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Prólogo

Montreal, Canadá

Naruto havia comprado vários salgados diferentes, porém a maioria com recheio de tomate, porque seu amor adorava o sabor.

Mal podia esperar para finalmente vê-lo em um dia tão especial quanto esse, o aniversário dele. A ansiedade toda se dava apenas porque o moreno tinha falado com ele que iria em uma boate com uns amigos para comemorar antes de encontrá-lo, já que o loiro não poderia ir junto porque tinha um compromisso com o avô.

E o velho sempre o prendia o máximo que conseguia para que ajudasse nas tarefas de casa. Nem mesmo falando que queria sair com o namorado ajudou a amolecer o coração do velho Jiraya a deixar que o garoto saísse em paz. Sem falar que achava muito estranho o namorado do neto, uma garota que se vestia como um garoto e tinha nome de um. Achava uma completa loucura.

Mas poderia ser bem pior, Naruto pensava. Mesmo morando com sua mãe, Kushina, o avô já lhe enchia o saco, imagine se morasse com ele. Não teria tempo nem para respirar sem ser mandado fazer alguma coisa.

Mas finalmente tinha conseguido deixar a casa de Jiraya organizada e dar o fora enquanto ele estava dormindo no sofá. E agora o sorriso moldava novamente seu rosto porque estava se aproximando da casa de Sasuke com um presente que ele ia adorar.

A casa dele estava estranhamente escura olhando do lado de fora. Naruto franziu o cenho curioso. Será que ele ainda não tinha voltado da boate? Impossível, já passava das 22hrs e Sasuke nunca descumpria horários com o loiro.

Ignorando a possibilidade de casa vazia, Naruto tocou a campainha na porta. Mas ninguém apareceu.

Tocou mais duas vezes e nada. Então por impulso tocou a maçaneta e girou, imaginando estar trancada. Mas para sua surpresa, estava aberta.

Deu de ombros e entrou na casa, acendendo logo a luz da sala.

- Sas? Já chegou? - chamou sem ouvir nenhuma resposta.

Olhou na cozinha e no banheiro ali no andar de baixo e nada da presença do moreno. Mas onde ele estava afinal?

Até que de súbito, decidiu subir a escada caracol até o quarto dele. Estava com uma sensação meio estranha, mas tentava empurrá- la para bem fundo em seu âmago. Era provavelmente apenas uma impressão esquisita.

Errôneo pensamento...

Assim que chegou ao quarto, percebeu a porta entreaberta e empurrou mais com a mão, dando de cara com o moreno que procurava deitado na cama usando apenas um short e com os lençóis amarrotados em volta dele e de mais alguém...

Piscou os olhos várias vezes até focar na figura ao lado do namorado e concluiu sem acreditar no que via. Karin, sua prima por parte de mãe.

Derrubou a sacola com os salgados no chão incrédulo.

A ruiva de olhos castanhos quase escarlates piscou confusa assim que percebeu o primo parado diante deles.

- Naruto? Oh céus!- levantou-se rapidamente, fazendo o primo notar que ela parecia estar sem roupa por baixo dos lençóis- Sasuke, pelo amor de Deus acorda!- deu tapas na perna do Uchiha que resmungou, mas logo em seguida abriu os olhos. Parecia meio bêbado ainda.

- O quê está acontecendo?- perguntou com a voz cansada, talvez pelo álcool.

- QUE MERDA É ESSA?- ralhou Naruto completamente em choque diante da cena - SASUKE? KARIN? O QUE É ISSO?

Diante da explosão do Uzumaki, Sasuke despertou da névoa que nublava seus sentidos e se pôs sentado na cama olhando tudo com um ar de estranheza.

- Naru?- olhou para o lado se deparando com a ruiva com os olhos baixos e ,talvez, quase chorosos- Karin? Mas o quê? Por que estamos aqui assim? O que está fazendo na minha casa e na minha cama, garota?- questionou confuso, desviando o olhar dela para Naruto sem saber como agir.

- S-SAS...

- Naru, eu juro pela minha mãe que não tenho ideia do que aconteceu aqui e nem do que está acontecendo agora! E Karin, você não tinha um namorado?- passou as mãos nervosamente pelo rosto e se levantou rápido da cama tentando tocar Naruto.

- O quê pensa que está fazendo? Não toca em mim depois dessa merda, Uchiha. Com a minha própria prima? Meu Deus, que merda que merda!- as lágrimas lentamente começando a descer pelas bochechas vermelhas de raiva.

- Eu não... Amor, eu não fiz nada! Pelo amor de Deus você sabe que eu não gosto de garotas, Naru. - tentou se aproximar mais uma vez do namorado que só se esquivava.

- Eu também achava isso! Então porque diabos está assim com ela? Que álcool foi esse que bebeu, Sas? Puta que pariu!

- Eu não sei, Naru... E-Eu nem sei como te explicar o que nem eu entendo. Mas lhe asseguro que não aconteceu nada! Por favor você tem q...

- CALA A BOCA!- esbravejou o loiro- EU ESTAVA FEITO UM IDIOTA COMPRANDO PRESENTE DE ANIVERSÁRIO PRA VOCÊ E... E VOCÊ VOLTA DA MERDA DA BOATE BÊBADO E AINDA SE DEITA COM A FILHA DA MÃE DA KARIN! - andou de um lado para o outro nervoso.

- Eu não dormi com a sua prima, Naruto! Para de gritar e me escuta!- clamou se sentindo impotente naquela situação.

- NÃO ME MANDA PARAR DE GRITAR! SEU... SEU...

- NÃO TERMINE ESSA FRASE!- apontou o dedo para o loiro- Você sabe muito bem que eu não sou nada disso.

- Então como me explica isso?- respirou fundo para controlar a voz de sair estrondosa, mas estava fervendo por dentro.

- Eu...- o Uchiha não conseguia encontrar maneiras de esclarecer aquela situação irreal para o namorado, sua mente girava, mas podia jurar que não tinha exagerado no álcool.

- Exatamente! Não tem como explicar o inexplicável né?- o loiro enxugou as lágrimas sem nenhuma delicadeza - Achei que me amasse, Sasuke.

- E você duvida disso, Naruto? Eu te amo, pelo amor de Deus acredita em mim! Não aconteceu nada aqui entre eu e ela. Por favor, Naru...- os olhos queimavam com as lágrimas não derramadas.

- Eu passei esse tempo todo acreditando e confiando em você, amando você. Te ajudei a se descobrir enquanto homem trans, sempre estive lá pra te apoiar. Nunca imaginei que você fosse se deixar levar pelo álcool desse jeito. - as palavras do Uzumaki saíam tão frias que Sasuke sentiu vontade de morrer.

- Eu não me deixei... Naru, por favor - esfregava os cabelos perdido, completamente perdido e desesperado- Eu te amo...

Mas não teve resposta, pois Naruto saiu pela porta do quarto tão rápido quanto um raio. Guiado pela tristeza e decepção. Tinha ido até alí fazer uma surpresa, mas tudo que recebeu foi traição e mágoa.

Sua prima Karin era o menor dos problemas alí naquela situação. Sasuke era tudo que o estava quebrando. Tinha depositado todo seu coração nele e na relação dos dois.

Maldito idiota que era...

Desceu as escadas correndo, mas quando chegou a porta principal, sentiu uma mão em seu pulso interrompendo seus passos. Olhou para trás e viu um Sasuke quase tão destruído quanto ele, mas não se abalou. Provavelmente era pura cena.

- Naruto... Não faz isso comigo, me deixa entender o que aconteceu e te explicar- soluçou com a visão embaçada pelas lágrimas.

- Poupe-me, Sasuke Uchiha- puxou o braço com força para se soltar da mão daquele que sempre chamou de amor- Acabou! Acabou tudo! Não aparece mais na minha frente. Sabe aquele intercâmbio que eu tava pensando em adiar por sua causa? Pois eu vou! Assim eu me asseguro de nunca mais olhar na sua cara. - concluiu saindo e batendo com força a porta.

Sasuke caiu ajoelhado no chão e chorando. Sentia uma dor inexplicável no peito, uma que nem sabia ser capaz de sentir.

Não fazia ideia do que tinha acontecido desde que voltou da boate. Mas podia jurar que não tinha dormido com a ruiva, porque isso jamais havia acontecido com nenhuma garota ou garoto antes. Mesmo antes de Naruto.

Naruto...

Seu loiro...

Seu grande amor...

Por que estava sendo condenado pela vida dessa forma tão cruel?

🌺💐🌸🏵️🍁

3 Anos depois...

Os flashes das câmeras já estavam incomodando os olhos de Sasuke, mas ele continuava com o semblante intacto para os fotógrafos do estúdio.

A profissão de modelo para algumas pessoas poderia aparentar ser muito simples e despreocupada, mas Sasuke sentia na pele o quanto aquilo exigia de si. Isso é quando tinham campanhas em que era chamado para participar e, ultimamente tais trabalhos nem tem sido tão frequentes para alguém transgênero.

- Vira mais para a direita, Sasuke - gritou o fotógrafo Neji e o moreno obedeceu - Isso! Aí está ótimo - bateu mais umas três fotos naquela posição.

O fato de ser um homem trans para Sasuke era muito desafiador, pois havia muito poucos locais em que era recebido sem que alguém o olhasse atravessado ou fizesse cochichos sobre sua aparência "estranha". Mas também vinha se importando muito pouco com isso desde que passou os 20. Antes disso, a fase adolescente foi o maior rebuliço para tentar se entender e explicar a seus pais o que acontecia consigo.

Agora com 26, tinha aprendido a lidar com a sociedade e seus tantos conceitos arcaicos. Sabia que se continuasse se acuando e deixando de fazer as coisas que o faziam se sentir bem, acabaria por não viver. Não daria esse gostinho aos que queriam o ver para baixo.

Principalmente agora...

- Pode abrir um pouco mais a camisa, Sasuke? Isso, desse jeito. - disse a fotógrafa Tenten, namorada de Neji. Uma garota divertida e atenciosa.

Gostava de trabalhar na agência Velvet, era um lugar bastante próspero e relativamente evoluído. Justamente por isso que estava de modelo alí.

Em toda a sua vida, nunca imaginou ter tal emprego. Sempre foi um garoto tímido, principalmente quando tinha o corpo de garota. Sempre preferiu o seu cantinho a lugares agitados e cheios, mas agora cá estava ele como um homem decidido e sem vergonha de mostrar seu corpo e as marcas de mastectomia abaixo dos peitos.

No ano anterior tinha recebido a proposta de trabalho na agência, quando estava trabalhando no Café de sua mãe Mikoto ( emprego que ainda tinha atualmente), uma dona de marca de cuecas famosas na cidade foi chamada atenção com a "beleza estonteante" dele. Portanto o convidou para umas fotos, que acabaram virando emprego oficial na Velvet. De início ficou relutante, mas sua mãe e irmão o incentivaram, sem falar que também pensou ser uma boa oportunidade de ganhar dinheiro.

Nunca precisou tanto de algo ultimamente do que dinheiro.

Precisava comprar remédios para a pessoa mais importante de sua vida.

A agência Velvet era inovadora por contratar pessoas diversas para trabalhar. Qualquer um que chegasse, poderia ver vários corpos e gêneros fazendo books importantes. Isso agradava bastante Sasuke, pois alí era visto como deveria ser em todos os lugares que frequentasse. Um homem normal.

Depois de tantas poses e flashs ao lado de Ino, sua companheira de trabalho, finalmente acabou. Konan, uma das organizadoras da nova campanha de uma marca de perfume, foi até Sasuke para parabenizar e desejar sucesso. Seria um bom book.

Foi ao banheiro tirar a maquiagem e a roupa do ensaio, para logo depois arrumar a mochila e ir para o hospital. O relógio já marcava 5 horas da tarde, não queria atrasar mais para chegar ao local. Se bem que ainda tinha que agradecer por não estar saindo a noite daquela vez.

Campanhas sempre exigiam muitos books de fotos e alguns deles prendiam Sasuke até a noite para terminar. Mas finalmente tinha concluído o ensaio, agora era só esperar o pagamento e o resultado das fotos. Além de rezar para que fosse solicitado para outras campanhas. Costumavam pagar muito bem.

Se despediu dos colegas do estúdio e saiu logo em seguida para chamar um táxi.

Enquanto esperava o carro, resolveu ligar para sua mãe Mikoto, que estava no hospital segurando as pontas até ele chegar.

- Oi, mãe? Tá tudo bem aí? Hoje eu consegui sair mais cedo, já já tô aí e a senhora vai poder ir pra casa descansar. - falou tranquilo e carinhoso.

- Oh, está tudo bem, amor. Sabe que nunca é trabalhoso pra mim ficar aqui tomando conta dele. E sim, está tudo bem com nós dois, não se preocupe.

Passou a semana inteira indo para o hospital e sempre ligava para a mãe fazendo a mesma pergunta. Mesmo que as respostas fossem quase sempre as mesmas, tinha medo, sempre tinha.

- Ótimo, quem ficou no seu lugar no café hoje?

- Itachi, finalmente ele teve um dia de folga no jornal e pôde ir me ajudar.- falou em tom de alívio e diversão.

- Ainda bem! Bom, o táxi chegou, tô indo pra aí. Beijo- ouviu a mãe mandar outro beijo e desligou o celular.

Entrou no táxi, cumprimentou o motoristas e relaxou os ombros. Ficava sempre mais aliviado depois de falar com sua mãe e receber informações positivas do hospital. A semana estava sendo tão difícil.

O veículo acabou virando uma esquina que tinha uma sorveteria colorida e nostálgica para Sasuke. Era onde ele e Naruto iam nos fins de semana ou quando escapavam da aula no colégio. O loiro adorava o lugar por refletir a personalidade dele bem viva e animada, sem falar que adorava sorvetes. Mesmo que Sasuke não gostasse muito de doces, fazia questão de ir só para ver o sorriso gigante do loiro.

Desceu o olhar melancólico. Pensar nele sempre o entristecia. Mesmo que tenham se passado 3 anos desde que Naruto pôs um fim na relação dos dois naquele dia fatídico e confuso, não conseguia evitar sentir saudades e angústia quando lembrava dos momentos que passaram juntos e do quanto eram apaixonados um pelo outro.

Nunca ia entender o que aconteceu naquela noite de seu aniversário e também tinha desistido de tentar entender. Naruto já o tinha abandonado, não ia fazer diferença o que aconteceu de fato. Justamente por isso que odiava toda vez que chegava a data.

Mas de nada adiantava pensar no loiro a essa altura. Ele nunca mais o procurou o leu as mensagens desesperadas que mandou na época. Lembrar só trazia dor.

Engoliu o amargor que lhe subiu a garganta e procurou outras coisas em que pensar. Hoje em dia tinha coisas muito maiores para se preocupar. Coisas que necessitavam bem mais de sua atenção.

Pagou a corrida ao motorista assim que ele parou na porta do hospital. Então desceu rapidamente e adentrou o local, indo até o balcão da recepção.

- Boa tarde, Betany! - sorriu para a recepcionista.

- Boa tarde, Sasuke! Chegou mais cedo hoje.- sorriu de volta atenciosa.

- Fiz o possível e ainda bem que consegui.- passou as mãos no cabelo jogando- o para trás afobado.

- Aqui está o seu crachá, pode ir! Sua mãe disse que ele perguntou por você o dia todo hoje.- completou a moça.

- Sério? Sinal de que está indo bem no tratamento. Bom, já vou indo e obrigado, Beth!- piscou e acenou para a moça e seguiu para o tão familiar quarto n° 10.

Deu duas batidas sutis e foi abrindo a porta devagar para não correr o risco de acordá- lo se estivesse dormindo.

Pôs a cabeça para dentro do quarto e observou sua mãe o encarando divertida.

- Tudo bem, ele não está dormindo. Entra, Suke.

Fez o que a mãe pediu, fechou a porta e assim que voltou o olhar para a frente viu um par de olhos heterocromáticos e curiosos o encarando.

- Papa!- falou a criança em um salto de animação, erguendo os braços para receber um abraço de Sasuke.

- Oi, Amor!- abraçou o menor e enfiou o rosto no pescocinho dele para sentir o cheiro que sempre o relaxava, o de bebê com cheirinho de talco.

- Haru sentiu sodade!- disse o pequeno com um biquinho nos lábios e os olhos negro e azul encarando Sasuke com manha.

- Desculpa, papa promete que não vai mais demorar tanto tá?- assegurou beijando o topo da cabeça do menino.

- É? Não tá enganando o menino, né, Sasuke?- perguntou Mikoto cruzando os braços.

- Não, a campanha acabou e finalmente o único trabalho que vou ter é o do café. Por enquanto, até aparecer outra proposta. Digo finalmente só porque agora posso ficar mais com o Haruki, mas a falta do trabalho também significa falta de dinheiro. - explicou bufando chateado.

- Infelizmente é verdade, uma faca de dois gumes. Mas pelo menos a grana que vai receber dessa campanha vai ser boa.

- Essa é a parte boa! Vou investir em mais medicamentos pro Haru. - virou para a criança com um sorriso singelo.

- Medinimento?- Disse Haru tentando repetir a palavra que Sasuke disse para Mikoto.

- Medicamento, garotão. Medicamento.- fez cócegas em Haru que caiu deitado na maca rindo- Ei, por que ele tá sem o tubo de oxigênio, mãe?

- O doutor disse que hoje ele está melhor e disposto, então ele deu uma folguinha do aparelho. E também é bom porque incomoda muito o pobrezinho, não é Haru?

- É! Haru não gota do canudo aqui- apontou para o rostinho com o cenho franzido e Sasuke riu, era uma gracinha.

- Então trate de descansar, viu? Não significa que pode ficar muito agitado, tem que manter o coração calmo, lembra?

- Sim, colação camo! Haru lemba - o menino sorriu de um jeito fofo que fez Sasuke o abraçar mais uma vez e Mikoto sorrir emocionada. Seu bebê era muito precioso.

- Isso! Bom garoto.

E como era. Nunca em sua vida Sasuke imaginou ser o que é hoje, um pai de uma criança de 3 anos tão doce e meiga. Até porque sendo um homem trans, a última coisa que pensava era em ter um bebê, mas por ironia do destino, acabou acontecendo.

Ah sim... 3 anos. Duas semanas depois que Naruto foi embora do país e terminou com ele, sentiu várias vertigens que considerou ser consequência do abalo do término com o namorado. Mas tinha se enganado completamente.

Quando sua mãe veio com a hipótese de gravidez, desacreditou de imediato, mas ela estava certa, tinha uma vida crescendo em seu ventre.

Era tão estranho pensar em estar grávido sendo um homem. Mas ainda tinha um útero e nunca pensou em mudar isso até então. Não se sentia tão abalado pela disforia quando olhava sua vagina, pois os vários packers que tinha já o contentava, e a ausência deles também não o afetava tanto. Pelo menos não quando estava com Naruto.

O loiro o fazia não ter problemas em transar sem os packers, já que o fazia sentir tanta segurança com seu corpo, mesmo quando ainda tinha os seios. Ele era tão diferente dos outros.

Eram inclusive poucas as vezes em que ambos se descuidavam na relação sexual, mas acontecia. Como foi o caso em questão.

O motivo para não ter sido tão paranóico com camisinha era o fato de usar injeções de testosterona, que descobriu só depois de ir ao médico e atestar a gravidez, que não era um método contraceptivo. Depois da descoberta, teve que interromper imediatamente o uso do hormônio para não causar complicações no feto.

Não contou para Naruto sobre a gravidez. Tinha certeza de que ele sequer iria responder alguma tentativa de contato seu, provavelmente a vida dele estava bem diferente de quando namoravam. Talvez até já tivesse uma família.

Sasuke não conseguiu nem pensar em uma possibilidade de aborto do bebê. O descuido foi dele e do namorado, não teria a frieza para interromper a vida que estava gerando. Sem falar que foi justamente na época em que perdeu Naruto para o mundo, ele tinha terminado tudo, porém deixou um pedaço de si em Sasuke. E ele não iria abrir mão disso.

E ainda bem que não o fez. Hoje não conseguia imaginar uma vida sem seu filho.

Um bebê que foi diagnosticado há 1 ano e meio com Cardiomiopatia Dilatada, uma doença que impedia o coração de bombear o sangue corretamente para o resto do corpo e que necessitava de transplante.

Devido a doença, o garoto tinha que ficar constantemente em observação no hospital enquanto recebia o tratamento e aguardava um coração novo.

Sasuke dedicava cada segundo ao garoto. Trabalhava para pagar os tratamentos caros, mesmo que recebesse ajuda da família e do hospital. Não conseguia nem pensar direito em si próprio com o filho privado de viver como uma criança normal. Não ia descansar até dar isso ao pequeno.

Enquanto estava alí sentado na maca fazendo carinho nos cabelos negros como os seus do garoto e alisava a pele leitosa como a sua, refletia sobre a vida.

Seu filho era a coisinha mais importante de sua vida. Lutaria por ele até onde conseguisse. Nunca ia deixá-lo sofrer mais do que já sofria.

Amava- o.

Amava-o tanto que doía.

Agora entendia o que sua mãe dizia quando falava da sensação materna.

" Mãe", uma palavra com tanto significado e importância. Sasuke nem ligaria se por acaso seu filho o chamasse assim, mesmo que fosse considerado estranho, era uma palavra tão simples, mas com tanto poder quanto ser chamado de pai.

Outra coisa que sempre pensou quando mais jovem era em pôr um nome em japonês caso um dia tivesse um filho. E encontrou mesmo o nome ideal, Haruki, o significado perfeito de um novo ciclo. O nome era uma junção de palavras - primavera e árvore- mas podia ser entendido como "primavera iluminada". A chegada do filho coloriu seu mundo como as próprias flores dessa estação do ano pintavam os campos verdejantes e traziam alegria, luz, paz e vida...

E Haruki era sua vida.

Haruki era sua primavera.

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🥺
Acho que esse prólogo foi uma boa introdução a essa história 

Mesmo que ninguém a leia. Precisava registrá- la na versão sns kkkk.

Quis abordar o tema da gravidez de um transgênero pq acho tão interessante e incomum.

Posso ter abordado algo de um jeito equivocado ou ter ofendido alguém em algum quesito, então, se foi o caso, peço perdão.

❤️🌳

Haru= primavera
Ki: Árvore.

Mastectomia: cirurgia para retirada dos seios.

Packers: pênis de silicone que servem tanto para relação sexual quanto para dar apenas volume na frente.

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