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Capítulo Quarenta e Cinco

Elizabeth passou o resto da tarde tentando não se perder dentro da mansão, o que foi uma tarefa bem difícil. Quando ela encontrou a sala de jantar, que mais parecia um salão de tão grande, quase chorou de emoção ao avistar Damien. Assim que se lembrou quem ele era, porém, engoliu em seco.

Ela se aproximou da mesa comprida com um certo receio, mas o outro não parecia irritado ao vê-la, pelo contrário; esboçou um sorriso amigável. Tinha uma grande variação de alimentos em seu prato, e a visão fez com que o estômago da jovem roncasse. Ela percebeu uma superfície giratória no centro da mesa com algumas iguarias italianas, e logo optou por aproveitar as vantagens de sua estadia temporária.

"Os outros estavam te procurando."

"Eu meio que me perdi." Liza pegou um pedaço do que parecia ser lasanha antes de se sentar, seus olhos brilhando. "O que eles te falaram?"

"Quase nada, mas foi estranho, ninguém me ameaçou."

Ela riu com a fala do homem, mas comprimiu os lábios em seguida. Thomas, no colo dela, se inclinou na direção da comida enquanto balbuciava algo.

"Por que não contou antes que era do clã Silva?"

"Ordens do meu avô, ele não confia em vocês." Damien bebeu um gole de um suco de cor alaranjada antes de continuar. "De qualquer jeito, duvido que iriam acreditar em mim, e não os culpo, é uma história complicada."

Liza o encorajou a continuar enquanto alimentava Thomas.

"Bem, você já deve saber o básico. Meu clã coleta informações para Vicenzo, e em troca ele nos ajuda com comida, o que é difícil de conseguir lá fora."

A garota assentiu, provando a lasanha em seguida. Ela piscou algumas vezes antes de lacrimejar, maravilhada com o gosto. Talvez não fosse uma má ideia permanecer em Cesero por tempo indeterminado, afinal.

Uma refeição assim, fora dali, era um privilégio que apenas os aliados da Alpha que ainda possuíam alguma renda conseguiam usufruir. O resto da população estava ocupada demais tentando não morrer de fome para se importar com pratos sofisticados.

"E para conseguir informação da Alpha, precisávamos nos infiltrar nela." Damien continuou, a tirando do devaneio. "Então, há alguns anos, me voluntariei a entrar. Meu avô precisava de alguém de confiança, e eu queria ser útil."

"E não te descobriram?"

"Aí que está, eles consideraram apenas o meu primeiro sobrenome, coisas de máfia. Mas mesmo se soubessem, não acho que nos levariam a sério. Não representamos ameaça alguma para a Jasiel, só ajudamos quem precisa. Não acho que ele sequer preste atenção na gente."

Liza assentiu, mas soube naquele minuto que o clã Silva não era nada inofensivo; eles se aproveitavam da imagem vulnerável que possuíam para conseguir adentrar espaços reclusos e obter informações, uma estratégia parecida com a que ela usara com Lídia, mas bem mais sutil.

"Então você veio mesmo nos avisar do bloqueio nos portões."

"Sim, eu só não imaginei que vocês fossem mesmo tentar entrar aqui." Ele riu nervosamente e balançou a cabeça, visivelmente relembrando o ocorrido. "Ninguém passa por esses portões há anos, por sorte Vicenzo abriu uma exceção."

Ela desviou o olhar ao mesmo tempo em que comprimia os lábios.

"E o seu ferimento?"

Damien instintivamente tocou seu abdômen.

"Está bem melhor, obrigado." As íris castanhas se fixaram na linha vermelha no pescoço da outra. "Fiquei sabendo que você também se machucou. Algo a ver com o Petrov quase matando algumas pessoas.

Liza ofereceu mais uma colherada para Thomas, que parecia estar gostando da comida tanto quanto ela.

"Ah, foi um mal-entendido."

O homem murmurou sugestivamente, atraindo o olhar da jovem. Ele olhou em volta antes de se inclinar na direção dela, abaixando drasticamente o tom de voz.

"Você sabe, nunca é bom provocar um Petrov. Existem histórias sobre eles no nosso clã, todos são frios e calculistas, não ligam para ninguém fora do círculo deles, isso quando ligam. Meu avô diz que é porque russos não têm coração, mas eu acho que isso vem de família."

Ela ergueu as sobrancelhas. "Como assim?"

"Há alguns meses, Kyle Petrov nos procurou. A irmã dele estava desaparecida, e nosso clã... Bem, você deve saber que temos uma fama de saber das coisas."

Liza estava começando a achar que a palavra correta para descrever a reputação do clã brasileiro era fofoqueiro; não do tipo que espalhava, mas sim o que ficava sabendo de tudo sobre todos.

"Ele queria saber onde a irmã que a Alpha tinha raptado estava." Damien disse após engolir o que mastigava. "Meu avô nunca foi com a cara deles, mas tinha uma ideia de onde ela poderia estar. O problema foi que o Petrov chegou completamente descontrolado, ninguém conseguiu segurar ele. Eu não estava lá, mas disseram que foi assustador."

A jovem engoliu em seco ao se lembrar da ira de Kyle na noite anterior. Imaginava que ele e a irmã mais velha eram próximos antes de tudo acontecer. De repente, um brilho instigador tomou os olhos castanhos; aquela era a chance de Liza de descobrir mais sobre o passado.

"Como isso começou?"

"Há muitos anos. O clã Petrov e o Noravich, apesar de serem russos, não se davam muito bem. Visando resolver a intriga entre eles e manter a aliança de ambos, Jasiel arranjou um casamento entre os primogênitos dos dois líderes."

"Que jeito estranho de se resolver um problema."

"É claro que nenhum deles queria isso, mas não ousariam desobedecer." Damien explicou. "O que eles não esperavam era que os filhos fossem se apaixonar de verdade. Althea, que fazia parte de Prevail secretamente, acabou trazendo Viktor para a organização. Quando isso se tornou público, foi um verdadeiro caos."

Ela não duvidou das palavras. O clã Noravich fazia parte da Tríade, e o clã Petrov era muito influente por ser um dos maiores aliados da Alpha.

"A briga entre Yanek e Tobiah se tornou ainda mais ácida, um jogava a culpa do acontecido no outro. O casal ficou com Prevail desde então, mas um ano depois da noite do massacre, a primeira filha deles nasceu."

Liza não precisou perguntar quem era, pois a imagem da pequena Ava preencheu seus pensamentos. Damien comeu uma garfada antes de continuar.

"O clima ainda estava muito pesado, e eles não acharam seguro crescer uma família ali, então se mudaram para um local isolado e secreto. Seis anos depois, eles foram localizados. Mataram Viktor, e Althea e Ava foram levadas."

Um brilho complexo tomou conta dos olhos da garota, mas ela ficou em silêncio para que o outro continuasse.

"Depois da morte do único filho, Yanek se isolou mais ainda. Tobiah morreu na noite do massacre, mas ninguém acredita que ele sofreria pela morte de Althea." Damien fixou as íris em Thomas, que ainda comia. "Que aconteceu um ano depois, não antes de ela ter outro bebê."

Liza soltou um longo suspiro, inconformada. Sabia que existiam pessoas cruéis no mundo, mas ao mesmo tempo não conseguia se acostumar com as atrocidades que a Jasiel cometia.

"É como se as pessoas fossem brinquedos para ele."

"Meu avô me disse que quando Jasi quer mesmo destruir alguém, ele tira tudo o que a pessoa mais ama." Uma atípica expressão sombria tomou conta do semblante do rapaz. "Existe algo pior do que perder aquilo que te dá uma razão para viver?"

Ela ponderou sobre aquelas palavras, mas não encontrou uma resposta. Pensou em Kyle, no quanto ele tinha perdido, em como ele havia feito de tudo para não ter nada precioso, nada que pudesse ser tirado dele novamente.

O pensamento apenas a motivou a encontrar o assassino o mais rápido possível. Acabaria com Jasiel Hyeon e sua corporação antes que ele sequer conseguisse machucar as pessoas que ela amava novamente.

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

Um par de olhos azuis assistia uma garota inquieta andar de um lado para o outro no quarto. Após ter passado a tarde teorizando possíveis suspeitos com Lucas, os irmãos tinham chegado em um consenso: o assassino tinha livre acesso à mansão.

Se a teoria estivesse correta, eles estavam procurando por um empregado, um membro da guarda ou até mesmo um conselheiro. Liza queria encurtar a longa lista, mas aquilo parecia impossível, ainda mais sem ter acesso algum aos dados dos suspeitos.

Ter consciência de que aquela pessoa poderia agir a qualquer momento a deixava ansiosa e tirava todo o seu sono. Buscando apoio, ela mirou o homem que estava sentado na grande cama de casal, mas este claramente não estava pensando o mesmo que ela.

"Por que você tirou a blusa?"

As íris acinzentadas desviaram a atenção das pernas descobertas e fitaram a expressão emburrada da jovem. Sim, ela pedira algo mais curto para dormir após o robe de seda ficar largo em seu corpo, mas não esperava que Pietra entendesse o comentário de forma literal; a camisola que vestia mal cobria a metade de suas coxas.

Kyle, por sua vez, não aparentava estar nada incomodado com a peça.

"Estou com calor."

Liza reduziu os olhos a fendas, o que divertiu o outro. Ela então suspirou e levou as mãos até o topo da cabeça, agarrando a base dos fios castanhos.

"Esse problema não é seu." A voz grave tinha um tom baixo, mas audível. "Você está agindo como se tivesse que resolver tudo."

"Se ninguém resolver, não voltamos pra casa."

"Não vai demorar para isso ter um fim, de um jeito ou de outro."

Kyle já estava ciente das informações que Lídia compartilhara com ela, assim como todo o restante do grupo. Eles sabiam que existia uma grande possibilidade de o assassino tentar algo nos próximos dias, o que significava que eles não estavam verdadeiramente presos ali. A notícia, porém, amplificou os nervos de Elizabeth.

Ao ver a inquietação dela aumentar, o homem gesticulou para que a garota se aproximasse. Frustrada, Liza andou até ele, sendo envolvida por braços fortes no momento seguinte. Corada, ela se aconchegou no colo oferecido. Talvez não fosse difícil se acostumar com isso.

"Queria poder retribuir a ajuda de Vicenzo." Ela descansou a cabeça no ombro dele, suspirando. "Tudo isso está acontecendo porque ele abriu os portões."

"Você esqueceu a parte em que ele colocou uma faca no seu pescoço."

"Tecnicamente, Nathaniel fez isso."

Ela sentiu as costas de Kyle se tensionarem assim que o nome do líder da guarda de Vicenzo foi mencionado. Acariciou os cabelos pretos e lisos em resposta, apreciando a sensação dos fios macios. Gradualmente, ele relaxou.

"Sei que não começamos bem, mas ele se colocou em risco nos ajudando. Me sinto responsável por isso estar acontecendo."

"Apenas adiamos o inevitável. Se a Alpha não for parada, não iria demorar mais do que alguns anos para Jasiel entrar aqui. Ele não vai conseguir dominar o país se não controlar a Tríade primeiro."

Ela sabia que ele tinha razão, mas não conseguia deixar de se preocupar com toda aquela situação. Duvidava que conseguiria dormir com todos os pensamentos turbulentos preenchendo sua mente.

"Queria poder fazer alguma coisa."

Kyle recuou e a fitou por alguns segundos.

"Você se importa com ele."

Não era uma pergunta, e sim uma afirmação. Liza ergueu as sobrancelhas, depois as uniu. Ela se importava com Vicenzo Theodore Milani?

"Bom, ele é importante para o plano. Se ele morrer, tudo vai ter sido em vão. Além disso, os demais clãs precisam de..."

Ela estremeceu ao sentir mãos fortes acariciarem sua cintura, perdendo a fala ao passo em que uma delas subiu lentamente por suas costas, deixando uma trilha fervorosa por onde tocava. Observando-a, Kyle curvou os cantos dos lábios de maneira quase imperceptível.

A jovem o encarou em silêncio, comprimindo os lábios. Estava começando a suspeitar que o novo passatempo favorito dele era se divertir com as reações acanhadas que suas provocações causavam.

"Ele é astucioso, não é bom se envolver com pessoas assim."

Após se recompor, Liza ergueu as sobrancelhas.

"Você sabe que eu sou uma Jeong, certo?"

"Vim parar na cidade mais protegida do país depois de fazer uma aliança com o clã que eu mais detesto, tudo porque você queria salvar o seu irmão." Kyle a olhou nos olhos. "Sim, eu sei que você é uma Jeong."

O som da risada divertida fez com que as feições do homem suavizassem. A mão usualmente fria acariciou o rosto delicado antes de o puxar para perto. O beijo terno acendeu todos os sentidos de Liza, fazendo ela se esquecer de todos os problemas que a atormentavam.

Kyle se afastou minutos depois, mas não antes de depositar um beijo no pescoço da garota, que comprimiu um sorriso. Tudo bem, não era difícil se acostumar com isso.

"Vamos conversar sobre isso amanhã."

Liza murmurou em concordância ao ser colocada na cama pelos braços fortes, depois observou os músculos das costas definidas enquanto a figura alta se inclinava para tirar os sapatos. Esboçando um pequeno sorriso, ela empurrou as alças finas da camisola, sentindo o tecido macio escorregar por sua pele.

Quando Kyle se virou, toda a sua atenção se fixou no corpo exposto, e um brilho quase selvagem tomou conta das íris usualmente calmas e calculistas.

"O que foi? Estou com calor."

O sutil esboço de um sorriso foi a última coisa que Elizabeth viu antes de ser atacada pelo outro. Lembrando das palavras de Damien no almoço, ela discordou mentalmente da afirmação dele.

Era, definitivamente, muito bom provocar um Petrov.

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

"Eles vão brigar mesmo?"

Liza tinha os braços cruzados ao assistir os dois homens altos no centro de um salão. O local estava repleto de armas de todos os tipos, empilhadas nas paredes e em apoios no chão. Apesar de não possuir janelas, a iluminação do local não deixava a desejar, e o chão estava forrado com um material que parecia amortecer quedas.

"Não é briga, eles só vão treinar." Giovora respondeu enquanto prendia os cachos com as mãos. "Se bem que Kyle provavelmente vai levar uma surra, ele está enferrujado."

A ômega vestia uma blusa de um tecido que se assemelhava ao cetim. A cor neutra da peça caía bem com a calça preta de cintura alta que era justa nos quadris e larga embaixo, cobrindo boa parte dos saltos também escuros.

"Duvido, aposto que ele anda fazendo exercícios noturnos."

Lucas curvou os lábios ao receber um olhar não amigável da irmã. A camisa preta com detalhes vermelhos destacava o tom claro da pele do rapaz, que estava visivelmente de bom-humor após ser recebido como um convidado pelo líder do clã italiano.

"Não é como se Ansel estivesse totalmente em forma." Hikari, ao lado de Giovora, interveio. "Com tudo isso acontecendo, ele também não anda treinando."

Liza ergueu as sobrancelhas ao sentir a falta de alguém.

"Cadê o Damien?"

Giovora balançou a cabeça.

"Por aí. Suspeito que agora que ele tem onde se esconder, não queira passar muito tempo com a gente."

Virando a cabeça, a jovem enxergou Lídia, que segurava um Thomas alegre. Liza tinha ficado receosa de deixar o bebê com os empregados na noite passada, mas aparentemente existiam pessoas que tomavam conta dos filhos de quem trabalhava ali, como uma creche no próprio trabalho.

A senhora havia insistido em a acompanhar naquela tarde. Liza se comoveu com a aparente preocupação da Milani, mas não demorou para desconfiar que ela apenas procurava uma chance de se entreter com todo aquele drama falso inventado no dia anterior.

Um movimento no centro do salão atraiu a atenção da plateia, e as sobrancelhas da garota se ergueram involuntariamente quando Ansel tirou a blusa preta. A imagem de uma cobra negra na lateral esquerda do tronco do homem com certeza atraía olhares. A serpente se enrolava de uma maneira bela e curvilínea, se destacando na pele branca.

"Isso já está indo longe demais, ele até tatuou o Lucas."

A fala de Giovora fez Hikari cair na gargalhada, e ouvir o som alto e vívido fez com que Liza curvasse os lábios. Ela virou o rosto para fitar o irmão, mas os olhos deste estavam fixos no assassino, e as íris pretas claramente gostavam do que estavam vendo.

"Ele fez essa tatuagem quando completou dezoito anos." Hikari disse após recuperar o fôlego. "Na época, muitos ainda o viam como um membro do clã Lohmann, principalmente pela aparência dele. Acho que ele quis gravar um lembrete em si mesmo de que não era aquilo que as pessoas o definiam, mas sim o que ele queria ser. Que era um de nós."

Liza observou os traços significativos de uma maneira diferente após a explicação, mas a voz de Lídia espantou seus pensamentos.

"Agora entendo o porquê de você querer ficar com o loiro."

Ela fingiu não ouvir o murmúrio de Lídia, e por sorte seus amigos não estavam prestando atenção. Após se exercitar, Kyle imitou a ação do oponente, atraindo todo o foco de Liza para o tronco do homem.

"Mas vejo que ficar com o moreno também não é uma má opção."

Para o alívio de Elizabeth, a luta começou no momento seguinte, e os comentários da idosa cessaram. Ela semicerrou os olhos tentando acompanhar os movimentos, mas as duas figuras eram ágeis demais.

"Quem está ganhando?"

Hikari levou uma das mãos até o queixo.

"Eu diria que está empatado, mas Kyle está dando muita abertura."

"É uma estratégia, ele costuma fazer isso." Giovora explicou. "No momento em que Ansel baixar a guarda e atacar, vai se dar mal."

"Lohmann não vai cair nessa."

Giovora olhou de relance para o rapaz.

"Torcendo para o inimigo, é?"

"Só estou dizendo..." Lucas curvou os lábios de maneira insinuativa. "É preciso de mais do que isso para fazê-lo baixar a guarda."

Liza tentava entender a luta enquanto ouvia a conversa, mas parecia ser em vão; antes que conseguisse entender um golpe, outro já estava sendo aplicado. Tarde demais, ela se perguntou se deveria se preocupar com a possibilidade de uma morte.

"Nossa, é difícil Ansel encontrar um oponente lá em casa, a maioria foge dos treinamentos com ele." A memória fez com que Hikari esboçasse uma expressão nostálgica. "Assistir está me deixando com vontade."

Giovora assentiu. "Quer treinar mais tarde?"

"Vamos! Quer vir, Lucas?"

"Não, obrigado. Suar não está entre minhas atividades favoritas."

A ômega riu com escárnio. "Molenga."

Liza torceu os lábios ao assistir a cena. Quando decidira parar de correr da Alpha e lutar, não havia considerado o sentido literal da palavra. Saber que era a única ali que não conseguiria se defender em um combate fazia com que ela se sentisse indefesa.

De repente, Hikari se virou para ela.

"Você vai vir também, não é?"

Antes que Liza respondesse, Giovora estalou a língua.

"Formiguinha não sabe brigar ainda, mas para a sorte dela arrumou uma montanha de músculos para assassinar qualquer maluco que encoste nela."

"Eu posso aprender!" Liza rebateu, corada. "Não quero depender de ninguém."

Hikari sorriu para ela. O vestido branco e solto que vestia lhe dava um ar puro e angelical, mas também possuía uma elegância inegável.

"A gente te ajuda, que tal? Lucas é ótimo com facas, é um bom começo."

"Olha só, Lucas." Giovora cutucou o ômega. "Sua chance de deixar de ser um preguiçoso e ensinar alguma coisa útil para a sua irmãzinha."

A ideia não animou muito o rapaz, mas ele não se opôs. A garota ergueu a cabeça, decidida. Aproveitaria o pouco tempo livre que lhe restava para aprender uma ou duas coisas sobre combate. E algo em seu interior lhe dizia que em breve ela precisaria daquilo.

Ela então voltou a atenção para a luta, mas se surpreendeu ao notar que esta já havia acabado. Hikari e Giovora conversavam animadas sobre técnicas e golpes ao passo em que Kyle andou até ela, suado por todo o exercício.

"Pensei que vocês dois iam se matar." Liza disse ao verificar os machucados dele, mas não encontrou nada grave. "Tudo bem?"

O homem assentiu e fitou Ansel antes de responder.

"Apesar de tudo, ele é melhor do que a maioria lutando, é uma boa prática." Ele aceitou a toalha mediana que a outra encontrou em um suporte perto dali. "E pensar que ele é a única pessoa que detesta seu irmão por aqui me faz odiar ele menos."

Liza desviou o olhar para o irmão, que trocava um olhar intenso com o loiro. Não querendo desiludir Kyle, ela ficou em silêncio enquanto ele se dirigia até um freezer mediano que provavelmente continha água.

"Preciso falar com meu neto, mas nos vemos mais tarde."

A jovem se assustou ao ouvir a voz de Lídia, mas logo se recompôs e pegou o bebê do colo dela. A senhora, porém, fuzilou Lucas com os olhos antes de se virar.

"Você deveria se envergonhar!"

O rapaz piscou ao finalmente desviar o olhar da tatuagem de Ansel, franzindo o cenho ao observar a idosa se afastando.

"Que velha homofóbica."

"Não, não é isso..." Liza começou, já se arrependendo. "Escuta, eu precisava que ela saísse da defensiva para conseguir algumas informações, nisso acabei confirmando a teoria maluca dela sobre eu gostar do Ansel e ele ser o pai do Thomas."

O outro ficou confuso. "E como isso tiraria ela da defensiva?"

"Bem... Eu posso ter acrescentado a parte que você está apaixonado por ele e que ameaçou fazer coisas terríveis caso nós dois ficássemos juntos."

"Você criou um roteiro digno de novela me colocando como vilão só para sair de coitadinha e conseguir informações?" Lucas ergueu uma sobrancelha, mas em seguida esboçou um sorriso. "Elizabeth, estou orgulhoso."

A garota revirou os olhos ao curvar os lábios. "Já estava tudo na cabeça dela, eu só me aproveitei. Mas vou precisar da sua ajuda. Se ela descobrir, não vai mais confiar em mim."

"Pelo visto quando Vicenzo bloqueou os sinais do exterior a velha ficou sem poder assistir novela. Muito bem, o que preciso fazer?"

"É simples, na verdade." Ela indicou Ansel ao longe com o queixo. "É só parecer que é louco por ele quando ela estiver por perto. É só por um tempo, ela é a minha única fonte que sabe o que acontece por aqui, nossa única chance de achar o assassino antes que o pior aconteça."

"Só isso?" Lucas fitou o loiro por alguns segundos, seus olhos analisando novamente a tatuagem preta. "Certo, faço o sacrifício."

Observando o irmão, Liza teve a certeza de que ele não precisava nem mesmo se esforçar para dar indícios de que possuía interesse no homem.

"E você? Conseguiu algo ontem?"

No dia anterior, depois de listarem os possíveis traidores, Lucas dissera que iria tentar arrancar alguma informação útil dos frequentadores da mansão.

"Não muito, só alguns detalhes sobre como Vicenzo pegou o conselheiro que trabalhava para o tio dele. Isso me deu uma ideia, mas precisaríamos juntar todos os suspeitos em um mesmo lugar para dar certo."

"Lídia mencionou esse caso, mas não contou os detalhes." Ela murmurou, nada surpresa com a astúcia do líder do clã italiano. "Também pensei na possibilidade de montarmos algum tipo de armadilha, mas se o assassino for um conselheiro, ele dificilmente vai cair em um truque que nem o outro."

Thomas balbuciou algumas palavras tentando fazer parte do diálogo. As feições de Lucas suavizaram ao passo em que Liza esboçou um leve sorriso.

"É mais provável que seja um empregado, a meu ver. Conselheiros não conseguem entrar e sair da mansão despercebidos, mas quem trabalha aqui, sim. Também há a possibilidade de um conselheiro estar trabalhando em conjunto com um empregado ou alguém da guarda. Essa gente não gosta de sujar as mãos."

A jovem achou que o argumento era coerente.

"Certo, vou ver o que consigo tirar de Lídia sobre isso. De qualquer maneira, esse alguém com certeza sabe sobre o ocorrido. Não vai ser fácil montar uma armadilha, muito menos fazer a pessoa cair nela."

"Não dá para evitar uma armadilha quando não se sabe que está pisando em uma." Um brilho significativo surgiu nas íris negras de Lucas. "Ou quando você está convicto de que ela está destinada a outra pessoa."

Erguendo uma sobrancelha, Liza não soube dizer o que se passava na cabeça de seu irmão, mas tinha consciência de que o assassino estava em apuros; a mente mais ardilosa de Prevail estava maquinando algo contra ele.

⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅

[4000 palavras]

eu estou culpando meu atraso no meu vício em supergirl e também no enem que fritou meus neurônios, não sei se vou me recuperar dessa

eu decidi dar uma parada na revisão do livro pra focar em terminar, então se alguém achar algum furo finge que não viu porque eu vou arrumar depois KKKKK

obrigada pelo apoio de sempre 🤧💕

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