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Capítulo 33

Lentamente, os dias se alastraram, tão cheios de neve e frio quanto qualquer outro dia de inverno em International Falls.

Uma presença nesses dias me deixou leve e não tão triste.

Mesmo tendo minha própria amostra grátis de primavera perambulando menos de dois metros à minha frente, sentia que o frio em mim era mais forte que tudo aquilo e fica mais forte a cada menos um dia de inverno.

Sentado sobre o balanço de pneu, observei Brie cantarolar timidamente uma das músicas que estavam em seu script. A letra dizia que aquele homem precisava se livrar dos sentimentos que podem feri-lo. Brie fechou os olhos quando a mulher na mesma canção disse não se importar se ele morresse sem seu amor; seus olhos apertados diziam que ela se importava, sim.

— Mas, e se esse sentimento for amor? — interrompi.

Me lançando um olhar fuzilador, Brie parou de cantarolar e gesticulou para a neve.

— Você acha que se esse amor machucá-lo, ela, a mulher, se sentirá bem? — perguntou.

Balancei a cabeça negativamente.

E se isso que eu sinto por Brie for parecido com o que o homem sente? Se ele me machucar tanto quanto venho me machucando todos esses anos sem a presença dele? Arriscar ou ignorar? Olhei para Brie, para sua forma totalmente contrária à paisagem – isso me entorpeceu.

— Acho que ele deveria se ferir um pouco aceitando o amor, para, mais tarde, não sucumbir totalmente ao ignorar a existência dele — disse Brie, gesticulando em minha direção como se as palavras fossem para mim, não para o homem da música.

Balancei-me para frente e para trás, esperando Brie esquecer minha pergunta e voltar a ensaiar sua peça.

Como ela sabe exatamente o que eu penso? A teoria de que ela é um de nós ainda não saiu da minha mente.

***

Sentamos lado a lado sob uma pequena extensão de telhado, sobre uma toalha de bolinhas verdes estendida no chão nu. Brie segurou minha mão, sempre do mesmo modo furtivo, e a colocou sobre seu joelho. Seus dedos nus e quentes rastejaram lentamente por minhas palmas gélidas.

— Porque vocês são tão frios? — perguntou em sussurros, com medo de dispersar a calma do fim de tarde. Odeio falar sobre nós, vampiros, mas agradeci mentalmente por ela tocar num assunto ao qual eu possa responder sem me virar no avesso.

— Nicholas disse que nosso sangue não é nosso, ele provém do que bebemos; ele perde o calor ao sair de seu continente biológico. Então, como não há como aquecer o sangue uma vez que já o tenhamos consumido... — balancei a mão e Brie entendeu todo o resto. — Somos como iguanas, animais de sangue frio. No entanto, não podemos nos aninhar numa pedra e nos aquecer com o sol, assim, permanecemos frios até o fim de nossas vidas eternas — dei um sorrisinho sarcástico. — Falando a verdade, acho que nem mesmo o Dracula sabe porque somos frios.

— Ah — ela arqueou as sobrancelhas como se acabasse de se lembrar de algo. Então me fez outra pergunta a qual não sei necessariamente qual é a verdadeira resposta. — O Dracula existiu mesmo?

— Talvez sim, talvez não — dei de ombros. — Ele ainda pode estar vivo, quer dizer... Não necessariamente vivo. É complicado — cocei a parte de trás da cabeça, subindo a mão, livre do toque de Brie, no ar para apanhar uma migalha de neve. — Mas, se for real e não mais uma ficção criada por algum humano que conheceu parcialmente um de nós, Dracula deve ser um original. Ele nasceu vampiro. É mais rápido. Mais forte...

— Rápido, quanto?

— À nível de teletransporte — pisquei.

Brie pareceu empolgada com minhas palavras. Sorriu.

— Mas há uma coisa que talvez seja mentira na maioria dos filmes sobre ele: Dracula não deve parecer mais velho que Nicholas.

Mountain guardou essa informação torcendo os lábios.

— Ele se controlaria ao sentir cheiro de sangue humano?

Não respondi. Sei tão pouco sobre nós para não sentir que sou realmente um vampiro... Talvez eu seja outra coisa. Quem sabe uma mutação?

Brie também não se importou com a falta de resposta. Seus dedos traçaram uma linha até meu pulso.

— Sua pele é tão pálida. Nicholas não parece tão pálido assim.

— Deve ser aquele vinho que ele toma — brinquei.

Um arrepio nasceu onde as pontas de seus dedos me tocaram. Meus músculos parecem se espremer também, como se estivessem com medo de que o roque atravesse a pele.

— Nicholas é seu pai? — perguntou Brie.

— Não — desajeitado e tentando não pensar muito nos dedos quentes subindo meu antebraço, respondi. — Nick está mais para... Tutor. Quem dera meu pai fosse ao menos um terço do que Nick é. A vida humana teria sido tão mais fácil e... Talvez a vida imortal também fosse.

Tenho quase certeza que minha visão saiu de foco, pois tive dificuldades em ler a penumbra nos olhos de Brie. Ela estava lembrando de seu próprio pai, ou triste ao me ouvir falar sobre a indiferença do meu?

— Quem era seu pai? — a pergunta me atingiu dura, como uma pedra.

— Eu... Não... Sei — concentrei-me em ler as bordas das minhas botas.

— Não sabe? Mas como...?

— Meu pai nunca me mostrou o que havia sob sua carapaça. Acho eu, que o Senhor Herbert DeVerot, era mesmo aquela ambulante casca seca e oca. Tornava qualquer tentativa de aproximação um trabalho para Einstein resolver — tive vontade de gritar CHEGA!, mas preciso disso, preciso me livrar da imagem dele, preciso de alguém para dizer que ele apenas estava confuso de mais para se preocupar com seu único filho, que havia alguma coisa boa que ele havia feito e eu não percebi. — Vovô, o pai da minha mãe, disse uma vez que Herbert era confuso pelo que sofreu quando jovem. Seus pais morreram quando ele ainda era criança.

— Ele te batia?

Uma ótima pergunta.

— Não — disse após revirar todos os arquivos intitulados Herbert DeVerot, o que durou alguns segundos. — Meu pai nunca ergueu um dedo para me atingir. Mas seus castigos sem motivo ou circunstâncias sempre foram bastante severos.

— Papai é sempre muito bom comigo e com meu irmão, Billie. Ele quase surtou quando Billie disse que iria fazer faculdade na Itália — as mãos de Brie pararam subitamente.

Meu corpo gritou por mais afastamento, enquanto minha mente sussurrava para ela continuar com o movimento circular e cálido em meus pulsos.

— Papai não soube superar a perda de mamãe — continuou Brie. Lentamente ela ergueu a manga dos meus agasalhos e estudou a pele um tanto azulada. — Nenhum de nós superou. Mas ele não sabe como continuar.

— Passei muito pouco tempo ao lado da minha mãe — comecei, sentindo o vento gélido do início da noite soprar na pele desnuda. — Fui mandado para um internato quando tinha oito anos e em todos os oito anos que vivi em casa, mamãe estava doente o bastante para ninguém poder vê-la.

Brie deixou sua mão se demorar um pouco mais ali, bem próximo ao meu cotovelo. Aquilo seria um carinho reconfortante se eu não fosse o que sou.

— Ela morreu quando eu tinha catorze anos — fechei os olhos, ainda assim conseguia ver a forma de Brie, parada, sentada bem a meu lado. Tentei deixar os arquivos todos fechados, tentei, tentei. — Parece que meu mundo desabou aos catorze. Ela se foi. William se foi. O mundo se foi.

— William?

— Meu amigo, o único amigo que eu tive em toda a minha vida — sorri triste. Os arquivos rastejaram, sozinhos, vagarosamente, como se fantasmas estivessem puxando-os. — Até mesmo após essa dose de eternidade.

— Sinto muito — sussurrou. Sua mão subira sobre o casaco, parando poucos centímetros do meu pescoço.

Meu corpo começara a perder a voz.

Brie se permitiu aproximar-se mais quatro centímetros. Naquele instante, com sua respiração tão próxima a meu rosto, eu quase a deixei, quase, quase, quase... Mas lá estava o vampiro, dentro de mim, batendo em minhas paredes, gritando absurdamente alto.

Recusei o toque, impulsionando-me para longe, permanecendo sentado.

— Não vá embora outra vez — ela segurou meus dedos, apertando-os entre os teus de maneira demasiadamente louca.

— Então não repita isso! — exaltei-me, permitindo que minha voz, a voz do vampiro dentro de mim, se elevasse. Se ela soubesse o quanto isso me fere, o quanto me coroi, justamente por eu não poder corresponder... Eu queria abraçá-la e dizer que nunca iria embora, que usaria toda a minha imortalidade para ouvi-la. Mas... ARGH! ELA NÃO SABE O QUE É SER UM MONSTRO!

— O que? Sou tão horrível assim para não merecer um único toque? — ela se ergueu, parecia pronta para abrir a porta e desaparecer entre as paredes da casa. — Não sou digna de você, Ace? Eu só queria te sentir, só queria saber se você é mesmo real, se tudo o que eu vi não foi apenas uma loucura...

— Eu sou real — Brie não ouviu essas palavras, tenho certeza, pois ela gritava mais alto a cada segundo.

— Você sente pena de nós, não é? Você sente pena da minha vida, sente pena de não podermos fazer metade da porcaria que você faz. Eu deveria dizer ao mundo que vocês existem, que você, Ace... — engoliu seco, embasbacada com minha expressão nitidamente triste.

— Você não sabe o que eu sinto — minha voz suavizou-se. Me ergui na velocidade natural de um vampiro. Brie piscou ao me rever cinco metros longe dela. Longe... Não era assim que eu queria estar. — Você não sabe o quão duro é isso. Não sabe o quão duro é suportar sua presença e tentar ignorar para continuar aí, ouvindo o que você tem a dizer!

Perplexa, Brie abriu a boca para dizer alguma coisa. Me antecipei e parei bem a sua frente, observei ela sobressaltar-se.

— Você não sabe o que é isso, Brie. E talvez não deva saber — lhe virei as costas humanamente. — Tudo isso foi apenas um erro. Eu errei.

Errei.

Muito.

Lentamente, me afastei, e só me dei o luxo de parar quando estava longe o suficiente para, ao olhar para trás, ver apenas o tom esverdeado do cachecol da Brie.

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