Capitulo 24
*** Katherine ***
Que absurdo! Uma tutora? Eu não precisava aprender bons modos, eu era a princesa de Illéa, que ridículo.
Entrei em meu quarto a ponto de derrubar tudo de raiva, pensei que minha mãe era minha amiga, e agora essa? Aposto que ela desconfiava da história que aconteceu durante sua lua de mel. Está certo que eu havia feito um escândalo daqueles, mas francamente, não precisava ir tão longe, chamar um tutor?
Bateram na porta e eu mandei entrar.
- Você!? – Era a minha tutora, ela sorriu.
- Sou Kriss Ambers – Ela se apresentou.
- Pouco me importa... – Disse dando de ombros.
- Serei honesta com você, sua mãe me pediu para tutorear você porque ou sou eu ou um colégio interno na Suíça você pode escolher. – Ela disse séria.
- Você só pode estar de brincadeira! – Eu disse incrédula, meus pais não fariam isso!
- Eu não costumo mentir, mas pergunte aos seus pais e tire a prova. – Ela disse ando de ombros.
Eu estava tirando todos do sério dessa forma?
- Eu vou perguntar! – Sai do meu quarto correndo.
Que absurdo!
Corri para o quarto da minha mãe, eu nem bati entrei em fúria, meu pai estava ao lado da minha mãe.
- É verdade? – Eu disse furiosa.
- Se você disser do que se trata poderei responder. – Disse meu pai calmamente.
- Ou eu aceito a tutora ou vocês me mandariam para um internato?
- Como você pode notar, sua educação anda duvidosa, eu acredito que negligenciamos isso a você por isso a tutora. – Ele disse.
- Eu estou bem, obrigada. Mandem-na embora! – Eu gritei.
- Só por sua atitude selvagem eu percebo que realmente precisa portar-se como uma princesa. – Ele disse, minha mãe estava calada olhando nós dois.
- Quem se importa? Eu sou a princesa! – Gritei.
- E eu sou o rei. – Ele disse estranhamente calmo.
- Eu não preciso ser como a minha irmã!
- Verdade, deve ser melhor, visto que você virá a ser rainha de outro país. – Sua voz calma me deixava ainda mais irritada.
Suas palavras me esbofetearam, eu estava tão preocupada sempre em achar que era a princesa e não passaria disso, jamais havia parado para analisar que eu seria tão rainha quanto Amberly.
- Eu não quero uma tutora! – Eu choraminguei.
- Quer ir para um internato? – Ele perguntou.
- Não! Mãe, como você deixa isso? – Eu disse fazendo beicinho.
- Justamente porque você tem apresentando um comportamento que não condiz com nossa condição. – Ela disse apertando um travesseiro com a mão.
- ODEIO vocês dois! – Disse dando ênfase no “odeio” e sai correndo do quarto deles. Como eles puderam?
Quando retornei ao meu santuário a tal Kriss estava parada no mesmo lugar e me recepcionou com um sorriso.
- Vamos começar? – Ela perguntou com gentileza e eu não tive outra escolha se não aceitar.
Nos dias que se seguiram eu tinha aulas regulares com a tal Kriss, logo descobri que ela havia sido a última eliminada da seleção e que foi por muito pouco que ela não se casou com meu pai, parece que minha mãe havia feito uma grande besteira e eles estavam brigados então ele quase se casou com essa fulana.
Ela era uma boa tutora, gentil inteligente e suas aulas eram ótimas, isso quando eu dormia nelas!
O melhor de tudo é que fazia alguns dias que estávamos sem nenhum ataque ficamos exatamente 4 meses sem nenhum ataque rebelde, o que deixava todo mundo feliz, ou pelo menos as pessoas do palácio. Minha mãe estava enorme em estágio avançado se gestação, ela resolveu não saber o sexo teríamos de esperar nascer para saber. Uma baboseira! Em minha opinião, saberíamos logo e não ficaríamos nessa agonia! Em breve eu teria dois irmãos ou duas irmãs, não sei se isso seria bom ou ruim.
Para ser franca eu não estava prestando muita atenção na minha irmã e namorado patético dela, sabia que se prestasse muita atenção me culpariam por isso também.
Eles eram melados demais, sem sal demais, às vezes eu fico pensando “será que eu ia gostar de toda essa melação?”. Ultimamente, eu não estava nem aí para nada, meu mundo desabou de tal forma que eu tinha uma tutora que era ex. do meu pai e estávamos todos vivendo felizes? Que merda é essa?
Uma noite dessas que se passou, conhecemos o marido dela, ele era um cara bonitão, mas meu pai era um zilhão de vezes mais lindo, morra de inveja perua, minha mãe mega gata sexy ganhou de você querida!
Nesse exato momento eu quanto eu fazia uma retrospectiva básica dos últimos 4 meses eu estava escapando da minha tutora no terraço, cheguei à conclusão que nos últimos meses basicamente me enfiaram etiqueta goela abaixo.
Escutei vozes se aproximando, me virei, dei de cara com ninguém menos que casalzinho perfeitinho nhe nhe nhe. Ficamos desconsertados por uns segundos.
- O que está fazendo aqui? – Ela perguntou.
- Não é óbvio? Fugindo da Kriss quer dizer da Sra. Ambers – Eu respondi rolando os olhos.
- Não devia matar as aulas Kath. – Ela disse.
Eles estavam de mãos dadas e Antony estava me olhando com aquele olhar frio sem dizer uma palavra.
- Eu sei, mas não custa tentar não é? – Suspirei – Bom o intervalo passou estou indo e deixando vocês sozinhos.
Eu saio do terraço, segurar vela para a minha irmã não estava no topo da minha lista de prioridades. Mas não pude deixar de notar como os ombros de Antony estavam mais largos, isso era inegável ele era muito gostoso!
Eu sorri diante desse pensamento, havia acabado de sair do corredor quando dei de cara com 3 caras mal vestidos e com cara de poucos amigos, e nesse exato momento a sirene tocou anunciando um ataque.
Sério mesmo? O cara que anunciou o ataque agora merecia um prêmio, de lerdo do ano claro! Pensei sarcástica.
Os homens estavam vindo em minha direção e eu corri para dentro do corredor de novo fechando a porta e colocando meu peso sobre ela para que não abrissem.
- A garota precisa estar viva! – Escutei uma voz masculina dizer.
Ótimo, uma coisa eu tinha certeza viva eu ficaria, o que fariam comigo? Não quero nem pensar nisso!
Amberly e Antony chegaram até mim.
- O que diabos você está fazendo? – Ele perguntou.
- A eu estou apenas apreciando a vista do corredor... Dãããã tem 3 caras ai fora e eles não querem a minha amizade. – Eu disse a propósito eu precisava que me parabenizar, mesmo em um momento como esses eu podia fazer piada.
Ele sacou um revólver do cinto e eu me assustei, não sabia que os futuros reis andavam armados.
- Voltem pro terraço. – Ele pediu e Amberly nem questionou.
- Eu quero ajudar.
-Apenas volte pro terraço por favor.
Eu corri de volta pro terraço e quando estava virando a esquina vi que Antony estava soltando a porta e corria de volta pro terraço também.
Eles arrombaram a porta, e logo estávamos todos no terraço, o caos reinava, na confusão eu só vi o Antony dando uns socos, a arma dele eu não fazia ideia de onde estava e agora Amberly estava choramingando enquanto um cara a segurava pelos pulsos e um engraçadinho veio querer me segurar e eu nem pensei, pisei com toda a minha força no pé dele e chutei a canela do cara que estava segurando ela, peguei sua mão e corremos. Não sei como, mas Antony estava atrás de nós.
Havia um abrigo na biblioteca, Antony era o mais rápido e me passou Amberly também, talvez porque como ela era mais alta ela tinha pernas mais longas, mas quando ela me passou e eu me xinguei “Malditos biscoitos”. Ele esperou ela entrar na biblioteca e entrou em seguida, faltou pouco para eu dizer “Poxa valeu por esperar, muita consideração de vocês” sendo sarcástica obvio. Mas quando entrei um deles me segurou comecei a xingar e gritar.
- Me larga seu mentecapto! – Eu disse enquanto ele me empurrava para dentro e eu ainda lutava até que ele colocou a mão na minha boca e apontou uma arma para a minha cabeça.
Antony apontava a arma freneticamente para o 3, mas estávamos em uma situação difícil, eles eram 3 caras pouco amigáveis, nós éramos: um rapaz com uma arma, uma tonta e eu, resumindo eu e Amberly dávamos meia e Antony, bom ele era o herói não é?
- Larga ela ou então... – Ameaçou Antony.
Os 3 riram e eu rolei os olhos, e pensei “Isso mesmo Antony, ameaças vazias são seu trunfo! Você está de parabéns!”.
- Ou então o que? Vamos estourar os miolos dela – Disse o cara pressionando a arma na minha cabeça.
- Precisamos apenas de uma delas – Comentou o outro.
Amberly pegou um livro que estava sobre a mesa e alguma coisa bateu na cabeça de um deles e o caos estava reinando na sala.
Acredito que era uma armadilha porque vários livros acertaram um deles, Antony atirou no segundo e eu contribui é claro!
Mordi a mão do cara que estava me segurando com toda a força, senti até gosto de sangue na boca (Nota mental cuspir, vai saber onde ele colocou essa mão?), e enquanto eu mordia minha mão esquerda tomou impulso e bateu com toda a força que eu possuía na posição que estávamos nas bolas do cara.
Aula de anatomia humana: Um ponto fraco dos homens são suas bolas qualquer tapa na região o fará ver estrelas. Eu não hesitei.
Quando meu agressor largou o revolver para se concentrar em sua dor, eu comecei a chutar ele, estava com muita raiva.
- Vai! Me prende agora seu imbecil, mentecapto, energúmeno... – A cada xingamento eu o chutava mais uma vez e cuspia, teria que fazer um bom bochecho!
- Chega Kath temos que ir – Disse Antony pegando meu braço e me arrastando para o abrigo, mas antes de entrar no abrigo corri até ele e o chutei novamente.
O que eu posso dizer? Foi libertador, descontei a raiva reprimida há meses em um rebelde. Sentia-me tão leve e de bem com a vida agora!
Estávamos em um abrigo minúsculo e eu aposto que minha mãe estava tento filhotinhos de preocupação, esse pensamento me deixou com medo, não quero que os filhotinhos venham ao mundo agora, eles que esperem mais um pouco!
Antony sentou-se e Amberly sentou ao seu lado, e como não tinha muito espaço eu sentei de frente para eles. Perfeito ser vela agora era o topo da minha lista!
- Não precisava espancar o cara – Ele disse olhando para mim e rindo.
- Você atirou no outro. – Eu dei de ombros.
- Mas era ele ou eu.
- Bom era ele ou eu também, estamos quites – Retruquei.
- Você se machucou? – Amberly perguntou passando a mão na minha testa que agora eu percebia que estava sangrando.
- Acho que quando ele pressionou o revolver na minha cabeça fez um corte, mas estou bem. – Dei de ombros.
Ela levantou-se e pegou uma caixinha de primeiros socorros. Começou a limpar o corte, ela parecia serena.
- Ei o que era aquele negócio dos livros? – Perguntei.
- Foi uma invenção da Amber – Disse Antony sorrindo.
- Uma armadilha, eu não sabia se seria útil algum dia, mas no final foi não é? – Ela disse sorrindo.
- Você só precisa de mais umas mil dessas para colocar pelo castelo – Comentei e ele deu aquele sorriso metido.
- O castelo já existe algumas armadilhas que montamos – Ele disse.
- Ah que bom saber, se algum dia eu for soterrada por livros sei quem culpar. – Eu disse com sarcasmo.
- Pronto, agora não vai sangrar. – Ela disse e voltando a sentar ao lado dele.
- O que eles querem comigo? – Perguntei.
- Não é você exatamente, eles querem uma das duas e minha morte claro – Ele disse.
- Por quê?
- Se eu morrer e outro Illéa casar com uma das duas. Esse sobe ao trono e sabe-se lá o que será de Illéa. – Ele disse segurando a mão de Ambe.
- Qual é a da sua família? Porque você é mais rei do que o Shal?
- Katherine é impressionante, o que você fazia nas aulas? – Perguntou Amberly incrédula.
- Dormia, fazia desenhos no caderno... Ah bons tempos! – Eu disse com sarcasmo.
Os dois riram, eu era uma boa comediante às vezes.
- Bom, temos que esperar de qualquer forma então vou lhe dar uma aula emocionante sobre a história da família Illéa. – Disse Antony.
- Prometo não dormir! – Eu disse rindo.
Era interessante que agora ele falava comigo, será que eu conseguira reparar meus erros?
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro