Capitulo 27
O restante da viajem foi tranquila, meu pai ficou calado vendo vários papeis, e eu não fiz questão, eu não estava a fim de papo com ele, quando estávamos próximos do aeroporto da Suíça, eu me troquei vesti uma roupa quente tinham luvas e capuz, mas eu achei ridículo. Meu pai estava muito bem vestido com um casaco preto comprido, luvas de couro pretas também e um cachecol preto.
Eu achei um exagero, mas quando abriram a porta do avião eu coloquei as luvas e a touca, quando sai eu fiquei pasma, nunca havia visto tanto gelo, eu sempre morei em Angelis que não tinha neve e quando viajávamos a negócios dos meus pai íamos em época amenas.
Entramos em um carro, e viajamos durante algumas horas, é sério se meu pai me largar aqui eu morro, eu não sei onde estou e nem como voltar.
Estava me sentindo só desde já, mesmo no carro meu pai ficou em silencio, eu queria chorar e dizer que não queria ficar, mas eu sabia que ele estava irredutível.
O carro parou na frente de uma grande castelo antigo, em uma propriedade enorme, alguém abriu os portões e entramos, o carro deixou-nos na porta da frente do grande castelo.
Meu pai desceu e eu desci em seguida, uma mulher nos recepcionou na porta.
- Senhor Schreave? Sou Lady Ledrick reitora do colégio, é um prazer conhece-lo. – Ela cumprimentou.
- O prazer é meu. - Ele cumprimentou de volta – Esta é Katherine S...
- Katherine basta senhor, nós temos uma política rigorosa quanto a nomes aqui no colégio. Mas vamos para o meu gabinete explicou melhor. – E ela nos conduziu por um corredor, que era assustador, o colégio era rustico e em sua maioria escuro.
Ela nos levou até uma porta de carvalho que dava para o seu gabinete, que era quente e aconchegante, piso de madeira com uma lareira acesa e o ambiente era cheio de livros.
Ela se sentou e indicou os acentos a sua frente para sentarmos.
- Devo admitir que ficamos um pouco surpresos com seu pedido de última hora majestade. – Ela disse – Chá?
- Não obrigado – Disse meu pai – Aconteceram coisas em nossa nação que ocasionaram a vinda de Katherine.
- Soube dos ataques. – Ela comentou.
- Isso também, mas acredito que Katherine precise melhorar seus modos.
- Eu não preciso! – Eu exclamei aborrecida e ele me olhou com aquele olhar de “Calada”.
- Posso ver... – Disse a mulher me olhando enquanto mexia seu chá – Devo dizer que Delth Mounts tem mais de quatrocentos anos de tradição e experiência com príncipes, princesas, filhos de diplomatas e pessoas importantes, somos conhecidos por nossa excelente educação e disciplina. Grandes reis e rainhas saíram desse castelo majestade. – Ela disse cheia de orgulho.
Ai céus quanta baboseira!
- Exatamente por isso que Katherine está aqui, ela precisa aprender a agir como alguém da realeza.
- Devo dizer que temos uma regra essencialmente rígida aqui, não que as outras não são, mas se infringir essa ela será severamente punida. Aqui ninguém possui título ou sobrenome, por existir pessoas de múltiplas nações achamos melhor assim. Vocês tem apenas o primeiro nome, a partir de hoje você será apenas Katherine, para manter o anonimato. Às vezes brigas entre adolescentes com tanta influência e poder pode causar até guerras então nossa política de sem sobrenome priva que outros adolescentes saibam quem você é assim evitando desavenças futuras. Você entendeu senhorita? – Ela disse severa.
- Tanto faz. – Eu disse dando de ombros.
- O senhor receberá um relatório dos castigos que a senhorita Katherine recebeu por mês e seus feitos também é claro, para que possa acompanhar seu progresso.
- Excelente! – Ele disse.
- Vou mostrar-lhes as instalações. – Ela disse levantando-se.
Andamos pelos arredores, o lugar era muito grande, mas estava acostumada a lugares grande então não foi grande coisa, mas era bem diferente de Illéa era frio e escuro perto do nosso palácio sem contar que era rustico. Ela nos levou aos dormitórios e mostrou o meu, em meu quarto existiam mais duas camas, que diabos era isso?
- Muito bom, eu vou assinar o restante da papelada e devo retornar a Illéa.
- Perfeito voltemos ao meu gabinete – Ela disse saindo do meu quarto junto com ele.
- Pai! – Eu corri atrás dele e ela ficou me olhando estupefata – Papai não me deixe aqui eu lhe imploro! – Eu disse entre lágrimas.
- Katherine, já chega. Isso servirá para que você meça suas ações antes de excuta-las. – Ele disse com o olhar duro.
- Mas...
- Sem, mas já basta. Tenha um bom dia, nós nos veremos em breve! – Ele disse dando as costas e partindo.
Voltei para o meu quarto e comecei a chorar sem parar, agora oficialmente estava sozinha em um lugar estranho. E ele não voltou para se despedir.
Era tarde e estava começando a ficar escuro quando duas garotas entraram em meu quarto, uma loura de olhos verdes e uma moça com feições asiáticas.
- Você é a garota nova? – Perguntou a Loura.
- É o que parece. – Eu disse com sarcasmo e ela fechou a cara.
- Me chamo Kralim – Apresentou-se a de cabelos negros – E ela é Vegan – Ela indicou a loura que deu de ombros.
Elas estavam despindo pesadas capas e agora dava para ver, que as duas estavam vestidas de forma igual, uma saia azul escura com uma meia grossa cinza por baixo e sapatos pretos, usavam um agasalho igualmente cinza escuro como as meias e um brasão bordado.
- Vocês são minhas criadas? – Eu perguntei com arrogância e elas começaram a gargalhar.
- Mas como você é petulante, ninguém está aqui para te servir querida. – Disse Vegan com ar de superioridade.
- Quem ajuda a vestir? – Perguntei pasma.
- Você mesma! Ou seja você se vira meu bem! – Disse Vegan rindo.
- Lady Ledrick pediu para entregar-lhe isso – Kralim me entregou um folheto grosso – Essas são as regras do colégio.
- Quem precisa de regras? – Eu disse em desafio.
- Vamos ver por quanto tempo vai manter a pose queridinha – Disse Vegan com um sorriso malvado.
Joguei o folheto em cima da cama.
- Me falem sobre essa prisão.
- Uma ótima escola para pais que não querem ter o trabalho de educar os filhos e tem muito dinheiro, ou para os filhos que são mimados e saíram dos limites. – Disse Kralim.
- Se eu fosse você leria as regras. – Disse Vegan.
- Não estou afim.
Ela deu de ombros e foi para sua cama.
- Tem garotos aqui? – Perguntei pensando em me divertir.
- Sim, mas eles ficam no outro prédio e não podemos ir lá, só os vemos durante as aulas e nas refeições.
- Alias sabe quem eu vi correndo pela propriedade hoje? – Disse Vegan para Kralim.
- Quem?
- Phillip, sério aquele rapaz é de tirar o folego! – Ela disse fingindo desmaio em sua cama.
- Vegan tem uma queda por esse rapaz – Comentou Kralim para mim rindo.
- O melhor é quando ele está sem caminha! Menina que visão! – Disse Vegan.
- Quem é esse? – Perguntei interessada.
- Ninguém pro seu bico novata, ele não dá bola para as mais novas, ele só quer saber das moças do último ano. – Disse Vegan triste.
- Soube que é porque ele faz... Você sabe coisas! As garotas que ficam com ele tem que fazer... – Disse Kralim.
- Não me importaria que ele abusasse do meu corpinho – Riu Vegan.
- Não seja tão promiscua Vegan! – Disse Kralim jogando um travesseiro nela.
- Quantos anos vocês tem? – Perguntei.
- Eu tenho quinze e Vegan está quase com dezesseis – Disse Kralim.
- Eu farei quinze em breve também, existem garotas mais velhas? – Perguntei.
- Sim e mais novas também. – Disse Kralim.
- O que se aprende aqui? – Perguntei.
- De tudo desde a comportar-se até matemática.
- Hurg! – Resmungou Vegan – Odeio matemática, álgebra e tudo que provem dela.
- Eu gosto – Disse Kralim rindo.
- Você é doida! – Ela jogou o travesseiro de volta.
- O que fazem para se divertir? – Perguntei.
- Na verdade geralmente não temos muito tempo para diversão ou ficar de bobeira – Disse Vegan dando de ombros.
- Por quê? – Perguntei como assim não tinham tempo para diversão?
- Geralmente temos muito trabalho a fazer e não dá tempo, mas quando sobra tempo eu leio um bom livro – Disse Kralim e Vegan riu.
- Pois eu gosto de ir ao jardim ver se consigo admirar o Phillip correr – Ela disse rindo.
- Promiscua! – Disse Kralim rindo.
- Está quase na hora do jantar, vamos jantar? – Perguntou Vegan.
- Não estou com fome – Eu disse.
- E eu não perguntei a você – Respondeu Vegan.
- Paz meninas, vamos Vegan – Disse Kralim saindo com Vegan sem pegar os casacos.
Depois de algum tempo que elas haviam saído eu sai, queria dar uma volta por ai.
Me sentia tão só, estava com saudades de casa, queria escrever para eles mas o que dizer? “Me levem para casa por favor?”. Duvido que meu pai viria me buscar, ele nem despediu-se...
*** Maxon ***
Eu estava no avião voltando para Illéa e eu me sentia o pior pai da face da terra por fazer isso com a Katherine,o pior homem por ter feito ela mentir. Mas eu não sabia mais como ajudá-la, meu pai quando eu saia dos limites usava meios que eu ainda tinha as cicatrizes em minhas costas para mostrar que fui indisciplinado, mas eu jamais poderia fazer isso, jamais ensinar como meu pai e essa era a minha única escolha atualmente, acredito que existem coisas que ela precisa aprender sozinha, eu não sei o que eu ou America possamos ter feito de errado para que ela se torna-se uma garota mimada e pensasse que o mundo deveria curvar-se a suas vontades, talvez a vida com outras pessoas da mesma idade que a dela ajudasse, sem contar que eu me sentia muito mais tranquilo sabendo que pelo menos ela estaria a salvo apenas me preocuparia com os que ficaram sabendo que Katherine acima de tudo estaria viva e bem com certeza. Sei também que o dia que America descobrir o que eu fiz eu estarei perdido, sei que eu a obriguei a mentir, não que mentir não tenha sido seu grande trunfo dos últimos tempos, mas é errado e eu estou ciente disso. Mas eu espero realmente que essa última cartada dê um jeito nela, que príncipe iria querer se casar com uma princesa que apresenta um comportamento tão inadequado como o dela? Como eu conseguiria designar assistentes a ela se ela poderia bater em alguém como Celeste fazia? Como eu poderia deixá-la impune depois que quase perdi América e meus dois novos filhos?
Tentei a ajuda de Kriss, mas Katherine era difícil e quando Kriss nos relatava os progressos quase nulos que havia obtido eu me sentia péssimo e sabia que America sentia-se terrível também, ela mais do que qualquer pessoa sentia-se culpada por Katherine ser como ela era.
Porque eu cheguei aos extremos? Eu estava com medo, medo por conta dos ataques rebeldes, medo que ela se machucasse e machucasse alguém no processo, medo de que o futuro dela fosse ruim, medo de que ela cometesse algum deslize que ocasionaria uma guerra e matasse milhares de pessoas, em minha posição eu preciso pensar por todos os lados.
Sei que estou sendo muito rigoroso, mas se eu conseguisse ver uma saída melhor eu com certeza teria adotado. Não me despedi dela apenas porque eu sabia que se o fizesse eu poderia ter cedido e levado ela de volta, quando ela falou comigo antes de eu ir assinar a papelada ela cortou meu coração quando implorou, mas eu precisava ser firme.
Eu nunca em toda minha vida pensei que teria de chegar aos extremos com um de meus filhos, eu os amo muito e eu quero apenas o melhor para eles, sempre tentamos dar todo o amor possível. Amo Katherine do fundo do meu coração e eu acredito que isso será o melhor para ela.
Espero que um dia America possa me perdoar e Katherine também e que ambas entendam que o que eu fiz foi para o bem maior e visando um futuro para Katherine. Eu levarei essa culpa comigo até o dia que Katherine e America puderem me perdoar, mas por enquanto as coisas ficaram como estão e eu aguentarei mais esse fardo, esperando que Katherine possa ser uma rainha tão maravilhosa quanto Amberly será e quanto um dia Grace poderá vir a ser.
Mas me sentia um crápula, um pai horrível, um homem horrível e não havia como me justificar.
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