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Maria Luiza
Quando eu acordei, o Trovão tava comendo sozinho em cima da cama e mexendo no celular, dei logo um chute nas costas dele pra ele ficar esperto e ele me encarou.
Trovão: Tá maluca, garota? Te dá um pescoção aí tu vai querer reclamar.- Apontou.
Malu: Por que você não me chamou pra comer?
Trovão: Pra eu poder comer mais.- Falou de boca cheia.
Xinguei ele pegando meu celular e já tinha passado da hora de almoçar, me levantei vendo a comida em cima da mesa e fui no banheiro. Acordei pra vida e voltei pegando o prato e me sentando na mesa pra comer.
Trovão: Meter o pé pro morro hoje, né? - Falou me olhando.
Malu: Pode ser.- Falei começando a comer.
Trovão: Contar pros moleques que tu tá casada comigo né?! - Eu soltei um sorriso.
Malu: Há quando tempo você sonhava com isso, Trovão? - Falei sorrindo e ele me olhou.
Ele não me respondeu, terminou de comer levantando e parou na minha frente beijando minha cabeça. Fiz uma careta e tomei um susto de leve com a voz masculina no raidinho, ele saiu de perto de mim e pegou o raidinho, indo em direção a varanda, quando eu estava terminando de comer, Trovão saiu da varanda me olhando com cara de nervoso.
Trovão: Pega os bagulhos, vamo meter o pé.- Falou rápido.
Malu: O que aconteceu, cara? - Me levantei.
Trovão: Peixe tá por perto, ele tá invadindo o Chapadão e a Rocinha pra não deixar os cara subir pra ajudar a gente.- Falou alto.
Corri vestindo meu short e olhei pro Trovão, não estava afim de pôr o vestido e ele só me encarou, ficando só de bermuda. A gente pegou nossas coisas e saiu pelas escadas correndo, como ele já tinha pago, fomos direto pro estacionamento e entramos no carro.
Trovão: Tenta falar com o Vagner.- Falou ligando o carro.
Malu: Se o interesse do Peixe é no Caio, por que ele tá aqui atrás da gente e não lá na Rocinha? - Falei enquanto ligava pro Vagner.
Trovão: Ele tá afim de me matar também, tá com a oportunidade perfeita nas costas. Conseguir te levar depois é lucro.- O Vagner atendeu e eu coloquei no viva voz.
Vagner: Fala a boa, Maluzinha.- Falou animado.
Trovão: Boa o caralho.- Falou saindo do estacionamento, quando eu olhei pro lado tinha uns caras com armas na moto, eles começaram a atirar contra, mas o tiro não ultrapassou, carro blindado...- Tu tá aonde?
Vagner: Tô na penha, vem pra penha.- Continuou na sua animação e eu soltei uma risada nervosa.
Trovão: Ou cara, Peixe tá me seguindo pô, tá invadido o chapadão e a rocinha, se liga! - Vagner parou de cantarolar.- Vou descer pra boca da zona sul que é a mais perto, cola lá.
Vagner se livrou da sua animação no mesmo
minuto desligando, eu escutava os tiros como se fosse água de chuva. O Trovão dirigia tão rápido que eu estava ficando enjoada, mal havia terminado de comer pra me colocar nessa situação.
Comecei a ligar pro meu pai mas ele não atendia, nem a Yasmim. Eu já tava nervosa ao extremo quando percebi que não tinha mais ninguém seguindo a gente, vi o Trovão parando numa rua e me tirando do carro às pressas, me fazendo correr e me colocando dentro da casa.
Tava cheia de homem, cheio de droga, cheio de arma. Eles me olharam da cabeça aos pés assim que eu entrei, trovão entrou na minha frente e os olhares foram desviados pra ele. Meu celular tocou e eu vi o nome da Yasmim, trazendo um alívio, eu atendi e respirei fundo, mas minha felicidade durou pouco tempo.
Yasmim: O Caio, o Luiz e a Júlia sumiram.- Gritou com voz de choro.- Vem pra casa agora, pelo amor de deus.
Eu senti meu peito apertar assim que ela terminou a primeira fase, deixei meu celular cair no chão fazendo o Trovão me olhar e coloquei a mão na boca, sentindo as lágrimas se formarem, tentei abrir a porta pra sair mas o Trovão puxou meu braço.
Trovão: Qual foi? Eles tão rondando por perto, sair agora é vacilo! - Me segurou.
Malu: O Caio, o Luiz e a Júlia...- Falei chorando e negando.- Eles sumiram, preciso ir.
Trovão: Como sumiram? Eles tavam com o Perigo porra.- Me balançou e eu neguei.
Fiquei sem saber o que falar pra ele e um menino empurrou a cadeira pra mim, eu sentei começando a chorar pensando no pior, não sabia o que o Peixe era capaz de fazer, e não era só o Caio que estava envolvido. Trovão socou a porta com raiva e tirou o celular da cintura, enquanto eu só sabia chorar e me negar a acreditar.
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