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Capítulo Quatro

Um mês antes do massacre

Já era quase fim de tarde quando Oliver buscara Liza na escola. O homem era, na realidade, um amigo de longa data de seus pais, mas a garota estava acostumada com a companhia dele desde que nascera, e todos o consideravam como se ele fosse parte da família. Ela gostava da companhia de Oliver, e ele parecia não se cansar de ouvir sobre o dia dela, já que sempre perguntava.

Ao chegar em casa, Rudolph já estava no vão de entrada a esperando, como sempre fazia. O cachorro gigante veio balançando a cauda contente em ver a dona, e a menina sorriu o afagando. Ao sentir um cheiro de tempero, Liza correu até a cozinha onde Ethan cozinhava.

"Pai, o que vai ter pro jantar?"

O homem se virou quase que automaticamente. Estava cortando algumas cebolas, notou Liza, e isso explicava o porquê de seus olhos castanhos e calorosos estarem úmidos. "Oi papai, tudo bem com você? Eu estou ótima, claro que o jantar não é mais importante do que seu bem-estar. Ah, é espaguete, a propósito."

Apesar do tom irônico, Ethan estava sorrindo com o canto dos lábios. Elizabeth riu abraçando as pernas dele, adorava o bom humor do pai. A calça jeans preta estava com alguns respingos de molho, o que era bem normal; tinha puxado um pouco do lado desastrado dele para si.

"Tudo bem?" A garotinha perguntou dali, e ele assentiu ainda com um sorriso levado enquanto cortava mais alguns legumes. "Cadê a mamãe?"

"Foi buscar uma surpresa." Ethan respondeu em um tom de suspense, ganhando a atenção total da filha. "Você vai ver mais tarde. Que tal ficar na sala com o Ben agora? Vou colocar esses temperos no fogo."

Liza obedientemente foi atrás de Benjamin depois de pegar uma maçã da bancada. Ele estava sentado em algumas almofadas com um caderno de desenho, o qual estava apoiado na mesa baixa no centro da sala, uma das diversas decorações coreanas da casa.

A menina cumprimentou o irmão já se sentando ao seu lado a fim de ver o que ele estava desenhando: um tipo de lagarto. Rudolph se deitou atrás dos dois.

Ben sorriu levemente para ela antes de voltar sua atenção para o papel. Ele adorava animais e vivia os desenhando, e Liza achava aquilo incrível. Ficaram ali em silêncio enquanto ela o observava desenhar ao mesmo tempo em que comia a maçã, mas o silêncio com Benjamin não era um incômodo, pelo contrário, era confortável. Liza sabia que ele se expressava mais por gestos, como agora: tinha se arrastado quase imperceptivelmente para perto da irmã mais nova.

Uma batida fez os dois estremecerem, e Ben sem querer traçou um gigante risco no desenho. No segundo seguinte, Lucas entrou na sala e largou a mochila ao lado do sofá, se deitando ali logo em seguida. Liza fitou o desenho arruinado de Benjamin, mas o garoto pareceu não se importar e apenas virou a folha do caderno.

Liza olhou para o irmão com aborrecimento. "Por que você fica batendo a porta, hein?"

Lucas apenas a encarou preguiçosamente. "Porque eu quero."

Elizabeth abriu a boca para retrucar, mas Ben falou primeiro.

"Olha só, vou desenhar a gente."

Liza sabia que aquela era provavelmente uma distração para que ela e Lucas não discutissem, mas sorriu mesmo assim ao ver os esboços do irmão.

Às vezes ficava intrigada com o quanto aqueles dois eram diferentes: Lucas era bagunceiro e folgado (a mochila aos pés do sofá provava isso), parecia estar sempre entediado e tinha vários amigos na escola por ser popular. Já Ben era completamente o oposto: seu quarto estava sempre impecável e ele era a calma em pessoa. Estudava em casa com professores particulares e só interagia com a família.

"São lobos." Comentou Liza minutos depois, se inclinando mais para estudar o desenho. "Igual a mamãe falou, não é? Que nós somos lobos solitários com a nossa própria matilha."

Ben assentiu com um sorriso, sem parar de desenhar. Liza inclinou a cabeça e notou que um dos lobos menores estava com os pelos da cabeça bagunçados. Se dando conta de que aquela era uma referência a Lucas quando acordava, a menina olhou para o garoto no sofá e começou a rir.

"O que vocês estão fazendo aí?"

Lucas mal tinha se levantado para ver o desenho quando Ian chegou com Louise, e os dois traziam uma pequena árvore de Natal.

Liza soltou um gritinho animado e correu até eles, abraçando a mãe com alegria. Os pais haviam dito que eles não teriam uma árvore naquele ano, mas pelo visto tudo fazia parte de uma surpresa. Ian ficou rindo da animação da caçula enquanto ajeitava a árvore em um canto; era menor do que as anteriores, mas aquilo pouco importava para a menina.

Ela já estava indo buscar o pai quando notou que ele conversava com Oliver e Louise em um canto, e deixou de sorrir quando notou que os dois adultos pareciam tensos perante o que quer que o homem estivesse contando.

"Essa aqui não foi cortada," Ian tocou o ombro de Liza quando percebeu que ela encarava a cena. "Então a gente pode plantar no quintal depois."

A ideia animou Liza novamente. Havia chorado muito no ano anterior quando Lucas contara que todas as árvores de Natal morriam por causa dos humanos egoístas. A garota voltou a procurar pelos pais, mas eles haviam sumido. 

"Ei, Lili, vamos pegar a decoração? Eles já vêm."

 Ben assentiu e se aproximou, tentando ajudar Ian a convencer a caçula. Liza queria mais do que tudo decorar a árvore com os irmãos, mas também queria saber o que estava aborrecendo seus pais.

"Vamos, eu deixo você tirar fotos depois com a minha câmera."

Liza se virou e encontrou Lucas atrás dela, mal acreditando nas palavras que ouvira. Era raro ele deixar alguém encostar naquela câmera, principalmente a irmã menor.

"Mesmo?" Liza perguntou com um brilho nos olhos que só aumentou quando o garoto assentiu. Ela então correu para as escadas enquanto Benjamin e Ian trocavam olhares engraçados e Lucas resmungava alguma coisa para eles.

Os três seguiram a irmã mais nova, mas não sem antes lançarem olhares preocupados para a direção em que seus pais tinham ido, notou Elizabeth.

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

Enquanto encarava a mão ferida e ensanguentada de Kyle, Liza concluiu o que já sabia: seria uma ótima médica. Nas raras vezes em que usava o computador de Amanda, a jovem sempre assistia vídeos de cirurgias só para passar o tempo, e sua colega de quarto achava aquilo bem peculiar.

Liza saiu do transe e olhou para o homem ao seu lado, depois analisou a ferida. Se certificando de que havia sido um tiro de raspão, ela suspirou com alívio.

"Tá doendo?"

Kyle parou de xingar por um segundo e a encarou como se não acreditasse na pergunta que ela tinha feito, e Liza, por sua vez, apenas arqueou uma sobrancelha. Carros buzinavam e tentavam sair a todo custo da mira dos capangas, que ainda atiravam inutilmente na lataria blindada.

"Não, o sangue só resolveu sair pra dar um passeio, daqui a pouco ele volta."

"Ei, vocês." Lorenzo apareceu entre os dois bancos, quebrando o contato visual dos dois. "Não sei se perceberam, mas ninguém está dirigindo e a gente vai bater naquele caminhão."

O menino apontou para o veículo à frente enquanto falava com uma calma absurda. Kyle instintivamente virou o volante com força salvando a vida deles, porém condenando mais ainda sua mão. Imaginando a dor intensa que Kyle estava sentindo, Liza se compadeceu.

"Vai lá cuidar disso, eu dirijo. Eu sei mesmo, fiz várias aulas e essas coisas de dirigir."

O homem a encarou, quieto. Era visível em sua expressão que ele não gostava nada daquela ideia. Relutante, Kyle se esgueirou para fora do banco e Liza assumiu o volante, animada. Lorenzo foi se sentar no banco do passageiro enquanto pegava um mapa do porta luvas.

Liza observou o menino analisar o mapa com admiração, impressionada com a plenitude dele naquela situação. Mas ao olhar para trás, ela percebeu que não era apenas Enzo; Ava estava sentada no chão enquanto segurava Thomas com uma das mãos. Lucca se encontrava deitado logo ao lado mexendo em um aparelho pequeno, o que a jovem julgou ser um videogame portátil. Kyle xingava a mãe de alguém enquanto vasculhava uma caixa que parecia ser uma maleta de primeiros socorros.

Observando pelo retrovisor, Liza notou que aquela perseguição continuaria até que eles fossem alcançados. "Eu acho que consigo despistar esses caras, mas vai ser meio frenético."

"Vai em frente, duvido que dê certo, já estamos..."

O xingamento de Kyle foi interrompido quando ele caiu no chão, cortesia da bela curva que Liza fez para tirar o trailer da pista. Lucca deslizou pelo chão risonho, ainda jogando. Ava segurou Thomas com mais firmeza, abraçando o bebê. Lorenzo, que naquele momento tentava colocar o cinto de segurança, caiu para a frente do banco.

"Que droga, Elizabeth!" Kyle gritou de algum lugar ali atrás, irritado.

Liza resmungou alguma coisa enquanto fazia o seu melhor para desviar das árvores que surgiam, depois notou que os carros brancos de sirenes também estavam saindo da rodovia, insistentes em segui-los. Procurando um caminho que não fizesse o trailer pular tanto, a jovem viu pelo retrovisor que um dos veículos tinha batido em um tronco apodrecido no chão, mas seu alívio logo se esvaiu quando ela percebeu que ainda havia quatro carros atrás deles.

Preocupada em como eles iam despistar os capangas, Liza nem mesmo percebeu quando Kyle disse algo e jogou um objeto para Lorenzo. O menino pareceu tirar um pino do objeto e puxou uma alavanca, o jogando pela janela em seguida. Segundos depois, pôde-se ouvir uma explosão. Para o bem da sobrevivência deles, Liza preferiu ignorar o pensamento de que o homem tinha jogado uma granada para uma criança como se fosse uma bola.

O som de disparos soaram no ar, e Kyle fechou a porta do veículo logo em seguida para se defender dos tiros dos capangas. Enquanto agradecia pela lataria do trailer ser blindada, Liza percebeu que os carros pareciam instáveis, não se mantendo na mesma reta por muito tempo.

"Não é prudente dirigir com os pneus furados nesse ambiente, o perigo de deslizamento aumenta pela lama, ainda mais se eles precisarem frear."

A jovem analisou o cenário, trocando um olhar conspirador com Lorenzo. Ela pisou no acelerador com força, incitando os perseguidores a fazerem o mesmo. Kyle franziu o cenho; eles estavam à beira de um morro que dava em um riacho mediano, mas que parecia ser fundo. Ele olhou para a água e depois para Liza, percebendo um segundo depois o que ela pretendia fazer.

Liza não soube como, mas conseguiu fazer uma curva ainda mais ousada do que a primeira. Em meio a xingamentos e risadas de bebê, ouviu-se o som dos pneus dos carros, seguidos por o de um grande impacto na água. Do retrovisor, a jovem viu os dois veículos boiando no riacho enquanto os homens lutavam para sair deles antes que afundassem.

Kyle estava no chão, e Lucca estava risonho caído em cima do irmão mais velho. "Você nunca mais dirige."

"Ah, pra quem nunca dirigiu eu mandei muito bem, vai."

"O que foi que você falou?" 

Lorenzo ergueu as sobrancelhas e voltou a analisar seu mapa em segurança enquanto eles voltavam para a pista. Liza passou a mão no cabelo enquanto admirava a estrada deserta.

"Mas eu vi vários vídeos. Tipo, bastante."

"Ah, puta que me pariu..."

Kyle afundou as mãos no rosto, completamente rendido. Ava foi se sentar ao lado de Lorenzo no banco do passageiro, a fim de ver a paisagem.

"Tem crianças aqui, caso não tenha percebido." Liza rebateu com ironia, sem olhar o homem.

"Bom, você não pensou nas crianças quando pegou no volante sem saber dirigir."

Liza revirou os olhos pronta para discutir quando Lucca apareceu no meio deles com uma sacola. "Olha só, eu acabei achando ração na feira!"

"Ah, então era isso que o Thomas estava comendo." Lorenzo comentou abaixando o mapa, e todos eles se viraram para olhar o bebê que estava no chão ao lado do sofá. Ao perceber a atenção que recebia, Tom sorriu. E depois arrotou.

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

Uma música tocava em um volume baixo no rádio. Depois do dia estressante, as crianças tomaram banho, comeram alguma coisa e foram dormir. Após finalmente ter deixado seu esconderijo, Amon-Rá agora se encontrava deitado no colo da dona enquanto ela dirigia. Kyle estava ao lado no banco do passageiro, Thomas abraçado em seu pescoço. A jovem percebeu que ele segurava o bebê com cuidado, provavelmente pela ferida na mão.

"Desculpa por ter gritado mais cedo," Kyle começou, sua voz estava baixa. "Eu fiquei nervoso."

Liza o observou pelo canto dos olhos, notando que Kyle olhava para a frente com uma expressão neutra. "Me desculpa por ter gritado também. As crianças não pareciam assustadas."

Kyle olhou a paisagem pela janela. "Elas já passaram por muita coisa."

"Entendi." Liza queria perguntar a relação do homem com Jasiel, sua curiosidade estava quase a matando, mas aquele era provavelmente o primeiro diálogo civilizado que ela tinha com Kyle, não queria estragar. "Ainda bem que tudo deu certo."

"Obrigada por ter ido buscar eles." Kyle falou minutos depois, sua voz estava baixa. "Enzo me contou o que aconteceu depois. Vou conversar com o Lucca e a Ava sobre isso."

Liza sorriu sem perceber ao lembrar de como eles estavam felizes na feira de animais. "Não seja duro com eles, qualquer criança fica animada quando vê bichinhos. Sua mão está melhor?"

Kyle estendeu a mão enfaixada e a analisou. "Sim."

"Isso é bom." Liza suspirou, seu corpo leve naquele momento, por alguma razão. "Tem um quarto lá atrás, se quiser dormir."

O homem a encarou por um segundo. Mesmo com a luz que vinha dos faróis, seus olhos azuis continuavam sem vida. "Certo."

Liza o observou levantar cuidadosamente com Thomas, se direcionando para os fundos do trailer. Ela então desejou boa noite em um tom baixo, e se surpreendeu quando Kyle respondeu um "boa noite" quase inaudível, fechando a porta do quarto em seguida. Refletindo sobre os acontecimentos, a jovem teve consciência de que havia julgado o homem mal.

A vista da estrada deserta estava perfeita com as estrelas e algumas montanhas ao fundo. Liza desejou poder capturar o momento, e foi quando ela se lembrou da fotografia que estava no bolso traseiro de sua calça, a mesma que tirara da mochila antes de toda a confusão acontecer.

Aquela fotografia era para ter sido uma daquelas fotos tradicionais de família rica, mas não havia nada de formal ali: Ethan estava com um braço em volta de Ian, quem já dava indícios que ficaria tão alto quanto o pai. Seu irmão mais velho sorria ao mesmo tempo em que levantava uma pequena Elizabeth emburrada para que ela aparecesse na foto. Ben estava logo ao lado, rindo de olhos fechados da situação. Aquilo fez a Liza do presente sorrir; aquela era mesmo uma foto espontânea, do contrário ele estaria sério. Louise estava apoiada preguiçosamente em Ethan enquanto abraçava Lucas com o braço esquerdo, e o garoto encarava a câmera com seu sorriso arrogante de sempre.

Elizabeth ficou um tempo observando a fotografia, era a única lembrança que se permitia ter de sua falecida família. Ela respirou fundo e voltou a encarar o céu estrelado, agradecendo por ninguém estar ali além de seu gato quando as lágrimas começaram a cair sem cessar.

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

[2700 palavras]

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