Capitulo 15
Capitulo 15
********Katherine********
Já havia se passado um mês desde meus pais haviam viajado, e desde que eu e o Antony havíamos discutido e ele dissera coisas terríveis para mim, eu estava evitando as áreas comuns e ficar perto das pessoas. Tentei conforto com Shalom, mas ele foi grosseiro e não quis me escutar, ele disse que estava na hora de me virar sozinha. Mandei ele se ferrar e resolvi fazer as coisas do meu jeito, que era ficar reclusa até pensar em algo. Eu dava a desculpa de que estava trabalhando em um projeto de arte para meus pais, eu até estava fazendo algumas coisas assim, mas apenas para me distrair, não queria ver a cara de Antony por hora, me sentia humilhada por suas palavras, ele iria pagar por isso. Também não estava muito disposta a ver a minha irmã, ela veio algumas vezes no meu quarto certificar-se se eu estava bem, mas eu apenas menti dizendo que sim e que queria privacidade para meu projeto.
Hoje era dia do jornal e eu seria obrigada a comparecer, então me arrumaram. Eu estava espetacular em um vestido verde claro, eu queria colocar vermelho, mas todos acham melhor que a “jovem princesa” use cores mais inocente. Sinceramente? Quero que todos vão para o inferno com as cores inocentes, queria mesmo era chamar a atenção.
Fiz meu papel de garota adorável, ao lado dos meus irmãos durante o jornal, Antony estava lá lindo e com aquele olhar besta para cima da Amberly, a fala sério né? Um mês e ele estava todo derretido e apaixonadinho? Que romance sem graça... Acho que já estava na hora de apimentar essas coisas. Eu sorri diabolicamente, minha mente estava trabalhando freneticamente pensando o que eu faria? A sim eu sabia exatamente o que fazer, porque não reabrir páginas já fechadas não é? Claro que a vingança também tinha de ser um prato a se comer frio, e agora parecia um bom momento para degustar.
Ao terminar o jornal, Amberly estava repassando algumas coisas com o pai do Antony, e eu o cutuquei, ele me olhou com seu melhor olhar gelado. Mas se isso bastasse para me intimidar, meu nome não seria Katherine Marie Schreave.
- Ei estranho como você está? – Eu disse fingindo puxar papo.
- O que quer? – Ele disse estreitando os olhos.
- Nossa que hostilidade! – Eu disse fingindo estar ofendida e ele não disse nada então prossegui dizendo.
- Você e minha irmã parecem bem! Vejo que já superou o que sentia por mim. – Eu disse sorrindo.
- Eu sentia algo por você? Desde quando? – Ele perguntou com sarcasmo.
- Não se faça de inocente, sei de tudo – Disse com meu sorriso meigo.
- Não estou me fazendo de nada você que está falando asneiras. – Ele disse frio
- Sei que ficou caidinho por mim no dia em que você me beijou – Eu disse alto o suficiente para Amberly virar a cabeça em nossa direção, ele ficou branco como o terno que ele estava usando.
- O que...? – Ele disse perdendo o dom da fala, eu sorri internamente.
- Exatamente isso, lembra-se do dia na varanda? Sei que sim foi inesquecível para nós não foi? – Eu disse como cara de quem relembra um fato inesquecível.
Amberly estava conosco agora e ela nos olhava igualmente com seu olhar gelado de rainha do gelo, eu sorri internamente.
- Ambe! Que bom que se juntou a nós, estava justamente parabenizando o relacionamento de vocês por ir tão bem – Eu disse com excesso de doçura.
- O que você acabou de dizer? – Ela disse me olhando, Antony estava paralisado.
- Nossa Ambe, por um momento eu pensei que seu namorado tivesse lhe contado... - Deixei no ar.
- Contado o que? – Ela disse séria.
- Não! Eu não devo! Perdão, que embaraçoso. – Fiz drama.
- Não contou o que? – Ela insistiu olhando para ele.
Ele havia realmente perdido o dom da fala, ele estava paralisado, quando ele pareceu se recuperar, eu tomei a frente da conversa antes que ele estragasse meus planos. Como ele negaria que nos beijamos? Só tinha que aumentar um pouquinho.
- Não nos odeie Ambe, foi algo passageiro, nós tivemos um caso sabe? Antony me beijou algumas vezes há uns meses atrás, mas nós vimos que não daria certo... – Eu disse chorosa.
- Não tive um caso algum com você – Ele saiu do torpor passando de branco para vermelho.
- Não seja tímido! Estamos em família e logo vão se casar e eu dou-lhes meu total apoio – Eu disse com gentileza.
- Pare de mentir Katherine. – Ele disse parecendo bravo.
- Sabe como é né maninha? Se não for você, eu terei de ser a rainha, ele só queria garantir o melhor para Illéa, já que você era mais fria que um cubo de gelo – Eu disse carinhosamente, estava adorando isso.
Essas palavras fizeram os olhos de Amberly se estreitarem.
- Bom Antony Illéa, pode ficar com ela, acho que vocês se merecem de qualquer forma. – Ela disse, e era como se farpas saíssem junto com suas palavras.
- Amber, não é assim... – Ele começou, mas ela deu as costas para ele dizendo.
- Não me chame assim, você perdeu o direito a isso, vossa majestade para você! – Ela disse friamente.
Eu tinha que admirar minha irmã, ela estava brava e saiu com tanta elegância que tive inveja de toda essa classe.
Antony virou-se para mim, ele estava com os olhos brilhando possivelmente ele iria chorar, ou era fúria? Que fofo! Ele ia chorar como um bebê.
- NUNCA! – Ele disse com tanta raiva pegando meu braço e apertando que me tirou de minha zona de conforto, estava doendo e eu dei um gritinho de dor.
- Me solta! – Eu ordenei, mas ele continuou segurando.
- NUNCA, NEM SE VOCÊ FOSSE A ULTIMA MULHER NA FACE DA TERRA, EU PREFERIRIA ME CASAR COM UMA CABRA A TE-LÂ. NUNCA MAIS FALE COMIGO DE NOVO, VOCÊ NÃO TEM MAIS ESSE DIREITO. – Ele disse com ódio, dava para sentir o ódio em cada uma de suas palavras, vi algumas lágrimas fugirem de seus olhos. Ele me soltou e saiu da sala.
Fiquei passando a mão onde ele havia apertado, estava dolorido e vermelho, possivelmente ficaria com marcas mais tarde, mas quanta ousadia me apertar assim!
- Parabéns por seu belo espetáculo Katherine. – Disse Shalom com sarcasmo.
- Se manda fedelho. – Eu disse com desdém.
- Espero que isso tenha deixado você feliz! – Disse ele passando por mim dando-me um empurrão com o ombro e saindo da sala.
Olhei e volta e todos estavam me olhando. Minha avó estava com uma cara de desagrado, a mãe de Antony estava com a mão na boca incrédula e o pai dele estava com um olhar severo me encarando, todos os outros que haviam presenciado o showzinho estavam me encarando. Sai correndo de lá e as lagrimas traiçoeiras vieram enquanto eu corria, será que eu nunca conseguiria fazer coisas certas? Eu me sentia culpada agora, o que antes era apenas um jogo onde eu estava me divertindo havia se tornado algo péssimo e eu era a grande vilã da história. A vingança não deveria ser doce? Ele me machucou e eu acho que o machuquei profundamente também, mas porque não sentia aquela sensação de satisfação? Porque me sentia mal?
Quando cheguei à porta do meu quarto pude ver Antony sentado escondendo o rosto entre as mãos e as costas apoiadas na porta do quarto de Amberly. Ele parecia totalmente arrasado, entrei em meu quarto, eu sabia que ele não queria falar comigo, e não aceitaria minhas desculpas, mas eu queria me desculpar? Não! Meu orgulho jamais me deixaria rebaixar-me a tal ponto de pedir perdão, pedir perdão era para os fracos e eu não me renderia.
Joguei-me na cama e as lagrimas de remorso estavam rolando livremente, mas o remorso morreria ali em meu quarto, eu jamais me renderia.
Teria eu ido longe demais dessa vez? Teria eu partidos dois corações em alguns minutos e feito todos me odiarem? Quem ligava? Logo estaria casada com algum príncipe longe de tudo mesmo.
Possivelmente dom Andrey porque ele era bem gato.
******** Shalom ********
Desta vez a Kath havia ido longe demais, ela não apenas fez um escândalo ridículo na frente de muitas pessoas como havia magoado profundamente a Amberly.
Claro que 10 minutos depois do ocorrido todo castelo já saberia da fofoca, afinal foi presenciado por vários empregados, todos ficaram chocados, até eu estava chocado, como ela fez o que fez?
Fui direto ao quarto de Amberly, mas Antony estava na porta achei melhor ir pro meu e conversar com ela no dia seguinte, não queria apertar a ferida dele.
Passados 10 minutos que eu entrei em meu quarto alguém bateu na porta, eu estava pronto para xingar a Kath mas era a minha avó.
- Posso entrar querido? – Ela perguntou.
- Claro vó. – Eu disse.
- Acha que podemos fazer algo por Amberly? – Ela perguntou-me ansiosa.
- Acho que hoje não vó, amanhã vou falar com ela. – Eu disse a ela.
- Você é tão doce querido. – Ela passou a mão por meus cabelos.
- Porque Katherine fez o que fez? – Ela perguntou.
- Não faço ideia vó, mas vamos tentar amenizar as coisas, isso deixaria meus pais muito nervosos, até eles voltarem essa história deve sumir. – Eu disse, realmente tinha medo de como tudo isso devastaria minha mãe, e como meu pai poderia reagir a isso.
- Sim querido, você está certo... Vai jantar? – Ela me perguntou.
- Não vó, eu perdi o apetite, mais tarde eu peço um lanche. – Eu disse meio desanimado.
- Você tem razão acho que todos estamos sem apetite, saiba que se você ou suas irmãs precisarem estarei aqui para vocês. – Ela disse com um sorriso bondoso.
- Obrigada vó. – Eu respondi e ela partiu.
Tentei me concentrar nas minhas coisas, mas eu me sentia com o coração tão partido quanto os envolvidos, minhas duas irmãs estariam chorando agora, uma possivelmente por arrependimento e a outra com o coração partido, como conseguiria resolver essa situação? Eu era apenas um garoto de onze anos eu realmente não deveria me preocupar com essas questões, mas eu me importava com essas 4 pessoas da minha família de tal forma que era impossível deixar as coisas como estavam. Fiquei de um lado para o outro até que não fazia mais ideia de que hora era. Sai de meu quarto e rumei ao quarto de Amberly, eu nem bati ou perguntei se poderia, entrei.
Ela estava na cama de pijama, ela não estava chorando, mas seu rosto estava vermelho e inchado o que provava que ela esteve chorando.
- Ambe...- Eu disse sentando-me ao seu lado e cutucando-a.
- Não pediu licença. – Ela murmurou.
- Não preciso, sou seu irmão. – Eu ri nervoso.
- Que seja, precisa de algo? – Ela disse.
- Preciso que fale comigo, como você está? – Sabia que parecia obvio, mas queria que ela respondesse mesmo assim.
- Confusa, conhecemos a Kath e eu não conheço tão bem o Antony, mas eu não sei por que ele escondeu essas coisas de mim. – Ela disse.
- Não sei se você acharia legal ele dizer “Oi Ambe, beijei sua irmã tem problema?”- Eu ri.
- Não sei o que pensar sobre isso. – Ela disse séria.
- Ok foi péssima minha piadinha. Mas existem assuntos que são complicados de serem tratados. E eu nem sei por que vocês dão tanta importância para essas coisas, quero dizer credo beijos! – Eu disse fazendo careta e ela deu uma risadinha.
Ela levantou-se e me abraçou, começou a desabar. Não queria lhe falar mais nada, só queria que ela chorasse até que cansasse de chorar.
- Queria não sair mais do quarto. – Ela disse entre lagrimas.
- Mas você sabe que quando amanhecer irá sair, e irá ser a dama que sabe que é. – Eu disse a ela abraçando-a.
- Eu não vou mais falar com ele – Ela disse soluçando.
- Sua escolha, mas eu acho que deveria escutar a versão dele... – Eu disse a ela afagando seu cabelo.
Passei a noite inteira consolando ela, eu devia isso a ela, quantas vezes a Kath não havia roubado meu brinquedo favorito e eu fui chorar para ela? Amberly sempre foi muito boa comigo, era hora de retribuir. Dormi segurando sua mão.
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