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Capítulo Trinta e Dois

Cinco anos antes do massacre

O dia chuvoso não brilhava como de costume, mas a claridade que vinha da grande janela foi o suficiente para acordar Elizabeth. A menina empurrou as cobertas e se levantou com animação; havia ansiado pela chegada daquele dia desde o início do mês.

Ela abriu a porta do quarto e correu pelo corredor, o chão de madeira levemente escorregadio. Descendo as escadas apressadamente, Liza sentiu o cheiro de café antes mesmo de chegar na cozinha. Ela sorriu ao avistar as silhuetas de seus pais, nada surpresa ao ver que eles já estavam acordados.

"Mamãe, papai!" A garotinha correu até Louise e a abraçou, sendo pega no colo no momento seguinte. Ethan estava de frente para o fogão fritando alguns ovos, e Liza já tinha cansado de receber avisos para não se aproximar do pai enquanto ele cozinhava.

"Acordou cedo hoje." Louise sorriu levemente para a filha e em seguida a colocou no chão. "Seu pai tá fazendo o seu café da manhã favorito."

Liza abriu um sorriso ao ouvir aquilo, seu olhar ansioso. Ela observou o homem desligar o fogo e colocar os ovos em um prato enquanto pegava algumas fatias de pão, se aproximando sorrateiramente.

"Papai, por que você fez o meu café da manhã favorito?" O tom de Liza insinuava algo, suas feições tinham traços convencidos. "Hoje é um dia especial?"

Ethan ergueu os cantos dos lábios ao pousar os olhos na filha, mas logo depois voltou sua atenção para os alimentos. "Claro que é um dia especial, hoje é o jogo do seu irmão. Come rápido, ainda tenho que acordar o Lucas."

Ao ser guiada para a grande mesa pelo pai, Liza franziu o cenho. Tinha mesmo se esquecido que o jogo de lacrosse de Ian ocorreria naquele dia, mas aquilo não tirou o foco da garota. "Não, não é isso. É outra coisa que tem hoje!"

O homem encarou a expressão ansiosa da menina e pareceu ficar pensativo, colocando o prato na superfície da mesa e virando o rosto para Louise. "Você sabe do que ela tá falando?"

Louise balançou a cabeça enquanto bebia seu café puro, nitidamente desinteressada. "Não, não sei. Sobre o relatório, já deu uma olhada?"

"Ah, ainda não." Ethan passou as mãos nos cabelos enquanto suspirava, "Quem entende a letra daquela miniatura de médico raivosa?"

"Ele fez digitando dessa vez." Louise parecia divertida com a reação de Ethan, seu pijama preto tinha um aspecto aveludado. "Quem diria, o pinscher suíço finalmente aprendendo o que é tecnologia. Naomi disse que ele xinga o computador a cada cinco segundos, mas pelo menos já é um progresso."

Ethan riu com aquilo, e logo os dois adultos ficaram entretidos com o assunto. Liza nunca entendia sobre o quê seus pais tanto conversavam, mas por alguma razão ela sentia que conhecia aquele homem que parecia reclamar sobre tudo de algum lugar. Vendo que não receberia mais atenção, a garotinha se levantou da cadeira acolchoada e saiu de fininho.

Liza estava prestes a subir para os quartos quando ouviu um barulho na entrada. Ao ver que se tratava de Ian e Oliver, a menina não demorou para ir até eles. Os dois cochichavam alguma coisa quando foram surpreendidos por Liza, quem aparentava estar um tanto emburrada.

"Ian, eu acho que a mamãe e o papai esqueceram." Liza fungou e segurou a mão do irmão mais velho, depois notou que Oliver segurava uma caixa ampla de papelão. "O que é isso?"

O jovem engoliu em seco, nervoso por alguma razão. "Isso aqui? Não é nada, não precisa olhar. Quer dizer, é coisa de lacrosse, você provavelmente não sabe o que é."

"O que seus pais esqueceram?" A voz branda de Oliver desviou a atenção de Liza da caixa misteriosa, e logo a garotinha voltou a franzir o cenho.

"Esqueceram que dia é hoje."

"Como eles esqueceram o dia de hoje?" Ian desviou o olhar para a direção da cozinha quando notou os os olhos brilhantes de Liza, "O jogo é daqui a pouco, vou lá lembrar eles."

Liza permaneceu incrédula ao ver seu irmão mais velho se afastar. Dentre todos ali, Ian era o último que se esqueceria daquela data. Ela então fitou Oliver, e o homem ofereceu um sorriso amigável para ela.

"Não está animada para o jogo dessa vez? Você sempre é a primeira a ficar pronta."

"Hoje é diferente, Ollie. É que hoje é..." Liza franziu o cenho e bufou, claramente irritada. "Não importa, ninguém lembra!"

Oliver não tentou impedir a menina de se virar e subir as escadas numa velocidade impressionante. Liza se dirigiu ao primeiro quarto do lado direito, seus olhos lacrimejavam. Ela bateu três vezes na porta de madeira mas não obteve resposta. Optando por entrar, ela avistou Ben sentado em um tapete enquanto escutava música com fones de ouvido. Ao notar a presença da irmã, o garoto diminuiu o volume da música e retirou os fones.

Liza gostava da presença de Ben, e desconfiava que seu irmão sentia o mesmo por ela. A garotinha se sentou ao lado dele por alguns minutos, e ambos ficaram em silêncio.

"Ben, você sabe que dia é hoje?"

"Eu sei." Ben olhou para Liza, que o encarava com expectativa. "Treze de fevereiro."

A menina abriu a boca, mas nada saiu. Ela encarou o irmão por mais alguns segundos e se levantou, cabisbaixa. "Ah, entendi."

Liza caminhou até a porta e saiu do quarto. Antes que pudesse evitar, ela se viu correndo para o cômodo ao lado, o qual estava um tanto escuro. A cortina fechada impedia boa parte da luz de entrar, mas a garotinha conseguiu enxergar a silhueta de uma pessoa dormindo em uma cama alta cheia de cobertas e travesseiros. Não se importando se estava invadindo ou não, Liza andou até o móvel e se sentou logo ao lado.

Não entendia o porquê, mas sempre ia até aquele canto no quarto de Lucas quando se sentia triste. Mesmo pequena, Liza não gostava que a vissem chorando, mas nem mesmo aquilo impediu as lágrimas de caírem. A menina se encolheu e abraçou os joelhos, chorando quase que silenciosamente.

"Você mal acorda e já tá chorando?" A voz sonolenta de Lucas fez com que Liza levantasse a cabeça, "Qual o drama da vez, Elizabeth?"

O cabelo bagunçado de Lucas quando ele acordava sempre divertia Liza, mas não naquele momento. Ela apenas fungou e voltou a esconder o rosto, as mangas de seu pijama agora molhadas com suas lágrimas. Sentia um aperto no peito, uma tristeza que parecia incurável.

"Ah, será que você tá assim porque esqueceram do seu aniversário?"

A menina voltou a encarar o irmão, dessa vez com surpresa. Lucas exibiu um sorriso preguiçoso ao ver a reação dela. Ele se apoiou no colchão com um cotovelo e descansou o rosto em uma das mãos.

"Elizabeth, você precisa entender que as pessoas vão te decepcionar, o mundo não é um conto de fadas." A voz do garoto soava calma e um pouco arrastada, seu olhar estava apático. "Um dia desses até mesmo a sua família vai te chatear, entende?"

Liza abaixou a cabeça, mas assentiu mesmo assim. As palavras de Lucas não a confortaram, mas pelo menos ela tinha parado de chorar. Antes que pudesse responder, porém, seu irmão voltou a falar.

"Mas esse dia não é hoje, chorona."

A porta do quarto se abriu e um coro de pessoas cantando a música mais famosa de aniversário pôde ser ouvido. A visão embaçada de Liza fez com que a garotinha demorasse para focalizar a visão no bolo que seu pai trazia. Louise filmava tudo com uma câmera enquanto Oliver batia palmas com animação e Ian assoprava apitos barulhentos. Ben parecia incomodado com todo aquele barulho, mas se manteve junto do grupo.

"Aqui, faz um desejo e assopra." Ethan se abaixou e colocou o bolo na frente de Liza, seu sorriso era afetuoso e sincero. "Ah, você tava chorando?"

Ian faltou cair ao ouvir aquilo. O jovem rapidamente deixou os apitos de lado e foi abraçar a irmã. "Me desculpa, eu nunca gostei dessa ideia de surpresa, foi uma tortura ter que fingir!"

"Foi meio engraçado." Louise desligou a câmera e se abaixou ao lado de Ethan, "Sopra as velas, meu amor. O bolo vai acabar derretendo."

Liza ainda estava sem reação, seus olhos estavam marejados. Ela então fitou o bolo branco com seis pequenas velas, notando que elas estavam mesmo quase no fim. Tomando fôlego, ela apagou todas de uma vez só, seus olhos brilhavam com animação. Ben então logo acendeu as luzes para clarear o ambiente.

"Era isso que tinha na caixa!" Liza olhou para Oliver e depois para Ian, seu humor completamente mudado. "E o seu jogo?"

"Aquilo era tudo parte do plano, ainda não entendeu?" Lucas ainda continuava deitado de maneira folgada sobre a cama, mas tinha um leve sorriso no rosto. "Feliz aniversário, Elizabeth."

Oliver andou até ela e estendeu uma pequena caixa preta com um laço prata. O objeto incitou a curiosidade da menina, que logo puxou o laço e abriu o presente. Em cima de um tecido de aspecto aveludado estava um colar. A corrente era de prata e o pingente de símbolo ômega era feito do mesmo material.

Liza sempre tinha se perguntado qual era o significado daquele ômega na família. Seus pais tinham ele tatuado no pulso esquerdo, assim como Oliver. Ian nunca tirava sua pulseira de couro que tinha o mesmo símbolo entre as amarras. Lucas e Ben não possuíam nada do tipo, mas pareciam entender a importância daquela letra grega no meio deles.

Apenas Liza não fazia ideia do que era.

Por aquele motivo, quando ela viu o presente, algo a alegrou em seu interior. Liza finalmente sentiu que fazia parte de algo, parte de sua família. Ela tocou a superfície gelada do pingente e sorriu, deixando uma lágrima escapar. Ethan riu baixo ao ver aquilo, Louise fez carinho nos cabelos da filha. Ben se aproximou e se sentou ao lado de Ian, suas feições serenas. Cansado de esperar, Lucas se inclinou e colocou o colar em volta do pescoço da irmã com eficácia.

Ian sorriu ao ver Liza tocar o ômega com uma expressão feliz. "E aí, gostou do seu presente de seis anos?"

"Gostei." A garotinha sorriu e observou os familiares, depois olhou para as velas que ainda emitiam alguns traços de fumaça. "Mas eu ainda preferia um cachorro."

Ethan encarou Liza por alguns segundos antes de começar a rir. Ian logo acompanhou o pai, e Oliver não ficou de fora. Há meses a menina vinha dando pistas do que queria ganhar, e pelo visto não desistiria tão cedo da ideia.

"Que tal no próximo aniversário?" Louise sugeriu, claramente segurando o riso. "Cuidar de um bichinho exige muita dedicação, você pode aprender e ir treinando durante esse tempo."

Liza achava que um ano demoraria muito, mas não reclamou ao ver seus pais concordando com seu pedido. Ela assentiu com um ar responsável, animada ao imaginar seu futuro cachorro.

"Mais um pra bagunçar a casa, mal posso esperar." Lucas revirou os olhos e se sentou no colchão, seu cabelo bagunçado atraindo olhares e risadas contidas. "Já não bastava aquele filho atentado do vizinho que adora vir aqui fazer bagunça."

Louise pareceu ficar pensativa. "Qual o nome dele mesmo? Sempre esqueço."

"É um nome meio estranho." Ethan franziu as sobrancelhas enquanto tentava se lembrar.

"Não era Rudolph?" Oliver perguntou.

"Isso, nem o Ben gosta dele." Lucas fez uma careta, depois esfregou os olhos. "Não aguento mais ouvir esse nome."

Ian pegou o bolo que Ethan segurava e sinalizou para eles descerem. "Vamos, a Liz ainda tem que cortar o bolo."

Observando todos os seus familiares deixarem o quarto, Liza sorriu maleficamente ao decidir o nome do seu futuro animal de estimação.

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

Lucas fazia uma careta ao tomar a sopa de legumes. Apesar de ter ficado dias sem comer, ele não parecia ter apetite algum. Estava visivelmente mais magro do que antes, o que apenas serviu para aumentar a preocupação de Liza.

"Eu vou morrer de desgosto se você continuar me encarando como se eu fosse um cachorrinho de rua."

Liza suspirou e se sentou na cama de casal do quarto. Tanto as paredes quanto o chão eram de madeira, e a jovem achava que o cheiro que o material emanava era até agradável. Alguns empregados de Shiyo haviam guiado eles para seus respectivos quartos após a reunião, mas Liza não se sentiu confortável em deixar seu irmão sozinho ali. Lucas ainda não estava acostumado com a luz, e por aquela razão a iluminação do quarto estava fraca.

Vendo que Liza parecia estar inquieta, Lucas deixou um pequeno sorriso escapar. "Não vai me encher de perguntas?"

"Claro que eu vou," Liza sinalizou para a tigela de porcelana que estava posicionada na bandeja de madeira em cima da cama, depois apontou para Lucas. "Só tô esperando você acabar de comer tudo isso aí."

"Parece que voltei a comer aquela comida saudável no trailer, é um pesadelo." Lucas mexeu na sopa sem interesse, mas ainda assim engoliu uma colherada do líquido. "Pode falar, qualquer distração agora vai me ajudar."

Liza esperou alguns minutos antes de começar a saciar suas dúvidas. Aquela seria a primeira vez que poderia conversar com Lucas calmamente depois de tudo o que tinha acontecido. A jovem então decidiu não pegar leve no questionamento; havia esperado tempo demais para obter respostas sinceras do irmão.

"Cadê o Oliver, Lucas?"

Lucas a encarou por alguns segundos, mas logo depois abaixou o olhar. Durante todo aquele tempo em Prevail, Liza tinha notado que todos evitavam aquele assunto. Sabia que o homem uma hora ou outra fizera parte do grupo revolucionário; seu ômega tatuado no pulso esquerdo provava aquilo. Também sabia que logo após o massacre o nome de Oliver apareceu nas manchetes com o novo título de oficial logo abaixo.

"Você sabe onde, todo mundo sabe." A voz de Lucas estava baixa, suas íris negras fitavam o nada. "Ninguém nunca mais viu ele depois da noite do massacre."

Liza engoliu em seco ao ouvir aquilo da boca de Lucas. "Eu não acreditei quando vi nos jornais, não consegui acreditar."

"Eu também não." Lucas bebeu mais uma colherada da sopa, sua expressão estava neutra. "Todo mundo ficou preocupado quando ele desapareceu, e então a notícia da promoção veio. Soren não acreditou, queria ir até a Base pra ver com os próprios olhos. Ele disse que o Jasi nunca tinha gostado do Oliver, mesmo antes de Prevail, então não tinha sentido algum aquela união repentina dos dois."

"Nada tem sentido nessa história." Liza engoliu em seco, "O Ollie nunca se juntaria com aquele assassino, principalmente depois de ele ter matado toda a nossa família."

Lucas deixou o corpo cair para trás e descansou o rosto no encosto de madeira. "É por isso que o clã Hattori diz que foi Prevail quem errou na noite do massacre. Um dos homens do Shiyo jurou que foi o Oliver que deu a ordem pra eles recuarem e irem defender os refúgios, e dias depois do massacre o Jasi vai lá e coloca ele num cargo privilegiado dentro do exército."

"Acredita mesmo que ele fez isso?" Liza fitou o jovem com um olhar pesaroso, "Logo o Oliver?"

"Claro que não." O rapaz afastou a bandeja de madeira que estava usando de apoio, seu cenho estava levemente franzido. "Você provavelmente não lembra, mas a gente não morava só com o Oliver no começo. A tia Naomi e o Soren também viviam com a gente."

"É sério?" Liza pareceu ficar surpresa, mas ainda assim empurrou a bandeja de volta para Lucas e indicou para que ele terminasse de comer.

"Você devia ter uns três anos quando eles se mudaram, é normal que tenha esquecido." Lucas engoliu boa parte do restante da sopa contra a sua própria vontade, depois limpou os cantos da boca com um guardanapo que tinha vindo junto com a bandeja. "Aconteceu que Prevail foi ganhando cada vez mais força e então quiseram separar as coisas pra gente não ser afetado, o que não deu muito certo no final. Mas o Oliver, ele era muito apegado com todos nós, então ele decidiu ficar pra ajudar a cuidar da gente."

Liza sorriu sem perceber ao lembrar do jeito calmo e amoroso de Oliver, não tinha percebido o quanto sentira a falta do homem. "Eu lembro, ele sempre fazia questão de brincar com nós quatro toda vez."

"Eu também lembro." Lucas observou o quarto por um momento, "Ninguém acredita que o Oliver fez aquilo, mas nada consegue convencer o clã Hattori que ele é inocente."

"Agora eu entendo o porquê deles acharem que somos culpados. Se eu não conhecesse o Ollie também pensaria assim."

Os dois ficaram em silêncio até Lucas notar algo. "Essa aí é uma das minhas facas?"

A jovem tocou a própria cintura como reflexo e puxou o cabo negro do objeto. Lucas então o pegou e retirou a proteção de plástico antes de admirar a lâmina preta e fosca de sua faca. Liza lembrou do conjunto que tinha visto no refúgio de Prevail ao ver a cena.

"Eu peguei pra dar pra você antes de sair de lá, mas vi que tinha uma faltando."

Lucas observou a luz amarela do quarto refletir na superfície fosca da faca antes de voltar a falar. Era notável que ele evitava mover a mão esquerda por motivos óbvios. "Eu sei, o idiota do Lohmann pegou."

"O que rolou entre vocês, hein? Me falaram do dia que você veio aqui escondido pra refazer a aliança e acabou ganhando o apoio do Shiyo no plano da mansão."

Aquela memória pareceu divertir Lucas. "Ah, isso? Não aconteceu nada, ele só tava desconfiado da história que inventei pro Shiyo. Eu tentei ser simpático pra não ferrar com tudo e no final ele entendeu errado."

"Você seduziu ele, não foi?" Liza perguntou com uma careta tediosa enquanto o olhava.

"Ele que entendeu errado." Lucas balançou a mão direita com descaso, "Não tenho culpa se ele colocou coisas na cabeça dele."

Mesmo não acreditando completamente no irmão, Liza não insistiu. "E o que foi que o Shiyo e os conselheiros viram que eles ficam envergonhados só de tocarem no assunto?"

Lucas ergueu os cantos dos lábios e fechou os olhos. "Foi porque eles viram uma cena bem... comprometedora. O Lohmann correu atrás de mim feito um animal e aí a gente caiu bem na frente da sala de reunião deles, todo mundo viu."

"Mas por que ele correu atrás de você?"

"Acho que foi porque eu dei um chute no meio das pernas dele." Lucas respondeu como se aquilo não fosse nada.

Liza quase se engasgou com o ar. "E por que diabos você chutou ele bem ali?!"

"Porque ele pegou no meu cabelo depois que me levou pro quarto dele."

"Como assim? O que você tava fazendo no quarto dele, Lucas?"

"Estava sendo simpático, já disse."

Mal acreditando no que tinha acabado de ouvir, Liza enterrou a cabeça nas mãos. "Agora eu sei por que ele te odeia tanto."

"Provavelmente porque eu dei uma facada que quase deixou ele estéril, mas foi só pra prender ele na cama."

Liza levantou o rosto, mas não tirou as mãos dali. "O que vocês dois estavam fazendo na cama?!"

"Foi um erro meu, admito. Eu calculei mal porque ele era resistente e se recuperou bem rápido do chute. Quando eu já estava saindo ele tentou me pegar de novo, a gente caiu na cama e eu dei a facada pra prender ele no colchão, o que funcionou por alguns segundos. Depois ele me alcançou na porta da sala de reuniões, e aí..."

Visualizando a cena na mente, Liza quase caiu para trás. "Você fingiu que ele te abusou!"

Lucas sorriu com satisfação, ainda de olhos fechados. "Muito bem. Minhas roupas estavam rasgadas e as calças dele também, todos ficaram em estado de choque. Pra se redimir o Shiyo refez a aliança bem ali e ainda aceitou financiar a mansão."

Liza encarou o irmão por alguns segundos. "Lucas Hale, você é impossível."

"Não, eu sou um Jeong." O homem abriu os olhos e sorriu para ela, "Igual você. Acha que eu não sei que tem dedo seu nesse resgate todo?"

"Pelo menos não manipulei ninguém sendo 'simpática' que nem certas pessoas."

"Então como foi que o Kyle concordou?"

Liza corou e empurrou levemente o ombro de Lucas, o que fez ele rir. Após aquilo ela tirou a bandeja da cama e a colocou sobre uma mesa no canto do quarto, depois subiu no colchão e se deitou ao lado do irmão. Ele seguiu o exemplo após um tempo, e o ambiente logo ficou silencioso.

"Eu achei o colar."

Lucas virou o rosto para Liza e viu que ela tocava o colar que tinha no pescoço. O pingente de ômega prateado emitia um brilho tímido na luz fraca. O homem observou o objeto e depois voltou a fechar os olhos.

"Pensei que acharia."

Liza sentiu a corrente gelada nas mãos e engoliu em seco. "Você não quer de volta?"

"Não, ele é seu." Lucas abriu os olhos e fitou a irmã, suas íris negras tinham um toque de afeição. "Só peguei naquele dia que fui embora porque eu queria ter uma parte de você comigo. Mas agora você tá aqui, eu não preciso mais dele."

Sentindo seu coração se aquecer, Liza se aninhou perto do irmão enquanto tomava cuidado para não encostar no pulso machucado dele. "Olha só você demonstrando sentimentos. Ainda não me acostumei com isso."

"Sentimentos?" Lucas fechou os olhos ao mesmo tempo em que um sorriso debochado se formava em seus lábios. "Você entendeu errado, eu só estava sendo simpático."

"Você não vale nada, Lucas Hale." Liza disse após rir, mas sabia que seu irmão valia mais do que qualquer coisa no mundo para ela. E não deixaria que o tirassem dela novamente.

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

[3600 palavras]

fazia tempo que não tinha flashback, tava com saudade. pra quem ficou curioso com o que aconteceu naquele dia entre o lucas e o ansel, talvez eu faça um livro de contos de prevail e inclua essa cena nele. definitivamente é uma das minhas partes favoritas da história KKKKK

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