Capitulo 14
******** Amberly********
Hoje eu assumiria o jornal de Illéa, o povo apenas saberia que meus pais estavam em uma jornada diplomática. August passaria as informações necessárias sobre a economia e etc. Eu precisava parecer uma rainha. Minhas assistentes trabalharam arduamente com ajuda de Mary e Paige, fizeram o traje perfeito. Ele era champanhe, cheio de bordado em pedrarias, as mangas curtas régias, luvas brancas longas para acompanhar, era longo possuía um decote recatado, elas arrumaram meu cabelo meio preso com a coroa de princesa que havia sido feita especialmente para mim. Sobre as luvas coloquei o bracelete que Antony havia me dado e um colar delicado de ametistas. A maquiagem era muito leve, eu gostava de parecer natural como mamãe.
Quando sai do quarto meu irmãozinho estava vestindo suas vestes de gala, que eram parecidas com as do meu pai. Ele sorriu ao me ver e me estendeu o braço para que u o acompanhasse, fomos até a sala onde seria gravado o jornal oficial. Shalom foi conversando comigo até lá.
- Está parecendo rainha hoje. – Ele disse sorrindo.
- Obrigada – Eu sorri para ele, Shalom tinham onze anos mas ele era bem alto já, ele já era mais alto que eu e a Kath.
- Katherine não virá para o jornal. – Ele disse.
- Por quê? – Perguntei e ele deu de ombros.
- Ela não anda sentindo-se muito bem, faz alguns dias que ela não come conosco e nem sair muito do quarto – Ele disse parecendo não ligar.
- Está tudo bem? – Eu perguntei preocupada.
- Deve estar, eu resolvi deixar ela com as coisas dela. Sempre só me aborrece tentar ajuda-la e ela nunca agradece. – Ele parecia chateado.
- Não! Shalom você é a única consciência que ela ainda tem. – Eu disse a ele e ele riu.
- Acho que está na hora de ela aprender a criar a consciência dela.
Nós dois rimos e entramos onde seria gravado o jornal, ele me desejou boa sorte e foi para seu lugar. Antony estava vestindo trajes de príncipe, eu sorri para ele que quando me viu ficou com a boca aberta e cara de bobo. Era engraçado vê-lo reagir assim, ele sempre era tão metidinho. Repassei as informações com o sr. Illéa, me sentia um pouco nervosa, era o meu primeiro pronunciamento. Quando começou e eu falei olhando para a câmera, eu perdi o nervosismo e falei o que deveria falar sem problemas ou engasgar. Ao terminar o pronunciamento eu fui elogiada por todos, cumprimentei os presentes e sai da sala aliviada por ter dado certo. Antony veio atrás de mim e pegou minha mão.
- Foi impressionante como você fale bem. – Ele disse sorrindo.
- Obrigada. – Agradeci a ele.
- Amanhã, não esquece ta? Encontrarei você no hall ok? – Ele disse.
Amanhã seria nosso encontro e minhas assistentes haviam trabalhado no vestuário.
- Claro! No hall. – Eu disse.
Ele sorriu e acariciou meu rosto com as costas da mão.
- Você está muito bonita hoje, está parecendo à rainha que será... – Ele disse, meu coração estava acelerado, ele aproximou-se de mim e beijou minha testa.
- Até amanhã! – Ele deu aquele sorriso metido e saiu.
Fui para o meu quarto, ele era bem fofo! Minhas assistentes me ajudaram a tirar aquele vestido, vesti meu pijama e deitei, estava nervosa demais para dormir, fiquei rolando na cama tentando dormir. Eu não sei quando dormir, mas sei que acordei sentindo que não havia dormido.
Nelly fez uma trança simples nos meus cabelos, eu vesti o jeans que elas haviam comprado para mim, uma camisetinha lilás que Gwen havia feito especialmente para mim e Laile me emprestou seu tênis, por sorte calçávamos o mesmo número. Gwen havia preparado um casaquinho para combinar com a blusinha e elas haviam arrumado uma bolsinha que eu poderia levar algumas coisas.
Coloquei o casaquinho na bolsinha, um gloss e um par de óculos escuros. Fui para o Hall de entrada e ele estava lá parado me esperando, ele estava de jeans também, camiseta preta e tênis preto também, os óculos nos olhos. Eu nunca havia o visto fora do terno, ele tinha um belo par de braços. Eu sorri para ele e ele sorriu, para mim, era difícil decifrar sua expressão com aqueles óculos. Ele pegou minha mão e me conduziu para a garagem, pegou as chaves de um carro cinza bem menos luxuoso que os outros. Claro que ele já tinha habilitação para dirigir, só não era comum para nós dirigir, geralmente havia motorista. Ele riu da minha cara confusa.
- Sim Amber, eu vou dirigir. Para ser sincero eu gosto. – Ele disse rindo.
- Não tem problema me chamar de Amber por ai? – Eu perguntei.
- Claro que não, você se surpreenderia com a quantidade de garotas com seu nome. – Ele riu entrando no carro.
Eu fiquei ali esperando, estava acostumada que abrissem a porta para eu entrar. Ele deitou-se no banco ao lado do motorista e abriu a porta.
- Entre! – Ele convidou.
- No banco na frente? – Era totalmente novo para mim.
- Claro. E coloque o cinto. – Ele disse rindo.
Eu me sentia tão boba, eu não estava acostumada a ser apenas uma cidadã. Entrei no carro e segui suas instruções, ele ligou o rádio e saiu do palácio.
- Coloque seus óculos. – Ele disse.
Eu os coloquei e me olhei no espelho, estava bem diferente do que eu costumava ser. Ele me mostrou a cidade, eu falei com vários cidadãos de Illéa, comi umas coisas esquisita e gordurosas que eram muito gostosas, ele me levou para ver várias coisas, era tudo bem diferente quando você não estava apenas passando de carro. Almoçamos em um fast food, a comida do palácio era soberba, mas nós não comíamos x-burgueres cheios de bacon e queijo, ele me ensinou a comer isso, fiquei envergonhado porque eu nunca havia feito tanta sujeira para comer. Ele sempre tirava sarro da minha falta de jeito com as coisas simples.
Depois de comer ele me levou a um parque, sentamos no gramado, era estranho sentar no chão assim.
- Me conta alguma coisa sobre você. – Ele pediu.
- Bom deixe-me ver eu toco piano e sei cantar – Eu respondi.
- Sério mesmo? – Ele perguntou fascinado.
- Sim, minha mãe nos ensinou quando éramos pequenos, eu gostava de tocar piano com a minha prima Astra. Eu toco piano, Shalom gosta de violino e Kath não gosta de instrumentos, ela cantava muito bem quando éramos crianças, mas ela gosta mesmo é de pintar.
- Você não se dar muito bem com ela não é? – Ele disse.
- Não muito, eu me dou muito bem com meu irmãozinho, mas com ela não, faz tempo que criamos essa barreira.
- Por quê? – Ele perguntou e eu balancei a cabeça negativamente.
- Não quero falar disso agora, é sua vez fale de você. – Eu disse.
- Bom, eu nasci e cresci como uma pessoa normal, meu pai primeiro ministro, bla bla bla, estudei com outros adolescentes em uma escola local, tenho uma vida bem normal.
- O que você pensa de ser rei? – Eu perguntei.
- Penso que terei ajuda, meu pai estará lá, seu pai... Você. – Ele disse passando as costas de sua mão nas minhas, eu corei ligeiramente e ele continuou.
- E você? O que acha disso? – Ele perguntou.
- Eu acho que serei uma boa rainha, eu cresci aprendendo sobre Illéa sob todos os aspectos, eu conheço os protocolos, os procedimentos, eu quero ajudar o povo, quero que Illéa torne-se forte. Eu não tenho medo dos obstáculos, das ameaças e nem dos sacrifícios que devo fazer e das decisões que preciso tomar. – Eu disse com orgulho, eu realmente acreditava em cada palavra.
- Você será uma rainha formidável. – Ele disse sorrindo.
- Quando te contaram sobre nós? – Eu perguntei.
- Faz alguns anos, acho que quando completei quatorze anos, meu pai queria se certificar que eu não arrumasse namoradas por ai. – Ele riu.
Nunca havia pensado nisso, ele teve namoradas?
- Você teve namoradas? – Perguntei corando.
- Para falar a verdade, quando meu pai disse que eu me casaria com você à ideia me pareceu absurda e fiquei meio revoltado, mas quando eu te vi no seu aniversário de quatorze anos... Você sempre foi muito bonita, régia... Aliás até de jeans você ainda se parece com uma rainha. – Nós rimos e ele continuou.
- As garotas do colégio nunca chegaram aos seus reais pés, sempre admirei você. – Ele disse passando a mão em meu rosto, ele quebrou o espaço entre nós e me beijou nos lábios. Fechei meus olhos entregando-me aquele beijo, seus lábios pareciam tão certos para mim. Quando nos separamos ele continuou com a mão em meu rosto.
- E você? – Ele perguntou.
- Bom era meu dever, intimamente fiquei um pouco chateada, mas eu faria tudo que estivesse ao meu alcance para o povo. – Ele deu um sorrisinho triste, será que minhas palavras haviam sido diplomáticas demais? Mas era o que eu pensava.
Ele beijou a minha testa e levantou-se.
- Vamos voltar? Está ficando tarde. – Ele disse sorrindo e eu acenei positivamente com a cabeça.
Ele me ajudou a levantar-me e fomos para o carro, eu ia abrir a porta para entrar como uma pessoa normal, mas ele a abriu para mim, antes que eu entrasse, ele me puxou para si dizendo.
- Amberly, sei que um dia você dirá às palavras que eu espero escutar. – Ele me beijou.
Foi um beijo mais intenso, eu correspondi, coloquei minhas mãos em seu pescoço, ele passava as mãos por minhas costas me abraçando com força, meu coração estava acelerado.
Que palavras eram essas que ele gostaria de escutar?
Voltamos para o castelo aquela tarde e eu fui para meu quarto, havia sido tão mágico quanto no dia do meu aniversário de dezesseis, nunca pensei que um dia com ele fora dos muros do palácio iriam ser tão revigorantes.
Entrei em meu quarto saltitando de felicidade, minhas assistentes estavam lá e perceberam meu entusiasmo, contei-lhes tudo que aconteceu me sentia tão feliz como nunca havia me sentido antes. Não o vi na hora do jantar, mas também não vi o Sr. Illéa logo imaginei que estivessem ocupados.
A sra. Illéa sorriu para mim durante o jantar e eu corei, será q ela sabia sobre nosso passeio? Quão próximo ele era da mãe?
- Esta sentindo-se bem querida? – Ela disse sorrindo para mim.
- Ah... Sim! – O que havia de errado comigo?
Olhei em volta Shalom estava comendo ao lado de minha avó e eles estavam conversando, não era algo que eu não soubesse a proximidade de minha avó e dele. Ele era o preferido dela, mas eu realmente não me importava. Katherine havia solicitado o jantar em seu quarto, fazia tempo que não a via tão empenhada. Terminei meu jantar e me retirei para o meu quarto, estava quase chegando quando esbarrei com ele, ao me ver seu rosto se iluminou, eu não sei dizer se estava sorrindo ou fazendo cara de boba.
- Oi... – Ele disse passando as costas da mão em meu rosto.
- Oi, você não apareceu pro jantar...-
- Eu estava falando com meu pai, ele soube que saímos. – Ele disse dando de ombros.
- Estamos encrencados? – Perguntei aflita.
- Não, ele apenas pediu para não fazermos mais isso, os tempos andam perigosos. – Ele disse pegando minha mão.
- Perigoso como? – Perguntei.
- Ele não disse e eu não perguntei. Não há com o que se preocupar ta? – Ele disse com um sorriso e eu assenti.
Ele continuou acariciando meu rosto e então ele me deu um beijo na testa.
- Não se preocupe está tudo bem. – Ele olhou em meus olhos e me senti corar.
Me senti atraída a olhar para seus olhos, tão lindos. Me aproximei dele e o beijei nos lábios, senti que ele ficou surpreso eu quase peguei fogo por ter feito aquilo.
- Er... Boa noite – Eu disse quase correndo pro meu quarto, mas ele me alcançou.
- O que aconteceu? – Ele perguntou.
- Eu não devia... – Disse olhando pro chão.
Ele colocou sua mão em meu queixo e levantou meu rosto para olhá-lo, seu rosto estava sereno.
- Não tem porque se preocupar pode me beijar quando você quiser. – Ele disse puxando-me para si e me beijando.
Diferente da minha tentativa falha de beijo a alguns minutos atrás esse era um beijo de verdade, podia sentir sua língua acariciando a minha suavemente. Esse tipo de beijos me fazia sentir tantas coisas.
Quando nos separamos ele voltou a beijar minha testa.
- Te vejo amanhã – Então ele deu seu sorriso metido e saiu.
Quando entrei no meu quarto eu estava em êxtase, Antony me deixava confusa, eu sentia que gostava dele, mas eu o amava? Não acredito nisso.
No dia seguinte minhas assistentes me ajudaram a vestir um vestido amarelo claro e fui tomar café esperando encontrá-lo, mas quando cheguei a mesa de café Katherine estava de saída.
- Bom dia Ambe – ela me cumprimentou.
- Bom dia – Com ela eu nunca sabia como agir.
- Estou trabalhando em um presente para nossos pais então ficarei reclusa por uns dias. – Ela disse sorrindo.
- Tudo bem, eu acho. – Eu disse.
- Quero que seja algo grandioso e belo, por isso se você não me ver muito nos próximos dias já sabe o porquê. – Ela disse piscando para mim.
- Sem problemas, avisarei a vovó. – Eu disse e ela acenou e partiu correndo em direção ao seu quarto.
Minha irmã era tão rude às vezes, faltava-lhe refinamento de princesa, parecia que ela havia perdido as aulas de etiqueta. Eu acho que ela dormia nas aulas de etiqueta ou não prestava a mínima atenção a elas. Quando entrei sentei-me ao lado de Shalom.
- O que ela está tramando agora? – Perguntei a ele e ele deu de ombros.
- Ela veio se chorar sobre alguma coisa para mim e a mandei pastar. – Ele disse e eu ri.
- Mas Shalom, como assim? – Perguntei rindo.
- Eu não quero mais saber dos problemas dela, ela só irá aprender o dia que pararmos de encobrir suas maluquices. – Ele disse colocando uma colherada de cereal na boca.
- Você tem razão eu acho... Mas me preocupo com ela de qualquer forma. – Eu disse a ele.
- Deixa de ser trouxa Ambe. – Ele disse e eu me espantei com seus modos.
- Está me ofendendo? – Eu disse a ele e ele riu.
- Só tome cuidado, vindo da Kath não espere muito amor. Ela sempre me xingava quando tentava ajuda-la. Por isso abri mão.
- Pois não devia, já disse que você é a única sanidade que resta em nossa irmã. – Eu disse rindo.
- Ela precisa realmente aprender a ter um pouco de juízo, e se eu ficar tentando chama-la a razão sempre ela nunca vai aprender.
- Você está certo Shal, só espero que ela não faça nada muito louco antes de aprender essa lição...- Eu disse temerosa.
- Ou algo que arruíne a vida de alguém. – Ele disse olhando para a porta.
Eu sorri para ele, e olhei para a porta também, Antony estava entrando e eu logo entendi porque ele olhava para a porta. Ele estava vestido normal hoje com roupas sociais, os cabelos bagunçados de sempre, ele era tão bonito...
- Bom dia! – Ele disse me olhando de uma forma que corei.
- Bom dia... – Eu disse sorrindo.
- Er... Então eu vou pro meu quarto, tenho um experimento que quero terminar. – Disse Shalom piscando para mim e saindo.
Não pude deixar de sorrir, ele era tão doce.
- A propósito bom dia de qualquer forma. – Ele disse a Antony antes de sair.
Nós dois rimos.
- O que quer fazer hoje? – Ele disse olhando-me nos olhos.
- Eu não sei. – Eu disse.
- Nada em mente? – Ele perguntou.
- Não... – Eu ri.
- Poxa Amber, cadê a criatividade? – Ele disse brincalhão.
- Desculpe, eu não sou criativa, a artista é a Katherine. O que você sugere? – Eu disse sorrindo.
- Posso conhecer seu quarto? – Ele disse e meu rosto pegou fogo.
- Porque quer conhecer meu quarto? – Eu disse com as bochechas em chamas.
- Para conhecer melhor você, o quarto da pessoa diz muito a seu respeito. – Ele disse.
- Mas não tem nada demais em meu quarto... – Eu disse corada.
- Calma, só quero conhecer seu quarto nada mais, se não se sentir confortável tudo bem. – Ele disse sorrindo.
-Não, tudo bem eu acho. – Eu disse olhando pro meu café da manhã.
- Eu a levaria ao meu quarto, mas aqui no palácio não é meu quarto, tem algumas roupas minhas e só. – Ele disse.
- Como é seu quarto? – Eu perguntei com curiosidade.
- Normal, quero dizer não tem nada demais, tenho uns pôsteres pelas paredes de bandas que eu gosto, minha bagunça... Nada demais. – Ele disse dando de ombros e passando geleia em uma torrada.
Às vezes eu me esquecia de que ele não morava em um palácio, era diferente escutar as pessoas falarem de suas vidas fora do castelo quando para mim sempre fora uma vida sobe as quatro paredes.
- Então você é um bagunceiro? – Eu perguntei rindo.
- Talvez! – Ele disse sorrindo e mordendo sua torrada.
Às vezes ele me deixava intrigada, como alguém podia parecer tão bonita comendo uma torrada? Acho que eu fiz cara de besta porque ele me olhou perguntando.
- Está tudo bem?
- Sim! – Eu disse prontamente e desviando os olhos novamente para meu café da manhã.
Os pais dele chegaram com a minha avó e tomamos o café todos juntos, ao final saímos do salão juntos, mas com certa distância um do outro, tudo que eu não precisava era de mais um sermão de qualquer pessoa que fosse.
Terminamos o café da manhã e ele me acompanhou até meu quarto. Abri a porta e o convidei a entrar, minhas assistentes deram risinhos e retiraram-se rapidamente, eu me senti meio constrangida, nunca havia ficado sozinha com um rapaz em meu quarto, até porque meu irmão ou meu pai n contavam.
Meu quarto era bem sóbrio, era todo creme com pétalas de sakuras desenhada nas paredes que haviam sido presentes da Tia Kenna. Estava sempre em ordem, eu tinha um piano branco em um canto, meu closet, a roupa de cama da minha cama era lilás, na minha varanda eu tinha algumas flores que eu cuidava, eu realmente gostava muito de flores, minha escrivaninha era organizada e não tinha nada fora do lugar, por um momento me senti feliz por ser organizada. O quarto de Katherine era um caos, todo bagunçado e cheio de cores a mesa dela vivia sempre bagunçada, ela teria vergonha de mostrar o quarto dela para alguém. Na verdade pensando bem eu creio que não, ela realmente não se importa com essas coisas.
Ele estava olhando tudo fascinado, passou a mão pelo meu piano e foi até a sacada olhar meu pequeno jardim particular.
- O que achou? – Ele disse trançando meus dedos.
- Muito bonito, bem que você disse que gostava de flores. – Ele disse indicando o jardim.
- Gosto muito. – Eu disse.
- Já sei que posso te dar flores quando estiver brava comigo – Ele riu.
- Acho que você não gostaria de me ver brava – Eu disse colocando as mãos nas costas.
Ele virou-se para mim com aquele sorriso presunçoso e veio até mim, puxando-me para si, dizendo.
- Por quê? – Ele estava tão próximo que eu podia sentir seu hálito quente em meus lábios.
- Porque, para me tirar do sério é necessário algo grande e eu não sou boa em perdoar. – Eu disse, estava me sentindo extasiada com sua proximidade.
- Melhor eu não pisar na bola então – Ele disse acabando com o espaço que havia entre nossos, lábios.
Seu beijo me fazia sentir tantas coisas, sensações que eu jamais imaginei que existissem, seus braços fortes me apertavam em um abraço terno, minhas mãos em volta de seu pescoço, beijá-lo tornava-se cada vez mais algo que eu ansiava.
Uma batida na porta fez com que nos separássemos bruscamente, ele foi para perto do meu piano e fingiu estar admirando o piano, eu pedi que entrasse.
- Ambe querida... –Era a minha avó, ela ficou um pouco chocada ao vê-lo no meu quarto, mas estávamos distantes então ela sorriu.
- Vovó, creio que conhece Antony Illéa – Eu apresentei e ele apressou-se a cumprimenta-la.
- Antony minha avó Magda Singer. – Eu disse.
- Querida eu conheço. Seus pais acabaram de ligar, eles pediram para falar com você. – Ela disse sorrindo.
- Com licença. – Eu disse.
- Eu a espero aqui, afinal você iria tocar para mim. – Antony disse sorrindo.
Eu assenti, o que mais poderia dizer na frente da minha avó? Eu acabara de concordar em tocar para ele?
Minha avó me acompanhou e eu atendi o telefone.
- Amberly. – Eu disse.
“Filha! Como estão as coisas por ai?” – Disse minha mãe.
- Bem até agora, Katherine está fazendo algum tipo de presente para vocês de boas-vindas, deve ser algo grandioso afinal ela já começou. – Eu contei e a escutei rir.
“Quero só ver! E Shalom?”
- Ele está ótimo mamãe, estamos todos muito bem e vocês? – Eu perguntei.
“Ah querida é tudo lindo, estamos por hora em um hotel, mas depois de partir dessa cidade vamos ficar em algum tipo de hospedagem única, não é romântico?” – Ela disse emocionada.
- Muito mamãe, fico feliz.
“Querida eu gostaria de dizer que sinto saudades de todos vocês mande um beijo a todos, por favor, na próxima vez que eu ligar, falarei com um de seus irmãos.”
- Darei o recado mãe. – Eu disse.
“Tchau querida, amo muito todos vocês.” – Ela despediu-se.
- Eu os amo muito também, divirta-se e aproveite ao máximo. – Eu disse a ela e ela desligou.
Tinha sido ótimo ouvir sua voz cheia de entusiasmo. Minha avó estava me olhando.
- Querida preciso me preocupar com o rapaz? – Ela disse.
- Claro que não vovó, não estávamos fazendo nada – Eu respondi corando me sentindo indignada.
- Tudo bem, qualquer coisa só chamar. – Ela disse afagando minha cabeça e partindo.
Era impressionante como minha família conseguia me deixar constrangida. Parecia que eu era algum tipo de ninfomaníaca que iria correr para o quarto e atacar ele, ou ele fosse me atacar, que coisa, creio que se ele fosse passar dos limites ele poderia ter me levado para longe no sábado. Acredito que ele não tenha sido criado para ser um garoto desse tipo.
Voltei para meu quarto com esses pensamentos e quando toquei na maçaneta pude escutar o som do meu piano, uma doce melodia que eu conhecia bem, era uma canção que eu amava, quando entrei ele estava sentado à frente do piano tocando. Eu não sabia que ele tocava piano, fiquei surpresa com este fato, mas eu jamais havia perguntado.
Fui calmamente até ele e sentei ao no banquinho ao seu lado, ele me olhou, mas continuou tocando, ele fechou os olhos e sorriu com aquele sorriso metido, descansei minhas mãos em cima de minhas pernas e encostei a cabeça em seu ombro, fechei meus olhos e fiquei escutando a minha música tocada por outra pessoa que não era minha mãe.
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