Capítulo 20
- Boa noite, Rebecca. Como você está, querida? - Apesar das palavras gentis, a voz e a expressão da vó de Sam eram assustadoras. - Foi divertido toda esse joguinho de gato e rato entre nós, mas eu já cansei. Eu, realmente, fiz de tudo para que você não se meter no meu caminho, mas olha onde estamos!
Ela fez um sinal para o guarda-costas, que se moveu em direção às garotas.
O homem pegou a caixa de vidro com a coroa, Tee tentou segura-la, mas com um único movimento, Tee foi empurrada e ela caiu no chão.
- Tee! - Jim e Mon correram até a amiga, à amparando.
- Agora eu vou poder dormir tranquilamente, sabendo que você não irá estragar os meus planos! - A vó de Sam continuou falando, vendo o guarda-costas vir até ela com a caixa da coroa nas mãos. - Depois de amanhã, quando Sam for coroada, eu vejo o que farei com você, Rebecca. Por enquanto, não vou me preocupar com um inseto como você.
- E não se preocupe, Mon, eu vou cuidar muito bem da Sam. - Nita garantiu, rindo maliciosamente para Mon.
A atenção de Nita voltou para a vó de Sam, quando ela começou à rir.
- Qual a graça? - Nita perguntou.
- É que, é tão engraçado o quão ingênua você é, Nita. - A vó de Sam dizia. - Você realmente acha que eu deixaria você namorar a Sam? Você é nojenta! Nunca permitiria Sam ser uma homossexual como você, ou como Mon!
- Ma-mas.. - Nita olhava da vó de Sam, para Mon, depois de volta para a senhora, totalmente perdida. - Você disse... Você prometeu que, se eu ajudasse a senhora, eu poderia namorar Sam livremente! E eu ajudei a senhora!
- Chega com esse escândalo, menina! - A senhora mandou, fazendo uma massagem em sua têmpora. - Você me foi útil até agora, mas, se continuar testando minha paciência, eu acabo com você também!
Nita se calou, olhando para o chão com lágrimas nos olhos. A vó de Sam se voltou para Mon se suas amigas.
- Aproveitem o dia da coroação. - Ela desejou, indo até o painel e digitando uma nova senha, e então a porta do cofre começou à se fechar.
- Não! - Mon gritou, correndo até a porta do cofre, mas ele se fechou antes que ela pudesse chegar.
Mon começou à socar a porta e gritar, mas nada adiantou. Elas estavam presas.
[...]
Horas mais tarde, quando o sol já tinha raiado, Sam foi acordada, se forçou à tomar café, se banhou e, com auxílio de várias criadas, começou à se vestir para a coroação.
Sam olhava ansiosa para o celular, querendo ter alguma notícia de Mon, se ela tinha conseguido chegar à parte inferior do castelo, achado a coroa. Queria saber se ao menos ela tinha conseguido entrar no castelo.
Começou à se preocupar, imaginando que, na hora em que estavam prestes à entrar pela janela, elas foram pegas por um segurança, e levadas presas.
- Bom dia, Sam, querida! - A atenção de Sam se voltou para sua vó, que entrava em seu quarto juntamente de Nita. E Sam estranhou o rosto abatido da ex namorada.
- Oi, vó. - Sam murmurou, olhando para seu celular novamente.
- Está ansiosa?
- Hm? Ah, sim, claro. - Sam murmurou, desbloqueando seu celular e checando se estava com internet, implorando mentalmente para que Mon enviasse um sinal de vida.
- O que você tanto olha nesse celular? - A vó de Sam arrancou o aparelho da mão dela. - Está esperando uma ligação da Rebecca?!
Sam ficou parada, olhando para a vó, tremendo. Seus olhos desviaram para Nita, que à olhava de volta, mas desviou o olhar logo em seguida.
- Olhe para mim! - A vó de Sam ordenou, com um grito, vendo a neta à olhar com raiva. - Você é uma ingrata! Depois de tudo que eu fiz por você, você deixaria o trono de lado, como se ele não fosse nada!
- Mas ele não é nada pra mim, vó! Eu nunca quis ser rainha, eu só fazia isso pra agradar você! Por que eu achei que a senhora me amaria se eu obedecesse, mas eu vejo que isso nunca vai acontecer, não importa o que eu faça! Você ao menos sabe o que acontece com o povo que quer tanto que eu governe? Eu vi com meus próprios olhos: tem várias pessoas que não tem um pão sequer para comer!
- Se eles não tem pão, que comam bolo! - A vó de Sam respondeu, sarcástica, deixando Sam furiosa.
Sam avançou contra a vó, que dava passos para trás. Sam agarrou os braços da vó, a sacudindo.
- Onde está Mon? O que você fez com ela?!
- Me solta! - A vó de Sam se soltou dos braços de Sam.
Em seguida, a senhora levantou a mão, desferindo um tapa no rosto de Sam.
Sam ficou parada no lugar, em choque. Sua vó, apesar das humilhações e brigas, nunca lhe bateu.
- Argh! Olha o que você fez! - A vó de Sam bufou, segurando as bochechas da neta e à obrigando à virar o rosto para si, as unhas ficando na pele das bochechas. - Nita, retoque a maquiagem de Sam, quando eu voltar, vou levá-la para ser coroada, e tudo vai ficar em seu devido lugar.
A senhora deu as costas para a neta e saiu pela porta, a fechando logo em seguida.
Nita ficou alguns segundos parada, até que ela se moveu, caminhando até Sam e, ao tentar toca-la, Sam se desvencilhou de seu toque bruscamente. Sam foi até a penteadeira que havia em seu quarto e, em um acesso de raiva, jogou tudo que tinha ali - vidros de perfume, maquiagem, escova de cabelo, esmaltes, acessórios, etc -, no chão, fazendo um barulho alto.
Sam gritou, caindo na cadeira em frente à penteadeira, sem forças para mais nada, além de chorar.
- Por que você nunca disse que me ama?
Sam olhou, com a maquiagem borrada, para o reflexo de Nita, através do espelho. Nita à olhava com lágrimas nos olhos e lábios tremendo, mas também com uma expressão raivosa.
- O que? - Sam perguntou.
- Quando estávamos namorando: por que você nunca disse que me ama? - Nita repetiu. - Por que você não lutou por nós, igual você luta por você e Mon? Por que você não insistiu na gente, igual você está insistindo em vocês?
Sam ficou alguns segundos encarando o reflexo de Nita, até que ela caiu na gargalhada.
Sam se levantou, ficando de frente para Nita, toda a raiva que sentia transbordando em seu peito.
- Por que eu nunca insisti em nós? Por que eu nunca disse que te amo? Porra! Não é óbvio? - Sam perguntou, com um sorriso sarcástico. - Eu nunca te amei, Nita, por isso! E eu não lutei pela gente, porquê eu simplesmente queria me livrar de você, mas não sabia como! Minha vó foi apenas uma desculpa; por isso!
Sam pode ver, com satisfação, uma única lágrima descer pelo rosto de Nita.
- Agora eu só tenho à te agradecer, por conseguir deixar minha vida mais infeliz do que já estava! - Sam finalizou, se virando e voltando para a penteadeira, pegando os produtos do chão e arrumando ela mesma a sua maquiagem.
Nita continuou parada no lugar, até que a vó de Sam voltou e à chamou. Sam se levantou e, antes de sair do quarto, bateu com seu ombro no de Nita, à deixando sozinha logo em seguida.
[...]
Mon, Tee e Jim estavam separadas dentro do grande cofre: Tee tentava abrir a porta do cofre, quebrando coisas como armaduras e espadas contra a porta; Jim tentava subir nos móveis que ali tinha, com os celulares em mãos, para ver se conseguia algum sinal de internet, mas elas estavam tão embaixo, não conseguia nem um sinalzinho.
E Mon estava sentada no chão, abraçando as próprias pernas e seu rosto enterrado entre os joelhos.
- Mon? - Tee chamou assim que quebrou outra espada contra o cofre, à fazendo cair no chão. - Você tá bem?
- Não. - Mon murmurou, soluçando.
Tee e Jim se entreolharam, correndo na direção de Mon logo em seguida.
- Você tá chorando? - Tee perguntou, vendo Jim fazer uma careta para ela.
- É óbvio, Tee! - Jim brigou, fazendo carinho no cabelo de Mon. - Não chore, Mon, nós não vamos deixar aquela bruxa nem chegar perto de você.
- É! Eu destruí algumas espadas, mas tem outras ali. Vou ser seu cavalheiro, princesa Rebecca. - Tee brincou, querendo fazer a amiga rir.
E funcionou, Mon levantou o rosto e, apesar do rosto inchado, o narizinho e os olhos vermelhos, ela riu.
- Obrigada, meninas. Mas a minha última preocupação, é o que ela vai fazer comigo. - Mon disse. - Eu tô preocupada com o que ela vai fazer à vocês, por simplesmente tentarem me ajudar! Eu sei que vocês tem dinheiro, que são filhas de pessoas influentes, mas nós não sabemos do que ela é capaz!
- E também tô preocupada com a Sam. - Mon continuou, seus lábios voltando à tremer. - Ela vai ser coroada, e vai passar o resto da vida sendo rainha de um país que ela não queria. E eu nunca soube qual a profissão que ela escolheria se ela não fosse ser rainha. E ela vai ser obrigada à casar com Kirk!
- E a vó dela vai continuar com aquele projeto insano dela: de transformar áreas pobres em áreas verdes, e todos vão ficar sem ter onde morar! E é tudo culpa minha!
- O que? Mon, não! Nada disso é culpa sua! - Jim disse.
- É tudo minha culpa! - Mon repetiu. - Se eu tivesse morrido naquele acidente, nada disso estaria acontecendo; as pessoas que eu amo não estariam sofrendo desse jeito!
Mon desabou em lágrimas, voltando à enterrar seu rosto entre os joelhos. Logo sentindo os braço de Tee e Jim ao seu redor.
Elas ficaram ali, abraçadas, por vários minutos, até que a atenção delas se voltou contra a porta do cofre, que estava fazendo um grande barulho, como se fosse abrir.
As três se levantaram rapidamente, olhando apreensivas para a porta, que se abria lentamente diante delas.
Elas se surpreendem quando Nita entrou dentro do cofre.
- Nita?! - As três soltaram, surpresas.
Nita abaixou o olhar, observando a bagunça que Ter havia feito em frente à porta do cofre.
- O que você tá fazendo aqui? - Mon perguntou, olhando com raiva para Nita.
- Sem perguntas, apenas vá fazer o que tem que fazer. - Nita orientou, vendo as três garotas à olharem como se ela fosse um bicho estranho.
- Você bateu a cabeça? - Tee perguntou, vendo Nita revirar os olhos.
- Eu vou trancar vocês aqui de novo, se não forem agora! - Nita ameaçou, vendo as garotas se apressarem para fora do cofre, o qual Nita fechou logo em seguida.
Mon e Nita ficaram de frente uma para a outra. Mon abriu a boca para falar, mas Nita falou primeiro:
- Não pense que eu gosto de você, ou que concordo com a ideia de você ser rainha: você vai criar uma guerra. - Nita deu uma pausa, suspirando. - Mas eu amo a Sam, e se ela fica feliz contigo, que fique.
- Obrigada. - Mon agradeceu, com um sorriso nos lábios.
- Ai, tá! Chega de sentimentalismo, vai logo! - Nita ordenou, vendo Mon e as duas amigas se apressarem, e correrem escada acima.
[...]
O grande salão estava todo decorado e cheio de pessoas, de todos os países da região suk da Ásia, além de pessoas importantes de todo o país, que vieram contemplar e presenciar a coroação da primeira Rainha depois de Isabella. Era um marco histórico!
Sam estava ajoelhada no chão, olhando o Arcebispo que havia vindo da Inglaterra para à coroar. Achava ridículo ser coroada ao modo europeu.
O Arcebispo falava, mas ela não escutava nada além do seu sangue circulando rapidamente em seus ouvidos.
Ela pode ver o homem ir até a caixa de vidro, onde estava a coroa, e à retirar dali, caminhando em direção à ela e proferindo palavras, à abençoando talvez. Sam também podia ver, pelo canto do olho, diversas câmeras à fotografando e filmando: estava sendo transmitido para todo o mundo.
Foi quando a atenção de todos no salão se voltou para algo atrás de Sam, que também olhou para trás, vendo Mon, Tee e Jim.
- Mon! - Sam sorriu, aliviada e feliz, se levantando e correndo até Mon, que abriu os braços, e abraçou Sam com toda a sua força. - Você tá bem! Estou tão aliviada!
Sam se afastou minimamente de Mon, levando suas mãos até às bochechas da garota, fazendo um carinho ali.
- Você tá linda. - Mon murmurou, sorrindo ao ver o rosto de Sam ficar levemente vermelho.
De repente, as duas se lembraram de onde estavam, e da atual situação, então se afastaram, mas Mon segurou a mão de Sam, olhando com firmeza para todos no salão.
- Eu reivindico o direito ao trono! Porque eu sou a Princesa Rebecca Patricia Armstrong, filha da Rainha Isabella.
______________________________________________
gente o próximo capítulo é o último aeeeeeeee🙈🙈 tô triste mas tbm to feliz
e eu gostaria que vcs fossem ler minha outra fic sáfica, do casal englot (chalotte e engfa). a fic é muito boa, tão boa quanto essa aqui eu prometokkk
até o próximo cap 😘
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro