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II | Festival Fúnebre

— Oh, pelos deuses! Mas que odor desagradável.

Lady Liadan adentrou a biblioteca e tampando o nariz, pousou o olhar em Selena.

— Querida, seja breve. Você precisa urgentemente tomar um banho; daqueles que necessitam de essência aromática da flor-de-calisse.

Selena não fez questão do quão incômodo era estar em sua própria presença. Merecia ser a escória do momento. Tinha ódio de si. De Malthor. De todos.

Ao olhar de volta para o mágister, Selena recordou a razão pela qual a senhora de Polus estava ali.

Explicou novamente o que havia ocorrido, dessa vez, detalhe por detalhe. Não queria ter que repetir novamente. As lembranças ainda lhe eram recentes e como uma ferida profunda, doía imensamente cutucá-las. Era como despejar álcool; apesar que o efeito deste era também de detergir a área. Esperava que de alguma forma pôr para fora aliviasse o enorme peso sobre suas costas.

Enquanto repetia a conjuntura, ambos os senhores estavam atentos a cada palavra. Ora o mágister anotava detalhes que eram importantes ora lançava o olhar à sua senhora, esperando dela alguma reação, o que não aconteceu. Seu semblante era impassível. Tinha certeza que quando revelasse o fato de que Gilorv era Malthor a lady se espantaria, porém somente o que fez foi piscar um pouco mais lentamente que o normal.

— Isso é tudo.

Ela, antes apoiada a uma mão na mesa, retomou sua postura. Erguendo a cabeça ao alto, respirou fundo e tornou-se para a menina, que, por sua vez, estava rígida em seu assento. Lady Liadan tinha um gênio muito instável. Ela poderia explodir em fúria a qualquer momento, como fazia com o "pobre" Gilorv.

— Sir Beorren — chamou-o sem aumentar o tom da voz.

Agachou-se a altura de Selena antes de se dirigir a ela.

— Tome um banho. A Corte Real já está a caminho do sepultamento da sua amiga. Sinto muito pelo que está sentindo. — Retirou um fio loiro que havia se soltado do seu coque bem amarrado, levando-o para atrás da orelha. — Caso seja necessário você em nosso Conselho, será avisada.

Ao terminar de falar, ergueu-se e entregou uma sacola da qual não havia reparado que estava em cima da mesa ao cavaleiro que aguardava bem atrás da menina.

— Estamos já na segunda vigília da noite — disse a ele. — Por volta do alvorecer nos reuniremos todos para debater o ocorrido. Não necessitaremos dela, por ora. Deixe-a descansar.

Sir Beorren assentiu, levando a mão ao ombro de Selena que já estava em pé.

— E chame o Sir Walfred — disse ao cavaleiro. — O Festival das Turmalinas está suspenso. Elford não estará em condições para sair de casa por um bom tempo.

— Mas milady, todos da cidade já estão preparados — objetou o mágister.

Uma criança morreu, Zharos! A filha do Senhor de Polus, seu senhor, está morta. A primeira a ser atacada por tenebraes e ter seu corpo recuperado! — Respirou fundo e com um semblante sério, dirigiu-se ao cavaleiro e à menina. — Estão dispensados.

Ao saírem da biblioteca após notificar Sir Walfred, Sir Beorren não falou nada. Selena não quis também que ninguém mais lhe pedisse para falar algo; ao passarem pelo dormitório dos noviços, alguns ousavam quebrar o silêncio em respeito e perguntavam coisas relacionadas ao ocorrido. Sir Beorren calou a todos com um olhar repreensivo e acelerou os passos para fora do terreno do castelo.

Um detalhe que nunca havia lhe ocorrido foi que ao iniciarem sua rota rumo à casa, o cavaleiro deu a mão à menina. Pela primeira vez se sentiu acolhida pelo sir como ele havia dito outrora: como neta.

Provavelmente o cavaleiro havia comunicado a todos em casa para evitar falar com Selena, pois Barney, Alec e Kit apenas lançaram um olhar compassivo. Logo todos voltaram ao seu quarto assim que Selena terminou de tomar seu copo de água.

O cavaleiro separou umas roupas das quais perteciam a Lynn e deu-as a ela.

— Você fez um ótimo trabalho, Carter.

Estava previsto para a Corte chegar na tarde do segundo dia após sua saída de Linsgard, contudo logo na manhã do dia seguinte os portões estavam sendo abertos para os reis e seus filhos. Estaria ainda dormindo senão fosse por isso. O cansaço, a fome e ainda a desidratação a faziam sentir um peso enorme sobre suas pálpebras.

— Pode comer meus ovos cozidos — disse Barney como um bom dia após ela sair do banho.

— Obrigada, Barney. Pode comer. Já tenho os meus.

Sentou-se na mesa. Lynn havia preparado para cada um uns cinco ovos de galinha sovarita, grandes como um punho, antes de sair para fazer compras.

Selena ceia que somente dois ovos lhe encheriam o estômago. Não sentia muita fome além da que necessitava para ter energias.

— Então fica com meu suco de ameixa. Já estou farto.

Aproximou o copo ao da menina e logo se afastou comendo os dois últimos ovos que restavam no prato.

— Como se sente? — perguntou Christopher sem olha-la, sendo a janela da cozinha seu foco.

— Cansada.

— Desculpe por não ter ido junto contigo.

Ia perguntar-lhe a razão de estar pedindo perdão quando Alec disse:

— Nós procuramos por vocês duas, mas Sir Norrand estava gravemente ferido. Insistimos em ficar e procurar, mas não foi permitido...

Os passos vindos da bota do cavaleiro o silenciaram.

— Meninos, vão se arrumar. O sepultamento começa ao badalar do meio-dia. E Christopher, vá bem arrumado, seu irmão e alguns cavaleiros de Corwenn devem estar chegando agora.

Christopher mais pareceu ter visto um fantasma de tão estupefato que estava. Ele somente assentiu e marchou para seu quarto.

— Barnard, você também — comentou ao se sentar na mesa, sem olhar para o neto.

— Está bem... — respondeu sem protestos.

O cavaleiro esperou ouvir a porta de seu quarto bater para enfim erguer o olhar à menina, que o observava em silêncio.

— O que houve dentro da gruta?

Iria responder quando ele corrigiu sua pergunta.

— Estive com o Mágister Zharos agora cedo. Quero dizer, ele?

Gilorv.

— Ele... — queria regurgitar as palavras, porém lhes pareciam cacos de vidro que relutavam em sair, rasgando mais ainda a ferida em si. Como pôde permitir-se ser tão enganada? — Ele me traiu. Eu confiei em... — ainda não estava acostumada a chama-lo pelo seu verdadeiro nome — Gilorv. Eu não fiz por mal. Me refiro a trata-lo como gente. Eu me via nele, Sir Beorren...

Ele a interrompeu erguendo um dedo.

— Só Beorren, por favor.

— Quantas vezes fui repudiada por pessoas ao meu redor e o único que esteve lá para me ajudar foi meu primo e minhas amigas. Nem meus avós nem meu tio chegaram a saber. É mais fácil desabafar para quem não te conhece do que o contrário. — Pouco se importava se o cavaleiro estava entendendo a complicada vida que tinha antes de Alvura do Norte. — Aquele Gilorv cheio de hematomas era a Selena marcada de palavras que machucam. Aliás — ergueu os olhos a ele —, palavras tem o exímio poder de destruir uma vida. Eu sei porque isso vinha me matando aos poucos. Eu tentei ajudá-lo... ajudá-lo a ter esperança de que pessoas boas existem. Mas mesmo assim, ele me traiu. Ele me usou. Eu tentei salvar minha melhor amiga e ele deu um fim na vida dela... E praticamente, na minha também.

— Eu sei que é difícil retornar àquela lembrança, passei pelo mesmo quando toda minha família morreu na minha frente. Me senti fadado a viver com a tortura das lembranças por anos, mas tive que seguir em frente. Por mim. Por Lynn. Por Alec. Por Barnard. — Pegou em suas mãos e abaixando-se a altura de sua face, sorriu. — Às vezes você precisa ser forte. As coisas passam. Nada é eterno. Não passamos de um broto que vindo as adversidades nos tira a vida. O que fica é nosso legado. E o legado de Dalienne foi passado para você e todos ao seu redor.

Finalmente reuniu forças para olha-lo. Embora as lágrimas transbordassem em seus olhos, permitiu que seu sorriso sobressaísse.

— Vá se arrumar. Vou precisar de sua ajuda para dar suporte ao Christopher. Seu irmão é alguém muito importante em sua vida.

Estava tudo perfeitamente lindo. Toda a cidade parecia estar pronta para um baile. Flores ladeavam as ruas por todo o lugar, todos se vestiram com roupas coloridas — só então ela entendeu a razão de Lynn ter lhe concedido um belo vestido azul-turquesa e ornamentado de flores brancas — e carregavam em sua cabeças coroas de flores. Sir Beorren explicou que as pedrinhas roxas penduradas entre os tetos das casas eram turmalinas em representação ao dia em que choveu tais jazidas do céu após a vitória do Rei Rhoan sobre os tenebraes.

Barney pegou em sua mão e com uma voz afetuosa até demais para o costume começou a apresentar-lhe as aventuras que houvera passado com os amigos nos festivais anteriores.

— Espero que esse seja o primeiro festival nosso juntos de muitos outros, Naná.

Abriu um sorriso banguela para ela, que tentou manter o seu. E quanto à vovó? Artur? Era imensurável a falta que eles faziam naquelas circunstâncias. Segurou firme as mãos do pequeno querendo afastar o aperto no coração que insistia para que sua lágrimas viessem à tona novamente.

— Vamos visitar o Flores Doces? Há um tempão que não bebo um vinho com mel daqueles...

E na mesma hora seu sorriso foi arrebatado do rosto. Olhou de imediato para Sir Beorren. Barney não sabia sobre Mereon.

— B-Barnard... — disse o velhote tentando disfarçar a desconcertante situação —, hum, estamos indo prestar sentimentos à filha do lorde. Creio que nenhuma loja estará aberta agora.

— E você precisa se abster de doces, sua bolha de mel - disse Alec ameaçando fazer cócegas no pequeno, que se escondeu do outro lado de Selena.

A cerimônia iniciou-se na cidade de Polus quando uma canoa atravessou as ruas sendo carregada pelos homens mais próximos da lady, entre eles o pai, o tio, Sir Rhonos, Sir Doherty, o Rei Nero, Príncipe Ralpherd e Rhaysen. Os outros não sabia dizer quem eram.

Em seguida, tropas aristocráticas seguiam uma marcha constante, carregando balões feitos de seda. Vendo o povo que a marcha prosseguia, foram todos logo atrás. Identificou Hendrik coincidentemente a seu lado, estendia sua mão para segurá-la; ela o fez. O contato com sua mão fez a onda que insistia em se romper contra suas estruturas ceder, por fim sendo inundada pela profunda tristeza que tentava omitir.

Uma oportunidade lhe fora dada, a de viver. Mas não era justo! Relutante, recusava-se a acreditar que um dia conheceria alguém, experimentaria o que é amor, casaria e teria filhos enquanto o destino da amiga foi interrompido pelo maldito Malthor. O ódio provocado pela lembrança do nome refletia nos seus punhos cerrados.

— Hendrik?

— Hum?

Não dava a mínima se ele já sabia ou não sobre a verdadeira identidade de Gilorv.

— Eu quero matar ele.

Era totalmente justo. Havia dado um fim na vida da sua melhor amiga; sua consciência afirmava com todo louvor. Que autoridade ele tinha de decidir as coisas? Maldito.

— Vai ficar tudo bem — disse ele, com um sorriso fraco.

Aquela frase não ressuscitaria Dalienne ou faria Selena voltar no tempo e desviar a faca direto no olho escarlata do homem. O fato era que nada, frase de conforto ou o que quer que fosse faria o buraco enorme em seu âmago diminuir. Era como se aos poucos seu próprio mundo, que definia quem ela era, estivesse desabando direto para o abismo de ódio, medo e tristeza. Sentia que pouco a pouco estava perdendo a si própria. Chegou à conclusão de que amor era somente um instante ausente da dor.

Mergulhada em seus devaneios, somente voltou a si quando ouviu flautas soarem uma melodia melancólica ao passo que a canoa era depositada ao rio Eplos.

— Que sejas Dalienne Alliand recebida em Alphard junto a seus ancestrais e zelem pela segurança dos que aqui vivem — pronunciou Mágister Zharos, rouco.

Segurava ele nas mãos uma tocha acesa. Após algum tipo de líquido inflamável ser derramado por meio de odres sobre o corpo por seus auxiliares de ofício, permitiu que as chamas inflamassem sobre toda canoa, que prosseguiu silenciosa pela correnteza rumo a oeste.

A última cena da qual se lembrava daquele dia foi ao lançar os olhos para o alto, enxergar borrados balões que flutuavam cada vez mais alto direto para o céu, onde pegariam uma corrente de ar e seriam levados ao vento. As lágrimas, porém, não tardaram em se multiplicar sobre seu rosto, e sentiu braços envolverem seu corpo já fraco. Permitiu-se se derramar sobre os ombros de Sir Beorren, apesar da dor não ir embora junto com elas.

Tinha uma certeza dentro de si e era a de que definitivamente não queria sentir mais uma vez o que era perder alguém.

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SAUDAÇÕES SRS. COMANDANTES DA U.S.S. ENTERPRISE
Tou no espírito Star Trek pq to assistindo a série só q da Discovery e tou amando a protagonista Burnham. Vamos conversar um pouco: quais foram as séries que vocês assistiram nesse ano de 2020 e quais você ainda está terminando de assistir. Jane The Virgin foi uma emocionante e tanta, chorei horrores. Não gostava do clichê triângulo amoroso, mas foi o triângulo mais lindo e triste da minha vida.

Sei que quebrando todo o clima melancólico do capítulo, mas em minha defesa é pq esse capítulo já estava escrito, exceto meu recadinho final.

Tirei um tempinho para pensar sobre a Selena e assumo que até o exato momento ela é muito neutra. Ela ainda não tem a realidade que aspiro para ela. Quero que ela os decepcione, os alegre, os envergonhem e os orgulhem. Quero que ela seja verossímil. Mas com essa capa de depressão pela qual ela está passando, vai ser um pouco neutro, mas vou por mais sal nela. Juro rsrs

AGORA, DEIXO AQUI UMA PERGUNTA:
QUAL PERSONAGEM MAIS SEM SAL VOCÊS JÁ CONHECERAM? POR QUÊ?

Me: não lembro de nenhum, mas ainda tô pegando gosto pelo Derfel (O Rei do Inverno), mas entendo ele ser um protagonista observador e narrador.

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BROTA O DEDO NESSA ESTRELINHA SEU LEGADO FANTASMINHA!
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