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4: Oficialmente 🍉

No dia seguinte, Roberto pediu para Josué ajudá-lo a fechar a mercearia mais cedo, pois iriam receber Eduardo para o jantar de oficialização do namoro. Em poucos minutos, o irmão dele, Paulo Sérgio, bem como o resto da cidade iriam ficar sabendo da novidade. Nem mesmo a internet defasada de Pracinha era tão veloz.

Marcela fez o jantar mostrando todos os seus dotes culinários e Roberto tinha um sorriso de orelha a orelha quando receberam Eduardo. Era só elogios para Marcela e disse que desde o primeiro dia sabia que iriam dar certo. Estava tranquilo e feliz pela filha.

Após o jantar e as conversas, o novo casal foi de mãos dadas para a sorveteria em frente à praça principal, que era ali perto. Aliás, não havia nada longe dentro dos limites do município. Compraram os sorvetes e se sentaram em um dos bancos da praça para comer, observando as crianças que brincavam em plena noite, acompanhadas por seus pais. Depois que terminaram, Eduardo segurou uma das mãos de Marcela e ficou brincando com os dedos dela.

— Deve ser legal morar aqui. Tudo tão calmo, tão pacífico, todo mundo se conhece, a vida segue mais tranquila.

— Olhando por esse lado é bom sim. - Eles terminaram o sorvete e se abraçaram de lado.

— E qual o lado ruim?

— Aqueles garotos que te falei.

— Marcela, agora você é comprometida, esses caras vão se situar. E outra: isso é criancice de colegiais, um dia você vai rir de tudo isso, pode demorar, mas eles também vão crescer. Se você tivesse me conhecido no ensino médio, com certeza não se apaixonaria por mim.

— Hum, que convencido, quem disse que eu estou apaixonada por você?

— Seus olhos.

Marcela ficou sem palavras, abaixou a cabeça com um risinho contido e ele sorriu procurando o rosto dela, que então o encarou, disfarçando a apreensão.

— Com o sim do seu pai, acho que já posso te beijar, não é? Estou desde ontem contando as horas.

— Você já deve imaginar que nunca fiz isso...

— Pra mim isso não é problema, é uma dádiva. Você tem algo que eu nem sabia que estava procurando, Marcela.

— Nem acredito que você passou o dia pensando em mim...

— E como pensei.

— Eu também passei o dia esperando por esse momento, treinando o beijo no espelho e no meu braço.

Eduardo teve que se afastar para gargalhar e perguntou:

— É sério?

— Claro que não, né? - Ela riu também. — É, eu sei, consigo acabar com qualquer clima.

Ele ainda estava rindo muito e enfim conseguiu dizer:

— Você é demais, eu quero ter você sempre ao meu lado, a vida é mais leve com você. Quero ter você só pra mim, Marcela.

— E como eu já disse, quero ser só sua, Eduardo.

Eduardo segurou o rosto dela, que fechou os olhos e sentiu os lábios dele pousando sobre os seus, causando uma sensação até então inexplicável. Ela o deixou no controle por ser a primeira vez, mas o abraçou com todas as suas forças em uma entrega total que ele percebeu e retribuiu. Nem em seus melhores sonhos Eduardo imaginou viver algo tão simples, intenso e ao mesmo tempo puro. Com Jeniffer parecia sempre haver um pé atrás, uma reserva, algo faltando, tudo parecia plano e superficial, com prazo de validade. Aquele beijo, ele pensou, realmente era uma dádiva.

Na volta para a casa de Marcela, ele iria pegar a moto que havia ficado lá, para então seguir para o sítio dos primos. Foram caminhando de mãos dadas e conversando:

— Aqui não tem moradores de rua? Não vi nenhum.

— Não. Só tem alguns bêbados que vez ou outra ficam caídos pelas praças. Mas o pessoal da igreja da Lili sempre vai lá, leva todos para um centro de acolhimento, onde tomam banho, comem, participam de palestras e são levados aos cultos. Só que depois de um tempo, a maioria volta a beber. Acho legal que a igreja nunca desiste deles.

— Puxa, por que será que eles não mudam de vida?

— A Lili diz que eles precisam se libertar e que isso só vai acontecer quando praticarem o que aprendem lá.

— Eu gostei dos cultos que a gente foi com eles, nesses últimos domingos. Nunca tinha ido a uma igreja.

— Também gosto, a Lili sempre me chama. A igreja não desiste dos bêbados e ela não desiste de mim.

— E por que você não se torna membro oficialmente da igreja?

— Eu ainda tenho dúvidas sobre muitas coisas em relação à morte da minha mãe, como já te contei em uma daquelas noites lá no campo. Isso me deixa com alguma dificuldade em crer, entende?

— Entendo. Bom, se eu puder ajudar em alguma coisa...

— Já está ajudando. - Eles chegaram e pararam ao lado da moto. — Me tratando assim com tanto respeito e dignidade, já está ajudando.

Eduardo beijou Marcela novamente e ela continuou:

— Amanhã é dia do projeto de férias na escolinha infantil e eu vou participar de um teatro de fantoches. Se quiser ir lá assistir, vai ser às três da tarde.

— Claro que eu vou prestigiar você.

— Certo. Quando a bruxa aparecer na janelinha, pode aplaudir, vai ser eu. - Eduardo riu. — Já estou avisando porque vou fazer uma voz tão medonha que você não vai reconhecer. Serei realmente má.

— Ok, ok, pode deixar que vou puxar os aplausos.

***

Na tarde seguinte, Eduardo passou pela mercearia para comprar um refrigerante antes de ir para a apresentação na escola. Desde que chegou à cidade, só vinha bebendo suco de frutas e, apesar de saber que aquilo era bom, sentia falta de uma Coca Cola. Conversou um pouco com o sogro no caixa e, ao ir para os fundos do estabelecimento procurando pelo freezer, ouviu Josué e Paulo Sérgio conversando com mais dois rapazes e escondeu-se quando escutou seu nome. Paulo Sérgio era metido a valentão, principalmente após ter vencido o concurso de maior comedor de melancia de Pracinha durante a festividade que tradicionalmente cedia este título a alguém. E ele dizia:

— Eu acho que a gente tinha que dar uma surra bem dada nesse Eduardo. Chega por último e ainda quer sentar na janela? Todo metido namorando a Marcela, galã de meia tigela.

Então Eduardo resolveu aparecer:

— Brilhante ideia, amigos, brilhante. - Aplaudiu, surpreendendo os quatro. — Bom, como eu não conheço nenhuma arte marcial e vocês são quatro enquanto sou apenas um, é realmente uma ideia brilhante, pois é óbvio que vão vencer essa luta. Onde querem que eu vá pra começarem o espancamento? Na praça principal? Em frente à escola? Ou seria melhor em frente à delegacia? Talvez os policiais se juntem a vocês nessa surra coletiva. Vocês disseram que sou um galã e ser espancado vai ser ótimo pra minha fama, afinal, eu serei a vítima, claro. Não fiz nada e ainda levo uma surra de quatro machões. Todas as garotas vão ficar morrendo de pena de mim, principalmente a Marcela. Puxa, é mesmo, vamos analisar as consequências de receber essas boas vindas desses ilustres jovens da cidade: com certeza a Marcela vai passar a amá-los ainda mais depois disso, concordam? E então, aonde vamos pra começar? Que tal o coreto?

Os rapazes se entreolharam.

— Não vamos sujar nossas mãos com estrume - respondeu Paulo Sérgio.

— Boa escolha, amigo. Vocês são mais inteligentes do que pensei, desculpem por tê-los subestimado. Até mais, cavalheiros.

Eduardo pegou o refrigerante e foi até o caixa, contudo, ainda teve tempo de ouvir Josué dizer:

— Se ele contar para o seu Roberto estou ferrado, meu emprego vai para o beleléu.

Eduardo não contou, insistiu para pagar pelo refrigerante e seguiu para a escola, onde surpreendeu-se com a desenvoltura de Marcela no papel de bruxa. Quando a apresentação terminou, as crianças a cercaram para enchê-la de beijos e abraços, chamando-a de "tia Marcela" e fazendo Eduardo sorrir, observando de longe o quanto era querida por eles.

Os dois saíram de lá de mãos dadas, conversando, iriam pedir a permissão do pai dela para passar mais uma noite na propriedade dos Gonçalves:

— Fiquei imaginando nosso futuro hoje. Eu trabalhando por aqui, você dando aulas para aquelas criancinhas que te amam, a gente casado, futuramente com alguns filhos...

Marcela sorriu e ainda segurando a mão de Eduardo, apoiou o rosto sobre o braço dele.

— Que futuro lindo. Mas eu gostaria muito de um dia conhecer a capital também, nunca saí daqui.

— Você vai, claro que vai, tem que conhecer meus pais. Mas quando a gente se casar, quero morar aqui. Vou abrir uma loja de computadores em Pracinha, vai ter tudo a ver com a minha formação. E falando nisso, preciso me formar antes.

— Falta muito?

— Um ano.

— E se eu for pra lá no fim do ano, prestar o vestibular pra Pedagogia? Já pensou se ano que vem estivermos juntos na mesma universidade? A espera vai parecer menor, não vai? Quero ficar bem pertinho de você. - Ela apertou o rosto dele.

— E eu de você. Amei a ideia.

***

Após a permissão do pai, os dois seguiram juntos de moto para o sítio e Marcela ainda tinha medo da velocidade sobre duas rodas.

À noite, depois do jantar, os primos e o casal estavam juntos no campo, sentados em semicírculo no gramado, enquanto Júnior tocava violão. Conforme foi ficando tarde, resolveram entrar, primeiro Liliane e depois o irmão, que convidou os outros dois a fazerem o mesmo.

— A gente vai depois, primo. Vamos ficar conversando mais um pouco.

— Juízo, hein? - Júnior lançou um olhar de advertência sobre Eduardo, que Marcela não entendeu.

Assim que ficaram sozinhos, foram logo se abraçando de lado e ele a beijou. Com a empolgação, acabaram se deitando na manta que Liliane havia estendido por lá como de costume e continuaram se beijando. Marcela deslizou a mão sobre o rosto de Eduardo, do rosto para o pescoço e dali para o peito dele, que então se afastou e se sentou, com as mãos na cabeça.

— O que foi? - Ela perguntou, sentando-se também.

— Nada.

— Então por que se afastou de mim? Não quer ficar comigo hoje?

Eduardo olhou bem para ela e ali percebeu que aquilo não foi uma tentativa de sedução, mas um gesto de carinho. Marcela não tinha a mínima noção de como funcionava a mente masculina e nem sabia onde a linha tênue e invisível separava o juízo da falta dele.

— Você tem princípios e eu não quero desrespeitá-los.

— A gente só se beijou.

— Sim, mas... algumas coisas que você faz... enfim, uma coisa puxa outra, que puxa outra e mais outra, Marcela. Eu realmente não quero te assustar. Mas talvez você deva conversar com a Lili e a minha tia sobre isso.

— Isso o quê? Sobre namoro?

— É. Eu não quero agir como os caras que te perturbaram.

— Você não tem nada a ver com eles.

— Eu sou homem, como eles. Enfim, faz o que te falei, vai ser bom pra todo mundo, certo?

Ela pensou um pouco antes de responder:

— Tá, vou tentar. - Os dois se olharam um pouco, um tanto confusos. — Não vai nem me abraçar? Prometo que vou ficar quietinha.

Eduardo sorriu e a abraçou de lado, enquanto Marcela se aconchegou nele e realmente não se moveu. Ali, olhando para as estrelas que não conseguia ver na capital, Eduardo pensou no risco que Marcela correria caso se envolvesse com outro rapaz, qualquer outro, especialmente os que ele convivia e conhecia bem a espécie, na faculdade. Ele ficou temeroso e a abraçou mais forte, como se pudesse escondê-la do resto do mundo e protegê-la de um inimigo invisível. Mas então ponderou e pensou que não havia o que temer, ela não se envolveria com ninguém, afinal, pertencia a ele. Fechou os olhos e sentindo a presença dela tão perto, trouxe à memória o que a ouviu dizer mais de uma vez: "eu quero ser sua". Bom, agora ela era, não havia motivos para se preocupar.

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