Capitulo 23
Saí do quarto de Antony aquela tarde sorrindo, estava pensando no que aconteceu dentro do abrigo, eu havia mandado Maxon pegar leve, mas as vezes ele se descontrolava, Antony era um rapaz tão fofo e está óbvio que ele era apaixonado por Amberly, não temos porque nos intrometer, afinal eles iriam se casar em dois anos quando ele atingiria a maioridade. Dirigi-me diretamente para o gabinete de Maxon, eu ia bater na porta quando escutei através da porta uma discussão. Parei e escutei, eu não costumava ser bisbilhoteira mais fiquei curiosa.
- ... É sério Maxon.- Era a voz de August e ele parecia bravo.
- Não é isso August, eu só... Eu não sei. – Maxon dizia, conhecendo meu marido como conhecia eu sabia que ele estava frustrado.
- Nunca te obriguei a isso, o casamento de Amberly e Antony foi ideia sua justamente porque assim o trono seria incontestável, mas eu não vou mais tolerar você bancar um... Um... Um pastel.
Eu tive que segurar a risada, August e Maxon eram amigos, e era engraçado o jeito não convencional que às vezes se tratavam.
- Pastel? Você está me ofendendo? – Disse Maxon com uma sombra de divertimento na voz.
- Bem que eu gostaria, a propósito você está é merecendo ser xingado.
- Tenha filhas e depois conversaremos. – Resmungou Maxon.
- Bem que eu gostaria você sabe que a Georgia não pode ter mais filhos... – A voz de August era triste.
Depois de Antony Georgia havia perdido alguns bebês, ela não conseguia mais engravidar, eu sabia como isso a deixava triste e fazia com que eu me lembrasse da rainha Amberly, como ela era solitária, eu dividiria a Amberly com ela.
- Isso foi retórico.
- Eu sei... – Respondeu August rindo.
- Sério August eu estou tentando juro para você, mas vai demorar alguns meses para me acostumar com isso.
- Só espero que você saiba que eu não estou forçando ninguém a nada.
- De qualquer forma mesmo que eu quisesse nenhum dos dois aceitaria desfazer o casamento – Maxon disse com um suspiro.
- O que posso fazer se meu filho é um rapaz muito bonito?
- Seu filho? Ouso dizer que seu filho muito bonito, esta aos pés da minha filha estonteante como um bobo!
Começou a velha história “O meu é melhor que o seu” achei melhor bater antes que eles se prolongassem nisso.
- Entre! – Pediu Maxon e eu entrei.
- América. – August me cumprimentou.
- Você não deveria estar descansando? – Disse Maxon.
- Estou cansada de descansar, é enfadonho. – Eu respondi rolando o olho.
- Recomendações médicas. – Ele disse.
- Bom falando em médico tenho ultrassom em dez minutos você vem?
- Claro! – Ele levantou-se e olhou para August.
- Ok, eu entendi, vai lá, eu termino essa papelada. – Disse August pegando vários papeis.
Então percebi que eles estavam trabalhando e jogando conversa fora ao mesmo tempo.
- Depois continuamos. – Disse Maxon sorrindo.
- Ok... – Respondeu antes de sairmos.
Quando ele fechou a porta escutei August gritar “Pastel” para Maxon e ele apenas riu.
Estávamos indo para o exame e eu quebrei o silencio.
- Porque pastel? – Eu perguntei fingindo não ter escutado nada.
- Coisas do August – Ele riu.
- Você precisa se controlar melhor Maxon.
Ele demorou alguns segundos para perceber do que eu estava falando, rolou os olhos dizendo.
- Eu sei...
- Bom pare de pensar que você é pai nesses minutos e seja apenas o rei, talvez isso ajude... – Sugeri.
- Acho que se fosse assim eu mandava matar o moleque. – Ele gargalhou e eu rolei os olhos e olhei séria para ele.
- Maxon!
- Calma foi uma brincadeira! – Ele disse brincalhão e eu lhe dei um soco no braço.
Chegamos à sala do Dr. Ashlar e eu vesti a roupa incomoda de hospital para fazer o exame, deitei na maca e Maxon ficou ao meu lado segurando minha mão todo ansioso. Eu sorri, ele sempre fazia isso, durante as outras 3 gestações ele sempre me acompanhava e sempre ficava todo ansioso.
- Majestades – Cumprimentou Dr. Ashlar.
O cumprimentamos e ele começou a preparação para o exame quando ele olhou minha barriga ele tentou fazer cara de paisagem.
- Alguma coisa errada? – Perguntei.
- O último exame a senhora estava com 8 semanas correto? – Ele perguntou olhando em sua prancheta.
- Acredito que sim. – Eu respondi.
- A senhora está bem inchada minha rainha, quero dizer é seu terceiro mês de gestação aproximadamente dez ou onze semanas já que não se lembra da sua última regra.
- Não me recordo...
- Bom vamos ao exame. – Ele disse colocando as luvas.
Passou o gel gelado na minha barriga e colocou o aparelho, ele fazia uns comentários do tipo “hum”, “Ahh” estava nos matando.
- Doutor, o senhor podia por gentileza nos dizer alguma coisa? – Disse Maxon quase morrendo de ansiedade.
- Claro, é que isso explica muita coisa. Vejamos olhe a imagem. – Ele congelou a imagem e foi até a tela.
- O que tem a imagem? – Eu perguntei.
- Veja esse ponto aqui – Disse o Dr. apontando.
- Sim o que tem? – Perguntou Maxon.
Eu particularmente estava tentando entender porque para mim essas imagens eram sempre muito estranhas.
- Veja isso – Ele apontou na tela, mas agora os dois estavam impedindo a minha visão, eu estava ficando nervosa com isso.
- Isso quer dizer o que? – Perguntou Maxon.
- Eu também gostaria de saber e ver se vocês não se importam em sair da frente. – Eu disse mal humorada.
- Oh, perdão! – Disse o Dr. Saindo da frente.
Maxon voltou a sentar-se esperando explicações, eu olhei para a tela e não vi muita coisa fiquei esperando.
- Vocês compreendem agora? – Perguntou o doutor.
- Claro que não! – Eu disse frustrada.
- A rainha não está esperando um bebê. – Ele disse sorrindo.
- Não? – Disse Maxon desapontado e eu fiquei assustada, se não era gestação então era algo grave...
- Não! São dois. – Disse o Dr. Ashlar e Maxon ficou com cara de bobo.
Maxon passou de bobo para o senhor feliz e começou a beijar meu rosto.
- Já é possivel saber o sexo? – Perguntou Maxon feliz.
- Ainda não majestade.
- Mas que droga! - Praguejou Maxon.
- Mas há um porem meu rei. – Disse o Dr.
- O que? – Ele respondeu todo feliz, me olhando com admiração.
- Isso complica ainda mais, a rainha nunca teve gêmeos antes e a gestação de gêmeos costuma ser bem mais complicada que as normais, o inchaço é maior e na maior parte das vezes eles nascem pré-maturos. Contamos que a senhora sofre de pressão alta na gestação que é mais um agravante seríssimo... Acredito que os cuidados serão bem mais exagerados minha rainha, estamos sofrendo alguns ataques rebeldes e a senhora enfrentará uma gestação de gêmeos... Não poderá em hipótese alguma se esforçar. – Explicou o Dr.
- Eu irei pessoalmente amarra-la na cama se for necessário. – Disse Maxon.
- Até parece! – Eu respondi mostrando a língua para ele.
- Mas a questão é grave minha rainha, se não repousar o máximo possível às chances de perder os bebês é grande então a escolha é sua. - Doutor Ashlar olhou-me sério.
Eu assenti para ele, quando estávamos saindo Maxon queria me carregar no colo, mas eu não permiti, que bobagem!
Liguei para May que ficou eufórica com a notícia, falei com todos da família estava com saudades deles. Nicoletta me contou que o príncipe Li havia ido até a Itália em uma conferência e feito um convite especial a Astra, estavam todos eufóricos e eu também, se desse certo a união dos dois, poderia estreitar laços, a guerra havia acabado alguns anos após o nascimento de Katherine, mas ainda tínhamos uma tensa relação com eles. Acredito que a guerra havia acabado justamente pensando que eu casaria minha filha com o príncipe Li.
No dia seguinte eu fui até a sala de reuniões, eu havia solicitado uma tutora para Katherine e ela estava me aguardando na sala de reuniões. Sentia falta de Silvia, mas ela teve sua aposentadoria merecida.
Quando entrei não pude deixar de sorrir para a nova tutora.
- Majestade! – Ela fez uma reverencia sorrindo.
- Não seja boba, quanta formalidade. – Eu a abracei e ela retribuiu.
- Faz muito tempo não é? – Ela disse sorrindo.
- Verdade, fiquei surpresa que não recusou meu pedido...
- Claro que não recusaria, demorei algum tempo para superar tudo sobre a seleção, mas agora me sinto ótima! – Ela disse ainda com aquele sorriso cativante.
- Como você está? – Perguntei.
- Estou ótima, me casei com um homem incrível que o amo muito. Foi muito gentil nos convidar para ficar no palácio, mas ficaremos em uma casa próxima, ele não deixará de lecionar na universidade, é sua grande paixão sabe? – Ela estava tão entusiasmada.
- Escolhi você porque você é simplesmente a melhor! – Eu disse sorrindo.
- Vai me deixar sem graça! – Ela disse.
Alguém bateu na porta e eu pedi para entrar.
- A senhora mandou me chamar? – Perguntou Katherine.
- Incrível! America, ela é mais parecida com você do que na TV – Ela disse espantada.
Katherine jogou o cabelo para traz e apertou sua mão.
- Katherine Marie Schreave, princesa de Illéa – Cumprimentou Katherine
- Majestade – Ela reverenciou ainda sorrindo.
- Não precisa de tanta formalidade Katherine, lhe apresento sua nova tutora... – Ela me cortou.
- Não preciso de tutora. – Ela disse séria.
- Só pelo que acabou de fazer eu percebo que você realmente precisa de uma tutora.
- O que ela vai me ensinar que eu não sei? – Perguntou Katherine brava.
- Bons modos, você age de forma muito selvagem e isso não é comportamento apropriado para uma princesa.
- Varemos! – Katherine estreitou o olhar e nos deu as costas retirando-se da sala.
- Difícil ela não? – Ela perguntou.
- Peço esculpas por isso – Eu disse.
- Farei o que eu puder América eu prometo. Ou devo chama-la de rainha? – Ela riu.
- Não se atreva, sabe que somos amigas, não precisa ser formal quando estamos em ambiente informal. – Eu disse.
- Certo. Quando começo? – Ela perguntou.
- Imediatamente se não for pedir demais.
- Claro que não, eu vejo que terei muito trabalho pela frente.
- Pode ir ao quarto dela, o quarto da Katherine é o antigo quarto da princesa, você se lembra onde fica? – Perguntei e ela riu com um olhar distante.
- Claro, eu acho... Bom será interessante relembrar o palácio – Ela riu.
- Você está bem mesmo?
- Já superei isso America – Ela disse com sinceridade nos olhos.
- Não quero lhe causar desconforto.
- America, o que eu sempre prezei foi à felicidade dele, e vocês são muito felizes, mesmo pela TV posso ver que existe muito amor entre vocês. Acima de tudo ele foi meu amigo também e eu espero continuar com nossa amizade.
- Só espero que não seja nada como antes. – Eu comentei rindo.
- America! Sou uma mulher casada e o Ricard é... – Percebi o brilho de admiração nos olhos delas.
- Você o ama mesmo não é? – Perguntei.
- Muito, ele curou meu coração. No final das contas sou grata, não sei se eu poderia ser tão feliz como eu sou se fosse com Maxon. – Ela disse.
- Você não sabe como me alegra escutar você dizer isso.
- Bom, mãos à obra, teremos tempo para colocar a fofoca em dia!
- Você tem razão, sempre que quiser me visite em meu quarto, devido a gestação preciso ficar enfurnada nele. – Eu disse com enfado.
- Eu soube, e você está certa!
- Você teve filhos? – Perguntei a ela.
- Sim! Duas meninas lindas, depois lhe mostro a foto.
- Certo eu quero ver, mas veja só estou te prendendo tempo demais.
- Verdade, deixe me ir com licença. – Me abraçou sorrindo e saiu.
Eu estava tão feliz, ouvir sua voz e ver que ela estava tão feliz me deixava em paz, ela sempre foi importante, era uma rival, uma rebelde, uma amiga e agora voltava a minha vida como a tutora da minha filha, não podia imaginar uma tutora melhor do que Kriss Ambers.
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