minha língua e me alimente, você quer isso, meu senhor? Quer alimentar a sua garota pervertida?" Perguntou com um biquinho, ao mesmo tempo que dedilhava um dos mamilos e Louis praticamente rosnou com aquilo, agarrando um punhado de cabelos ondulados e afundando seu pau na boca de Styles que o recebeu animadamente.
"Deus, sim. Você é uma garota tão boa. Eu te amo, babe."
Em resposta ele gemia, mandando vibrações pelo pênis de Louis que vazava cada vez mais. Era difícil imaginar ele não ficando mais duro por Styles, pois bastava o outro olhar para ele que uma ereção se formava. Parecia o tipo de tesão interminável. Com isso, começou a estocar dentro da boca quente e receptiva, que tinha a língua macia deslizando pelas veias grossas. Louis podia ver o pré-gozo escapando pelas laterais da boca do marido que continuava a gemer e brincar com os mamilos e depois de acertar consecutivas vezes a garganta de sua princesa, ele soube que teria um novo orgasmo em questão de segundos, mas queria se desfazer em outro lugar.
Por isso o agarrou, beijando e lambendo sua boca vermelha e gostosa, o deixando se desfazer de sua camisa para cravar as unhas um tanto longas e afiadas em suas costas, enquanto ele agarrava as coxas de Harry e o colocava sentado no peitoril da sacada e se encaixava entre suas pernas, rasgando sem cerimônias a calcinha que atrapalhava seu caminho. O membro rubro e também carente de atenção do príncipe se revelou e Louis o envolveu em seus dedos, o masturbando algumas vezes apenas para arrancar gemidos gritados do cacheado que já havia se agarrado a ele como um filhotinho, gemendo uma série infindável de por favor e abrindo cada vez mais as pernas.
Tomlinson deslizou o polegar úmido, devido ao membro molhado do príncipe, até sua pequena e rosada entrada que se contraia fervosamente, ansiando por algo para preenchê-la, por sorte era exatamente o que Louis queria e quando a ponta de seu dedo a tocou, ela relaxou, deixando que ele empurrasse contra a pele fina que o acolheu em seu interior caloroso e apertado. Louis o afundou por inteiro, esfregando as paredes internas do príncipe.
"Por favor, meu amor, eu preciso de você." Implorou, levantando o rosto vermelho para o marido, os olhos verdes ainda maiores com as pupilas dilatadas.
"Não sei se está pronta, querida..." Disse, movendo mais algumas vezes o polegar.
Styles cravou os dentes no lábio inferior e Louis o assistia com devoção, o vento soprando seus cabelos para longe de seu rosto, assim como a seda leve da camisola também balançava "Eu quero me sentir alargar no seu pau. Eu gosto da dor, da ardência, me deixa com ainda mais tesão." Confessou com a voz baixa e grave, juntando sua testa a de Louis que concordou, firmando uma mão na cintura fina de Harry e com a outra guiando seu membro até a entrada do outro, esfregando a glande algumas vezes, umidecendo a área e cuidadosamente pressionando-a, até que após um pouco de resistência fosse engolida por aquele pontinho minúsculo, que se alargara o suficiente para toma-lo por inteiro e sempre com extremo cuidado, Louis foi se enterrando nele, até que sentisse suas bolas se esfregando nas nádegas cheias e arredondadas do marido que suspirava baixinho.
Ele deu tempo suficiente para que ele se acostumasse, sempre acariciando suas costas e tecendo elogios e não demorou para que Harry o pedisse para se mover, começou lentamente, com medo de ferir sua princesa, mas como acontecia sempre ele pediu:
"Forte, Lou, eu gosto muito mais forte que isso. Eu quero senti-lo até amanhã, então me foda com toda a força que tiver."
"Como quiser, alteza." Então agarrando os quadris do cacheado, começou a estocar com força e precisão, acertando sua próstata. Harry gritou tão alto que Gemma os xingou da janela, mas eles não lhe deram atenção. Estavam ocupados demais mergulhando um no outro. Os braços de Louis apertavam a cintura de Harry e ele abraçava seu pescoço, sempre gemendo e beijando seu rosto.
Louis pensou no quanto gostaria que aquela noite fosse ainda mais brilhante e quando Harry tornou a abrir os olhos, se surpreendeu com a quantidade de estrelas que o cercavam. Não apenas no céu, mas também em sua sacada. Elas estavam a sua volta, pequenas e reluzentes. Dobrou o pescoço, tentando voltar a enxergar a aurora boreal, mas não conseguiu, até que Louis o puxou, fazendo com que ele ficasse de frente para o céu mais uma vez.
Harry empurrou os quadris e afastou as pernas e Louis gemeu.
"Que visão." Acariciou as nádegas arrebitadas do príncipe que teve a audácia de rebolar, o provocando ainda mais. Louis não resistiu em descer a mão sobre ela, com um tapa forte que o fez saltar e resmungar, ele separou os lados, expondo novamente a entrada agora aberta e avermelhada e então entrou novamente dentro de Harry. Abraçando-o e deitando a cabeça em seu ombro desnudo, beijando a pele perfumada de sua princesa que inclinava a cabeça, lhe dando total acesso ao pescoço.
Louis continuava a estocar profundamente, fodendo o príncipe duramente "Tão gostosa!" Gemeu, mordendo o lóbulo da orelha do cacheado que até mesmo usava brincos "Estou tão orgulhoso de você, babe."
"Eu não teria conseguido sem você."
"Claro que teria."
"Não, não teria. Eu precisava de você, eu preciso, eu preciso hoje e sempre de você, Louis. Prometa-me que não vai embora." Pediu subitamente, parecendo aterrorizado com a ideia de um abandono.
"Da onde você tirou isso, amor?" Indagou com um sorriso divertido, sentindo-o se apertar ainda mais.
"Prometa que nunca vai me deixar."
"Eu... Eu..." Louis se esforçou para falar, mas era difícil se concentrar em qualquer coisa que não fosse o interior de Harry o sufocando por inteiro. Seus dentes se fecharam no ombro do príncipe e um gemido estrangulado arranhava sua garganta.
"Louis!" Harry gritou.
"Eu prometo! Eu prometo! Eu prometo!" Dizia enquanto jorrava dentro dele, sentindo o alívio o consumindo. Levou a mão para frente, voltando a bombear o membro do príncipe que se desfez em sua mão facilmente. Harry mal conseguia se manter em pé, então não foi uma grande surpresa quando ele desabou, mas antes que se estatelasse no chão, Louis o carregou em seus braços e o levou para dentro. No caminho Harry tentou tocar uma estrela, mas elas fugiram dele, abrindo passagem para que pudessem entrar.
Eles tomaram um banho quente e demorado, onde o príncipe passou a maior parte do tempo desmaiando no peito de Louis e acordando de súbito falando coisas sem sentido, mas ele já estava acostumado com Harry tagarelando durante o sono. Quando foram para a cama, ambos estavam nus e entrelaçados debaixo dos lençóis, Tomlinson abraçava a cintura do príncipe que permanecia curvilínea mesmo sem o espartilho e colava as costas do mesmo em seu peito, sorvendo o perfume doce de seus cabelos recém lavados. Harry ousou esfregar uma última vez a bunda na virilha do marido, mas parou quando recebeu um beliscão pouco gentil no mamilo e resolveu aquietar, beijando o queixo de Louis, sentindo a barba áspera pinicando sua boca.
"Lou, você acha que nós fizemos nosso bebê hoje?"
"Não acha que está muito cedo para pensar em bebês?"
"Mas eu quero um bebê..." Teimou com uma voz rabugenta e como esperado, quando abriu os olhos, Louis viu sobrancelhas cerradas e um bico contrariado.
"Nós vamos ter um bebê, seja paciente." O acalmou, beijando sua testa.
"Espero que seja logo."
"Vai ser, curly, confie em mim." Pediu, sorrindo quando Harry concordou e apontou para o lado de fora "Olhe o céu"
Os olhos de Harry se voltaram para o céu e a aurora permanecia lá, desta vez formando a figura da mesma borboleta gravada em seu peito. Ela batia suas grandiosas asas, repletas de estrelas e começava a seguir viagem em direção ao leste, onde o sol começava a nascer e foi com um sorriso no rosto e o coração apaixonado que o príncipe adormeceu naquela noite.
∆
Um ano depois.
"Eu não entendo porque temos que fazer isso todo dia. Eu tenho centenas de roupas que só usei uma vez, porque não posso colocar uma delas?" Louis falava com o alfaiate, que depois de um ano tendo de responder sempre as mesmas perguntas começava a se questionar com que tipo de idiota o príncipe herdeiro havia se casado. Naturalmente o Sr. Tomlinson tinha algum problema mental para não absorver um conceito tão simples, podia pertencer a família real, mas era tão medíocre quanto os miseráveis que viviam na vila.
Mas obviamente o senhor esguio de barba e cabelos pomposamente enrolados e longos, no melhor estilo francês não lhe deu uma resposta sincera e optou pela de praxe.
"És um duque, meu senhor. Sua aparência deve estar sempre impecável. Roupas repetidas não são apropriadas." Disse simplesmente, de joelhos, enquanto tentava ajustar a barra da calça do duque que pra variar era pequeno demais e quase tudo o que vestia arrastava no chão.
"E o que acontecerá com essas roupas que eu não usarei mais?" Indagou, detestando o excesso de babados em sua camisa. Ele se sentia ridículo naqueles trajes, pareciam pomposos e extravagantes demais para ele, sem falar que aquele fraque roxo não lhe caia nada bem.
"Serão descartadas."
"Irão jogar fora?"
"Naturalmente."
"Faz ideia da quantidade de pessoas que não tem o que vestir no reino?"
"Não, senhor."
Louis revirou os olhos para o desdém do homem. No início as coisas eram diferentes, logo após o casamento um novo mundo se abriu para ele, onde podia cavalgar o dia inteiro em campo aberto ao lado de Harry, faziam piqueniques no jardim, o ouvia tocar piano na sala de música e se agarravam em algum canto reservado enquanto bailes aconteciam. Porém, quando a saúde do rei começou a vacilar, ressurgiu a cobrança por um herdeiro, que mesmo depois de constante esforço ainda não vingara.
Talvez a situação pudesse ser contornada, afinal eles estavam casados há apenas um ano, porém Gemma e Liam haviam casado um pouco mais de dois meses depois e ela já esperava por um herdeiro, herdeiro este que poderia vir a ter a coroa de Harry se ele não se mostrasse capaz de prosseguir com a linhagem. Essa cobrança constante vinha afetando seriamente a relação dos dois, Harry estava cada vez mais afastado e Louis ia ficando jogado as traças, sendo constantemente desrespeitado e maltratado pelos criados, ironicamente os únicos que eram gentis com ele, eram o rei, a rainha e Lorde Payne, para o resto ele era um simpatizante de Satã que vivia no mato e jogou um feitiço no príncipe, que vinha perdendo o efeito progressivamente.
"Inferno!" O alfaiate e Louis olharam na direção dos aposentos reais, quando Harry bateu a porta e saiu dele soltando fogo pelas ventas, se colocou em frente aos grandes espelhos do quarto de vestir, resmungando algumas ordens as criadas que se enfiaram em seu armário e voltaram com um vestido preto.
"Vestes pretas no dia de seu aniversário, alteza?" O alfaiate se dispôs a perguntar, trazendo um chapéu para Louis que se recusou veemente a usar.
"Não dê opinião a não ser que eu a solicite." Harry respondeu, cortante. O homem ficou embasbacado, mas tentou não expressar, anunciando que iria pegar os sapatos do duque. Harry estava diante do espelho com os olhos vermelhos e os cabelos presos em um coque no alto de sua cabeça, com algumas mechas medianas caindo por sua nuca e apenas uma camisola longa e fina cobria seu corpo. As moças o ajudaram a vestir a anágua e apertar o espartilho até que viesse a vez do vestido, negro feito a penugem de um corvo, com a saia bufante lisa e o tronco rico de detalhes em pedraria, as mangas longas eram rendadas e transparentes e o busto revelava demais para o gosto de Tomlinson, que tinha pegado certa raiva de datas comemorativas no castelo porque nestas homens demais, de reinos poderosos com riqueza suficiente para comprar a Harry seu próprio oceano vinham até Holmes Chapel. Não era novidade que muitos homens sentiam desejo por outros, mas pela necessidade de herdeiros casavam-se com mulheres, porém quando a notícia de que o herdeiro do trono de Holmes podia gerar filhos veio à tona, uma infinidade de pretendentes surgiram, eles ignoravam por completo a existência de Louis. O chamavam de insanidade temporária, o tipo de loucura que membros da realeza se deixam cometer por diversão, mas quando se dão conta do erro logo arrumam um jeito de reparar.
Louis riu a primeira vez que ouviu isso de Gemma, mas infelizmente parecia uma realidade cada vez mais próxima, quando Harry não fazia absolutamente nada para provar que estavam errados.
Será que Louis tinha os dias contados no castelo e na vida de sua princesa?
"Princesa..." Murmurou, o cacheado tinha os olhos perdidos, deixando que uma das criadas colocasse uma gargantilha também preta em seu pescoço, com um pequeno adorno com a inicial de Louis. Em seus pés agora haviam sapatos baixos e confortáveis, o que Tomlinson agradecia silenciosamente, seria uma calamidade ficar ainda mais baixo que Harry "Harry!" Louis o chamou, desta vez com a voz mais clara e decidida. O príncipe, enfim, o notou e dispensou as moças que se retiraram após uma reverência.
"O quê?" Sua voz saiu fraca e cansada, enquanto ele caminhava até a penteadeira, escolhendo um batom vinho e pintando os lábios, sem a empolgação de outrora.
"Está triste. De manhã estava tão empolgado." Louis deu alguns passos em sua direção, ficando atrás do marido, perdendo o fôlego por alguns segundos quando ele soltou os cabelos que caíram em cachos bem formados e volumosos centímetros abaixo de seus ombros. Ele é tão incrivelmente lindo. O coração de Louis se apertava com a ideia de não estar sendo o suficiente para Harry.
"Não há com o que se preocupar." Deu de ombros, escovando os cabelos, antes de prender algumas mechas para trás e colocar a coroa sobre eles, se tornando uma verdadeira princesa.
"Eu sou seu marido, não há a menor possibilidade de não me preocupar com você."
Então Harry deixou de encara-lo pelo espelho para abaixar o rosto e deixar que suas mãos tocassem a barriga. Louis sabia bem o que aquilo significava e se ajoelhou ao lado dele, colocando a mão sobre a sua.
"Eu cheguei a pensar que desta vez eu estivesse... Mas não. Os médicos continuam dizendo que os testes são negativos." Uma lágrima cai na mão de Louis e ele ergue os olhos para encontrar Harry chorando. Sem hesitar o envolve em seus braços, o deixando chorar em seu ombro, até que ele soluça e o bruxo o aperta com mais força, o levando até a cama, trazendo-o para o seu colo, permitindo que ele chore ainda mais abertamente.
"Shiii, está tudo bem." Tenta conforta-lo, beijando-lhe os cabelos e sentindo Styles esfregar o rosto em seu peito, ensopando-o com as lágrimas.
"Não está. Está tudo péssimo." Reclama chorando mais alto e quase desesperado. Louis nunca tinha percebido todo esse desejo do príncipe em ter um filho até que... "Ele vai dar a coroa para Gemma e eu vou perder meu reino."
Talvez suas intenções não fossem tão puras quanto ele pensava.
"Harry não acho que deveria pensar assim."
"Claro que devo, você não percebe, Louis? Tudo o que ela sempre quis foi governar e agora ela pode! Porquê terá um herdeiro, meu pai não hesitará em lhe passar a coroa e antes que seu corpo esfrie nós estaremos na sarjeta e então eu não terei nada." Disse o olhando diretamente, o rosto bonito banhado pelas lágrimas e por mais incondicionalmente que Louis o amasse havia um desconforto palpável no ar.
Eu não terei nada, e quanto a mim? Ele se perguntava internamente.
O amor muda as pessoas, mas não as torna perfeitas.
"Daremos um jeito nisso, vamos continuar tentando. Por hora é melhor se aprontar, sua festa já irá começar." Louis o beijou uma última vez, antes que ele voltasse a penteadeira para se arrumar e o alfaiate voltasse com os sapatos ainda mais ridículos do que o restante da roupa.
Louis gostaria de dizer que a festa não foi tão ruim quanto ele esperava, mas foi justamente o contrário. Havia sido um inferno. Ao começar pelo pajem ter anunciado apenas Harry e ele ficou ainda mais insignificante, já que nem nome tinha para os nobres que o viam frequentemente e ainda se atreviam a perguntar se ele era conhecido do príncipe.
Aqueles mesmos que entortaram os narizes empinados na primeira vez que Harry usou roupas femininas diante de todos agora o enchiam de elogios, pois por mais que achassem o príncipe uma grande aberração queriam manter as boas relações, a maioria dos reinos enfrentavam crises violentas, enquanto Holmes Chapel permanecia rica e próspera, então não importava o que Harry vestisse seria adorado pelas harpias até o fim.
Seus pretendentes, príncipes, duques e demais nobres jovens e cheios de posses o cercavam e o devoravam com os olhos, pois por mais belas que fossem as demais moças e até outros rapazes, Harry conseguia sobrepujar a todos. Ele sorria com suas covinhas a mostra, os cílios longos sombreando suas bochechas coradas e os cachos balançando a cada vez que virava o rosto.
Mas Louis não podia toca-lo porque ele estava distante, no meio de uma roda agitada. O rei e a rainha observavam tudo de seus tronos, os garçons serviam taças de vinho e as damas desfilavam deslumbrantes em seus vestidos. Louis em um dado momento estava virando a sua quarta taça, encostado em uma coluna e se sentindo o patinho feio por ninguém sequer olhar em sua direção.
"Olá, cunhado." Virou o rosto para encontrar o sorriso sarrista e nada amigável de Lady Gemma, que usava um vestido branco justo apenas na altura do busto e o resto folgado, camuflando por completo a barriga de cinco meses. Na maioria das vezes ela a mantinha escondida, já que não ocultava de ninguém o fato de não gostar de estar grávida e ser mãe. Gemma não nutria os mesmos ensejos que a maioria das mulheres de sua época, ela preferia caçar, cavalgar, atirar, matar e perturbar a paz alheia ao invés de casar e ter filhos, embora Louis soubesse que no fundo ela não odiasse por completo a situação já que isso a colocava em vantagem.
"Vossa Graça." Balançou a cabeça, dando mais um gole em seu vinho.
"O que faz aqui tão sozinho? Deveria estar ao lado de sua princesa, ela não está linda está noite?"
"De fato."
"Deveria tomar cuidado, vê como os príncipes avançam em sua direção." Gemma fez questão de ressaltar.
"Sim, eu vejo. Confio no Harry, sei que pode se cuidar muito bem."
"Ou eles podem cuidar do Harry..."
Louis bufou sonoramente, fatigado daquela conversa indesejada.
"Como vai Lorde Payne?"
"Oh, não faço ideia! Ele saiu para cavalgar com Zayn antes da alvorada e até agora não voltou."
"Isso já faz bastante tempo, não deveria chamar os guardas?"
"Não será necessário, sei bem o que se passa. Eles são amantes." Disse com naturalidade, aceitando a água que o garçom lhe trouxera.
"Como?"
"Eles desfrutam de prazeres carnais na companhia um do outro, compreende, meu querido?" Sorriu perversa, estreitando os olhos na direção do irmão "E ele não é o único."
"Está insinuando que Harry também desfruta de tal companhia?"
"Talvez sim, talvez não. Eles já estiveram juntos e pelo que sei eram muito apaixonados. Mas seja como for, ele será rei e reis não devem satisfações a ninguém."
"Harry não faria isso."
"Louis." Gemma riu, colocando a mão no ombro de Louis e lhe dando um beijinho venenoso no rosto "Ele já o faz, bem diante dos seus olhos. A vida na côrte não é nada parecida com a que conheceu vivendo na floresta com os passarinhos e esquilinhos, no mundo real você vê coisas e precisa aceita-las se quiser sobreviver. Amor incondicional não passa de um conto de fadas. Está na hora de acordar, amor."
Então ela se afastou, sorrindo falso e destilando falsidade por onde passava. Ele sabia que não havia porque dar ouvidos a uma mal amada amarga como ela, mas não podia chamá-la totalmente de mentirosa. Reis tudo podem, se Harry quiser ter amantes ele não pode fazer absolutamente nada para impedir, tudo o que lhe resta fazer é aceitar... Não, ele não poderia, é quase um pesadelo pensar em tal coisa.
"Vossa Graça." Um rapaz de cabelos escuros e nariz comprido surgiu no campo de visão de Louis, ele vinha da roda de Styles, um sorriso bêbado no rosto e o alerta de mal presságio sobrevoando sua mente "Aproveitando o baile?"
Não!
"Sim."
"Estávamos debatendo em roda e ouvi os boatos de que você seria um bruxo, estou de acordo?"
"Existem muitos boatos por aí." Louis retrucou, procurando Harry com os olhos e o encontrando ao lado de um homem alto, loiro e inegavelmente bonito, com uma coroa dourada, um príncipe. Um príncipe que tinha a mão confortavelmente repousada na cintura de sua princesa.
Os homens em frente a Louis continuavam falando, contudo tudo o que ele via eram os dedos do rapaz deslizando para cima e para baixo sobre o a renda do vestido de Harry, sorrindo brilhante para o cacheado até tocando a gargantilha, mas com os olhos cravados no decote e quando ele ousou morder os lábios a taça entre os dedos de Louis se partiu.
"Quem temeria um bruxo tão baixinho." O moreno ria com o outro e foi justamente neste momento que Louis resolveu lhes dar atenção, sua audição apurada conseguia detectar cada palavra dita, mas a que mais o chamou atenção foi a do loiro no ouvido de seu marido, algo como você se casou com uma piada, Louis poderia ter relevado isso. Não seria a primeira vez que havia sido ofendido, se não fosse por Harry rir.
Harry riu dele.
Foda-se!
"Baixinho?" Se dirigiu aos nobres que riram ainda mais, aqueles porcos bêbados. Louis não lhes deu muita atenção, elevando a voz e falando desta vez com todos "Então é isso o que sou para vocês? Uma piada? Um farsante? Talvez um demônio que hipnotizou o amado príncipe de vocês?" Ao terminar estava olhando para Harry, que também parecia um pouco alto com a bebida e sorria presunçoso.
Louis olhou para trás, percebendo que o rei e a rainha haviam se retirado.
"É o meu dia, não tente chamar a atenção." Cantarolou Styles, se afastando do loiro, passando por Louis e subindo os três degraus até poder se sentar no trono real, bateu no assento pertencente a rainha, o menor e sorriu "Sente-se ao meu lado, querido."
"Sim, vá até lá, concubina real." Alguém gralhou.
E Harry gargalhou, colocando a mão na barriga e apertando os olhos.
"Não seja mal, Luke. Ele só quer atenção."
"Atenção? Como um baixinho como esse pode chamar atenção?"
Está foi a gota d'água. Louis nunca usava seus dotes contra ninguém, mas eles estavam pedindo por isso. TODOS mereciam ser punidos. Ele girou nos calcanhares movendo dois dedos em direção a Harry e os descansos de braço do trono se retorceram tornando-se amarras para seus pulsos e o veludo vermelho que revestia o estofado virou uma mordaça que o calou. Seus olhos verdes se arregalaram e ele tentou se mover, mas era em vão. Louis apenas colocou um dedo rente aos lábios indicando silêncio, antes de se virar para os demais convidados e quando seus pés tocaram o chão, em passos comedidos a terra tremeu. De verdade. Como se um gigante estivesse entre eles, o piso começou a rachar e está rachadura cortou todo o salão, as pessoas assustadas se poram a recuar para as laterais, mas era o que Louis queria.
"Vocês, nobres, são tão ridículos." Declarou, enterrando as mãos nos bolsos "Eu não quero ser um de vocês. Não quero ter nada a ver com vocês. Pessoas fúteis e nojentas, não há nada que as tornem superiores a mim, se eu estou aqui hoje, não é por vocês. Acredito que não haja mais um motivo plausível para permanecer neste lugar, aturando tipinhos como vocês. Então este é o momento em que eu me despeço, lhes desejo muita paz, prosperidade e saúde." Muitos cenhos foram franzidos, a espera de raios e fogo, no lugar disto, ele apenas fez com que as janelas fossem abertas e centenas, não, milhares de pombos adentraram o salão de festas.
Ele ouviu Harry grunhir desesperado, com as aves brancas dominando o teto.
"Vocês me consideram uma piada, então lhes darei um bom motivo para rir. " Com isso os pombos começaram a defecar, todos exatamente no mesmo instante, sobre as cabeças dos convidados. Harry e Louis foram os únicos a serem isentos do castigo nojento, que levou muitos nobres a saírem correndo histéricos e enojados.
Sem interesse em ver o resto, apenas deixou o salão, sabendo que quando se retirasse seu feitiço seria revogado. Seus passos estavam normais mais uma vez e ele estava em seu quarto, arrancando as roupas caras para vestir suas antigas roupas de camponês, terminava de colocar seu sobretudo de couro quando ouviu a porta sendo batida.
"O que deu em você?" Harry exigiu saber, com os braços cruzados diante do peito.
"Não tolero que zombem de mim."
"Não seja infantil."
"Infantil?" Diz incrédulo, olhando para Harry em choque "Eles é quem estavam implicando com a minha altura. Essa não foi a primeira vez, eu não estou aqui para ser ridicularizado por ninguém. Muito menos por um bando de imbecis que se acham só porque nasceram em um berço de ouro."
"Não fale assim deles..."
"Não estou falando deles, estou de todos vocês. Por mais que eu te ame, não posso fingir que você não é um arrogante cheio de si como eles, não posso culpa-lo, você nasceu e cresceu cercado disso, mas este não é o meu mundo, Haz." Com isso, Louis anda em direção a porta, mas Harry permanece parado diante dela.
"O que quer dizer com isso?"
"Estou de partida."
"Não."
"Sim. Eu irei." Por mais que lhe doesse, sabia que era o melhor. Não haviam chances de continuar naquele lugar "Pode vir comigo, se quiser."
"E viver no meio do mato, como um animal?" Seus lábios se retorceram em escárnio.
"Melhor não, então."
"Seja como for, você é meu marido e não irá a lugar nenhum. Apenas desça e se desculpe com todos, eles irão entender." O príncipe desconversou, adotando seu típico tom ameno e doce, tentando domar Louis enquanto passava os dedos pela gola de seu casaco. Louis agarrou seus pulsos, beijando suas mãos antes de afastá-las.
"Não farei isso, meu amor."
"Não seja teimoso." Grunhiu emburrado como um garotinho.
"Não peça para que eu me humilhe."
"Se humilhar? Eu é quem estou sendo humilhado aqui, Louis! Todos os dias, a côrte inteira me olha atrevesado porque eu sou um príncipe de vestido, casado com outro homem e sem um herdeiro em vista. " Então ali estavam eles, entrando naquele assunto que servia como divisor de águas entre o casamento feliz e apaixonado que poderiam ter e o casamento infeliz e indigesto que vinham tendo. Tudo porque Harry não confiava o suficiente em Louis "Diga-me de uma vez por todas, você mentiu pra mim, apenas pra que ficassemos juntos?" Piscou os olhos vidrados, aproximando-se de Tomlinson que se sentia tão estranho por estar em uma proximidade tão curta do marido e não querer toca-lo. A verdade é que ele estava magoado, extremamente magoado por se sentir desprezado e rejeitado.
Ele tinha certeza que Harry não o amava mais e antes que ele o enxotasse do castelo, Louis sairia com dignidade e por conta própria mesmo que quisesse se ajoelhar e implorar que Harry voltasse a amá-lo.
Mas isso não serviria de nada. Chega de humilhações.
"Não. Eu fiz o que me pediu naquela noite. Talvez o problema esteja em mim, tente com seu próximo marido." Ele realmente não queria ter dito aquelas palavras, mas o despeito era maior do que a sensatez, ele queria magoar Harry, queria lhe arrancar qualquer mínima sensação que indicasse que ele se importava, ao invés disso ele recuou. Deixando a passagem para a saída livre.
"Estou farto do seu ciúmes!" O príncipe gritou, apoiando as mãos na cômoda e abaixando a cabeça, os olhos cerrados e a respiração acelerada.
"E eu estou farto da sua indiferença." Sussurrou, olhando para suas botas velhas e modestas que simplesmente pareciam um monte de lixo dentro daquelas paredes luxuosas e repletas de detalhes em ouro, Louis por inteiro parecia um amontoado de lixo naquele lugar, enquanto Harry, bem, ele se encaixava perfeitamente. A imagem angelical, elegante e melancólica de sua princesa caia bem naquele cenário. Ela ficaria bem, aquele era o seu lugar.
"Fique." Styles pediu, num sopro de voz.
"Quando nos conhecemos, você estava perdido, negando o seu verdadeiro eu e hoje, hoje eu me sinto tão orgulhoso e feliz de ver que você conseguiu superar aquilo e abraçar aquela parte que tanto desprezava. Mas, Hazza... Se eu ficar aqui e permitir que você e todos esses idiotas me usem como um capacho, então estarei negando o meu verdadeiro eu e isso eu não posso fazer, mesmo que eu tenha que abrir mão daquilo que mais amo no mundo." Uma lágrima solitária escapou de seu olho e ele fez questão de seca-la prontamente.
"Se for, não volte." Ouviu Harry dizer, antes de abrir a porta e atravessa-la. Ele não olhou para trás em nenhum momento, apenas seguiu reto e obstinado, sem dar atenção aos olhares dos guardas sempre atentos. Simplesmente partiu sem jamais ver Harry na soleira da porta, caindo de joelhos e chorando ao ver que o amor de sua vida havia ido para nunca mais voltar.
E pela primeira vez em mais de um ano, Harry voltou a acreditar em maldições. A maldição do amor o destruiu.
∆
Liam estava em sua carruagem, voltando de uma longa e exaustiva viagem que fizera a Índia. Não demoraria muito para que seu primeiro filho viesse ao mundo e por isso encurtou a viagem, mas não se esquecera de trazer presentes para todos. Esperava não ter perdido muito nos últimos dois meses em que esteve fora.
Estava confortavelmente instalado quando o cocheiro anunciou que não havia como seguir viagem, seu pajem enfiou a cabeça para fora da janela e um aglomerado chamou a atenção de Lorde Payne, ouviu de longe alguém proclamar algo e isso atiçou sua curiosidade. Com a ajuda de seu criado desceu de sua carruagem e se infiltrou entre os camponeses que estavam entretidos em escutar o homem de túnica e barba comprida gralhar.
"O mal anda por estas terras. Ele vaguea entre nós e parece alguém comum, inofensivo, mas não se deixem enganar! Não, irmãos! Eles estão aqui! Nosso mundo está infestado dessas pragas e é nosso dever purificar nossos lares. As bruxas estão aqui, chegaram até Holmes Chapel e não se tratam apenas de pobres moças, mas até aqueles que estão acima de nós carregam a marca da besta!" O homem proclamava com fervor, Liam sentia o seu coração apertado. Ele sabia da caça às bruxas que vinha tomando todos os reinos. Pessoas eram caçadas e mortas com provas insuficientes, no entanto, havia um bruxo em grande destaque. Mesmo que muitos não tivessem certeza, eles o caçariam independente de qualquer coisa "Ao começar pela filha do rei. A princesa é cruel e perversa, anda entre os homens se considerando acima deles, ela cavalga, caça e luta, como um homem! Que tipo de mulher é aquela? Onde está a sua submissão? Eu digo a vocês, aquela a quem nos curvamos é uma bruxa e seu filho é o anti Cristo, aquele que trará a destruição e sabe quem é o pai? Eu lhes digo! É aquele feiticeiro que se deita na cama de nosso futuro rei, ele amaldiçoou e enfeitiçou o pobre príncipe, que agora está preso em sua armadilha. Mas aquele homem não passa de um filho das trevas, ele é caçado em outros reinos e já causou calamidades terríveis." O espanto no rosto das pessoas era visível e Liam sabia que precisava avisar de imediato ao rei a rebelião que se iniciava dentro do reino "Por isso, para acabar com a semente do mal, acabem com o pai e o filho também morrerá! Tragam a cabeça de Louis Tomlinson e o senhor os recompensará!" Vozes altas tomaram forma em meio a multidão, todos em cega concordância com os absurdos ditos pelo homem. Liam precisava ser ágil.
Seu cocheiro espantou quem entrava em seu caminho e a pulso conseguiram chegar até o castelo, antes que a multidão o alcançasse. Pulou de sua carruagem correndo palácio a dentro e esquecendo-se de todas as formalidades ao adentrar a sala do trono, encontrando com o rei e a rainha.
"Lorde Payne, deve ser anunciado..." O velho rei dizia quando o genro se aproximou, pondo-se de joelhos.
"Desculpe, senhor, mas as notícias que trago não são nada agradáveis."
Harry estava com a cara fechada e apertando os punhos, furioso, era tão irritante a vida na corte, repleta de olhos grandes e curiosos. Os inxeridos pareciam surpresos e alarmados com tudo que vinha do príncipe, se ele usava vestidos era um esquisitão, se usava calças era um esquisitão. Não tentava mais entende-los, ele malmente se entendia. Seus pais viviam perguntando a onde estavam seus vestidos festivos e coloridos e ele sempre dava a mesma resposta. Mofando em seu armário. Ele os usava porque gostava de se sentir bem e bonito, mas ultimamente não importava o que vestisse, sempre se sentia mal e doente.
Havia perdido vários quilos e se sentia tonto e enjoado a maior parte do tempo, pulando as refeições por se desagradar de quase todas elas. Há dois meses Harry vivia trancado em seu quarto, deixando a janela aberta a espera de que uma aurora boreal se forme no céu ou que uma rosa surja em seu travesseiro, mas não há nada, nada além de mal estar e este é o seu castigo por não ter valorizado o melhor homem do mundo.
Agora sim, ele não tem nada.
Mas seu orgulho o impedia de ir atrás de Louis, pois ainda não sabia o que dizer. Não estava disposto a abrir mão da coroa, muito menos toleraria que Louis agisse como um bárbaro em sua côrte. Se ele o amasse de verdade faria tudo para que Harry fosse feliz.
De repente seu pensamento foi cortado quando alguém trombou duramente com seu ombro.
"Oh, desculpe, irmão, eu não te vi." Era Gemma, pra variar, ela vestia roupas de montaria, não o típico couro, mas linho e não podia estar mais radiante, com suas botas longas, calças justas, camisa folgada, um firme rabo de cavalo e o chicote ricocheteando no chão conforme ela o batia apenas para amedrontrar o irmão que tomara uma grande distância dela "Quanta palidez, querido, seus olhos estão tão fundos e você tem se alimentado tão mal. Ando preocupada com você! Ouvi dizer que a peste tem assolado os reinos vizinhos, será que você pegou?"
"Esse é o seu sonho, não é mesmo?" Abraçou seu corpo, com roupas de seda inteiramente pretas, assim como seu estado de espírito. A camisa tinha vários babados e uma gola cavada e bufante apenas para não dizer que ele estava desarrumado diante da presença do rei.
Assim que se aproximaram, as portas de ferro foram abertas e antes mesmo que pudessem adentrar o recinto, Liam já estava se jogando em Gemma que gritou furiosa pelo seu asco com contato humano.
"Eu fiquei tão preocupado. Você está bem, meu amor? E o bebê? " Gemma bateu com o chicote na mão do marido antes que ele pudesse tocar sua barriga.
"Que inferno! O que está havendo?"
"Uma rebelião. Um homem na cidade diz que há bruxas em Holmes Chapel e que você é uma."
"Acham que eu sou uma bruxa?" A princesa perguntou surpreendente empolgada.
Mas algo havia se acendido na mente de Harry que seguiu até os pais.
"Estão começando uma caça às bruxas em nosso reino?"
O rei assentiu com amargura.
"Sim, pelo visto há um homem dizendo heresias por aí. Não somos a favor desta caça às bruxas, mandei que fossem atrás deste incitador e que o obrigassem a retirar as acusações que fizera a sua irmã e..."
"E?"
"Onde está Louis?"
Harry engoliu em seco, ele não admitiria que foi abandonado.
"Na... Na floresta. Ele gosta de passar um tempo por lá."
"É melhor que o traga de volta. Segundo os boatos ele é a maior ameaça deste reino e há uma recompensa para quem levar sua cabeça."
"Não pode estar falando sério, porque iriam querer ferir o Louis, ele nunca fez mal a ninguém."
"Eles não se importam. Ele é um bruxo e o querem morto, o único lugar seguro é dentro deste castelo. É melhor agir antes que seja tarde demais."
"Eu irei trazê-lo de volta." Harry declarou, marchando rumo a saída.
"Eu vou junto." Gemma anunciou, revirando os olhos para todas as negativas que vieram de seus pais e marido "Se você morrer eu quero estar lá pra ver."
Desta forma, quando o sol estava em seu auge no céu claro da primavera, Gemma estava andando com os olhos atentos em meio a floresta, usando sua espada para cortar a relva alta que atrapalhava seu caminho. Ela era uma verdadeira caçadora, tentando encontrar a casa de Tomlinson já que Harry não fazia a menor ideia de onde ficava. Agora ele se arrependia de não ter mudado de roupa, pois a barra de sua calça já estava aos farrapos pela quantidade de vezes que se prendeu em gravetos, mesmo assim ele recusava as ofertas de voltarem uma outra hora que Gemma tanto insistia.
"Então, irmãozinho..." A moça começou depois de terem se passado menos de quinze minutos desde sua última briga em que ela disse que faria bom proveito dos vestidos de Harry quando ele acidentalmente caísse em uma armadilha de urso na floresta ", sabe que mesmo salvando o Louis ele não vai necessariamente voltar pra você."
"Eu sei disso."
"E qual é o plano? Ficar sozinho para sempre ou partir para outra?"
"Porquê você se importa?" Perguntou, espantando alguns mosquitos que o rodeavam. Como Gemma não se incomodava com aquilo?
"Não me importo, só estou me divertindo muito e quero ouvir a sua voz para voltar a ficar entendiada." Ele suspirou, preferindo ignora-la "Vai ficar com o Zayn?"
"Zayn? Não!"
"Mas vocês não são amantes?" Interrompeu o passo para poder encara-lo.
"Não, eu sou fiel ao Louis."
"Sério?" Assente "Oh, acho que eu falei demais então."
"O que você fez?"
"Pode ser que eu tenha dito para o Louis que você tem um harém." Comentou evasiva.
"Você não fez isso."
"Ah, para! O que queria que eu pensasse com você agindo feito uma vadia?"
"Eu não ajo feito uma vadia." Ele colocou as mãos nos quadris, ofendido.
"Claro que aje, você flerta com todos a sua volta e finge que o Louis não existe."
"Nós estávamos em crise, por eu não conseguir engravidar."
"Então você vai lá e dá uma de cadela no cio com os outros príncipes, bem maduro da sua parte." Ironizou, voltando a andar "Esse tipo de coisa demora, tem gente que engravida na hora que quer, mas outras demoram um pouco mais e tudo bem, não tem porque apressar isso."
"Exceto quando você está em uma corrida pela coroa."
"Eu sei que isso vai soar estranho vindo de mim, mas... Eu escolho esse bebê e o Liam, sem pensar duas vezes. Eu prefiro mil vezes ter comigo as pessoas que eu amo do que um trono vazio."
"Espera... Você tem um coração?"
"Quem diria que no fim das contas você é quem viraria a megera, princesa." Gemma riu, parando subitamente quando um grito foi ouvido. Eles não souberam identificar a quem pertencia, mas definitivamente parecia alguém em agonia.
"Louis!" Styles gritou sem pensar e a irmã agarrou sem braço, antes que ele corresse em direção ao barulho.
"Você enlouqueceu? Não pode gritar! Chamará atenção e se forem os caçadores saberão que o Louis está por aqui." Ela o repreendeu, o fazendo concordar relutante, então se afastou para dar alguns passos em direção ao som, a terra estava manchada de sangue e alguém parecia ter feito uma grande bagunça naquela área, assim que Gemma abaixou para examinar mais de perto, ela soube que alguém tinha sido morto e o corpo fora arrastado. Desde criança ela caçava e esta não seria a primeira vez que veria um cadáver e travaria uma luta com alguém, porém seria bem difícil fazer isso com o irmão tendo um ataque as suas costas, então deveria se livrar de Harry primeiro "Acho melhor nos separarmos."
"O que? Porquê?"
"Poderemos encontrar o caçador mais rápido."
"Mas eu não sei lutar."
"Não precisa, apenas acerte-o." Disse, colocando seu chicote na mão do irmão e começando a andar no caminho contrário. Ela mandou Harry na direção segura e apertou o punho da espada.
Como instruído ele seguiu na direção que Gemma havia mandado e tudo parecia assustador demais com a possibilidade de algum assassino se aproximar dele. Ele tinha sustos ligeiros com animais saindo das moitas até se deparar com uma árvore despencando e um homem surgir atrás do tronco velho, secando a testa úmida e o príncipe não pestanejou antes de largar o chicote e correr até Louis, pulando em seus braços e o beijando.
Levou algum tempo até que Tomlinson se desse conta de que era seu marido em seus braços, agarrado a ele e beijando-lhe profunda e apaixonadamente. Foi automático quando circulou a cintura delicada e retribuiu o beijo, tentando não pensar no quanto sentia falta dele. Os últimos meses foram uma agonia sem fim.
"Você está bem, graças a Deus!" Exclamou, correndo as mãos pelo maxilar de Louis, examinando-o por inteiro e sorrindo aliviado ao constatar que ele estava bem "Eu fiquei com tanto medo que eles tivessem te achado."
"Eles quem?" A voz melodiosa chegou aos ouvidos de Styles, que tornou a beijá-lo, mordendo seu lábios inferior antes de responder.
"Os caçadores de bruxas, eles chegaram a Holmes Chapel. Meu pai está tomando as providências para interromper a rebelião, mas eles o tem como um alvo. Precisa voltar para o castelo, venha precisamos encontrar Gemma." Desceu do colo de Louis, segurando sua mão e o puxando, mas ele não se moveu "O que há de errado? Vamos!"
Louis puxou sua mão.
"Não irei a lugar nenhum com você. Eu sei me virar, ficarei bem. Obrigado pela preocupação." Recuou alguns passos quando o outro tentou alcança-lo.
"Não seja estúpido. Venha comigo."
"Já tomei minha decisão. Nosso casamento está desfeito, não estou disposto a continuar vivendo daquele jeito no castelo."
"Não seja dramático, Louis. Se você me amasse de verdade não estaria me fazendo sofrer deste jeito, desde que partiu eu vivo adoentado e sei que é de saudades suas." Louis sentiu seu coração acelerar. Harry havia admitido sentir saudades, mas não era o suficiente "Vamos, meu amor."
"Eu não fui feito para viver entre a nobreza."
Harry queria insistir e dizer que o amava mais do que tudo e que pouco lhe importava assuntos relacionados a nobreza, mas o sangue austero de um futuro governante corrompia o bom senso e ele cruzou os braços, empinando o nariz e medindo Louis, como tinha feito no início. Quando o via como alguém insignificante.
"Eu sou um rei, não vou ficar rastejando por você."
"Nunca esperei que rastejasse por mim. Eu só quero que seja feliz."
"Você não está me fazendo feliz agora."
"Desculpa."
"Eu gostaria de nunca ter te conhecido, Louis Tomlinson." Harry fala, sentindo seu lábio inferior tremer e seus olhos arderem pelas lágrimas contidas.
"Não deveria dizer esse tipo de coisa, minha mãe diz que atrai coisas ruins."
"E quem disse que eu me importo com você?" Essa deveria ser a maior mentira que sairá de sua boca. Desde o dia em o marido havia abandonado o castelo ele passava dias inteiros pensando se ele havia dormido, comido, se estava seguro ou sentia saudades.
No início eles acreditavam que seria simples. Estavam apaixonados, nada parecia capaz de se colocar entre eles. Mas com o tempo as diferenças gritantes se revelaram, Louis e Harry nunca se apaixonaram por outro alguém e eram jovens e idiotas demais para dizerem o que realmente pensavam. Eles preferiram se ignorar, desprezar e fingir não se importar com medo de parecerem fraco aos olhos do outro e assim as palavras não ditas pesavam em suas línguas, deixando que o silêncio esmagador se colocasse como uma imensa muralha que os impedia de desfrutar daquele amor tão puro e tão forte.
O orgulho é o maior inimigo do amor.
"Isso não me surpreende." Foi o murmuro pequeno e fraco de Louis que fez com que Harry levantasse a cabeça e o encarasse, mas não foi o rosto de Louis que ele fitou e sim o homem com uma flecha negra. Não houve nem ao menos um segundo de diferença, entre Harry o notando e ele disparando a flecha que o príncipe pode notar a ponta vermelha quando a mesma atravessara o peito de Louis, exatamente em seu coração.
Tomlinson engasgou colocando a mão no peito e vendo seus dedos manchados com seu sangue. O homem se preparava para um novo disparo, quando Gemma cortou-lhe a garganta, mas já era tarde demais, o corpo de Louis tombou para frente e ele caiu em seus joelhos. Harry ainda em estado de choque sentou na chão, puxando Louis para seu colo, puxando o lenço em seu pescoço para tentar estancar o sangramento em vão.
"Respira, Lou. Você vai ficar bem." Ele nem se dera conta de que estava chorando. Só não podia acreditar que aquilo era real. Louis era um bruxo, não um humano qualquer, ele podia se curar. Ele tinha que se curar.
Harry não podia aceitar Louis morrendo apenas com uma flecha no peito.
Era ridículo.
"Por-porque não... Me disse?" Louis perguntou trincando os dentes, o rosto ficando pálido e a cabeça deitada sobre as coxas do cacheado "Se tivesse dito, eu teria voltado, minha princesa."
"Do que você está falando, seu bruxo bobo?" Esfregou a manga nos olhos para secar as lágrimas e conseguir enxergar o rosto relaxado de Louis.
O garoto de olhos azuis sorriu de lado, erguendo os dedos manchados de sangue e tocando a bochecha de Harry em um carinho singelo.
"Eu sinto a nova vida que há em você." Soprou baixinho, o braço foi caindo assim como os olhos foram se fechando e o movimento que Styles sentia no peito dele cessou.
"Não! Louis, não! Acorda, acorda." Desesperado o príncipe chacoalhou o corpo agora sem vida do marido. Ele parou de segurar o lenço para agarrar o rosto de Louis, do ângulo em que se encontrava sua boca tocava o queixo dele e as lágrimas molhavam a pele bronzeada " Por favor, volta... Eu sei que você pode, volta pra mim, por favor. Eu te imploro... Por favor, meu amor. Você é meu tudo, você é minha vida. Eu preciso de você, Louis."
Ele se agarrou totalmente a Louis, chorando e esperando por um milagre que não veio, mesmo depois de longos minutos, até ouvir o som de passos esmagando as folhas e alguém empurrando seus braços. Quando levantou a cabeça não quis acreditar que Gemma tinha ousado sentar em cima do cadáver de Louis e arrancado a flecha, desencadeando um sangramento desenfreado.
"Não toque nele." Rosnou, empurrando a moça que não se abateu.
"Eu consigo sentir a pulsação, bem fraca, mas está aqui. Ele não se cura?"
"Sim." Murmurou, alisando os cabelos de Louis.
Gemma balançou a cabeça e abriu a camisa de Louis, encontrando algo que já suspeitava, linhas finas e arroxeadas ao redor do ferimento indicando que veneno corria em suas veias. Ela tinha uma suposição e esperava que estivesse certa quando puxou uma adaga de sua bota e a cravou abaixo das clavículas dele, rasgando a pele até acima do umbigo. Assim que viu a mutilação, Harry teve um ataque e a empurrou e desta vez foi preciso que ela se agarrasse a Louis para não cair.
"Porque fez isso, seu monstro?" Choramingou, puxando-o quase que completamente para o seu colo, enquanto um mar de sangue ia tomando o corpo de Tomlinson.
"Se o veneno sair, talvez ele se cure." Sussurrou, pela primeira vez desejando o bem de alguém. Louis era um fracassado, mas ela até que gostava dele, por isso esperou com expectativa que ele acordasse, já que Harry estava ocupado bancando a viúva.
No entanto ela persistiu, aguardando pacientemente até que finalmente aconteceu. O rasgo em seu tronco foi fechando, o sangue desaparecendo, assim como o buraco no peito fora coberto novamente por pele. Como se nada tivesse acontecido, seu corpo estava intacto e a cor voltara para seu rosto. Harry agora estava chorando com o rosto afundando no pescoço de Louis, quando este abriu os grandes olhos azuis e encontrou Gemma sorrindo para ele, sentada em cima de seus quadris.
"Olá."
"Por acaso vocês resolveram fazer alguma imoralidade incestuosa me envolvendo?" Perguntou, temendo verdadeiramente pela resposta. A princesa lhe deu a língua e levantou.
O coração do príncipe errou a batida ao ouvir a voz de Tomlinson.
"Meu amor, você voltou! Eu te amo tanto, meu bebê. Me perdoa por não ter te protegido, eu juro que vou cuidar de você com a minha vida daqui pra frente. Se você quiser viver nessa floresta nojenta, assim será, onde você for eu vou." E lá está a sua princesa, quase o estrangulando enquanto despejava dúzias de palavras sobre ele, que apenas se deixava ser abraçado.
"Vocês são tão fofos e estamos apenas os três aqui, com Louis enfraquecido e Harry um verdadeiro inútil, seria um ótimo momento para matar vocês e me tornar rainha, pena que estou com sede." Gemma suspirou, colocando as mãos na barriga e andando tranquilamente até a cabana de pedra de Louis.
"Eu tenho medo dela." Sussurrou, com a voz ainda falha. Harry o abraçava como se ele fosse um ursinho de pelúcia.
"Me perdoa, por favor. Eu não deveria ter agido como um idiota. Jamais, você é o amor da minha vida."
"Nós fomos idiotas, princesa. Convenci a mim mesmo que você não me amava mais, ao invés de me abrir com você. Eu deveria ter te deixado. Mas conseguimos uma segunda chance. Esqueça os erros do passado e pense apenas nos acertos futuros." Louis deitou a cabeça no ombro de Styles e descansou uma mão em sua barriga.
"Obrigado, eu sei que fui estúpido." Murmurou arrependido, vendo Louis balançar a mão, num claro gesto de que o assunto estava encerrado "Aquilo que você disse antes... significa que?"
"Uhum."
Harry tentou conter o entusiasmo com a notícia de que depois de tanta espera, finalmente teria o seu tão almejado bebê e o pensamento de um herdeiro nunca esteve presente, porque ele não se importava mais com isso. Por algum tempo ele esteve completamente no escuro, acreditando que havia perdido Louis para sempre e agora, ele partilhava do mesmo pensamento de Gemma.
Ele preferia mil vezes o bebê e Louis a qualquer coroa.
Ser rei era um ofício, não quem ele realmente era.
"Um bebêzinho." Massageou sua barriga que ainda não tinha resquícios algum da gravidez, mas ele sabia que estava lá.
"Essa camisa é muito cavada para usar sem sutiã, mocinha." Louis o repreendeu, mordendo seu pescoço e ele gemeu manhoso, se derretendo por inteiro. Eles continuaram aninhados, deixando que Louis se recuperasse e a saudade fosse sanada até Gemma surgir na porta com um sorriso estranho.
"Eu tenho uma notícia boa e uma ruim." Anunciou com a voz grave e agitada "A ruim é que eu derrubei um monte de vidrinhos e agora uma fumaça vermelha está dominando a casa, mas a boa é que a minha bolsa estourou e vocês serão titios. "
Harry olhou para Louis, querendo saber em que mundo aquilo poderia ser uma boa notícia, mas não houve tempo para debaterem sobre porque ela os mandou irem até lá e mesmo que quisessem fugir para longe tiveram que ajudar. Não foi uma grande surpresa quando Louis admitiu já ter feito alguns partos, visto que graças aos seus poderes as coisas fluíam mais facilmente, não que ele fizesse a criança surgiu do lado de fora, mas ele podia fazer da experiência menos dolorosa para a mãe e o bebê e era um parteiro muito calmo.
Diferente de Harry que vomitou todas as vezes em que acidentalmente viu partes que um irmão jamais deveria ver de uma irmã, mas esse seria o seu castigo por ter sido um babaca no passado. No fim daquele dia, quando a guarda real chegou até o casebre com Lorde Payne, Abraham Payne-Styles já havia nascido forte e saudável.
Meses depois foi a vez de Harry tomar o lugar da irmã, sem a presença de Louis que foi obrigado a ficar de fora, respeitando os costumes nobres. Eles tinham chegado a um consenso, no qual Louis podia vestir e falar o que quisesse e Harry não perdia mais seu tempo com resmungos ou provocações, tendo olhos apenas para o marido e agora para a garota em seu colo, adormecida e carequinha.
Louis quase desmaiou quando entrou no quarto e encontrou sua princesa sentada contra a cabeceira segurando a pequena princesinha deles em seus braços.
"Eu amo vocês." Sussurrou, beijando a bochecha rosada de Styles que piscava preguiçosamente, exausto.
"Nós também te amamos, fala pra ele Darcy." Balançou a menina em seus braços que continuou a dormir "Ela é dorminhoca."
"Eu também seria se soubesse que tenho a vida ganha." Louis disse, tocando a pontinha do nariz arrebitado da filha.
"Olha como fala, ela é uma princesa."
"Eu tenho prática com princesas."
O cacheado riu divertido, selando seus lábios nos do marido e sorrindo quando ouviu alguns resmunguinhos da parte de Darcy.
"Ela é tão linda, podemos fazer mais?" Piscou seus olhos brilhantes para Tomlinson que assentiu.
"Tudo o que a minha esposa/marido quiser."
"Não me chame assim." Falou emburrado, franzindo os lábios.
"Oh, desculpe! Eu quis dizer que teremos uma dúzia de bebêzinhos, minha princesa cacheada." Então aquele sorriso capaz de iluminar toda a Inglaterra se formou nos lábios de sua princesa e enquanto Darcy dormiu nos braços de Harry, eles se beijaram até Harry bocejar e eles decidirem que era um bom momento para dormir, a pequena princesa em seu bercinho bem decorado e os pais abraçados na cama, mais apaixonados e maduros do que antes, sabendo que nem mesmo o amor deles é perfeito, mas que não importa o problema tudo pode ser resolvido desde que permaneçam juntos.
E quando tudo estava escuro e a respiração de Harry e Darcy eram os únicos sons a serem ouvidos, Louis os admirou sabendo que com elas, estava a verdadeira magia.
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