Livro bingo
Fazia um mês que Kiyomi havia deixado konoha, atualmente ela estava na vila da cachoeira hospedada em uma pousada. Seus dias se resumiam a trabalhar, treinar, estudar e de vez em quando chorar no banho ou na cama antes de dormir. A uchiha tinha arrumado um emprego em uma pequena lanchonete, afinal, ela precisava sobreviver e se alimentar, e isso não era de graça. Na lanchonete ela era encarregada de manter o estoque organizado e limpo, manter as mesas limpas para os clientes e atendê-los.
Kiyomi estava arrumando suas coisas na sua mochila, porque logo iria embora da aldeia. Um dia no seu trabalho ela tinha ouvido coisas que a fizeram tomar a decisão deixar takigakure e ir para outro lugar. Onde ela também não ficaria por muito tempo.
- "Infelizmente vai ser assim daqui para frente." - Ela suspirou se deitando com sua mochila pronta para ir embora no dia seguinte.
O que aconteceu a uns dias atrás fez a menina tomar a decisão de partir. Seria melhor assim.
(...)
Kiyomi estava passando um pano pelas prateleiras do estoque quando ouviu a porta sendo aberta, logo ela notou uma mulher com uma aparência angelical, dona de um belo sorriso e lindos cabelos azulados.
Já tem dois pedidos prontos, Kiyomi, leve-os até as mesas por favor. - a mulher falou se virando para sair.
- Claro - Seguiu Naori pegando a primeira bandeja dirigindo-se a mesa número sete.
-
Aqui está o pedido de vocês. - Diz sorrindo simpática na direção das duas moças.
- Obrigada. - Uma delas diz simpática enquanto a outra sorri em sua direção.
Volta para o balcão principal pegando a segunda bandeja que lhe esperava indo em direção à mesa número onze.
- Olá. - Sorri na direção do casal. - Aqui está o pedido, bom apetite.
- Obrigado. - O rapaz diz com um semblante indiferente.
Quando ela estava prestes a se retirar em direção ao estoque para terminar seu serviço por lá, ouviu alguém chamá-la, aquela moça normalmente fazia no mínimo quatro refeições por semana lá, já conhecia a menina e já sabia seu nome, então não teve problemas para saber que era com ela.
- Olá, Hana. - Ela diz sorrindo para a mulher a sua frente. - Qual vai ser o pedido de hoje? - Entregou um cardápio para a moça, ela o olhava buscando algo, Kiyomi riu sabendo que isso sempre acontecia, e ela sempre escolhia a mesma coisa. Enquanto a moça ainda folhava o cardápio Kiyomi se concentra numa conversa ao fundo, parecendo vir de uma mesa próxima.
- Até esqueci de comentar com você, uma nova kunoichi foi listada no livro bingo em rank S ontem, e você nem vai acreditar. - Disse o homem demonstrando empolgação.
- Conta. - Disse o outro, parecendo genuinamente interessado.
- Ela é uma uchiha. - Ele disse e parecia que o rapaz à sua frente tinha recebido aquilo como uma bomba.
- Impossível. Não estavam todos mortos?
- Aparentemente sobrou mais uma.
- Entendo, mas por que ela foi listada no livro bingo?
- Parece que em algumas horas ela matou dezenas de anbus e o líder da fundação da aldeia da folha, e o mais chocante - Ele fez uma pausa dramática. - No registro diz que ela só tem treze anos, e já foi capaz de derrotar ninjas tão fortes. Mas desde o acontecido ela não foi mais vista.
- Uau, que deus proteja quem cruzar o caminho dessa Uchiha.
Ela estava em choque, sabia o que era o livro bingo porque aprendeu sobre ele com Orochimaru. Kiyomi só pensava em o quanto estava fodida, tinha foto dos criminosos no livro bingo, não seria difícil para qualquer um reconhecê-la. Definitivamente não sabia o que fazer, não poderia ficar ali arriscando que caçadores de recompensas viessem atrás de si, ela sabia que não era qualquer um que poderia bater de frente com ela, mas preferiria evitar conflitos se fosse possível.
- Me traz um shabu-shabu por favor. - Ouviu a voz de Hana e voltou para o mundo real, deu uma risada por perceber que estava certa, a moça folheou todo o cardápio e escolheu o mesmo prato de sempre.
(...)
Lembrar disso a deixava mal. Ela a recém estava se adaptando a aldeia e já teria que ir embora. Sentiu algumas lágrimas surgirem nos seus olhos começando a escorrer pelo seu rosto. E assim mais uma vez ela chorou até pegar no sono.
Acordou pela manhã com o sol invadindo o quarto e rapidamente se levantou, aquele era sua último dia no serviço, usaria o dinheiro para comprar uma barraca e guardaria o resto, ter uma barraca a ajudaria, assim não teria que se preocupar em achar pousadas e hotéis para se hospedar e seguiria viajando. Depois de ser listada no livro bingo ela achou que ir embora seria uma melhor opção, do que ficar em um lugar fixo facilitando ser encontrada. Se perguntava quanto a sua cabeça estava valendo no mercado negro, riu com esse pensamento. Nunca se imaginou nessa situação.
Seu dia foi normal até o final do expediente, teria que falar com Naori sobre sua partida, ela já esperava uma reação ruim, pois a mulher demonstrava gostar muito de Kiyomi.
Chegando ao seu trabalho logo cedo, Kiyomi já encontrou Naori trabalhando, ela estava organizando o balcão principal é o caixa, arrumava aquilo várias vezes ao dia e estava sempre bagunçado.
- Bom dia, Naori. - Ela disse sorrindo, seu coração batia forte com sua ansiedade tomando conta de seu corpo.
- Bom dia, Kiyomi, tudo bem?
- Tudo sim, e você?
- Tudo também.
- Então. - Kiyomi disse chamando a atenção de Naori para si. - Eu quero pedir as contas.
- O que? - Ela pergunta sem pensar por causa da surpresa e do espanto por ouvir algo tão inesperado. - Por que?
- Eu vou embora, Naori, não vou mais poder trabalhar aqui.
- Mas pra onde você vai? Por que? - Ela pergunta sentindo uma tristeza e uma ansiedade atingir seu coração acelerando seus batimentos.
- Não sei pra onde vou, mas não posso mais ficar aqui. - Ela falou encarando os olhos trêmulos de Naori - Imagino que queira saber o motivo, mas temo que isso será muito perigoso.
- Entendo, façamos o seguinte. - Naori suspira. - Hoje ao final do dia te darei suas contas e então já estará liberada para partir. - Outro suspiro. - Seja lá pra onde você vai. - Sua voz se tornou mais baixa na última frase, mas ainda foi audível para Kiyomi.
- Está bem, obrigada Naori.
O dia seguiu normal, exceto por Kiyomi e Naori cabisbaixas o dia todo. Naori arrumou o balcão incontáveis vezes como sempre, Kiyomi ficou encarregado de limpar o estoque e servir os clientes, e assim o fez. Até já achegou a hora de se despedir
- Aqui está o seu pagamento. - Disse Naori atrás do balcão principal estendendo um envelope para Kiyomi. - Faça uma boa viagem, e se cuide por favor.
- Obrigada, Naori. Espero que nos vejamos de novo algum dia, obrigada por tudo que fez por mim desde que cheguei aqui.
- Não precisa agradecer, Kiyomi, e sinta-se livre para vir visitar quando quiser. - Mesmo sorrindo seu olhar era triste.
Em resposta Kiyomi apenas sorriu e disse que já estava indo, logo em seguida foi até o hotel que estava, ela queria treinar um pouco mas estava extremamente cansada, então chegando no seu quarto ela apenas tomou um banho e se sentou no meio da cama e começou a concentrar seu chakra no meio da testa, onde futuramente apareceria uma marca em forma de diamante.
Dormiu fazendo isso, estava tão cansada que só caiu para trás e só acordou pela manhã. Desceu em direção ao hall da pousada que estava deixando a chave com a recepcionista. Ela sempre pagava no início do mês, então ela não tinha mais nada para pagar e saiu indo para o centro, passou em uma loja de conveniências e comprou uma barraca.
De agora em diante a Uchiha viveria viajando, e evitaria passar mais de uma semana no mesmo lugar. Depois disso ela só partiu para fora da aldeia, e ela se encontrava de novo na situação horrível de se sentir perdida, andar sem rumo, sem ter para onde ir é mais frustrante do que parece.
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