
Insegurança
Sasuke e Sakura aparentam terem brigado, eles estão absurdamente emburrados. Parece mais que um maremoto passou por cima dos dois, destruindo o humor de ambos. Enquanto isso, Naruto também fecha o cenho completamente. Será que ficou chateado por eu trocar de lugar?
Mas, por que ficaria? Se não temos nada?
Enfim.
— Aconteceu algo? - finalmente quebro o silêncio que formou-se na enorme sala de Sasuke.
— Aconteceu, nós vamos embora hoje. Com rato ou sem rato. - Sakura sobe para o quarto pisando duro e eu arregalo os olhos em resposta.
Nunca a vi tão fula da vida antes.
— O que você fez, Sasuke? - eu encaro o moreno que mantém uma expressão de desgosto no rosto pálido.
— O que aconteceu é que sua amiga não entende nada! - ele explode, adquirindo um tom avermelhado nas bochechas antes descoradas.
— Que tal explicar-me o que houve? - sugiro vendo que deve ter sido algo grave.
— Não quero falar sobre esse assunto agora. - Sasuke suspira pesarosamente e passa a mão esquerda nos fios de cabelo escuros. - Só a convença a esperar a dedetização, tudo bem?
Eu assinto.
Sasuke, por sua vez, parece miserável, fico até com uma dózinha. Depois disso, ele some pelas escadas também e eu resolvo ir atrás da minha amiga. Ignorando a cara azeda e o olhar atravessado de Naruto em minha direção.
O que eu fiz?
Resolvo deixá-lo pra lá e sigo atrás de Saky, disposta a entender o que aconteceu. Encontro-a jogando todas as roupas dentro da mala, de forma irregular, contrariando seu jeito metódico e organizado de ser.
— O que houve, amiga? - eu seguro sua mão, na vã tentativa de fazê-la acalmar-se.
— Já era, eu não quero mais o Sasuke!
— Por quê? Estavam se dando tão bem. - eu a encaro surpresa.
— Ele é um idiota como todos os outros. - ela funga, então percebo que está chorando. - Acredita que Sasuke me acha volúvel? Do tipo que não se envolve por muito tempo?
— Como assim? - minha voz sobe uma oitava em sinal de incredulidade.
— Foi o que ele disse pra mim, só porque eu pedi para irmos com calma. Pois ainda estamos nos conhecendo. - explicou pesarosa.
— Que otário. - eu aproximo-me. - Vou buscar um suco pra você, depois a gente pode sair e conversar fora daqui. Que tal?
Sakura sorri timidamente, assentindo e eu rumo para a cozinha, em busca de algo bem doce para acalmá-la. Ao descer, noto um Naruto tão emburrado, mais tão emburrado, que sou forçada a perguntar o que houve, antes de retornar em socorro da minha amiga.
— Naruto, aconteceu algo? - me achego sorrateiramente e ele me olha de soslaio, soltando apenas um muxoxo em resposta. - Não quer conversar? - insisto, sem entender o motivo do drama.
— Agora você quer falar comigo? - seu tom soa muito afiado.
— O que eu fiz?
— Ah, nada. Só pulou para o outro sofá, como se eu tivesse lepra. - Naruto me olha nos olhos e seus dois oceanos azuis estão parecendo um tanto agitados.
— O que tem de mal? - eu uno as sobrancelhas em sinal de confusão.
— Nada, Hinata. Nada! - despeja virando o rosto.
— Ué, eu só não queria que os dois nos flagrassem agarrados no sofá.
— Por quê?
— Porque não achei respeitoso, já que eu sou visita. - explico, sem entender o motivo do auê.
— Hmm sei. - Naruto desdenha. - Pra mim pareceu que não quer demonstrar que nos entendemos.
— E se eu ainda não quiser? - aumento meu tom de voz.
Qual é, eu faço o que bem entender. Naruto não pode controlar minhas ações.
— Se você não quer. - ele limpa a garganta antes de continuar. - Talvez àquele beijo tenha sido um erro.
— Talvez tenha. - concordo ficando subitamente irritada.
— Tudo bem, não está mais aqui quem te beijou. - dito isso, Naruto sobe às escadas, deixando-me sozinha.
Respiro fundo, consternada e resolvo pegar o bendito suco de maracujá para Saky.
O que deu nesses homens? Eu me pergunto.
(...)
Mais tarde, estamos eu e Sakura na cafeteria que tem próximo ao apartamento de Sasuke e não os vi mais, desde minha discussão com Naruto. Ao que tudo indica, ambos resolveram dar chilique ao mesmo tempo. Agora Sakura está inconsolável, pelo visto, por mais que seja recente o lance deles, parece ter sido intenso. Só não entendi direito essa história de ela ser volúvel e não ter capacidade de estar em um relacionamento estável.
— Me explica direitinho, amiga. - peço, tomando um gole do meu macchiato quentinho. - Sasuke jogou essa do nada?
— Mais ou menos, Hina. - Sakura suspira longamente antes de continuar. - Estávamos conversando e ele me disse que gosta bastante de mim. Só que eu não pude dizer o mesmo, não agora. Estamos juntos a o que? Algumas semanas?
— Eu sei, Saky. Só que gostar bastante não é amar. - explico, ciente de que talvez não seja uma boa ideia. - Eu não achei que Sasuke foi invasivo.
— Já não sei mais de nada, só que ele ficou hiper chateado quando respondi que era melhor irmos com calma. Porque estamos apenas nos conhecendo. - responde pesarosa.
— Entendo, Sasuke ficou inseguro. - pondero e Sakura faz um bico. - Quem diria, aquele homem de dois metros, cheio de pompa, inseguro.
Sakura ri abertamente pela primeira vez no dia.
— Será que pisei na bola? - indaga e seus olhos esmeraldinos ficam muito brilhantes.
Sem dúvidas ela quer chorar.
— Amiga, conversa com Sasuke e resolvam-se. - sugiro de forma gentil e pego suas mãos por cima da mesa. - Está na cara que gosta dele; aliás, nesse tempo todo que te conheço, nunca a vi tão animada com alguém.
— Você está certa. - Sakura funga, liberando as lágrimas que estava segurando. - Eu acho que me assustei. No entanto, como disse, ele não confessou que me ama e nem me pediu em casamento, certo?
Nós duas rimos.
— Isso mesmo. - eu concordo.
— Na verdade eu fiquei feliz quando Sasuke segredou que gosta muito de mim. - dessa vez seus olhos verdes brilham de felicidade.
— Então cai pra cima, amiga. Deixa de ser boba. - lhe dou a língua.
— Você é a melhor amiga que alguém poderia ter. - dito isso, Sakura levanta.
— Eu tento. - dou uma piscadinha.
Porquanto, ela paga a conta e retorna ao apartamento, como eu não tenho nada útil para fazer. Além de lamentar minha sorte inútil. Permaneço na cafeteria, matando o tempo. Até que um homem muito do bonito adentra o local.
Seus cabelos são de um castanho puro e seus olhos acompanham. Pele levemente bronzeada, porte de modelo, alto; porém, não tão ostentoso quanto Naruto... Certo, o moreno em si é um bocado atraente; mas, e daí?
Volto para o meu café e resolvo pedir um pão de queijo. Só que, no outro momento, o estranho passa por mim, quase me comendo com os olhos.
Céus, alguém me abana!
Mal sabia que, daí em diante, eu descobriria muitas coisas e tudo viraria de ponta-cabeça.
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