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1: Mas que tratore! 🍉

Quando soou o sinal da saída na única escola de ensino médio da pequena cidade de Pracinha, os alunos foram em disparada para as ruas, ainda mais alvoroçados do que de costume, já que as férias de Julho estavam oficialmente declaradas. As férias de inverno incluíam em seus dias o maior evento do lugarejo: o festival da melancia, e era uma oportunidade quase única de ver rostos novos por ali, o que fazia os adolescentes e jovens já estarem cheios de expectativas em suas conversas sobre os dias que viriam.

Marcela e Liliane saíram conversando entre as dezenas de alunos e, diferentemente da maioria, planejavam dedicar parte dos dias de folga aos estudos, já que estavam no último ano do ensino médio e pretendiam prestar o vestibular em Novembro, em alguma cidade maior da região que possuísse uma universidade, o que não era o caso de Pracinha.

Caminhando pelas ruas pacatas, as duas garotas tentavam ignorar os comentários de alguns grupos de rapazes que, dirigindo-se a Marcela, gritavam com um forçado sotaque italiano: "Mas que tratore!"

Marcela Baggio era neta de imigrantes italianos e, o fato de já ter esnobado quase 100% da população masculina jovem que havia arriscado flertar com ela, somada ao fato de ter um corpo atlético e pernas bem torneadas, lhe renderam o apelido de "trator". Como a criatividade adolescente para criar e/ou piorar apelidos não tem limites, resolveram usar o sotaque italiano de seus avós para incrementar a forma de perturbá-la e, por isso, sempre que a viam nas ruas, começavam gritar aos quatro ventos: "Mas que tratore!"

Ela e sua amiga Liliane continuavam caminhando em direção a uma praça nos arredores da escola, ainda ignorando os gritos debochados dos meninos, até que um mais ousado gritou:

- Como eu queria que esse trator passasse por cima de mim!

As gargalhadas dos alunos que se aglomeravam pela extensão da praça em pequenos grupos foi geral e Marcela corou imediatamente, respondendo por impulso em alto e bom som:

- Se eu conseguisse um trator de verdade, com certeza passaria por cima de você com prazer, seu palhaço! E ainda daria ré!

Liliane segurou Marcela pelo braço e conduziu-a a um banco por ali, à sombra de uma árvore, enquanto o garoto tentava juntar os pedaços de sua autoestima ao som de muitas vaias.

- Ma, não vai na onda deles! Não vê que quando eles percebem que estão te atingindo, ficam ainda mais inspirados a zoar? Você tem que fingir que nem está ouvindo.

- Eu tento! Você viu que tentei! Que droga, queria ir embora dessa cidade. Será que isso é coisa de lugar pequeno ou esses palhaços estão por toda parte?

- Taí uma coisa que não sei te responder - disse Liliane, enquanto sentava ao lado da amiga, notando que os alunos já se dispersavam para suas casas.

- E cadê o seu irmão que não chega logo? Aposto que passou na casa da namorada de novo e resolveu filar uma bóia.

- Provavelmente ele passou pela casa da Cíntia, mas acho que o atraso deve ser porque ia à mercearia do seu pai, tinha uma lista de compras bem grande para fazer.

- Ah, é? Vão estocar comida para o inverno? - Marcela brincou, já mais calma com a ausência dos garotos da escola.

- Não, não. É que um primo nosso da capital vai chegar amanhã e vai passar esse mês de férias com a gente. Minha mãe está se descabelando para deixar tudo nos trinques para a estadia dele, que é filho do irmão dela e tem uma vida de príncipe lá em São Paulo.

- Peraí, é aquele primo que tem a idade do seu irmão e de vez em quando liga pra ele?

- Sim, ele mesmo, o Eduardo. Faz dez anos que não vem aqui para o interior. Ontem mesmo eu e o Júnior achamos lá nas coisas da minha mãe uma fotografia onde estamos eu e você com sete anos e os dois com onze, lá em casa, comendo melancia para variar.

Marcela riu e ficou revirando seus arquivos mentais para lembrar da fisionomia de Eduardo, porém, nem desse dia da foto não conseguia se lembrar. Após a morte de sua mãe quando tinha treze anos, todas as memórias ficaram um tanto confusas e algumas simplesmente foram deletadas, por algum motivo.

- Eu não lembro do rosto dele. Mas por que cargas d'água resolveu aparecer agora, depois de dez anos?

- Ele está precisando espairecer um pouco, tadinho. Foi traído pela namorada há uns três meses atrás e agora que vai ter férias da faculdade, vai vir dar um tempo aqui. Pobrezinho do Du, é um rapaz bacana.

- Mas está vindo para o lugar errado, Lili. Essas garotas daqui não vão dar um minuto de sossego a ele, vai ser disputado a unha pelas atiradinhas lá da escola. Bom, talvez seja isso que ele queira, né? Meu pai diz que quando um homem fala em espairecer, está pensando em bebida ou mulheres.

- Acho que não, acho que ele só quer respirar outros ares. O Júnior sempre disse que o Du não bebe, e pensando na personalidade dele, não acho que vai querer se envolver com alguém tão já, depois do que passou.

Foi então que Júnior, o irmão de Liliane, chegou com a caminhonete em companhia de sua namorada, Cíntia. Todos os dias ele ia buscar Liliane na escola, já que moravam em uma propriedade rural distante sete quilômetros dali, onde eram produtores de melancia, assim como muitas famílias da região. Marcela cumprimentou o casal, de quem era muito amiga, e ao ver a carroceria cheia de compras, brincou:

- Obrigada por ter feito meu pai ganhar o dia, Juninho!

- Não foi nada - Júnior e Cíntia sorriam para ela - Inclusive ele disse que está te esperando para almoçar.

Liliane já estava na caminhonete e acenou para Marcela, juntamente com o irmão e a cunhada, enquanto partiam.

No dia seguinte, durante o período da manhã, Marcela ajudou o pai, Roberto, na mercearia. Durante a tarde ele tinha a ajuda de um funcionário de meio período e por isso ela aproveitou para ir até a escola infantil, ajudar como voluntária na faxina de férias do local. Marcela sonhava em ser professora, pretendia prestar o vestibular para Pedagogia no fim do ano e, sempre que podia, se dedicava a alguma atividade na pequena escolinha onde pretendia trabalhar no futuro.

Já era por volta das quatro da tarde quando os trabalhos terminaram e todos foram embora, apenas ela ficou, regando as plantas do jardim da calçada com uma mangueira, antes de fechar e também partir. Foi então que ouviu o ronco potente de uma moto e logo notou que o som era incomum para aquela cidade. Olhou na direção de onde vinha o barulho estrondoso, ainda segurando a mangueira que despejava água sobre as plantas, e viu uma moto Ninja 650, aproximando-se. Ninguém ali possuía uma moto como aquela e Marcela logo intuiu que só poderia ser Eduardo. As pessoas estavam saindo das casas e dos pequenos comércios para ver se era algum sinal apocalíptico e muitos retornavam para dentro ao verem que era apenas uma moto levantando poeira.

O motoqueiro parou ao lado dela na calçada e Marcela nem percebia que ao invés de estar jogando água nas plantas, molhava os próprios pés, paralisada. Ela analisou a mochila nas costas dele, o jeans e a camiseta branca básica de ótima qualidade, e então ele tirou o capacete. Aquele rosto, apesar de desconhecido, tinha algo familiar, talvez algo vindo de suas lembranças mais profundas.

- Boa tarde, moça. Sabe como faço para chegar na propriedade da família Gonçalves?

A pergunta fez Marcela se certificar de que era mesmo Eduardo. Ele mal imaginava que ninguém melhor do que ela poderia lhe explicar como chegar aos Gonçalves. A propriedade deles era sua segunda casa, seu lar aos finais de semana, a casa de seus melhores amigos da vida.

- Sei. Eduardo, certo?

Ela sorriu e ele sorriu de volta, contagiado por ser um sorriso comedido, enigmático, um tanto tímido. Não era preciso ter de se concentrar muito para perceber que a anfitriã da cidade era bonita.

- Já estou famoso?

- Ainda não. Nos dê 24 horas e você será mais famoso aqui do que o Justin Timberlake.

Eduardo gargalhou, sentindo-se em casa e reparando na garota que usava um jeans dobrado até os tornozelos, uma baby look regata simples e tinha os pés descalços embaixo da mangueira que desperdiçava água. Na capital, mais precisamente na faculdade, não costumava ver meninas como aquela, com graça natural, sem maquiagem.

- Por que não desliga essa água?

- Ah, é, claro. - Marcela foi até o registro, desligou e voltou, reparando que, apesar da fisionomia cansada devido à viagem, Eduardo era extremamente charmoso de porte e de semblante. A barba bem feita, o cabelo comportado e bem cortado e o sorriso experiente eram uma soma que o tornava completamente diferente de qualquer rapaz de Pracinha.

- Pode me dizer como chego lá?

- Poder eu posso, o duro é você entender. São sete quilômetros de estrada de terra e muitas reviravoltas.

- Poxa... Tem alguma ideia para me ajudar?

- Que tal se eu desenhar um mapa? Ah, não, tive uma ideia melhor. Você pode ir até a mercearia do meu pai, temos telefone, você pode ligar lá e pedir para o seu Geraldo ou o Júnior virem te buscar.

- Na verdade eu pretendia fazer uma surpresa, apesar de eles saberem que chego hoje, mas aceito sua sugestão, a bateria do meu celular acabou.

- A mercearia do meu pai fica no próximo quarteirão, pode deixar sua moto aí e vamos até lá. Só me dá um minuto para guardar essa mangueira e fechar o almoxarifado da escola.

- Você é quem manda.

Marcela foi, voltou, e só então reparou nos próprios trajes e que não estava muito bem apresentável, com a calça dobrada, os chinelos de dedo e os pés molhados. Mas fazer o quê? A faxina havia sido pesada.

Os dois seguiram caminhando lado a lado e algumas pessoas já haviam notado o fato de ela estar conversando com o motoqueiro forasteiro.

- Suponho que todo mundo aqui se conheça, mas para quem se propôs a desenhar um mapa pra mim, imagino que você conheça muito bem a propriedade dos meus primos.

- Digamos que seja minha segunda casa.

Eduardo olhou Marcela por cima do ombro, apertando os olhos.

- Você é aquela amiguinha da Lili? Marcela? Puxa, você... é... cresceu.

- Céus, ele lembra meu nome... - Ela brincou e ele riu.

- Dizem que tenho memória de elefante, isso é uma evidência que sim.

Ambos chegaram à mercearia e o primeiro a vê-los foi Josué, o funcionário de 14 anos que estava varrendo a calçada e vivia tentando convencer Marcela a dar uma chance a seu irmão de 20, Paulo Sérgio. Ao vê-la com Eduardo, ele teve suas expectativas de torná-la sua cunhada instantaneamente frustradas. Os dois o cumprimentaram e foram até o caixa, onde Roberto estava e abriu um grande sorriso:

- Pai, esse é o Eduardo, o...

- Sobrinho do Geraldo - Roberto completou, estendendo a mão - Somos muito amigos, ele me falou que você viria, bem vindo.

- Obrigado, prazer em conhecer. Eu vim pedir o telefone emprestado pra ver se meu primo pode vir me mostrar o caminho, queria fazer uma surpresa, mas...

- Oras, então faça! A Marcela pode te levar lá! Vi que você tem uma moto quando passou aqui em frente, uma bela moto, inclusive. Vou pegar um capacete emprestado com o vizinho e ela te indica o caminho.

- Mas pai, eu não...

- Seja gentil com o visitante, Marcela! Eu já volto.

Marcela olhou temerosa para Eduardo, que levantou as mãos em sinal de rendição e, encostado na vassoura enquanto assistia à conversa, Josué percebeu que Roberto já estava empurrando a filha para o bom partido recém chegado.

Enquanto caminhavam até a escola, Eduardo questionou como poderia trazer Marcela de volta para casa e ela explicou que boa parte de suas roupas e também os pertences pessoais reservas ficavam na casa de sua melhor amiga Lili, pois costumava dormir lá com frequência, o que poderia ser feito novamente naquela noite.

Eduardo subiu na moto, colocou a mochila na frente e pediu que Marcela subisse na garupa. Ela subiu enquanto colocavam os capacetes, avisou que nunca havia andado de moto e que estava com medo.

- Certo, então pode segurar em mim, vou procurar ir devagar.

Marcela enlaçou o tórax de Eduardo com toda força e pressionou o corpo contra as costas dele, que inevitavelmente sentiu um arrepio percorrê-lo com aquela proximidade.

- É, você realmente está com medo.

- Não me deixa cair, por favor.

- Não vou deixar.

***

Olá, bem vindos, bom estar aqui com vocês! Bom, então vocês já conhecem os protagonistas da história, certo? Agora vamos ver no que isso vai dar...

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