Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo -7

Depois de mil anos, cá estou eu. Kkkk

:):)

O sol já estava se pondo durante aquele final de tarde, tornando o céu uma mistura de cores em degradê que iam do vermelho ao amarelo com leves tons róseos espalhados junto às poucas nuvens brancas que estavam presentes.

Um carro dirigido por um dos motoristas de Hiashi, pai de Hinata, deixava a moça diante do portão da casa de Kushina Uzumaki novamente. A Hyuga havia tentado convencer o pai de que não precisava de um motorista para voltar, mas ele insistiu tanto que a fez revirar os olhos e apenas aceitar que o jeito superprotetor do pai continuava o mesmo de quando ela era apenas uma criança, exagerado.

Agradeceu e despediu- se de Tom, um motorista que parecia mais um saco de batatas envolvido em um terno preto engravatado e suando mesmo que o tempo não estivesse tão quente no horário. Hinata o mirou por alguns segundos, concluindo que ele destoava completamente da BMW preta que dirigia. Alguns carros nada tinham a ver com seus donos, engraçado, mas era um fato.

Quando o carro finalmente saiu dali e dobrou a esquina para voltar ao ponto de partida, Hinata adentrou a residência de sua sogra, visto que o portão de ferro estava aberto. Puxou sua pequena maleta de rodinhas pelo jardim até a porta da casa, avistando luzes já acesas no interior e deduzindo que a ruiva não deveria ter saído.

Bateu na superfície amadeirada e com a tinta levemente descascando e esperou, não demorando a ouvir os passos apressados de Kushina para abrí- la. Quando o fez, a Hyuga logo notou os cabelos escarlates da mulher presos em um coque alto e desajeitado, com muitos fios caídos sobre a testa, sem falar que ela também usava um avental amarelo coberto por farinha de trigo.

Ao avistar quem estava em sua porta, um sorriso largo pintou os lábios de Kushina que já se preparava para abraçar a garota, mas parou quando viu sua nora erguer a mão direita para cima em um pedido mudo para que não a encostasse suja de trigo.

- Oh! Mil perdões, querida, fiquei tão empolgada ao vê-la que me esqueci que há minutos atrás eu estava preparando uma massa de bolo salgado.- falou abaixando o olhar para o avental salpicado de farinha tentando eliminar a metade dando alguns tapinhas no tecido.

- Tudo bem, eu percebi pelo seu estado.- riu abafado enquanto a olhava de cima a baixo com um semblante divertido.

- Vamos, entre!- sinalizou saindo da frente para dar passagem à garota para a sala de estar- Não sabia que viria hoje, achei que fosse ficar mais tempo com seu pai. - disse fechando a porta e tirando o avental.

- Ele bem que queria que eu ficasse, mas estava me sufocando com tanta pergunta e palpite sobre minha vida, então eu quis vir pra cá mais cedo.- jogou- se no sofá, cruzou as pernas e apoiou a cabeça em uma das mãos.

- Ah claro, os pais sempre se preocupam bastante com seus filhos, querida. É compreensível essas atitudes dele, afinal passou 3 anos morando em outro país. Eu mesmo tenho minhas preocupações com Naruto, faço tudo para que ele tenha uma vida melhor que a minha.

- Sim, talvez isso seja compreensível, mas ainda assim me sufoca.- disse olhando ao redor percebendo Kushina andar até a geladeira e retirar uma jarra de água para encher um copo- Aliás, onde está o Naruto?

- Lá em cima, está tão quieto que suponho que esteja tirando um cochilo desde que chegou do trabalho.- Andou novamente até Hinata - Está com sede?

- Não, obrigada. Inclusive já vou subir para vê-lo, com licença. - se levantou do móvel acolchoado e se dirigiu para a escada que levava ao quarto do Uzumaki.

Deu dois toques suaves na porta para, caso ele estivesse mesmo dormindo, não o acordasse no susto. Porém estava enganada, pois assim que bateu, ouviu um "entre" seco e quase sussurrado que a fez franzir o cenho de imediato.

Pôs a cabeça para dentro do cômodo assim que abriu a porta e avistou o loiro sentado na cama com um livro em mãos, mas não estava realmente o lendo. Em vez disso, apenas mirava a janelinha aberta de seu quarto com um olhar pensativo e o rosto sério.

Entrou de uma vez e fechou a porta atrás de si, olhando o loiro distraído a sua frente por alguns segundos antes de falar.

- Oi, Naru.- saudou, fazendo Naruto piscar algumas vezes como se tivesse acordando de seus pensamentos e voltando a realidade, finalmente percebendo a garota em seu quarto.

- Oh... Oi, Hina.- sorriu sem graça e sem vontade, levando os olhos azuis para os pés inquietos da namorada e notando a insegurança de que provavelmente ela estava percebendo que havia algo estranho consigo.

- Sei que não avisei que viria hoje, então acabei pegando você e sua mãe desprevenidos. Desculpe.

- Não precisa se desculpar, Hina, isso é besteira.

- Hum, se você diz...- caminhou da porta à cama de Naruto, o abraçando antes de se sentar ao lado dele e passar a mão nos fios dourados do rapaz enquanto ele fechava os olhos e aproveitava- Naru?

- Ahn?

- Você está bem? Me parece tão... Perdido em pensamentos.

- Eu estou.

- E o que aconteceu? Quer me contar? Posso te ajudar no que eu puder.- recolheu a mão pousando- a em seu colo enquanto observava atentamente as expressões preocupadas do Uzumaki.

- Aconteceu sim, Hina.- ergueu o rosto para olhar bem nos olhos da Hyuga- Só não sei o que você vai pensar quando eu contar.

- Nossa, é tão sério assim? Que foi, já perdeu o emprego que acabou de conseguir?- falou em um tom de humor e um curvar de lábios que imediatamente se desfez ao notar que o olhar de Naruto para si continuou impassível - Tudo bem, pode falar, tô aqui pra te ouvir.

- Lembra que te falei que fui em uma festa na casa da minha amiga Ino?- perguntou e logo a garota de cabelo preto azulado assentiu- Lá eu encontrei...

- O quê?

- Lá eu encontrei o Sasuke novamente.

Ah, claro...

- E isso te incomodou de novo? - perguntou cautelosa.

- Você sabe que estar no mesmo espaço que ele já me incomoda.

- Sim, e o que fez? Saiu da festa que nem fez aquele dia no café?- cruzou os braços e ergueu uma sombrancelha questionadora.

- Hinata!- exclamou.

- Naruto!- se você tiver feito isso, eu vou te socar até parar de ser infantil.- murmurou séria.

- Não... Não fiz isso. Na verdade eu descobri uma outra coisa.- revelou abaixando os olhos novamente.

- E o que foi?

- Bom... O Sasuke tem um filho.- olhou rapidamente para captar a expressão de Hinata, mas abaixou os olhos na mesma velocidade com que ergueu.

- Hein? Um filho?

- Isso.- Era tão estranho revelar algo tão sério para sua namorada. Se sentia completamente sem graça.

- E isso te magoou?

- Não é isso, Hina. A questão é que ninguém que estava lá na festa quis me dar mais informações sobre essa criança e eu achei tudo isso muito suspeito.

- Suspeito? Mas como ass...- Hinata parou sua própria fala após um pensamento rápido como um raio passar por sua mente a deixando incrédula. E aí notar Naruto levar os dedos polegar e indicador para apertar a ponte do nariz, percebeu o que o loiro estava imaginando até então.- Naruto... Você não está pensando que...

- Sim, estou. - segurou firme as mãos da morena entre as suas antes de continuar- Hina, eu acredito que exista a possibilidade do filho do Sasuke ser meu. Mesmo que eu tente imaginar que durante três anos, ele pode ter tido outros relacionamentos, nada vai me dar total certeza de que esse filho não é meu até que eu tire essa história a limpo. Você me entende?

Hinata o olhava ainda inexpressiva e de certa forma incomodada com tal situação. Desde que tinha voltado com o namorado para a cidade natal, o passado o rondava como uma sombra que ele não conseguia desviar por mais que tentasse. E tudo isso acabava atingindo a própria Hyuga e a deixando confusa demais.

Desde que entrou em um relacionamento com o Uzumaki, a morena estava disposta a fazê-lo passar pelo trauma da traição do passado, mesmo tendo a ciência de que talvez a relação não fluísse como esperava. Porém, achava que tudo só estava aumentando na cabeça de Naruto, as lembranças, os incômodos, alguns arrependimentos que sabia que no fundo ele devia ter por não ter dado ouvidos ao Uchiha quando o flagrou na cama com outra.

E quando Hinata achava que a situação não poderia se complicar mais, surge o boato de um possível filho. Como o ajudaria a lidar com isso sem se enfiar ainda mais nessa história junto a ele? Sem mergulhar ainda mais em um laço que não a incluía? Tudo sempre dizia respeito apenas ao Uchiha e a Naruto.

Sasuke o perseguia.

O passado o rondava.

Uma completa sombra.

- Hina?- chamou o loiro ao notar a namorada com um olhar vago.

- Desculpe, me distraí. Então você pretende falar com o Sasuke?- perguntou com um olhar lateral que mirava o chão.

- Eu preciso. Deve haver alguma razão para nenhum dos colegas dele querer né dizer nada sobre essa criança. Talvez ele mesmo tenha pedido para não contar.

- Sim, talvez...

- Hina, me diga se está tudo bem pra você que eu vasculhe um pouco mais essa história. Não quero que fique se sentindo insegura.

- Não estou, Naru. Só estava refletindo algumas coisas que não vêm ao caso agora. Se você acha que essa criança pode ser seu filho ou filha, vá em frente e tire essa história a limpo.- inverteu a posição das mãos para que fossem as dela a segurar as maiores do loiro - Não se preocupe, a gente sempre acha uma solução. Independente de como seja, sempre buscamos o que é melhor para nós dois, não é?

Naruto assentiu mirando as mãos claras entrelaçadas às suas. Hinata era alguém tão inteligente e sensata, que fazia- o se sentir indigno de tê-la em sua fútil vida. E mesmo que o que sentisse por ela não chegasse a ser amor, era algo que não queria perder por estar agindo como um idiota. Ela era uma amiga, uma luz no fim do túnel.

- Eu vou encontrá-lo essa noite.- por fim declarou soltando o ar que nem percebeu ter prendido. Estava com receio de magoar a garota trazendo Sasuke novamente à tona, porém ela não parecia que iria o julgar ou tentar fazê-lo mudar de ideia. Ela só se levantou do colchão e concordou apenas uma vez com sua fala.

🥀🌺💮🏵️🌻🌸🌷💐

A noite havia chegado na cidade de Montreal, trazendo consigo um clima mais úmido e frio. Dessa forma, Itachi resolveu vestir um sobretudo preto acompanhado de calça e camisa de mesma cor para comparecer no museu Masterpiece, um dos mais conceituados da região, sem falar na beleza e imponência que o prédio rústico exibia junto à iluminação presente em seu interior. Tudo remetia à arte e criatividade quando se tratava do local. A única coisa que Itachi não achava nada inovador era o nome, mais óbvio impossível.

O Uchiha mais velho normalmente não ficava ansioso quando tinha mais um dia de trabalho, até porque fazer reportagens já tinha se tornado algo comum em sua rotina. No entanto, essa noite em específico tinha um tom diferente, fazia seu estômago sofrer com um leve friozinho. Não queria associar tal nervosismo ao recente artista que conheceu quando foi fotografar o local onde um futuro estúdio de arte seria erguido em breve, mas não tinha muito como negar o misto de ansiedade e animação que sentia enquanto estava em pé na entrada do museu prestes a entrar. Sabia que provavelmente uma certa pessoa estaria lá dentro.

Respirou fundo e apertou a câmera fotográfica de trabalho que estava pendurada em seu pescoço com o auxílio de uma faixa preta. Estava alí para registrar a exposição de quadros famosos no museu, teria muita gente importante lá dentro, não poderia perder tempo com distrações. Com esse pensamento, entrou no Masterpiece mostrando seu convite e seu crachá de funcionário da imprensa e logo deixou a recepção para trás e seguiu para um dos grandes salões do edifício.

Tudo era tão bonito, a decoração minimalista com toques suaves e elegantes enquanto quadros de expressões diversas se prendiam às paredes e esculturas exóticas pendiam do teto junto às decorações chiques e brilhantes. Era, ao ver de Itachi, um pouco caótico tudo aquilo, mas era um caos bom e que ironicamente trazia paz. Gostava de museus e artes.

Ao descer o olhar das esculturas do teto, reparou nos burgueses alí presentes, como imaginou que estariam. Madames com roupas caras e jóias exorbitantes desfilavam pelo salão, algumas sozinhas, mas a maioria acompanhada de grandes nomes canadenses, desde artistas que estavam alí para expôr suas obras, até políticos como o próprio prefeito da cidade.

Este último estava acompanhado de sua esposa, o que fez Itachi querer rir ao lembrar que recentemente o jornal onde trabalhava havia publicado uma notícia polêmica sobre um possível caso do homem com uma de suas funcionárias, apesar de não ser surpresa um político infiel. O prefeito fora flagrado pela câmera de um jornalista enquanto agia de forma íntima demais com uma moça em um dos restaurantes mais simples da cidade, talvez para que tentasse passar despercebido entre o proletariado.

Quem olhasse apenas a foto registrada naquele dia, talvez não achasse grande coisa. Poderia não ser uma prova tão eficaz, porém outros flashes captaram Senhor Danzou mais vezes com a mesma dama, não deveria ser algo tão simples.

Itachi também não achava que era simples, era claro como água que o homem tinha mesmo uma amante na qual tentava, sem tanto esforço assim, esconder. E não que o jornalista tivesse nada a ver com a vida de Danzou, porém que atirasse a primeira pedra aquele que nunca julgou o próximo, mesmo que em pensamento.

E tudo era ainda mais cômico para o Uchiha. Ao observar que o prefeito exibia a esposa Kaguya vestida como se fosse o próprio lustre de sua residência para os paparazzis alí presentes. Além disso, trocavam beijos "apaixonados" como se quisessem pôr fim aos rumores indesejados de um casamento instável.

Só restou ao moreno revirar os olhos.

Bando de hipócritas narizes empinados, Pensou.

Mas seguiu adiante com o que deveria estar fazendo desde o início, ergueu a câmera e fotografou as artes alí expostas. Eram muitas, adoraria ter a companhia de seu assistente de sempre, Konohamaru, para o ajudar, mas recentemente a cidade tem tido muitos eventos que exigiam a presença de vários jornalistas e, provavelmente, o garoto deveria estar em algum outro trabalho do tipo. Portanto veio sozinho e sem o menor receio de estar diante da alta sociedade.

Enquanto flashes e mais flashes saíam de sua máquina, foi girando o corpo para captar o máximo de imagens. Até que parou bruscamente e abaixou a câmera de seu rosto ao notar uma cabeleira conhecida de uma pessoa de costas para si. Não tinha como não se lembrar. Era Deidara, o artista que viu outro dia.

Caminhou a passos lentos para o balcão onde bebidas eram servidas e algumas pessoas estavam sentadas esperando, entre elas, aquele que lhe chamou atenção.

Mesmo que receoso, sentou-se em um banco alto e vazio que estava exatamente do lado do loiro. Ele estava virando uma taça de vinho para degustar com graciosidade o líquido e Itachi achou adorável a maneira que o dedo mindinho dele se erguia ao segurar o corpo da taça de cristal.

- Vai ficar me olhando assim como se fosse um psicopata?- disse Deidara tão de repente que Itachi sobressaltou- se em surpresa, não esperava um questionamento assim do nada, mas sorriu de canto com a pergunta exagerada direcionada a si.

- O psicopata gostaria de experimentar deste mesmo vinho.- falou ainda sorrindo enquanto erguia a mão para o garçom para pedir apenas uma taça da mesma bebida do loiro, que não demorou a chegar.

Deidara o olhou discretamente, reconhecendo o moreno de cabelos longos e negros. Era o jornalista que tinha o olhado de um jeito estranhamente bobo quando foi fotografar o local de seu estúdio.

O assistia sob os cílios longos e claros cobertos por várias camadas de rímel e percebeu que até que ele estava elegante naqueles trajes completamente pretos. Estava diferente do outro dia, o que era óbvio já que eram ocasiões totalmente distintas.

O viu se servir da própria taça, levando- a aos lábios com certa pressa e acabando de uma vez com o líquido violeta do recipiente.

Bufou para a atitude nada elegante e revirou os olhos. Só alguém que não conhecia bebidas chiques bebiam tudo de uma vez sem sequer degustar o primeiro gole.

- Penso que seria melhor nem se servir desse tipo de bebida se não sabe apreciá- la.- falou de forma azeda e debochada que só se acentuou quando acompanhada da atitude de levar uma mecha comprida e loira de seu cabelo sob os olhos para trás da orelha.

- Tem razão - disse Itachi, pousando a taça sob o balcão após terminar de beber o conteúdo - Cabernet Sauvignon 1883, um clássico.

Deidara não escondeu a reação incrédula e Itachi teve que morder o lábio inferior para segurar a vontade de rir da face desacreditada dele ao ouvir o nome do vinho sair de sua boca.

- O quê? Não imaginou que um cara como eu experimentasse bebidas famosas?- apoiou o queixo em seu punho olhando fixo para o rapaz ao lado.

- Bom... Foi uma surpresa saber.- desviou o olhar desconcertado.

- Mas não está de todo errado, eu provei dessas bebidas poucas vezes. Imagino que você tenha o paladar mais apurado para essas coisas do que eu.

- De fato, tenho que concordar. Eu já estive em muitos eventos como esse.

- Ah com certeza.- respondeu se virando no banco para ficar de frente com o outro, finalmente ganhando sua atenção completa- Falando nisso, suas obras estão expostas aqui essa noite?- perguntou curioso.

- Não, a exposição é de outros artistas. Fui apenas convidado a comparecer.

- Nossa, o protagonista fazendo papel de coadjuvante?- debochou para provocar o artista.

- Como disse?- Tentou fazer a pergunta de forma controlada, mas Itachi notou o rubor de irritação nas bochechas claras. Ele era fácil de ser provocado pelo visto.

- Calma, foi só uma brincadeira, loirinho. Foi apenas uma forma de dizer que estamos no mesmo patamar essa noite.

- Hum.

- Você parece se irritar facilmente. Ou o problema sou eu?

- Por que seria você?

- Você não pareceu ir muito com a minha cara desde que me sentei aqui. Ou melhor... Desde que nos vimos daquela vez que tirei umas fotos suas e fiz umas perguntas sobre seu futuro estúdio.

- Não me julgue, você ficou me encarando demais.- finalmente terminou de beber o vinho e pôs a taça no balcão ao lado da de Itachi.

- Desculpe, eu só... Nada, deixa pra lá.- olhou ao redor percebendo que o volume de pessoas dentro do museu só aumentava - Bom, acho melhor eu voltar ao trabalho, jornalistas como eu não ficam sentados por muito tempo.

Quando se levantou do balcão para sair, Deidara segurou sutilmente na manga de seu sobretudo negro.

- Se importa se eu lhe fizer companhia Mr tarado?- indagou com um sorriso delineando os lábios finos e rosados que não passaram despercebidos por Itachi, porém, achou mais decente desviar o olhar para não fazer mais jus ao apelido que acabou de ser chamado.

- Eu deveria negar, não gosto de pessoas petulantes ao meu lado, mas vou abrir uma exceção porque você parece estar tentando se redimir da maneira hostil como me tratou.- falou com um falso tom de indignação.

- Oh não me diga...

- Pois digo.- sentiu de imediato um soco leve que o outro deu em seu ombro esquerdo.

- Bem, acho melhor começarmos de novo.- Itachi o encarava tentando entender a fala, mas a dúvida não durou muito quando o viu erguer a mão em sua direção - Oi, sou Deidara, o artista famoso.

O Uchiha não segurou a risada diante da apresentação - Prazer, artista famoso! Me chamo Itachi, um simples e humilde jornalista- apertou a mão menor que a sua, erguendo-a para beijar seu dorso e em seguida começar a andar pelo salão cheio do museu.

🌺💮🏵️🌻🌸🌷💐🥀


Sasuke balançava impacientemente uma caneta em sua mão enquanto tinha os cotovelos apoiados no balcão de pagamento do Café em que trabalhava. Estava ficando sonolento por esperar o último cliente do local se levantar da mesa e ir embora, mas o homem parecia degustar seu donut na maior preguiça do universo.

Até os funcionários já tinham ido para casa, no ambiente tinha apenas o Uchiha e o cliente faminto e preguiçoso. Dessa forma, Sasuke pôs a caneta próxima a uma caderneta no canto do balcão quando notou que o homem finalmente se erguia da cadeira e mexia na carteira para pagar o que consumiu.

Graças a Deus, pensou aliviado.

O cliente pagou a quantia exata, sem gorjetas e se retirou a passos lentos como aparentemente fazia em quase tudo, Sasuke deduziu. Era interessante imaginar como era a vida da pessoa apenas por suas simples ações cotidianas. Aquele cliente parecia ser um completo tédio.

Saiu de trás do balcão retirando o avental azul piscina que usava em serviço e, depois de remover a pouca sujeira do chão com uma vassoura, fechou as cortinas das janelas e virou a placa pendurada na porta de "aberto" para "fechado". Ao voltar novamente para trás do balcão, abriu o caixa e recolheu o dinheiro que havia ganhado no dia, separando uma quantia para comprar algo para Haruki e, depois colocando o resto em sua carteira prestes a guardar na bolsa.

Até que um novo movimento na porta de entrada chamou sua atenção e quase deixou a carteira cair ao avistar seu ex namorado Naruto acenando para que abrisse a grande porta de vidro.

De início, não soube como agir, ficando estático por alguns segundos até perceber que o Uzumaki realmente queria entrar para falar algo importante.

Caminhou inseguro até a porta, abrindo- a receoso e fitando os olhos tão familiares a sua frente. Notou que o semblante de Naruto parecia diferente das outras vezes que o viu desde que chegou. Parecia mais... Suave e apreensivo. Por um momento, imagens nostálgicas do loiro invadiram sua mente, o fazendo piscar os olhos algumas vezes para desmanchá- las rapidamente.

- Naruto. - disse simples e sem humor.

- Olá, Sasuke. Será que poderíamos conversar um instante?- enfiou as mãos no bolso da calça verde militar que usava.

- Sobre?

- Algo importante. Se me deixar entrar, garanto que vou ser bem direto.- assegurou olhando firme para o moreno, que em seguida se afastou um pouco da porta para dar passagem a si.

Dirigiram- se à mesa mais próxima da saída. O Uzumaki se sentou primeiro e sinalizou para que Sasuke fizesse o mesmo.

Olharam- se por minutos que pareceram longos e tensos demais, o arquiteto não sabia por onde começar aquela conversa, embora tenha dito com segurança que seria direto.

Seu ex o olhava com certa frieza nas orbes negras que há anos atrás costumavam ser a causa de calor em seu coração. Talvez ele não fosse o único a mudar sua essência.

O engraçado era que aquele a quem sempre chamou de amor estava ainda mais bonito do que se lembrava. E era como se isso só se acentuasse cada vez que o encontrava em um momento inoportuno da vida.

Sasuke pensou até em oferecer algo para Naruto se servir enquanto conversava, mas analisou bem e concluiu que ele não merecia nenhuma cortesia de si.

- Bom, pode começar a dizer. - entrelaçou os dedos das mãos que estavam postas na mesa e esperou o pronunciamento de Naruto.

- Bem... É...- não sabia por quê, mas a expressão gélida do Uchiha estava o deixando desconfortável para perguntar aquilo que tanto o inquietava.

- O quê?- incentivou.

- Tá, vou falar de uma vez- respirou fundo e apertou o próprio punho que estava em seu colo - É verdade que você tem um filho?- jogou a indagação que caiu como uma bomba no colo do ex, fazendo-o imediatamente arregalar os olhos e tremer o lábio inferior da boca entreaberta.

- C-Como?- apertou os nós dos dedos, os tornando esbranquiçados.

- Eu sei que é verdade, Sasuke, ouvi comentarem na festa de Ino. Ninguém quis me dar informações, mas eu sei que você tem um filho.

- Informações? Quais você queria?- conseguiu se controlar e perguntar transmitindo calma em sua voz.

- Sasuke...

- Por que isso lhe diria respeito, Naruto?- uma ruga desenhou seu cenho transformando seu semblante em um pouco amigável.

- Sasuke...

- O quer que eu diga? Hein?

- A idade da criança.- a frase saiu quase como um sussurro e seu olhar não desviou do moreno que abaixava a cabeça enquanto era questionado.

A mente do de cabelos negros estava uma bagunça. Como assim o Uzumaki surgia do nada com esse questionamento? O que deveria responder?

A verdade, óbvio. Foi o que tinha dito a Sakura e a sua mãe que faria, mas agora que olhava o rapaz de tez bronzeada e sérios olhos azuis, fraquejava. Era como se sua língua embolasse e sua voz sumisse.

Quando teve Haruki, queria mais do que tudo dizer ao loiro que era pai, mas fora ignorado anteriormente, então qual o sentido de tentar novamente depois do nascimento de seu bebê? Provavelmente teria sido deixado de lado novamente porque Naruto não aguentava nem olhar na sua cara ou lembrar de sua existência.

Ele tinha ódio.

Ódio por algo que nem o próprio Sasuke lembrava que tinha feito.

Se é que tinha mesmo feito algo naquela noite melancólica e confusa.

Mas ele sentia em seu âmago que tinha algo errado desde aquele dia, mesmo que nunca tenha descoberto o que realmente aconteceu. Sabia, no fundo sabia que jamais trairia seu amado e que todas as atitudes que o loiro tomou desde o flagrante daquela noite foram todas baseadas em conjecturas.

- Eu...- apertou os olhos incerto do que diria. E em um movimento brusco, se levantou da cadeira, ficando em pé diante do arquiteto para enfim continuar - Naruto, eu...

Nem conseguiu finalizar a frase, pois um barulho estridente se fez presente no ambiente, fazendo ambos virarem suas cabeças na direção do barulho alto. Na entrada do Café, uma porta de vidro era quebrada e um homem encapuzado e armado surgia com pressa.

Não precisaram raciocinar muito. Era claramente um assalto.

Naruto paralisou e Sasuke tremeu frente ao grandalhão que se dirigia diretamente ao caixa com um revólver prateado em uma das mãos.

- Vou falar só uma vez - sua voz era cortante como uma faca afiada - Quero todo dinheiro desse caixa dentro desse saco- ergueu a outra mão que segurava um plástico preto e grande.

- O caixa está vazio, senhor.- revelou o Uchiha temeroso.

- Oh, jura? Acha que eu sou idiota? Sei que já deve ter guardado em outro lugar. Então vai lá e pega ou eu vou precisar apontar esse revolver para sua cabeça?- esbravejou inquieto.

Ao ouvir aquilo, o moreno já ia se dirigindo imediatamente a uma mesa de canto, onde tinha colocado sua bolsa com o dinheiro do caixa. Estava quase alcançando, quando ouviu Naruto se levantar da mesa com a própria carteira e celular erguidos na direção do assaltante.

- Aqui, leva as minhas coisas. Tem uma boa quantia aí, só deixa ele em paz.- falou tão sério, que Sasuke se assustou com a atitude arriscada.

O homem grande e de olhos castanhos olhou o loiro de cima abaixo antes de começar a rir freneticamente.

- Desculpa, rapaz, mas não me contento com pouco. Quero tudo que tem aqui e agora.- virou-se para o Uchiha- Anda, moleque! Pega a porcaria desse dinheiro logo!- gritou apontando a arma carregada. Já não tinha mais o sorriso irônico no rosto.

Sasuke continuou seguindo até a mesa, pegando sua bolsa com as cédulas e virando novamente na direção do homem com tremor nas pernas por estar com a arma mirada bem na direção de sua cabeça.

O assaltante puxou bruscamente a bolsa de tecido escuro da mão do rapaz e começou a vasculhar para conferir se havia mesmo dinheiro alí dentro.

Durante o processo, precisou abaixar a arma para procurar no interior do tecido e foi tempo suficiente para o Uzumaki erguer uma das cadeiras de madeira e atingir as costas do bandido com toda a força que encontrou em seus braços devido ao desespero. O homem gritou de dor e foi ao chão, sendo obrigado a soltar a arma no processo. O objeto letal deslizou até os pés do Uchiha, que relutou, mas devido ao reflexo, abaixou- se para pegá-la e acabou levando um chute no rosto do dono dela.

O ladrão foi hábil em recuperar a posse da arma de fogo, mesmo que ainda sentisse a dor da pancada que levou do jovem loiro atrás de si.

- Filho da mãe, vou te matar por último, por que antes quero ver você sofrer por ser um canalha impulsivo.- disse o estranho entredentes.

Olhou para o Uzumaki com ódio estampado nas íris e se voltou novamente para o de cabelos escuros, atirou para o teto antes de mirar o cano metálico na direção do peito do rapaz.

Ao notar o que ia acontecer, Naruto se desesperou e se pôs na frente de seu ex apressadamente e sem pensar direito.

Foi como um flash quando a bala deixou a arma e atingiu em cheio o ombro do arquiteto, pintando de vermelho a camisa branca que ele usava. Também foi como um flash quando uma viatura com dois policiais gritando "Parado, erga as mãos para cima" "Se renda" estacionou diante o Café. Algumas pessoas que passavam pela rua paravam para ver o furdunço que se formava alí.

O homem encapuzado ergueu os braços aborrecido e se dando por vencido antes de ser algemado pelos policiais enquanto Sasuke segurava Naruto por baixo dos ombros, pois ele parecia fraco para se manter em pé.

Olhou nos olhos cansados do rapaz ferido e sentiu o coração apertar. Uma gota de suor escorria das têmporas repletas de fios claros.

- Precisamos de uma ambulância!- gritou para o policial de cabelo platinado que havia ficado alí enquanto o parceiro conduzia o preso para a viatura.

- Tudo bem, senhor, vou contatar a emergência agora mesmo. Sou o policial Kakashi Hatake, aliás.- apresentou- se.

- Obrigado, Senhor Hatake.- agradeceu Sasuke enquanto enxugava o suor de Naruto e pressionava o avental no ombro perfurado dele- N- Naruto... O que foi fazer?

- Ele ia te matar, Sasuke.- fechou os olhos fazendo uma expressão de dor.

- Você ia morrer, Uzumaki. Ficaste louco?- sentiu os olhos marejarem pelo choque da realidade o atingir depois da ficha cair.

- Você lembra, Uchiha?- perguntou suspirando pesado.

- Lembrar? Do quê?

- Eu disse que não voltaria, ai!- grunhiu ao sentir o moreno afastar o avental e em seguida pressionar novamente em seu ombro machucado- Não voltaria a deixar nada de ruim acontecer com você de novo depois daquele dia no cinema.

- O-Q...

Sasuke estava perplexo ao ouvir aquela frase do passado sair novamente pela boca de Naruto. Ele tinha pensado em protegê-lo como sempre fazia quando namoravam. O Uchiha ficou sem palavras diante daquilo, e mesmo que quisesse falar, o que diria? Um obrigado?

Não.

Não parecia suficiente nem para si nem para o loiro ensaguentado em seus braços.

Poderia ter morrido hoje e ele também. Tudo se apagaria em um piscar de olhos por causa de um cara qualquer que invadiu o Café.

Tudo se apagaria. Não haveriam verdades nem mentiras que importassem depois que estivessem mortos.

Pensar no quão efêmero as coisas podem ser aflige o ser humano, e por isso muitos tentam se enganar sobre o fator morte ao longo da vida ou talvez esqueçam que um dia tudo pode simplesmente virar poeira.

Com todas essas divagações, Sasuke tocou o rosto de Naruto forçando- o a abrir os olhos que se fechavam pela dor que ardia em seu braço inteiro por causa do tiro.

- Haruki.- segredou curto, simples. E como um choque, o jovem ferido abriu os olhos com as íris dilatadas.

- C- Como?- perguntou ofegante.

- O nome dele é Haruki. Ele tem três anos e um coração frágil que precisa constantemente de cuidados.- continuou a fala sem nem mesmo piscar, absorvido pelo momento, com um sorriso sutil na face.

De repente, foi como se a dor de Naruto se tornasse irrelevante quando escutou as frases que saíam dos lábios de seu ex. Continuou atento ao que ele dizia, mesmo com o barulho alto da sirene da ambulância se aproximando do local.

- Haruki- enxugou uma lágrima teimosa que escorreu por sua bochecha pálida- Meu bebê.

Os olhos azuis pareciam ter escurecido conforme embargavam com a nova revelação. Estava delirando pela dor do tiro? Ou realmente estava escutando praticamente Sasuke dizer...

- Seu filho, Naruto.

.
.
.
.
.




Ele revelou🤧🥺





Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro