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Capítulo -8

Seu filho, Naruto...

O jovem Uzumaki não conseguia tirar essa frase da cabeça desde que a ouviu sair da boca de Sasuke. E mesmo que nesse momento estivesse sentado em uma maca hospitalar aguardando a enfermeira terminar de enfaixar seu ombro ferido pelo tiro, não conseguia sequer piscar direito, estava em uma espécie de transe, com a nova descoberta reverberando em sua mente sem descanso.

Nunca, jamais poderia imaginar semanas atrás que estaria vivendo o que está hoje. Mas desde que ouviu na festa de Ino que o ex namorado tinha um filho, por algum motivo, algo despertou em si, não sabia dizer o quê exatamente era essa sensação, apenas sentia. E foi virando uma bola de neve, pois ninguém queria lhe dar informações sobre a criança, negavam- se fielmente a revelar qualquer detalhe que fosse, como se o próprio Sasuke tivesse pedido isso.

E agora o próprio havia jogado em cima de si tamanho segredo. Haruki era seu filho.

Era difícil se ver pai tão cedo. Não fazia planos para algo tão grande assim tendo ainda tão pouca idade e, talvez, maturidade suficiente a seu ver. Mas o destino é engraçado e muitas vezes parece rir da cara das pessoas, de uma hora para outra, tudo poderia simplesmente virar do avesso. E cá estava o Uzumaki, tendo a vida completamente virada de cabeça para baixo.

Não lembrava direito as outras informações que Sasuke falara enquanto aguardavam a chegada de uma ambulância. Depois de ouvir "Haruki" e "seu filho, Naruto", foi como se o mundo ao seu redor parasse de girar, seu coração acelerou e seus sentidos afloraram. Mal conseguiu sentir a queimação no ombro em que levara o tiro e tudo que conseguiu fazer no caminho para o hospital foi mandar uma mensagem para sua mãe, avisando do ocorrido.

Continuou perdido em devaneios mesmo quando a enfermeira terminou o curativo em seu ombro e caminhou até a saída do quarto.

- Depois de alguns minutos de observação, o senhor estará liberado, certo?- disse a morena baixa com um semblante amigável, esperando que Naruto assentisse, mas ele obviamente não o fez. Continuou fitando o chão branco abaixo de si como se fosse o lugar mais interessante do quarto.

Tão rápido quanto se fechou, a porta do cômodo se abriu novamente em um rompante que fez o loiro tomar um susto, mas que logo se dissipou quando este percebeu uma cabeleira ruiva adentrar em pânico no local.

- Ai meu Deus, Naruto!- envolveu o filho em um amplexo forte e sufocante - Como isso aconteceu? Você está bem? Como assim? O que foi esse tiro, meu filho?

Naruto pareceu despertar com a euforia da mãe e, assim que finalmente pôs seus olhos nela, notou que as orbes acinzentadas estavam vermelhas, como se tivesse acabado de cessar um choro.

Com certo esforço, conseguiu fazer sua voz presente.

- Foi um assalto em um café que eu fui.

- Céus, mas o quão perigosa essa porcaria de cidade ainda vai ficar? Você poderia ter morrido, meu filho. O que ia ser de mim?- ameaçou chorar novamente - Onde foi o tiro, querido? No ombro? Tá doendo muito?

- Agora não tanto, a bala foi retirada e o curativo acabou de ser feito. Fora uma leve ardência, eu estou bem.- disse simplista e sério.

- Graças ao bom Deus sim! - abraçou- o novamente- Hinata está aqui também, lá fora, ela mandou eu checar como você estava antes de entrar. Estava com medo de ser algo grave e eu também claro.

- Peça- a para entrar, por favor. Tenho algo que quero que vocês duas saibam.

- Algo mais? O quê? Tem a ver com sua saúde, filho?

- Não... É outra coisa.- disse pausadamente e sua mãe lhe olhou confusa, mas assentiu indo até a porta para buscar Hinata.

Quando a moça olhou para Naruto e percebeu que ele parecia melhor do que imaginava, soltou a respiração que tinha prendido, aliviada. Mal tinha voltado da casa de seu pai e descobrira que o namorado levou um tiro, entrou em choque na hora que ouviu a notícia da boca de Kushina.

- Oi Naru, como você está?- deu um beijo na bochecha do loiro - Ficamos tão preocupadas.

- Eu tô melhor, não foi nada grave.- assegurou e sorriu.

- Ainda bem. Uzumakis são duros na queda.- sorriu para descontrair.

- Sim... E o meu pai? Contaram algo a ele? Eu achei melhor falar depois para ele não desmaiar.

- Lógico que eu não falei nada com aquela criatura. Quero distância até da voz dele.- ditou Kushina com um semblante incomodado.

Naruto só confirmou que o rancor dela por ele ainda não tinha passado. E provavelmente nunca passaria.

- Tudo bem, depois eu aviso. Não quero preocupar mais gente. Quando chegou da casa de seu pai, Hina?- se dirigiu a azulada.

- Hoje mesmo, mais cedo. E bem no dia você leva um tiro, Naruto. O que aconteceu? Onde estava?

- Em um Café.

- E que Café era esse, filho? Ainda não me disse.- indagou a ruiva Kushina.

- É justamente sobre isso que eu quero falar com vocês. Eu- no momento em que ia concluir a fala, uma enfermeira abriu a porta de repente.

- Com licença, pessoal, desculpe interromper. Senhor Uzumaki, chegou outra visita pra você. O nome dele é Sasuke Uchiha. Posso mandá- lo entrar?

Os três no quarto expressaram surpresa ao ouvir o nome da visita. A mãe de Naruto ficou ainda mais confusa e, por algum motivo, irritada.

- O quê? Sasuke?- virou o olhar da enfermeira para Naruto - O quê esse garoto tá fazendo aqui?

- Diga a ele para esperar um pouco, sim?- ignorou a pergunta da mãe ao se dirigir a enfermeira na porta, que logo concordou e saiu novamente.

- Naruto? O que está acontecendo?- perguntou novamente.

- É uma longa história, mãe. E garanto a vocês duas que até mesmo eu ainda estou digerindo tudo que tá acontecendo comigo.

- E o que está acontecendo?

O Uzumaki olhou para a mãe e respirou fundo, enquanto levava dois dedos para pressionar a ponte do nariz, como sempre fazia ao estar tenso.

- Pensando bem, não acho que aqui seja o lugar ideal pra eu começar a explicar essa história longa e estranha, mãe. Então acho melhor vocês irem para casa e quando eu voltar, explico tudo.

Hinata estava com um semblante indecifrável, mas sentia que o namorado queria dizer algo bastante sério, por isso resolveu não questionar tanto quanto Kushina.

- De jeito nenhum, você vai me dizer aqui e agora, moleque!

- Mãe, eu já vou ser liberado daqui a pouco. Em casa eu conto tudo, garanto.- insistiu.

- Se já vai ser liberado, ótimo, vamos juntos e você me conta no caminho.

- Não vou embora com vocês.

- E por que não?- cruzou os braços e bateu o pé direito insistentemente no chão.

- Eu preciso conversar com o Sasuke antes.- desviou o olhar para o vidro logo ao lado da porta do quarto, onde o Uchiha podia ser visto sentado em uma cadeira do corredor de espera.

Kushina seguiu o olhar do filho e rangeu os dentes assim que avistou o outro garoto do lado de fora. Que diabos estava acontecendo? Por que ele estava voltando para a vida de Naruto? Mesmo que não soubesse de nada, sentiu- se agoniada.

- E o que tem de tão importante para tratar com essa... Pessoa?- revirou os olhos.

- Saberá quando eu voltar para casa mais tarde. Pode ir agora, mãe. Eu tô bem. - sorriu forçado apenas para confirmar a frase dita.

- Vamos, dona Kushina. O Naruto sabe o que está fazendo.- disse Hinata tocando o braço da mais velha e a conduzindo para fora do cômodo.- Iremos te aguardar em casa, Naru.- beijou os lábios do loiro antes de sair.

O garoto pôde finalmente respirar em paz assim que ambas cruzaram a saída. Era uma notícia muito grande para simplesmente revelar em um quarto de hospital, e nem sabia como elas iriam reagir a tudo isso. Principalmente sua mãe.

A ruiva seguiu pelo corredor lançando um olhar enojado para o jovem Uchiha, que devolveu na mesma intensidade. Não precisava fingir que não detestava a presença da mãe de seu ex no mesmo nível que ela odiava a sua.

Teve uma época em que fazia de tudo para impressionar e ganhar o apresso da ex-sogra, mas nunca tinha sucesso. Ela sempre o tratava com frieza e polidez excessiva. Até mesmo quando fez um bolo de cenoura em seu aniversário, não recebera nada além de um rápido "obrigado" e um sorrisinho falso.

Desde então, ia à casa de Naruto apenas para vê-lo. Ignorava a todo custo a presença da mãe deste.

Quando a viu atravessar a rua depois de sair do hospital, levantou- se para entrar no quarto do Uzumaki. Mesmo que estivesse meio receoso quando olhou para ele e fechou a porta atrás de si, foi o primeiro a quebrar o silêncio.

- Oi.- a voz era um sussurro, mas parecia alta devido ao silêncio do ambiente.

- Oi, Sasuke.- mordeu o lábio inferior por sentir um estranho nervosismo.

- Você está melhor né?

- Sim, estou. Não foi tão grave.- apontou para o ombro ferido e sorriu fechando os olhos.

Sasuke travou por milésimos de segundo quando avistou o curvar de lábios tão nostálgico. Era o primeiro sorriso que recebia desde que reencontrou o loiro.

- Que bom...

- Então... Sasuke - mirou o chão - onde ele está?

Não precisava dizer o nome, pois o moreno sabia exatamente de quem se tratava.

- Em um hospital não tão longe deste aqui.

- Você disse que ele era frágil de saúde né?- perguntou sem jeito.

- Isso. Ele tem uma doença cardíaca grave.- andou alguns passos e sentou ao lado de Naruto na maca.

- Doença cardíaca?

- É. Estamos seguindo com um tratamento enquanto aguardamos um transplante do órgão.

- Ah... Mas ele só tem...

- Três anos?- Sasuke o olhou nos olhos - É, apenas isso, mas é bastante forte e corajoso.

- Imagino...- O Uzumaki coçou a nuca desconcertado pelo olhar tão expressivo do outro durante a fala. Uma criança tão nova com uma doença tão grave provavelmente era bastante forte.

Ficaram em silêncio por um tempo, sem saber o que dizer. Tanta coisa passava pela cabeça de ambos, que era até difícil focar em um só pensamento.

Então Naruto rompeu o silêncio.

- Por que não me procurou antes? Por que não me contou sobre ele?- o questionamento foi recebido por um olhar indignado do moreno, cujo primeiro pensamento foi rebatê-lo com acidez, jogando todas as verdades na cara do rapaz. Mas assim que avistou um brilho úmido nas orbes azuis, não sentiu mais vontade de discutir.

- Eu tentei mais do que você imagina.- foi tudo que saiu de sua boca.

- Não sei o que pensar sobre tudo isso... Não sei o que fazer, por onde começar, nada.- parecia ficar nervoso conforme falava, sua mente girava e sua perna tremia.

- Você quer vê-lo? Pode ser um bom começo- questionou de repente e o loiro se sobressaltou.

- Hein?- arregalou os olhos.

- Posso te levar lá, sua moto ainda ficou lá no Café. Então podemos pedir um táxi aqui perto. Se quiser.- sugeriu.

- Mas, Sasuke- espantou- se.

- O quê? Não quer ir?- interrompeu- Tudo bem, talvez seja cedo pra você digerir tudo que lhe contei e...

- N-Não disse isso!- cortou - Eu quero, só que... Isso é tão chocante, temos mil coisas pra conversar.

- Quer conversar sobre tudo agora?- ergueu uma sobrancelha questionadora e Naruto refletiu.

- Não sei...

- Então vamos logo, antes que eu desista de te levar.

- Você não faria isso.- levantou-se da maca.

- Eu costumava pensar também que o antigo Naruto não faria muitas coisas que faz hoje.- o loiro travou ao ouvir a declaração indireta do ex.- Anda, vamos lá. Você precisa de mais tempo para se organizar?

- Não, só vou pegar a minha camisa e... Ops!

- O quê?

- Lembrei que ela deve estar suja de sangue por causa do tiro.- relembrou.

- Ah, imaginei. Bom, quando arrumei minhas coisas pra ir ver o Haruki, coloquei umas roupas.- Alcançou a mochila nas costas e abriu o zíper para retirar uma camisa- Aqui, pode pegar emprestada. Você tem uma estatura maior que a minha, mas... Acho que serve.

- Oh, obrigado.- pegou o tecido e desviou o olhar do de Sasuke para vestir a peça. Gemeu com a leve dor que sentiu ao erguer os braços no processo- É, ficou só um pouco apertada, mas está boa.

- Ótimo. Podemos ir?

O loiro ficou uns segundos pensativo com a pergunta do Uchiha. Não sabia se estava preparado para encontrar o filho dele, ou melhor, seu filho também.

Sem falar que tinha mil perguntas a fazer ao moreno. Por que ele não havia contado sobre o bebê? Por que não o procurou? Era tudo tão complicado quanto confuso.

Mesmo que tivesse ido embora para o intercâmbio, algo tão importante assim não deveria ser escondido de si.

O bebê tinha três anos, céus, havia perdido esse tempo todo.

Ainda que não se sentisse preparado para encarar o fato de ser pai, estava curioso para ver a criança. Talvez fosse outra oportunidade de esclarecer os maus entendidos do passado também.

- Vamos!- se ergueu da maca e deu passos vacilantes que fizeram Sasuke o olhar em uma pergunta muda sobre precisar de ajuda para continuar, mas ele seguiu porta fora e esperou o outro lhe alcançar.

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Todos já estavam deixando o evento em que Itachi fora contratado para trabalhar, o museu estava praticamente vazio, mas ele se negava a ir embora simplesmente porque a figura loira, levemente arrogante e de um encanto estrondoso rodopiava e dançava na calçada da portaria.

- Esse som que estamos ouvindo não está tão longe daqui. Se quiser, podemos ir lá juntos, parece uma boate aqui perto.- sugeriu sem conseguir se desvencilhar da ideia de sair com o rapaz.

- Está me chamando para outro encontro, Uchiha?- perguntou Deidara parando sua dança frenética.

- Ah, o que tivemos no museu não foi um encontro. Nos encontramos por acaso, portanto sim, quero te chamar para um encontro de verdade.

- Gosta de ser humilhado, senhor Itachi?- questionou sarcástico.

- Como?

- Não se sente humilhado em minha presença?

- Nem um pouco.- Aproximou- se do artista e pôs uma mão na cintura dele- Pensando bem, eu que te humilhei falando o nome do vinho chique e demonstrando como se trata as pessoas com educação e respeito. Não concorda?

- Hum...- Deidara fez uma expressão carrancuda, mas no fundo queria rir- Como disse?

- Além se arrogante, é surdo?- gargalhou.

- Só não te mando à merda, Itachi, porque...

- Eu sou lindo e sedutor? Eu imagino.- completou ainda sorrindo de canto e recebendo um revirar de olhos do loiro.

- Não vou nem te responder.

- Claro, não há o que rebater.- ajeitou o sobretudo e passou a mão nos fios que caíam sobre seus olhos- E aí? Vai querer ou não ir na boate?

- AF, tudo bem, se insiste tanto em ter minha ilustre companhia, vamos logo. Aliás, quero dançar em um lugar adequado.

- Como quiser.- mordeu o lábio para evitar dar mais risada, principalmente pelo pensamento um tanto profano que surgiu em sua mente ao escutar o que Deidara falou.

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Já estava ficando tarde e Mikoto se perguntava o motivo de Sasuke estar demorando tanto de chegar ao hospital para ficar com o filho. Itachi estava trabalhando e também não podia atender ligações suas.

Estava achando estranho, pois havia recebido uma mensagem do filho horas atrás que confirmava que assim que ele saísse do Café, iria direto para o hospital.

Cansada de andar de um lado para o outro no quarto do neto, a Uchiha resolveu se sentar na poltrona e observá- lo dormir tranquilamente. De certa forma, a imagem do garoto acalmava seu coração preocupado.

Haruki tinha jurado não dormir até que o pai chegasse para brincar com ele, mas acabou não resistindo ao sono.

Um catéter nasal ocupava o nariz dele e um medidor de frequência cardíaca prendia- se no indicador esquerdo, mas o garoto parecia tão sereno enquanto dava pequenos ronquinhos fofos. Mikoto sorriu.

Batidas suaves foram ouvidas da porta do quartinho e a mulher logo respondeu para que a pessoa entrasse.

Quando uma cabeleira semelhante à sua foi vista passar pela porta, a Uchiha finalmente pôde respirar tranquila.

- Sasuke! O que aconteceu, por que demorou?- levantou-se da poltrona buscando não elevar o tom de voz para não acordar o garotinho dorminhoco.

- Coisas bem problemáticas, mãe. Mas não se preocupe, eu tô bem.- disse abraçando a matriarca.

- Você que me parece preocupado. O que houve?

- Eu trouxe uma pessoa para ver o Haruki.

- Quem?- indagou confusa.

- O Naruto.

Mikoto arregalou os olhos.

- Você contou? Contou pra ele, filho?

- Devido às circunstâncias, eu precisei.- olhou para o chão meio melancólico.

- E como ele reagiu?

- Meio estranho, mas quis vir vê-lo quando eu sugeri.- virou o rosto na direção da cama onde o filho estava- Ele não aguentou me esperar de novo não é?- sorriu singelo.

- Estava cansado.

Ele sempre está, mesmo que não faça quase nada. Pensou Sasuke.

Naruto esperava do lado de fora do quarto com as mãos suando. Se falassem para ele dias atrás que estaria prestes a encontrar um possível filho, com certeza riria da pessoa.

Queria fazer mil coisas ao mesmo tempo nesse momento. Queria fugir do hospital, queria correr, mas também queria adentrar o mesmo cômodo que o ex estava e acabar de vez com seu nervosismo e curiosidade.

Mas também a sensação se perdeu quando o rapaz abriu a porta novamente, colocando apenas o rosto para fora e o mirando em silêncio antes de prosseguir.

- Pode vir, Naruto.- seu corpo tremeu ao ouvir a frase, porém, mesmo que receoso, se ergueu da cadeira em que esperava e respirou fundo.

A mãe do moreno era a única outra visita que estava alí além dos dois. O loiro desviou o olhar quando recebeu um semblante indiferente da mulher para si.

- Vou deixar vocês a sós.- pronunciou e se retirou do local.

O Uzumaki a seguiu com o olhar, virando o rosto para trás enquanto a mais velha girava a maçaneta para se retirar. Quando ela finalmente o fez, o jovem voltou- se para a frente de novo, vendo o antigo parceiro de sua vida não mais em pé ao seu lado. Ele estava sentado na única maca no centro do ambiente em tons de branco e azul claro, que continha alguns brinquedos coloridos espalhados pelo chão.

E foi aí que os olhos cerúleos se fixaram pela primeira vez na figura pequena embrulhada em cobertores grossos e quentes.

Caminhou lentamente até alí, com o coração batendo cada vez mais rápido, como se quisesse fugir de sua caixa torácica e sair pela boca.

Quando alcançou o leito, não sabia descrever o que sentia ao ver fios pretos bagunçados como os de Sasuke, bochechas grandes e rosadas e um nariz gordinho e fofo.

Prendeu a respiração diante de uma imagem tão adorável.

Tão adorável que quis chorar.

- Ele é... Meu?- a voz saiu falha pelas emoções que se afloravam a cada vez que olhava minuciosamente os detalhes do rosto pequeno e sereno- Como isso é possível?

O Uchiha não respondeu nada, mas não deixou de perceber o olhar mudado do loiro. Parecia bem diferente do que tinha visto desde que ele voltou. Parecia ter resquícios de vida novamente.

- Ele está bem?- fez outra pergunta assim que passou os olhos pelos aparelhos ao redor do garotinho.

- Sim, só está dormindo. Está tarde, ele geralmente pega no sono cedo.

- Ah...- levou uma mão tímida até o cabelo negro do menino, tocando com leveza - Oi, Haruki. Tudo bem?- desceu os dedos para as maçãs do rosto redondo e acariciou- Você é lindo...

Até então, o Uzumaki estava conseguindo segurar bem a emoção esquisita que preenchia seu interior. Mas quando esticou a outra mão para segurar a que era duas vezes menor que a sua, a primeira lágrima escorreu.

Inconscientemente, Haruki apertou seu dedo indicador, mesmo com o aparelho cardíaco atrapalhando sua mãozinha de se fechar completamente sobre o do jovem.

Um simples toque foi tudo que Naruto precisou para sair do seu estado de transe e estranheza, foi como um catalisador para seus sentimentos. Dessa vez, se permitiu chorar mesmo que o olhar escuro de Sasuke estivesse sobre ele.

Soube que não precisava de outra resposta, pois sentia...

Sentia conexão.

Sentia energia.

Sentia um laço.

E no momento em que o menor se remexeu murmurando um "papa", coçou o rosto e abriu os olhos com heterocromia para si, teve certeza.

Ele era seu filho.

Os diferentes olhos o encaravam meio estranhos e confusos, mas o loiro estava vidrado neles. Era como uma junção sua e do seu amor...

Ex amor.

- Papa!- Haruki despertou completamente, soltou a mão bronzeada que ainda segurava e olhou ao redor procurando por seu pai. Logo que avistou Sasuke, engatinhou até ele e se escondeu em seus braços- Quem é ele?- apontou para um Naruto ainda em choque.

O moreno fez um cafuné no cabelo do pequeno para o tranquilizar, antes de dizer. - Ele é... Um amigo do papai, Haru. Eu o trouxe para te conhecer, mas você estava dormindo, pequeno panda.- sorriu amistoso.

- Haruki tava com sono. Papai demorou.- disse antes de olhar de soslaio para o loiro atônito que não parava de lhe encarar como um bobo- Haruki não gosta de estranhos.

- Ei, eu disse que ele é um amigo meu, não é estranho, filho.- explicou, mas o menino ainda parecia inseguro com a presença do outro.

- Ele parece um dos gatos que eu gosto de desenhar. Tem marquinhas na bochecha e cabelo arrepiado, olha papa!- apontou ficando menos tenso.

- Pareço?- perguntou o Uzumaki de repente, fazendo o garoto se calar e voltar a abraçar o outro pai assim que ouviu sua voz. Naruto estava se sentindo mal por assustá-lo, só queria segurar aquela mãozinha novamente. - E se eu te disser que eu sou uma raposa na verdade, hm?

A atenção de Haruki foi novamente capturada por si quando falou a frase inusitada. As orbes curiosas o inspecionavam de cima a baixo e linhas suaves se formavam no cenho dele.

- Você é uma raposa?

- Ah eu sou. Mas poucas pessoas me viram nessa forma.

- Hm...- desceu o olhar bicolor para as próprias mãos meio tímido.

- Você quer me ver assim, Haruki?

- Uh... H- Haruki quer.- mesmo com a curiosidade, o semblante do pequeno ainda era de timidez pela presença de alguém novo.

- Tudo bem, só tem uma condição. Eu tenho que ficar feliz- sorriu quando obteve a atenção do menor novamente.

- Como?

- Eu... Posso te segurar um pouquinho?- observou a reação dele, caso notasse desconforto, não insistiria.

Haruki olhou para o pai que o abraçava, como se buscasse algum tipo de permissão ou alerta. Mas tudo que recebeu foi um aceno gentil do moreno, o incentivando a fazer o que queria e que não havia problema nisso.

Mesmo com a vergonha, o pequeno Uchiha deslizou dos braços de seu pai e engatinhou até o Uzumaki, que estendia mãos tremidas em sua direção. Chegou bem perto, procurando algum sinal de ameaça no rosto do loiro, mas não encontrou. Ele parecia seguro, então estendeu seus bracinhos para cima para ser pego pelo outro.

Naruto finalmente o pegou cautelosamente no colo, notando que não era tão difícil fazer isso. O menino ainda não conseguia olhá- lo nos olhos, então apenas o abraçou firme, sentindo o cheirinho gostoso que a maioria dos bebês e crianças pequenas exalavam.

Era como se o mundo estivesse parando nesse momento. Principalmente quando os pequenos braços circularam seu pescoço, tornando o amplexo ainda mais carinhoso.

Sentou-se na maca ainda abraçando o corpo da criança, conseguindo brechas para beijar- lhe o topo da cabeça.

Seu ex parceiro não dizia nada. Não queria furar a bolha dos dois em seu próprio mundinho, tudo que conseguia pensar era no quão fácil foi para seu filho abraçar uma pessoa que conheceu hoje. Era como se ambos sentissem o fio que os ligava.

- Você é macio.- ouviu seu bebê dizer ao loiro.

- Você também, bochechudinho.- falou Naruto sorrindo e derramando lágrimas incontroláveis.

- Por que tá chorando?- Haruki questionou ao observar o rastro molhado na bochecha marcada do homem que não conseguiu dizer mais nada - Papai sempre diz que eu alegro as pessoas com bitocas na bochecha. E, se está triste, Haruki pode te dar uma dessas, senhor raposa.

- Eu adoraria.- enxugou as lágrimas, não queria ficar chorando na frente do filhote. Mas sua expressão se iluminou quando recebeu um beijo na face.

O moreninho em seguida fugiu rapidamente de seus braços e voltou para os de Sasuke.

- Já pode virar uma raposa? O moço está feliz?- a pergunta foi seguida de um sorriso grande e engraçado.

Nunca em sua vida se sentiu flutuar da maneira que estava agora. Mesmo depois de ter feito coisas que considerava grandiosas, como o intercâmbio na França, mesmo tendo momentos incríveis, nada se comparava com a sensação de agora. Sentia- se aquecido em pleno quarto de hospital, observando as duas figuras a sua frente.

Sim, as duas. O Uchiha parecia ainda mais etéreo do que antigamente, segurando uma miniatura de ambos entre os braços.

Talvez, depois de tanto tempo, finalmente seria cem porcento sincero com seus sentimentos. Por isso, não pensou duas vezes quando respondeu:

- Mais do que eu esperava estar.

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Af pra mim esse capítulo combina muito com a música My Home, do Awin.🥺🤧







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