Capítulo 6
- Como ela consegue fazer isso? - Mon sussurrou para Tee e Jim, enquanto observava Sam caminhar pela sala de aula, com uma dúzia de livros em cima da cabeça. Ela conseguia andar com graça, e nem parecia que sentia o peso dos livros na cabeça. - Ela não sente dor na cabeça e nas costas?
- Se sente, disfarça muito bem. - Jim respondeu.
- Mas ela já carrega o peso de ser a garota mais chata da escola, deve tá acostumada. - Tee comentou, fazendo Mon e Jim rirem, mais alto do que deviam.
- Silêncio! - A vó de Sam mandou. Era ela quem daria a aula naquele dia.
Mon se calou imediatamente. Percebeu que, naquela escola, deveria seguir rigidamente as regras, à menos que quisesse ser expulsa e voltar à fazer sua família viver na miséria. E Mon não queria isso, não quando via que, em apenas em uma semana, sua mãe e irmã estavam vivendo melhor do viveram durante àquele último ano.
- Equilíbrio. O verdadeiro equilíbrio impõe respeito; necessário para qualquer um na realeza. - Discursava a vó de Sam, enquanto ela parava de girar pela sala e era auxiliada por Kade a retirar os livros de sua cabeça. - Obrigada, Sam.
Mon desviou os olhos de Sam, para Nita, que estava do outro lado da sala, bem longe de Sam. Tee e Jim explicaram que Nita mantinha distância de Sam quando sua vó estava por perto, pois não queria complicações com ela.
Mas, fora do alcance dos olhos da senhora, Nita seguia Sam como se fosse um cachorrinho.
Nita olhou em direção à Mon, a pegando no flagra à encarando. Nita a analisou de cima à baixo, com um sorriso pequeno nos lábios, deixando Mon desconfortável, voltando à olhar para Sam e sua vó.
- Agora, princesas e damas reais, vamos ver o que podem fazer. Comecem com um livro e deslizem. Suavemente, graciosamente. - Orientou a vó de Sam.
As garotas fizeram uma fila, e cada uma recebia um livro de Sam.
Mon sentia que estava sendo encarada, olhou rapidamente para trás e viu que Nita estava logo atrás de si na fila, ainda com aquele sorriso estranho. Mon voltou à virar para frente, ainda sentindo os olhos de Nita em cima dela. Como as garotas da escola podiam sentir medo de Sam, se Nita era muito mais intimidadora?
Quando chegou a sua vez de pegar o seu livro, viu Sam sorrir maldosa e jogar o livro em seu peito de forma grosseira. Mon a olhou com raiva, mas apenas se virou e saiu apressadamente de perto de Sam.
Ela fechou os olhos, se lembrando de Yuki, então ela pode se acalmar. Não ia cair nas provocações de Sam, não iria perder a paciência e correr o risco de ser expulsa da escola por ter arrancado o cabelo da futura rainha de Bangkok.
Mon viu todas as garotas colocarem os livros na cabeça, começando à andar pela sala. Algumas como Tee, Jim e Nita andavam graciosamente, já outras como Noi, Yha, e a própria Mon, andavam desajustadas, derrubando os livros diversas vezes, tropeçando. O maior desastre.
- Fala sério, estamos matando tempo fazendo isso. - Mon resmungou, andando lentamente pela sala. Estava até conseguindo, o livro estava meio torto, mas não caía de sua cabeça. E se ela se movesse devagar, conseguiria passar àquela aula sem nenhum machucado.
Mon olhou em direção à Sam, que a olhava de volta. Em seus lábios, havia um sorriso divertido, além de seu rosto estar vermelho de tanto segurar a risada.
Mon gostaria muito de agarrar Sam e tirar aquele sorrisinho idiota de seu rosto.
- Droga, ela é bonita, mas é uma idiota. - Mon murmurou para si mesmo. Ela franziu a testa quando percebeu o que disse. Ok, sim, ela achava Sam bonita, mas por que ela havia dito aquilo?
- Mon! Seu sapato está desamarrado. - Mon olhou para quem havia dito aquilo e avistou Nita ao seu lado. Quando ela havia se aproximado?
Mon ficou ainda mais confusa. Ela não estava usando um sapato com cadarços, era um sapato de fivela.
Mas, por puro reflexo, ela olhou para baixo, tendo a certeza que, sim, estava usando um sapato de fivela.
Mas Mon deveria ter percebido que era uma armadilha. O livro caiu de sua cabeça e Mon tentou o segurar, mas acabou tropeçando e caiu no chão.
Ou melhor, de alguém.
Mon fechou os olhos, esperando o impacto com o chão duro, mas, ao invés disso, sentiu um corpo quente e macio.
Ao abrir os olhos, Mon xingou sua má sorte. Ela havia caído em cima de Sam.
Os rostos das duas estavam muito próximos, Mon viu Sam ficar mais vermelha do que estava segundos atrás, quando estava rindo dela.
Os olhos de Sam foram baixo, e Mon os acompanhou. Mas se arrependeu amargamente.
Mon, quando caiu, pôs as mãos na frente de seu corpo, querendo impedir um impacto muito doloroso.
Mas, como não havia caído no chão, e sim, em cima de Sam, suas mãos estavam em seus peitos.
Agora era o rosto de Mon que estava pegando fogo. Por que justo ela?
Mon saltou para longe de Sam, se sentando no chão, com a cabeça baixa, o rosto vermelho de vergonha e o coração batendo à mil.
- Sam! Você está bem, meu amor? - A vó de Sam perguntou, preocupada.
- A-ah, sim. Estou sim, vovó. - Sam respondeu, se levantando rapidamente. Mon também levantou, mas estava muito envergonhada, e estava com o rosto abaixado. Ela podia ouvir os risinhos de algumas colegas.
Mon olhou discretamente para o lado, vendo Tee e Jim à olharem preocupada, ela deu um sorriso, querendo dizer que estava tudo bem.
- Você. - A vó de Sam chamou a atenção de Mon. - O que tem a dizer sobre esse desastre.
- Desculpe. - Mon pediu. - A Nita... Eu me distrai, e..
- Você é a garota do sorteio, não é? - A vó de Sam a interrompeu, vendo Mon assentir com a cabeça. - Eu deveria ter imaginado. Olhe para mim, garota. A verdadeira dama real nunca abaixa a cabeça.
Mon o fez, ergueu sua cabeça e olhou nos olhos da vó de Sam, com timidez, temendo levar a maior bronca de sua vida.
Mas, ao invés do que esperava, Mon pode ver a senhora perder a cor do rosto, à olhando assustada, como se tivesse visto um monstro.
- A senhora está bem? - Mon perguntou, preocupada, dando um passo em direção à senhora. Mas a mais velha se afastou bruscamente, como se Mon tivesse alguma doença.
- Vó, a senhora está passando mal? - Sam perguntou, segurando a vó pelos ombros.
- S-sim. Eu estou, meu bem. - A vó de Sam garantiu. Então ela se voltou para Mon, a olhando com raiva. - Você é totalmente desqualificada para a vida real. Quero que saia desta sala!
Mon, Sam, e todas as outras garotas olharam surpresas para a vó de Sam. Ela nunca havia explodido, daquele jeito, com nenhuma outra aluna.
- Você também deveria se pensar se uma pessoa do seu nível deveria estar num lugar, onde está claro, que não lhe pertence! - Sam teve que segurar sua vó, já que ela tentava avançar contra Mon.
Mon se encolheu diante das palavras grosseiras da senhora, abaixou a cabeça, se virou e caminhou em direção à saída da sala de aula.
Sam observou Mon sair da sala, se sentindo culpada por aquela situação toda. Se não tivesse mandado Nita provocar Mon, aquilo não teria acontecido.
- Vovó, acho que a senhora pegou pesado. - Sam comentou, enquanto ajudava sua vó a sentar e alguém trazia um copo de água para ela beber, para que pudesse se acalmar.
- Por que está me dizendo isso, Sam? - Sua vó perguntou, a olhando irritada também.
Sam engoliu em seco e abaixou a cabeça.
- É-é porquê.. A senhora poderia passar mal. Só isso. - Sam respondeu, baixo.
- Oh, tudo bem. - Ela assentiu com a cabeça. - Bem, fiz isso para que essa garota, Kornkamon, entenda que não pode fazer um alvoroço em minha aula.
- Mas foi um acidente. - Sam tentou, recebendo outro olhar irritado.
- Está defendendo ela, Sam?
Sam olhou em volta, vendo todos os olhares sob si. Ela se sentiu muito pressionada naquele momento.
- Não. Claro que não. - Sam respondeu, soltando o ar quando sua vó mandou todas as garotas continuarem com a lição que ela havia dado.
[...]
- Você tá bem mesmo, Mon? - Jim perguntou, fazendo um carinho nos cabelos de Mon enquanto elas estavam paradas na fila esperando a sua vez de pegar o almoço.
- Tô, sim. - Mon sorriu para a amiga. - Antes ela me xingar na sala de aula, ou ter um AVC e morrer na minha frente.
As três riram e logo foi a vez delas de pegarem seu almoço. Então começaram a andar pelo refeitório, procurando uma mesa livre.
Quando finalmente encontraram, foram até ela. Acabaram passando pela mesa onde Sam e Kade estavam sentadas, e Mon pode sentir os olhos de Sam sob ela.
Mon se sentou na mesa e olhou em direção à Sam, que ainda a olhava. Elas ficaram se encarando por alguns segundos até Jim chamar a atenção de Mon para ela.
- Sabia que, quando você saiu da sala, a Sam te defendeu da vó? - Jim comentou, sorrindo pequeno, enquanto observava as reações de Mon.
- Ela fez mesmo? - Mon perguntou, surpresa, vendo as amigas concordarem. Mon sentiu as bochechas esquentarem com aquela informação, e desviou o olhar para seu prato.
- Você está ficando vermelha! - Tee acusou, rindo junto com Jim. - Eu achei que iria demorar mais um pouco pra vocês começarem à se gostar.
- O que?! - Mon gritou, tendo os olhares de todos sob ela. Ela pediu desculpas e, sem pensar muito, seus olhos foram para Sam, que tinha um sorriso nos lábios. Mas não era um sorriso malicioso, Sam não estava zombando dela. Nem era um sorriso forçado, igual aos que ela dava quando estava dando uma entrevista para a TV, ou tirando alguma foto para uma revista. Era um sorriso divertido, de quem acha alguma coisa fofa e engraçada.
Mon balançou a cabeça, afastando seus pensamentos. Desde quando ela reconhecia os tipos de sorrisos de Sam?
- Do que vocês estão falando? Eu não gosto de Sam. - Mon murmurou.
- Aham. - Tee a olhou com um sorriso debochado. - E o que foi aquela mão boba na sala de aula? Safadinha você, Mon.
Mon ficou ainda mais vermelha que antes. Tee e Jim não conseguiam não rir com as suas reações.
- A-aquilo foi um acidente! E-eu pus a mão na minha frente pra.. Pra impedir de me machucar. - Mon se explicou.
- E, coincidentemente, pegou nos peitos de Sam. - Completou Jim. Ela estava ofegante de tanto rir. - Eu shippo.
- Não dou um mês pra você admitir que gosta dela. - Tee comentou. - Amo histórias de enemies to lovers.
- Vocês tão lendo muitos livros de romance. Deveriam parar. - Mon orientou, coçando sua nuca, totalmente sem graça com àquela conversa. - Vamos comer agora, por favor.
As três começaram a comer, sem tocar mais no assunto, e Mon agradeceu por isso.
Elas estavam quase terminando de comer quando, de repente, Mon viu um vulto ao seu lado e sentiu algo cair sob si.
- Ai! - Mon gemeu.
- Oh, desculpe, Mon. - Era Nita, que havia tropeçado e caído em cima dela. - Você está bem?
As mãos de Nita tocaram no corpo de Mon: ombros, braços, tronco e cintura.
- Eu tô bem, Nita. Você se machucou? - Mon pergunta.
- Eu tô bem. - Nita garantiu, se afastando de Mon com um sorriso grande. - Tchauzinho!
Então ela se afastou, tendo o olhar de Mon, Tee e Jim sob as suas costas.
- Não gosto dela. - Jim comentou. - Ela me da arrepios.
- Tenho que concordar. Mon disse. - Ela é meio estranha. Não sei, acho que é o sorriso dela. Parece que ela sempre tá planejando algo maléfico. Sem contar que foi ela que me fez cair, dizendo que meu sapato estava desamarrado.
- E você caiu nessa? - Tee perguntou, divertida, vendo Mon assentir. - Mas aí você foi meio tonta, também.
- Ah, não enche. - Mon mostrou a língua para Tee. Ela pegou seu celular e viu que elas ainda tinham algum tempo até o sinal tocar. - Qual é a próxima aula, mesmo?
- Geopolítica.
- Vou pegar meu livro no armário. - Mon avisou, levantando da mesa.
- Mon!
Mon não teve tempo para parar, no segundo seguinte, os pratos, talheres e copos que estavam na mesa vieram à baixo, fazendo uma grande sujeita e um barulho alto.
Ela olhou e viu que a toalha da mesa estava presa na sua saia do uniforme.
Ela olhou em volta, vendo todas as garotas olhando para ela, algumas rindo, outras surpresas, outras irritadas.
Mon soltou a toalha de sua saia e saiu às pressas do refeitório, sentindo lágrimas nos seus olhos. Tudo está um desastre completo àquele dia, aquela semana. Estava tudo um completo desastre desde que seu nome fora sorteado naquele maldito dia.
Enquanto Tee e Jim iam atrás de Mon, Sam foi até Nita e a segurou pelo braço, à levando para longe do refeitório.
- O que foi, querida? - Nita perguntou, com um sorriso divertido. - Você não parece feliz. Não gostou da brincadeirinha que eu fiz com a Mon?
- Não. Não gostei. - Sam respondeu, em um tom sério. - Não quero mais que você faça essas coisas com a Mon. Pare de incomodá-la.
- O que? - Nita fez careta. - Mas por que você está me pedindo isso? Foi você quem me mandou azucrinar a vida de Mon!
- Eu sei, mas... Não posso mudar de ideia?
- O problema é que você nunca muda de ideia! - Nita cruzou os braços. - Nem quando sua vó mandou você terminar comigo, você mudou de ideia. Por que com a Mon é diferente?
- Nita, não me faça perguntas, apenas me obedeça. - Sam mandou, bufando irritada.
O sinal tocou e Sam se afastou de Nita, se afastou e começou a caminhar em direção à sala de aula.
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tinha mais coisas pra esse capítulo, mas eu decidi dividir ele em dois, pra não ficar muito grandekkkkk
ai gente como é difícil ter criatividade excessiva. além dessa fic eu tenho mais 5 plots de fanfic monsam 😰😰😰 vou ver se consigo escrever todosjkkkkkk
fiz até uma capinha pra fic, gostaram? ficou bem simples mas eu gostei até 🥰
no próximo cap vamos ter mais teorias sobre a família real 👀 o mistério que sonda ela fica cada vez mais obscuro
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