Capítulo Vinte e Oito
Parados à frente de um grande portão envolto de uma muralha, os três adultos dentro do veículo não emitiram som algum. O céu noturno e não estrelado dava um ar ainda mais sombrio para a noite gelada, arrepiando todos os pelos presentes no corpo de Liza.
Quando Kyle estava prestes a descer do carro, uma luz intensa atingiu o trailer. Através de olhos cerrados, Liza notou que o clarão vinha de uma moderna cabana de vigia camuflada. A silhueta de um homem surgiu da iluminação, segundos depois. Era visível que o mesmo estava armado da cabeça aos pés, totalmente preparado caso eles apresentassem qualquer tipo de ameaça.
"Clã?" O homem uniformizado perguntou ao chegar na janela do trailer, sem baixar sua guarda.
Giovora apenas puxou a manga preta do braço esquerdo e indicou a tatuagem ômega. O vigia franziu o cenho e puxou uma espécie de comunicador da cintura, murmurando alguma coisa para a pessoa na outra linha. Seus olhos, porém, ainda estavam fixos na desconhecida. Após receber uma ordem ríspida como resposta, o homem abaixou o aparelho e balançou a cabeça negativamente.
"Nosso mestre informa que não deseja qualquer contato com Prevail no momento, vocês devem se retirar."
Liza, quem espiava por entre os bancos, engoliu em seco ao confirmar que os dois grupos estavam mesmo em um conflito interno. Giovora balançou a cabeça pronta para argumentar, mas Kyle foi mais rápido.
"Diga ao seu mestre que Kyle Petrov deseja uma reunião de urgência com ele."
O vigia pareceu surpreso por um momento e voltou a se comunicar com o parceiro na outra linha, mas a resposta não mudou. "Meu mestre ainda deseja que vocês se retirem. Se não cooperarem, seremos obrigado a abrir fogo."
Giovora ergueu os cantos dos lábios com escárnio, mas Kyle ainda não tinha usado todas as cartas em sua manga. "Fale que viemos em nome do negociador."
A expressão na face do homem endureceu, mas ele ainda assim passou o recado para quem quer que estivesse do outro lado. Após algum tempo em silêncio, a esperada resposta veio. Elizabeth, quem afagava Amon-Rá, estava tão nervosa que sua respiração estava desregulada. O gato peludo, por sua vez, não parecia nada feliz com a força que sua dona estava o segurando, balançando sua cauda felpuda freneticamente.
"Meu mestre autorizou a entrada, mas exige que Kyle Tobiah Petrov faça um reconhecimento facial." O vigia indicou a cabana de monitoramento, "Me siga."
Kyle então desceu do carro e acompanhou o homem para a cabana próxima dali. Liza soltou o felino e foi se sentar no banco do passageiro, agora desocupado. "E se fizerem alguma coisa com ele?"
"Apesar do Kyle demonizar os Hattori, eles não são tão ruins como você pensa." Liza se surpreendeu com a resposta da ômega, esperava que ela tivesse os mesmos princípios de Kyle. "Mas isso não significa que você deva baixar a guarda, principalmente perto de Ansel Lohmann."
"Ansel Lohmann?" Liza franziu o cenho, "Quem é esse? É parente do Lenard?"
"Irmão mais novo." Giovora suspirou, "Eles não se falam desde que Shiyo meio que adotou o Ansel quando ele tinha apenas dez anos de idade, na época que o pai deles morreu. Ninguém sabe o real motivo da adoção, mas os dois não gostam nem de ouvir o nome um do outro."
O clã Hattori era um tanto fechado, mas Liza já tinha ouvido falar que Shiyo tinha um filho adotivo, ela só não esperava que ele fosse o irmão de Lenard. "Ele é arrogante igual o irmão?"
"Não, pior do que isso, ele é charmoso." A mulher balançou a cabeça com um sorriso preguiçoso, "Ele tem um belo sorriso, mas se tiver que te matar, vai fazer isso com ele nos lábios."
Liza engoliu em seco ao ouvir aquilo, e nem mesmo o tom divertido de Giovora aliviou a tensão. Kyle voltou naquele momento, interrompendo a conversa das duas. O grande portão à frente deles começou a se abrir, partindo o grande emblema com a insígnia do clã Hattori ao meio. Era uma junção de dois pilares envolvidos por uma serpente que rastejava de um para o outro, fazendo com que a mistura dos elementos formasse a letra H.
Giovora deu a partida no trailer, "Não sei o porquê deles pedirem um reconhecimento facial quando você já tem essa pinta Petrov no queixo."
Kyle resmungou alguma coisa para ela, mas Elizabeth achou graça do comentário. Toda vez que olhava para o rosto do homem aquela marca de nascença sempre lhe chamava a atenção; a jovem achava aquilo um charme. Enquanto pensava satisfeita que nunca admitiria aquilo em voz alta, Liza se surpreendeu com o tamanho da base Hattori.
Vários prédios medianos tomavam lugar ali, todos do mesmo tamanho e mesmo formato. A cor branca das construções dava um ar empresarial para o local, apesar do toque obviamente asiático nos telhados escuros. As ruas estavam praticamente desertas e a maioria das casas estavam escuras, provavelmente todos dormiam. A área comercial surgiu logo após eles deixarem o ambiente residencial para trás, e depois o lugar onde estavam alocadas as empresas, o qual ainda estava ativo naquele horário, tomou o campo de visão deles. A base era totalmente autônoma, não precisava de qualquer intervenção de fora.
"Estranho a casa do maior aliado da Alpha ser tão fechada, como se estivessem com medo de alguma coisa."
A observação de Giovora fez sentido para Liza, mas foi Kyle quem respondeu. "O clã Hattori sempre foi fechado assim, é a cultura deles."
"Qual é, Kyle." A ômega indicou o retrovisor do trailer com a cabeça, "Os caras estão na nossa cola feito cachorros."
Liza olhou para o espelho na lateral do carro e viu que eles estavam mesmo sendo seguidos de perto pelo trajeto, erguendo as sobrancelhas. "Parecem apreensivos."
"Jasi provavelmente sabe que eles nos ajudaram no plano da mansão." Giovora balançou a cabeça. "Eu também não ficaria calma se estivesse na situação deles."
Logo eles avistaram uma mansão ao longe, envolta de outro muro menor, porém revestido com uma cerca elétrica quase transparente. Os guardas que guardavam o portão liberaram o trailer, provavelmente clientes da visita inesperada. A construção atrás da segurança era simplesmente magnífica: lembrava os prédios anteriores, mas muito mais cultural.
O telhado com beiral cobria toda a mansão, sua cor escura contrastava as paredes brancas. Várias colunas de madeira firmavam o lugar onde o líder do clã e seus subordinados moravam, deixando o lugar com um toque japonês que era impossível de não ser notado. Assim que eles estacionaram, um guarda se aproximou para escoltar os três.
Liza notou o brilho do chão polido de madeira antes mesmo de pisar nele, notando que quase tudo no local era revestido do mesmo material. Como uma boa descendente de asiáticos, a jovem apreciava a cultura oriental, mas infelizmente a passagem do grupo pelos corredores foi rápida demais para que ela pudesse observar todos os detalhes. O guarda parou quando chegaram em uma espécie de painel feito de algum tipo de papel translúcido emoldurado em uma armação de madeira.
Outros dois seguranças pareciam aguardar a chegada deles, e um deles revistou as três pessoas. Quando se certificou de que eles não portavam qualquer ameaça, o outro guarda arrastou cuidadosamente o painel para o lado, revelando uma sala ampla com algumas pessoas de características japonesas ali. Um homem de terno estava sentado no centro, suas feições eram neutras. Do lado direito estavam outros cinco senhores de idade vestidos em quimonos e sentados em linha reta, provavelmente eram conselheiros.
Mas de todas as pessoas presentes na sala, o homem alto em pé ao lado direito de Shiyo foi quem mais chamou a atenção de Liza. Ele vestia um terno inteiramente preto, sem gravata. Seu cabelo penteado para trás tinha uma um belo tom de loiro caramelado, e sua pele tinha uma aparência jovial invejável. Era simplesmente o homem mais bonito que a jovem já tinha visto. Ao notar que era encarado, Ansel Lohmann fitou Liza e ergueu levemente o canto direito de seus lábios.
Ele tem um belo sorriso, mas se tiver que te matar, vai fazer isso com ele nos lábios.
Liza estremeceu e desviou o olhar, seu coração acelerado. O guarda que havia os acompanhado sinalizou para eles se sentassem à frente de Shiyo antes de montar guarda com os outros dois homens armados.
"Saiam, Ansel é o suficiente." No mesmo minuto os três homens se retiraram, e Liza teve certeza que o irmão mais novo de Lenard só podia ser algum tipo de assassino profissional, visto que Shiyo confiava sua segurança pessoal inteiramente nele. "Ômegas me visitando no meio da noite, eu certamente não estava esperando por vocês."
Após segundos de silêncio, Elizabeth virou o rosto para as duas pessoas que estavam sentadas à sua esquerda. Giovora estava checando suas unhas com um olhar tedioso e feições sonolentas, e Kyle apenas encarava o líder do clã Hattori com um cenho franzido. Liza xingou internamente pela ajuda de seus companheiros.
"Peço desculpas pela hora, sei que está tarde." Liza disse, seu tom respeitoso. "Mas é uma emergência, e o senhor não estava retornando nossos chamados."
"E desde quando nosso mestre tem a obrigação de dar satisfação a qualquer um de vocês?" A voz ríspida de um dos conselheiros se fez presente, porém, ao receber um olhar gélido de Kyle, o homem que estava cheio de si se encolheu involuntariamente.
"Calma, Oshiba. Não há motivos para se exaltar por agora." Shiyo balançou a cabeça com calma e voltou o olhar para Liza, vendo que ela havia sido a única a falar até agora. "Me diga, menina, qual o motivo da visita repentina?"
Liza pigarreou. "Viemos em nome do negociador para fazermos um..."
"Ah, o negociador!" Shiyo arrumou a postura no mesmo minuto, indicando o conselheiro de antes. "Oshiba, peça aos criados que tragam chá, depressa! Não podemos fazer desfeita com nossos convidados."
O senhor arregalou os olhos por um breve instante, mas logo se levantou de má vontade e saiu da sala. Liza, ainda assustada pela súbita ação de Shiyo, percebeu a diferença de tratamento. Antes estavam sendo vistos como intrusos, mas agora eles eram convidados. Aquilo fez a jovem se perguntar novamente o que diabos seu irmão tinha feito para que o líder do clã japonês o tratasse com tanta cortesia.
A simples menção de Lucas fez com que os conselheiros cochichassem entre si em um tom de desaprovação. Ansel, quem havia mantido a postura irredutível até agora, não conseguiu conter o desprezo em sua expressão, virando o rosto para não ter que encarar o grupo. Shiyo parecia o único verdadeiramente feliz ao saber quem havia, supostamente, mandado aquele grupo de ômegas até sua residência. Logo uma criada chegou com uma espécie de mesa dobrável de madeira, seguida por outro servo que trazia uma bandeja com um bule e várias xícaras. O conjunto era branco e tinha galhos negros com flores de cerejeira delicadamente pintados em sua fina cerâmica.
"Agora podemos conversar." Shiyo esperou o criado despejar a bebida quente em sua xícara antes de continuar, "Onde está Lucas? É ele quem geralmente vem me fazer essas visitas, pelo menos uma vez por mês."
Liza franziu o cenho para Giovora, não acreditando que Prevail permitia que Lucas corresse o risco de ser reconhecido com tanta frequência. A mulher apenas indicou Shiyo com o olhar, como se aquilo respondesse tudo. O que as duas não sabiam era que, diferente de seu líder, Ansel não deixava nada passar, observando elas sem qualquer expressão. Kyle notou o olhar obscuro do homem e franziu ainda mais o cenho, desejando não ter deixado sua arma no trailer.
"Lucas teve um problema familiar, por isso pediu para que a gente viesse no lugar dele." Liza pegou sua xícara e tomou um pouco da bebida, mesmo não sendo fã.
"Mesmo?" Shiyo pousou seu chá sobre a mesa, parecia preocupado. "O que aconteceu?"
"Ele não nos deu detalhes."
"Entendo."
Liza quebrou o silêncio que se instaurou na sala. "Senhor, meu nome é Elizabeth Jeong Hale, sou filha de Ethan e Louise, fundadores de Prevail." Aquilo surpreendeu Shiyo e seus subordinados, mas a jovem não hesitou. "Não sei se soube, mas meu irmão foi levado pela Alpha no dia do plano da mansão Hale."
Shiyo trocou um olhar com Ansel como se quisesse confirmar algo. "É um prazer finalmente te conhecer, Elizabeth. Fiquei sabendo sobre o Hale, mas confesso que essa informação me deixou surpreso. Sempre pensei que você tinha apenas dois irmãos."
"Eram três, mas Jasi não sabia. Eles eram gêmeos e não foram registrados quando nasceram. Benjamin, o mais velho, não saía de casa, o que dava a entender que só tinha um. Foi o meu irmão que me convenceu a ir para a mansão Hale, mas acabou sendo pego."
Pelo olhar das pessoas no cômodo, aquela informação era nova. Shiyo tomou um gole de seu chá antes de perguntar, "Vocês escondem um Hale por anos de aliança, mas agora que a Alpha o levou vocês pedem a minha ajuda para trazer ele de volta?"
Não havia malícia na voz do homem, mas estava claro que ele já tinha deduzido o motivo da visita e não estava nem um pouco convencido a ajudar. Os conselheiros estavam sorrindo, confiantes; Lucas não estava ali para manipular o mestre deles, estavam livres de arrumar mais encrenca com a Alpha. Elizabeth se lembrou do que Naomi havia dito sobre Shiyo ser sensível, parecia ser verdade.
"Entendo que esteja magoado por termos escondido isso do senhor, mas minha tia só estava querendo proteger meu irmão de Jasiel."
Shiyo apertou os olhos. "Querem dizer que não sou confiável o suficiente para guardar um segredo?"
Liza estava perdida, sem saber o que dizer. O homem parecia realmente ofendido por Prevail ter escondido a existência do terceiro filho dos Hale dele, sem saber que o mesmo era o negociador que ele tanto prezava. Enquanto os conselheiros conversavam entre si, a jovem até mesmo pensou em revelar a verdade para o líder do clã japonês, mas algo lhe dizia que aquilo apenas pioraria a situação.
"Temos uma proposta."
A sala ficou em silêncio. Shiyo franziu as sobrancelhas, sua atenção focada no homem vestido de preto que se pronunciara. "Como?"
Kyle se inclinou pegando os documentos que estavam no colo de Elizabeth e os colocou sobre a pequena mesa, "Lucas mesmo escreveu, ele estava planejando vir aqui pra te apresentar, mas houve um imprevisto. Tudo o que ele pede em troca disso é que resgatem o irmão da Liza."
Shiyo não parecia interessado no documento até ouvir que ele tinha sido feito pelo negociador, pegando e analisando a pilha de papéis encadernados com o maior cuidado. Ansel, atrás dele, parecia estar fazendo o mesmo. Um conselheiro se juntou para ver direito, e logo outro seguiu o exemplo. Logo, todos os cinco senhores estavam amontoados ao redor do líder do clã, alguns tocando suas barbas um tanto longas, outros assentindo ao ver os cálculos perfeitamente apurados.
Os três ômegas, do outro lado da mesa, se entreolharam com um ar um tanto divertido. Liza se perguntou qual seria a reação de todos aqueles homens se eles soubessem que o documento que eles estavam admirando fora feito por um garotinho de oito anos.
"Impressionante, realmente. Mas duvido que a Tríade se junte conosco, principalmente Yanek."
Todos os senhores concordaram com a fala do conselheiro de sobrenome Oshiba, achando aquela ideia impossível. Ao notar que Shiyo ponderava sobre aquilo, Liza logo voltou a tentar persuadi-lo. "Lucas falou que vai pessoalmente conversar com ele se preciso, disse que esse plano é infalível."
"Lucas disse mesmo isso?" Shiyo perguntou, admirado. Os conselheiros fizeram uma careta, Ansel revirou os olhos quase que imperceptivelmente.
Kyle assentiu. "Ele disse."
"Shiyo-sama, peço que lembre de nossa situação." Outro membro do conselho interveio, "Se isso falhar, ou pior, cair nos ouvidos da Alpha, Jasiel não terá piedade de nós!"
O líder do clã pareceu hesitar ao ouvir aquilo, comprimindo seus lábios. Ao ver a cena, Liza xingou internamente; Shiyo era realmente manipulável, mas aquilo não era inteiramente uma vantagem para ela. Tinha que ganhar a aprovação do conselho, também.
"É por isso que, para a sua proteção, fingiremos que essa reunião foi um fracasso." A jovem indicou com o dedo para que o grupo se aproximasse, e todos os homens se inclinaram em sua direção, até mesmo Ansel. "Há um espião da Alpha em Prevail."
"Eu sempre soube!" Oshiba disse, seu rosto ficando vermelho de emoção. "Shiyo-sama, não se lembra de quando aquele desgraçado veio nos visitar cheio de avisos logo após você aceitar financiar o plano de Prevail?!"
Todos os conselheiros arfaram, exasperados. Ansel apenas observava a comoção em silêncio, não parecendo surpreso. Shiyo, por outro lado, assentia sem parar enquanto concordava com os senhores do conselho, seus olhos brilhando. Giovora teve que desviar o olhar para não rir, Kyle permanecia apático.
"Oshiba, tome cuidado com o que fala!" Um dos conselheiros avisou enquanto apontava para os três ômegas.
Giovora sorriu preguiçosamente para eles. "Relaxa, ele realmente é um desgraçado."
"É por isso," Liza se inclinou na direção dos homens, e eles subconscientemente fizeram o mesmo. "É por isso que precisamos acabar com ele, de uma vez por todas. Não ficaram sabendo? Ele vai subir os impostos de novo."
"Ele vai nos falir!" Oshiba por pouco não virou a mesa, seu rosto vermelho como uma pimenta.
Kyle encarou Liza no meio de todo aquele burburinho, seu olhar indecifrável. Apesar da cena parecer cômica, a jovem estava usando o ponto fraco do conselho ao seu favor, e assim o ganhando com o pânico. Giovora ergueu uma sobrancelha para ele, como se também estivesse analisando a mesma coisa. Realmente, Jeongs não eram forças para se brincar.
Depois de minutos de muita agitação, Shiyo fez com que todos ficassem quietos. "Certo, vou pedir que Hikari analise a proposta e darei um retorno."
Liza quase não conseguiu esconder sua animação. "Obrigada, de verdade."
"Não há de quê." O homem se levantou primeiro, olhando de soslaio para os seus conselheiros. "Já está tarde para anciões estarem acordados, vamos discutir isso amanhã."
Os senhores do conselho franziram as sobrancelhas ao serem chamados de velhos, claramente ofendidos, mas não ousaram desobedecer seu mestre e educadamente se curvaram antes de deixar o cômodo. Shiyo então fitou as três pessoas, demorando seu olhar em Kyle. "Agradeço a visita e a proposta, logo entrarei em contato. Ansel, acompanhe nossos convidados."
Quando eles estavam quase na porta, porém, Shiyo pareceu se lembrar de algo. "Elizabeth, qual é o nome do seu irmão?"
O coração de Liza acelerou, mas ainda assim ela tentou aparentar calma. "Lucas."
"Lucas?" Shiyo perguntou, parecendo pensativo. "Ah, sim. É um nome bem comum."
Se não fosse pelo leve empurrão de Giovora, Liza não teria saído do lugar. Felizmente Shiyo era mesmo ingênuo, mas quem podia o culpar? Afinal, Lucas era um nome usual. Ansel franziu o cenho ao ouvir aquele nome, mas apenas os guiou até a saída da mansão sem qualquer despedida.
Quando entraram no carro e Kyle deu a partida, Giovora se acomodou no banco do passageiro. "Espero que a Hikari aprove o plano."
"Quem é Hikari?"
"Filha do Shiyo." Giovora disse, seu tom era suave. "Ela ajuda a analisar os documentos do clã Hattori, talvez você a conheça se eles aceitarem a proposta."
Liza assentiu, depois foi para os fundos checar se Thomas ainda dormia. Quando voltou e se encolheu no sofá, finalmente percebeu o quanto estava exausta, observando a grande base Hattori ficar para trás enquanto adormecia.
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[3300 palavras]
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