Capitulo 13
O dia tinha voado, as malas estavam prontas e eu estava ansiosa, amanhã viajaríamos em nossa tão sonhada lua de mel. Maxon entrou no quarto ainda meio carrancudo e foi tomar banho. Fui até lá, escovei os dentes e vesti meu pijama.
Olhei para ele enquanto se enxugava.
- Ora vamos Maxon, ainda está pensando nessas coisas? – Perguntei a ele.
- Estou tentando superar isso, hoje deixei claro para ela que ela não deveria fazer essas coisas. – Ele disse feliz de si mesmo e minha boca caiu.
- Você fez o que? – Eu disse um pouco mais agudo do que pretendia.
- Porque errei? Não quero que ninguém aproveite-se da minha filha. –Ele disse.
- Maxon Calix Schreave, você é simplesmente impossível! Pare de meter seu nariz onde não foi chamado. – Eu disse séria.
- O que eu devo fazer? – Ele resmungou.
- NADA, apenas não faça nada e deixe as coisas se acertarem. Céus eles irão se casar em dois anos! Pare com essa infantilidade.
Eu estava muito brava, estava cansada de pedir para ele parar com essas bobagens. Prendi meus cabelos e fui deitar, ele foi alguns minutos depois.
- Desculpe. – Ele disse me abraçando na cama.
- Prometa. Prometa que não fará mais nada! – Eu disse com severidade.
- Mas America meu amor... – Ele choramingou.
- Prometa! – Ordenei.
- Prometo... – Disse quase inadiavelmente.
- Você está deixando nossa filha embaraçada. Não falaremos mais disso certo? – Eu disse.
- Certo. – Ele disse beijando minha testa.
Nunca havia visto Maxon tão possessivo, sabia que ele agia assim em relação a mim, mas jamais pensei que ele reagiria assim com nossa filha.
Escutei uma batida na porta e pedi que entrasse, acendemos os abajures e Shalom entrou em nosso quarto meio tímido.
- Sei que vão viajar amanhã cedo, posso dormir com vocês? Ficarei um tempo sem vê-los então gostaria de ficar com vocês... –Ele disse.
Meus olhos encheram-se de lagrimas, fazia uns anos que ele não fazia mais isso.
- Claro filho, venha! – Maxon convidou sorrindo e Shalom veio correndo e deitou-se a meu lado.
Apagamos as luzes e eu estava afagando os cabelos de Shalom quando outra batida na porta fez nós três levantarmos. Desta vez era Katherine, quando ela viu Shalom ela nem falou nada, apenas correu para a cama e pulou deitando-se ao lado de Maxon. Foi maravilhoso reviver os momentos da Infância deles. A terceira batida me tirou o folego, Amberly entrou timidamente e ajeitou-se entre mim e Maxon, ele estava sorrindo. Sim, esse era um momento que eu gostaria de guardar para sempre, mesmo depois de crescidos estávamos como no começo, lagrimas silenciosas de felicidade fugiam de meus olhos. Amava-os todos incondicionalmente.
*****
No dia seguinte acordamos cedo, eles foram para seus quartos aprontarem-se para a viagem, eu vesti um jeans e uma camiseta, era estranho vestir-me assim estava tão acostumada com os vestidos, depois de tantos anos.
Maxon vestiu-se de forma simples também fomos para o aeroporto, todos foram se despedir de nós, abracei minha mãe.
- Cuide bem deles. – Eu disse em seu ouvido.
- Certamente querida. – Ela disse emocionada.
Despedi-me de todos, notei que Amberly e Antony pareciam meio distantes e eu logo pensei em Maxon, eu aposto que ele teve algo com isso. Ele era impossível.
Entramos no avião e eu estava com os olhos cheios de lagrimas. Sabia que seriam apenas 3 meses mas me sentia triste de deixá-los.
Maxon pegou minhas mãos e as beijou.
- Farei com que tenha os melhores dias de sua vida. – Ele disse olhando-me profundamente.
- Cada dia da minha vida ao seu lado, são os mais felizes da minha vida. – Eu disse a ele e nos beijamos.
Nesse momento eu não me arrependia de nenhuma escolha, se tudo que fiz havia me levado até aquele momento tão especial, meus filhos tão maravilhosos, meu marido perfeito, eu não poderia me arrepender. O peso da coroa era um preço a pagar, mas até as pessoas comuns tem os preços a pagar por suas vidas, isso era o que nos tronava humanos.
********Katherine********
Meus pais foram para a sonhada lua de mel, e voltamos para o castelo, cada um para seu canto, eu fui para o salão comum, antes era o salão das mulheres, mas Mamãe preferia salão comum, assim Shalom poderia ficar conosco. Literalmente me joguei no sofá, e fiquei mudando de canal, eu estava entediada. Sabia que Antony estava em algum lugar no castelo, possivelmente sendo o cãozinho da Amberly. Que seja, não estava afim de brincar disso agora.
Um criado veio com algumas cartas endereçadas para mim, eram dos príncipes que compareceram ao baile. Comecei a ler “Bla bla bla, comportamento indecoroso”, “Bla bla blá rude”, e eu acho que o mais gentil foi o que me convidou para visita-lo em sua casa... A não espere, ele estava achando que eu era uma cortesã? Que absurdo! Como assim? Porque eu não podia beijar quem eu queria beijar? Quero dizer, não é porque beijei alguém que quero sexo com aquela pessoa. Era apenas um beijo, sem compromisso. Tão difícil assim de compreender?
Quanta bobagem! Vou queimar todas essas cartas absurdas, se meus pais sonhassem com isso eu estaria frita. Sai do salão comum e rumei para o meu quarto quando dei de cara com Shalom.
- O que você quer esquisito? – Eu disse a ele.
- Que isso? – Ele perguntou olhando as cartas.
- Cartas de admiradores – Eu menti fazendo minha cara de charmosa.
- Que bom, espero que tenha se interessado por algum deles, quero ter uma palavra com você. – Ele disse.
Entramos em meu quarto e eu guardei as cartas embaixo do colchão, depois pensaria nelas e as destruiria.
- Fala esquisito! – Eu disse e ele sorriu.
- Você sabe que temos visitas no castelo certo? – Ele disse e eu logo entendi onde ele queria chegar e fiz uma cara enfadonha.
- La vem você de novo? Caramba Shal! Me deixa que saco! – Eu disse frustrada.
- Kath, eu quero que você seja feliz, mas você está buscando as coisas erradas. – Ele disse com aqueles olhos azuis sábios, porque ele fazia isso? Ele sempre parecia ser mais velho que eu?
- Se enxerga! Você tem onze anos cuida da sua vida Shal. – Eu disse brava.
- Kath vai ter um dia que eu não poderei te salvar das enrascadas que você se mete, pense melhor nas suas atitudes. – Ele disse balançando a cabeça.
- Bem dito! Vou pensar, e vou pensar em como me livrar de você no meu pé nos próximos dias. – Eu disse mostrando-lhe a língua.
- Kath, um dia nossos pais irão perceber que você não é o anjinho que eles pensam que você é, e isso irá deixar eles tristes. – Ele disse.
E eu dei de ombros.
- Serio? Olha eu cansei, vou deixar que você assuma e pague por seus erros a partir de agora. – Ele disse saindo do meu quarto.
Se eu encobrisse direitinho e não deixasse rastros quem descobriria?
Sai do meu quarto, e fui andar pelo castelo, eu só queria me divertir.
Encontrei Antony saindo da biblioteca, eu sorri e fui até ele.
- Oi estranho! – Eu disse a ele sorrindo.
- O que quer? – Ele disse friamente.
- Nossa quanta hostilidade! – Eu disse brincalhona.
- Você tem problemas de memória? – Ele perguntou.
- Às vezes... A saquei! Você está ainda pensando sobre o baile? Desencana amigo! Somos amigos não é? – Eu disse tentando ser descolada.
- Katherine, porque está fazendo isso? Aquele dia você matou nossa amizade. – Ele disse depois de bufar.
- Você nunca deixará de ser meu amigo a menos que eu mande que deixe. – Eu disse fazendo piada. Mas ele não riu.
- Que bom que o futuro rei serei eu... Nossa você é uma princesa logo, estou acima de você e eu não acatarei sua vontade, vossa majestade! – Ele disse cheio de sarcasmo e me deixando no corredor.
Corri até alcança-lo novamente.
- Por que é tão difícil que você aceite que sente algo por mim? – Perguntei toda charmosa.
- Por que é tão difícil que você entenda que o jogo que você está jogando eu não vou cair mais? – Ele disse sendo irônico.
- Que jogo? – Perguntei.
- Katherine, estamos jogando o mesmo jogo, mas de lados opostos, você está tentando me conquistar porque sou seu prêmio, mas conquistar você não me interessa você está sendo fácil e isso não tem graça, por isso eu vou conquistar a sua irmã e porque é o certo a se fazer!
Ele disse isso com um olhar frio.
- Eu não sou fácil – Eu disse brava, querendo comprar briga.
Ele olhou para os lados e empurrou-me para dentro de uma porta que estava aberta e segurou-me próximo a parede, ele estava tão próximo que eu pensei que ele me beijaria, ele fez menção que o faria, mas ele parou e deu seu sorriso convencido.
- Muito fácil. – Ele me soltou e saiu da sala rindo.
Fui atrás dele e o segurei pelo pulso.
- O que preciso fazer? Quer que eu banque a difícil? – Eu disse nervosa.
- Eu quero que você fique na sua, e procure alguém para amar e que te ame. – Ele disse com uma expressão neutra.
- Eu quero que você me ame! – Eu teimei.
- Não me interesso por você Katherine. – Ele disse com aquele olhar enfadado.
- Claro que se interessa, se não você não teria se dado ao trabalho de falar comigo tudo isso. – Eu disse, estava tremendo de raiva.
- Katherine eu não sabia nem seu nome quando você me agarrou no jardim. – Ele disse.
- Mentira! – Eu estava com os olhos cheios de lagrimas.
- Katherine, nem todos os homens que você beija por aí caem aos seus pés morrendo de amores, beleza e atitudes levianas não vão leva-la ao amor.
- Você não ama Amberly – Eu o acusei.
- Não, mas eu sinto profunda admiração por ela, e talvez até mais que isso... – Quando ele falou dela seu rosto se iluminou.
Coloquei a mão na boca e sai correndo dali. Me tranquei em meu quarto, estava dilacerada. Queria bater, gritar, xingar... Como ele ousava me dispensar? Eu era linda, era fácil de conversar, beijava bem, era vivaz... Eu era mimada? Estava acostumada a ter tudo?
Eu queria ter aquilo que eu não podia ter, pouco me importava se era Antony, Andrey ou Li eu queria mostrar que podia ter tudo, eu podia forçar beijos, mas eu não podia forçar que ninguém se apaixonasse por mim.
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