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Capítulo Vinte e Sete

Quando os membros do conselho saíram e apenas cinco pessoas restaram na sala, Giovora aplaudiu. "A última vez que vi Lenard tão puto foi no dia que o Lucas questionou a sexualidade dele por encarar ele demais."

Soren suspirou audivelmente enquanto fitava Liza. "E eu pensei que estávamos livres de cenas exageradas durante a ausência dele."

"Não seja tão rabugento," Naomi parecia estar de bom humor. "Agora temos uma chance de recuperar a aliança com os Hattori e trazer Lucas de volta."

"Será que Shiyo realmente vai aceitar participar disso?" O suíço perguntou, seu longo cabelo loiro caindo em suas costas.

Elizabeth se apressou em assentir, mas a voz gélida de Kyle contrariou seu gesto, "Não."

"Por que não?" Liza perguntou, levemente irritada. Tudo bem, Kyle era pessimista, mas aquilo não lhe dava o direito de acabar com as suas esperanças.

"Sem o seu irmão pra fazer a cabeça do Shiyo, ele não vai ajudar Prevail."

"Bom, eu duvidaria disso depois dos acontecimentos de hoje." Giovora murmurou em um tom significativo. "Ela pode manipular os outros muito bem quando quer."

"Estamos falando de Shiyo Hattori," o cenho de Kyle estava franzido. "Líder do clã Hattori, amigo de infância de Jasiel. Lucas provavelmente descobriu algum ponto fraco dele, algo que o obrigasse a nos ajudar, mas agora ele foi pego pela Alpha, e não temos mais vantagem nenhuma."

A sala ficou silenciosa novamente, enfatizando a razão do homem. Em todos aqueles anos, Lucas nunca revelara seu truque. Ninguém ali sabia o porquê de Shiyo sempre acabar cedendo aos pedidos do jovem, mas conseguiam imaginar que era algo grande. Mas agora, sem ele, como conseguiriam algo do líder do segundo clã mais proeminente do país?

Elizabeth naturalmente tinha consciência daquilo, mas não iria desistir agora. "Não importa de quem ele é amigo ou inimigo, precisamos da ajuda dele."

Kyle fixou o olhar sombrio na jovem mulher, o que a fez estremecer. "Precisamos de dinheiro, não dele."

"Ah, e qual é a sua sugestão?" Liza apoiou as mãos sobre a superfície gelada da mesa, "Depender do clã Lohmann? Lenard acha que Lucas é uma perturbação, não quer mover um dedo pra salvar ele."

O homem contraiu o canto direito da boca, a escura pinta alojada logo abaixo denunciando suas origens. "Ele não está errado em pensar assim."

Liza ficou sem fala por três exatos segundos, "Qual o seu problema?! Meu irmão arriscou a vida por nós naquela noite, nessa droga de plano que vocês meteram ele! Eu não ligo se você o odeia, eu vou trazer ele de volta com ou sem a sua ajuda, nem que—"

"Seu irmão é uma perturbação, Elizabeth," Kyle em nenhum momento elevou seu tom, "Porque ele é a conexão entre Prevail e Shiyo, uma ameaça tanto para Lenard como Jasiel. O clã Lohmann quer nos controlar há cinco anos, sem sucesso por essa aliança. Jasi sabe que o clã Hattori nos ajuda em segredo, ele não é cego."

Naomi se levantou da cadeira, suas feições espantadas. "Você está insinuando então..."

"Pegaram o Lucas de propósito," Kyle afirmou, seu tom firme. "Porque Jasiel sabe que ele é a ponte entre o clã Hattori e Prevail."

"Mas ninguém fora de Prevail sabe disso," Giovora interveio, suas sobrancelhas erguidas. "E Shiyo não deixaria isso vazar, ele não quer que a Alpha descubra que ele é um traidor."

"Há um espião em Prevail," Soren deduziu, seu semblante ríspido. "Um espião no Conselho."

Liza estava surpresa pela súbita descoberta, mas sentia a tensão do local. "A Alpha está infiltrada em Prevail?"

"Não estou surpresa," Giovora balançou a cabeça, seus cachos negros dançando. "Na noite do plano tive que ajudar Kyle, mas Josiah estava lá. Os homens de Jasi estavam atirando pra matar, mas ele disse que não atingiram Lucas."

"Não faz sentido, Jasiel não sabia que Lucas estava vivo." Kyle interveio, "Eu vi a cara que ele fez quando o viu."

"Eles podiam estar procurando pelo negociador," Naomi teorizou. "Mas não sabiam quem era."

"É possível." Soren entrelaçou as mãos sobre a mesa. "Mas Jasi naturalmente não mataria Lucas, mesmo que ele não fosse o negociador. Descobrir que ele estava vivo o deixou intrigado, sentindo que não estava tão à frente quanto pensava. Não significa que a Alpha saiba que ele é o negociador."

"Eles sabem." A voz de Kyle era firme. "O enviaram para o Êxodo faz dois dias."

As reações espantadas de todos presentes só serviram para aumentar o peso no coração de Elizabeth. "O que é Êxodo?"

Mesmo visivelmente abalada, Naomi sinalizou para que Liza se sentasse novamente. "Êxodo é... uma clínica da Alpha."

"Uma clínica?" Elizabeth perguntou, desconfiada. "Por que levariam Lucas para uma clínica?"

Soren viu que Naomi estava se esforçando para não desabar e continuou, "Não se trata de uma clínica médica, e sim de um local de tortura disfarçado."

"Estão tentando tirar o segredo de Shiyo de Lucas." Giovora adivinhou, suas feições agora enraivecidas. "Ou por qual outra razão Jasiel o enviaria pra lá? Ele já sabe tudo o que acontece em Prevail."

Kyle assentiu em aprovação, mas o olhar frio de Soren estava sobre ele. "E como você descobriu isso?"

"Fui investigar ontem, disseram que no dia anterior um carro chegou escoltado ao Êxodo. Eles nunca têm essa cautela levando prisioneiros, por isso a suspeita, além do momento ser óbvio. Jasi está tentando descobrir a ligação entre Prevail e o clã Hattori." Kyle falou.

Já não havia nenhum traço da prévia felicidade em Liza por ter vencido Lenard no conselho. Ela ficou sentada em silêncio, seu olhar sem brilho algum. Pensar que o homem que matara sua família agora estava torturando o único membro que restara dela a deixava sem ar, sem chão.

"Eliza," A voz de Naomi soou pelo cômodo, ligeiramente sentimental. "Não se preocupe, vamos marcar uma reunião de urgência com Shiyo o mais rápido possível, nós—"

"Hoje." Elizabeth levantou o olhar, a dor era visível ali. "Eu vou encontrar ele hoje."

"Não podemos nos precipitar," Soren interveio, seu tom um tanto suave. "Precisamos fazer preparativos, ver quem irá com você como seu guarda-costas. Estamos em um momento de tensão com o clã Hattori, não podemos ser descuidados."

"Mas todo mundo sabe que o Shiyo não deixa qualquer um entrar na base sagrada dele, Lucas sempre foi sem proteção." Giovora pontuou enquanto enrolava um cacho nos dedos da mão. "Já vai ser um milagre se deixarem ela entrar sozinha."

Liza abriu a boca prestes a dizer que poderia ir sem qualquer auxílio, mas a voz rouca de Kyle se pronunciou primeiro. "Ela não vai sozinha."

"Você quer ir?" Soren perguntou, notavelmente intrigado com aquele cenário.

"Eu vou." O homem afirmou, suas feições sérias. "Shiyo não irá impedir a minha entrada."

Naomi continuou com o interrogatório, incrédula. "Você vai para a base Hattori?"

"Sim." Kyle respondeu, levemente emburrado com tanto questionamento.

"Você, Kyle Petrov, quer ir pra base Hattori por pura e espontânea vontade?" Insistiu Giovora com um sorriso provocativo fixado nos lábios.

Kyle levantou o olhar para a ômega, seu cenho franzido de maneira sutil. "Isso."

Elizabeth não precisou ponderar para ler o ambiente; Kyle repudiava o clã Hattori e tudo o que o envolvia, estava claro que a base de Shiyo era o último lugar que ele iria querer pisar. A jovem lançou um olhar significativo para o homem, mas este retribuiu o gesto desviando o olhar com frieza.

"Sem dúvida uma surpresa." Naomi continuou, "Mas já conversei com você sobre agir em campo sozinho, Kyle. Mesmo que esteja querendo ajudar, nos avise quando for sair."

"Sim, senhora." Respondeu o homem sem qualquer aborrecimento, seu respeito pela mulher nítido.

"Eu quero dirigir." Giovora disse.

"Tudo bem, Giovora." Naomi abanou a mão na direção da mulher, e a mesma sorriu. "Já resolvemos quem vai, mas não é só isso. Precisamos de uma apresentação formal para o novo acordo, com cláusulas e tudo."

"Esse documento, além de tudo, deve ser excepcional para convencer o clã Hattori." Soren complementou, "Isso levará alguns dias para ficar pronto."

Liza sentiu o coração acelerar. "Não podemos ficar esperando e deixar o Lucas na mão da Alpha, eu conheço ele. Nunca que ele vai revelar esse segredo, Jasi vai perder a paciência se não formos rápidos e tirarmos ele logo de lá!"

"Isso é verdade." Giovora concordou, "Vocês sabem que o Lucas tem o dom de tirar a paciência das pessoas."

Naomi suspirou abaixando o olhar, Soren negou com a cabeça. "O adiamento mais breve possível dessa reunião é amanhã, e isso só vai acontecer se alguém escrever, revisar e entregar essa apresentação ainda hoje." O suíço fitou todas as pessoas na sala, seu olhar nada otimista. "Alguém aqui conhece alguém capaz de realizar essa proeza?"

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

"Ah, vocês estão falando de um contrato formal?" Lorenzo perguntou ao analisar as condições pré-estabelecidas que Elizabeth escrevera em um papel. "Não é tão difícil de fazer."

No quarto de Kyle, Naomi e Soren observaram o menino por alguns segundos. "Quantos anos essa criança tem?"

"Oito anos e dois meses." Enzo respondeu para o suíço, seu tom calmo como sempre.

"Isso é sério mesmo?" Giovora perguntou da porta com uma expressão levemente debochada. "Com essa idade eu não sabia nem ler direito, imagina fazer isso."

Naomi assentiu. "Estamos falando sobre algo sério aqui, sem um documento convincente essa viagem será em vão."

"Ele consegue." Kyle disse, ganhando um meio sorriso de Lorenzo. "É muito inteligente."

"Ah, é?" Giovora fitou Enzo e ergueu as sobrancelhas, cruzando os braços. "Me diz então, o que é um contrato?"

"Depende, existem vários tipos." Lorenzo começou, seu tom sereno. "Mas de uma forma geral, um contrato é um pacto jurídico ou não que tem o objetivo de gerar obrigações entre as partes envolvidas. Acredito que o contrato que vocês estão se referindo se trata de um contrato plurilateral oneroso comutativo, que consiste em mais de duas partes participantes e todas elas obtêm proveitos, mas todas fazem sacrifícios. Comutativo significa que as cláusulas estão determinadas desde a criação do contrato, o que reforça a integridade do acordo."

Exceto por Kyle e Liza, todos os adultos presentes no quarto estavam impressionados. "Menino, vem comigo."

Enzo seguiu Soren para fora do quarto, recebendo uma piscadela de Elizabeth no caminho. Naomi seguiu o exemplo, provavelmente indo preparar os papéis do contrato. Giovora estava escorada na porta, ainda surpresa pela esperteza do garoto. Ao notar o clima entre as duas pessoas ali, porém, ela se endireitou.

"Ah, vocês vão brigar?" A ômega sorriu com os cantos dos lábios e segurou a maçaneta da porta. "Vou dar privacidade pra vocês."

Assim que a porta foi fechada, a tensão no quarto se fez ainda mais presente. Lucca e Ava estavam ausentes, provavelmente no refeitório tomando o café da manhã. Liza encarou Kyle, mas este evitou o olhar dela.

"Quem te contou sobre a reunião?"

A tom severo de Kyle não a surpreendeu. "A Giovora, porque se dependesse de você eu nunca ia saber."

"Você sabe o que você fez?" O homem perguntou, suas feições irritadas. "Você sabe o perigo em que se meteu arrumando essa reunião?"

"E você?" Elizabeth rebateu, não soando amigável. "Por acaso fez alguma coisa pra ajudar?"

"O que você acha que eu fui fazer ontem?" Kyle finalmente fixou as íris azuis na jovem, "Estava descobrindo onde ele estava."

"Ah, se não é o Sherlock Holmes." Liza debochou, mas revirou os olhos quando viu a expressão desentendida de Kyle. "O que adianta descobrir onde ele está e não fazer nada?"

"E quem disse que eu não ia fazer alguma coisa?" Kyle a encarou com frieza enquanto se aproximava, "Acha que precisamos mesmo daquele merda do Shiyo?"

"Quando você vai parar de achar que pode fazer tudo sozinho?" Elizabeth franziu as sobrancelhas e fitou o homem alto à sua frente. "Não vê que estamos sem renda nenhuma? Ainda mais para bancar um resgate em território da Alpha, só ter pessoas não é o suficiente."

"E tinha que ser logo ele?" Kyle riu com escárnio, "Logo o cara que ferrou com esse mesmo plano na primeira vez. Ninguém acha estranho aquilo ter acontecido naquela noite? Ninguém sequer cogitou que ele podia estar de complô com o Jasi e por isso ferrou com tudo?"

Liza abriu e fechou a boca, hesitando por alguns segundos. "Mas não faz sentido, não ouviu que o Shiyo perdeu o irmão no massacre também?"

"Perdeu o irmão mas ganhou a liderança." Kyle parecia decidido em sua suspeita, "Mas todo mundo ignora isso."

"De qualquer jeito, não podemos fazer isso sozinhos." A jovem voltou a frisar, "Independente dessa intriga entre Prevail e Alpha, recuperar Lucas é nossa prioridade."

Kyle ficou em silêncio por um tempo, depois se virou e andou até a porta. "Eu também pensava assim, mas o erro deles custou a vida de todos os que eu lutei para proteger."

O homem saiu do quarto, deixando Elizabeth e sua consciência pesada para trás.

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

Lorenzo terminou o contrato antes mesmo do prazo. Folheando o documento de cinquenta e sete páginas, Liza não encontrou um erro sequer. Naomi elogiava o menino sem parar, já Soren apenas observava afastado, os olhos brilhando. Até mesmo Lenard não fez nenhum comentário desnecessário quando os papéis foram apresentados para o conselho, mas o grupo nem em sonho imaginava que um menino de oito anos tinha sido o autor daquilo.

Com o acordo em mãos, Elizabeth quis partir o mais rápido possível. A base do clã Hattori era longe, um dia inteiro de viagem, e por aquela razão Naomi decidiu que eles partiriam naquela mesma noite. As crianças ficaram tristes com a partida de Kyle e Liza, mas prometeram se comportar e cuidar de Amon-Rá na ausência dos dois adultos.

O trailer foi o veículo escolhido para a longa viagem, e era ali que Elizabeth estava sentada, esperando Kyle e Giovora buscarem a gasolina para a viagem no grande refúgio de Prevail. O céu já estava estrelado, e o canto afastado das cigarras preenchia o silêncio noturno. Observando o grande prédio que servia como casa para tantas pessoas, Liza desejou que aquela não fosse a última vez que ela pisasse naquele lugar.

De repente, a jovem se lembrou de algo e se levantou. Ela correu até a construção, ignorando o olhar curioso das pessoas à sua volta. Minutos depois ela chegou ao quarto de Kyle, agora vazio. Arrastando a porta de correr do armário para o lado, ela revirou algumas roupas até seus dedos finalmente tatearem o que Elizabeth tanto procurava: um colar de prata com um pingente em formato de ômega.

Se lembrando de como havia ganhado aquele acessório anos atrás, a expressão de Liza suavizou. Estava cansada de se sentir triste, vazia por algo que ela não podia controlar. Não conseguia trazer sua família de volta, mas podia lutar por quem ainda estava ali.

Determinada, ela deixou o prédio.

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

"Não era pra eu estar dirigindo?"

Giovora estava encostada no vidro da janela com feições tediosas. Já estavam na estrada por um considerável período de tempo, e Kyle não havia largado o volante desde então. Elizabeth estava encolhida no pequeno sofá compactado do trailer, cochilando ocasionalmente. O céu arroxeado estava agora começando a clarear, indicando que eles já viajavam por pelo menos seis horas.

"Quando a formiguinha levou um tiro, você me deixou dirigir." Giovora insistiu.

Kyle apenas grunhiu alguma coisa, mas seus olhos calculistas observaram a jovem que aparentava estar adormecida no sofá. "Mas agora ninguém levou nenhum tiro."

"Você realmente saiu da linha naquele dia." A ômega lembrou, e parecia estar sorrindo. "É tão estranho e raro ver você desesperado, chega a parecer mentira."

"Não foi tanto assim."

"Você estava tremendo, Kyle!" Giovora empurrou o homem emburrado, rindo.

Kyle não respondeu, mas o coração de Liza acelerou por alguma razão. Lorenzo havia dito que, após ela ser atingida pelo capanga de Jasiel, Kyle o matou sem dó. Logo depois ele foi atrás de Giovora, fazendo-a dirigir enquanto ele e o menino estancavam o sangramento da bala. Elizabeth já tinha visto ele irritado, triste e até mesmo sem jeito, mas nunca assustado. Antes de todas as confusões que eles vivenciaram e depois, nunca ouviu ninguém dizer que Kyle sentira medo ou exasperação em suas missões.

Antes que Liza pudesse se afundar em seus pensamentos, um barulho foi ouvido ao fundo do trailer. Giovora encarou Kyle, e o mesmo estacionou o veículo com facilidade, tirando uma arma da cintura. Elizabeth fingiu acordar naquele momento e se sentou no sofá, encarando os dois ômegas em silêncio. A mulher alta sinalizou para a jovem ficar em silêncio enquanto segurava uma arma de choque na mão livre.

Kyle então foi andando em passos silenciosos até o quarto do trailer, Giovora logo atrás. Mesmo sabendo que era arriscado, Liza seguiu os dois, sua respiração tensa. Se alguém estivesse mesmo ali, suas intenções eram impuras; do contrário, por que prevalecera oculto por tantas horas? Quando Elizabeth teorizou que o intruso era o espião infiltrado em Prevail, Kyle abaixou abaixou a arma.

"Thomas?"

O bebê estava sentado com as mãos no chão, provavelmente depois de uma queda. Ainda não tinha o equilíbrio necessário para ficar de pé, por isso vivia caindo. Levantando os olhos marejados de cor de avelã para os três adultos, Tom balbuciou alguma coisa e começou a chorar, arrancando um sorriso de Liza. O choro do bebê nunca era agudo, mas sim puxado para um tom manhoso, o qual derretia o coração de quem quer que estivesse ouvindo.

"Quem trouxe ele aqui?" Giovora perguntou com desconfiança na voz.

"Ele ta aprendendo a andar," explicou Liza. "Mas como ele entrou aqui sem ninguém ver?"

O foco de Kyle, porém, não estava no bebê. "Por que esse gato veio também?"

Seguindo o olhar do homem, Elizabeth avistou uma cauda peluda embaixo da cama. Segurando o riso, ela estalou os dedos e chamou o felino, fazendo o mesmo sair dali. "Ele provavelmente veio comer a ração que alguém não tirou daqui."

O alguém citado pareceu se ofender, "Vai me dizer que o gato desceu quase trinta andares pra comer ração no trailer?"

"Ava vive com ele na mão," lembrou Liza. "E ela trouxe ele quando veio se despedir, deve ter o soltado em algum momento. Amon-Rá então veio para o trailer, e o Tom tem mania de ficar seguindo ele pra todo lugar."

Vendo que a jovem provavelmente tinha razão, o homem resmungou alguma coisa e pegou o bebê que não mais chorava do chão. Apesar de sonolento, Thomas parecia alegre em ver eles, se inclinando para segurar o cabelo de Liza. Observando os três, Giovora sorriu maliciosamente.

"Certo, cuidem do filhinho de vocês que eu vou dirigir agora." A mulher disse já se dirigindo ao banco de motorista e ligando o trailer. Kyle já estava esgotado por ter dirigido durante a noite, então não se opôs. Ele entregou o bebê para Elizabeth sem a olhar e foi se deitar na cama, emburrado. A jovem franziu o cenho para o homem mas também o ignorou, indo se sentar no banco do passageiro.

Tom abraçou o pescoço de Liza e bocejou, sendo aninhado por ela em seguida. Observando o bebê sonolento com o cabelo levemente despenteado, Elizabeth se sentiu em paz pela primeira vez naquele dia.

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

[3200 palavras]

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