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Capítulo Dezesseis

Quando Elizabeth abriu os olhos, tudo o que viu foi branco. O ambiente aparentava estar em silêncio, e a paz daquele lugar logo tomou conta dela. Então quem falava palavrão ia para o céu, afinal. Quando se ajeitou para ficar mais confortável, porém, Liza notou que não estava sozinha.

A primeira coisa que ela enxergou foram cachos angelicais e castanhos, perfeitamente modelados. Olhos escuros e profundos a encaravam, cílios grandes os envolvendo. Várias pintinhas estavam distribuídas pela pele do rosto de cor caramelada. Que anjo lindo, pensou Liza.

Uma segunda figura entrou no campo de visão dela; o cabelo longo de cor loura era tão claro quanto a pele, e os olhos tinham um tom azul acinzentado. Liza franziu o cenho e piscou algumas vezes, decepcionada. Sempre achara que anjos possuíam asas, mas aqueles seres definitivamente não eram alados.

De repente, uma outra cabeça apareceu ali. O cabelo era escuro, quase preto, e os olhos arregalados tinham a mesma coloração do anjo anterior. O rosto também era perfeitamente liso, mas ao contrário do primeiro, só havia uma pinta localizada na lateral direita do queixo. Eles não tem asas, mas pelo menos são pacíficos, Elizabeth se consolou.

"LIZA!"

Ao sentir uma dor estonteante, Elizabeth recobrou os sentidos; ela não estava no céu, e havia levado um tiro. A segunda parte foi fácil de lembrar, pois Lucca estava a abraçando com força bem no local dolorido. Enquanto era apertada, Liza notou que eles estavam em uma cama grande e confortável.

"Ela está ficando branca. Mais ainda."

Lucca soltou ela assim que ouviu a voz de Lorenzo, suas feições culpadas. Liza se sentou mais ereta na cama, fazendo uma careta no processo devido à dor. Ava, quando viu que ela havia mesmo despertado, desceu da cama e saiu do quarto em silêncio.

"Onde...?" Elizabeth olhou em volta, os olhos franzidos por ainda não estarem acostumados com a luz. O quarto era branco, e apesar de grande, não haviam muitas decorações ali.

Os olhos de Lucca se iluminaram. "Ah, Liza! Parece uma base secreta, e eles todos andam de preto feito espiões! É tipo uma base espiã secreta!!"

Liza constatou que seu cérebro também tinha sido danificado, pois não conseguia entender nada que o garoto falava. Ela olhou para o seu próprio corpo, descobrindo um curativo no local onde havia sido atingida. "Eles quem?"

"Os ômegas!" Lucca respondeu animado, e então Elizabeth se lembrou. A confusão, o grupo que apareceu no último minuto e salvou a pele deles. Liza abriu a boca pronta para fazer mil perguntas para os meninos, quando sentiu uma outra presença no quarto; parado na porta de mãos dadas com Ava, estava Kyle.

Os dois adultos se encararam em silêncio por alguns segundos, e uma tensão subitamente tomou conta do lugar. Lorenzo limpou a garganta, descendo da grande cama de casal e cutucando Lucca. "Nós vamos ali."

"...Sim, estamos indo ali." O pequeno clone de Kyle disse ao perceber o clima pesado, seguindo Enzo com Ava logo atrás.

Kyle observou as crianças saírem, depois deu um passo para dentro do cômodo e fechou silenciosamente a porta. Elizabeth empurrou o lençol branco que a cobria para o lado e colocou os pés no chão, sentindo uma dor excruciante na área de seu abdômen ao levantar. Kyle abriu a boca para impedir, mas sua tentativa de deter Liza foi em vão; ela andou até ele com determinação e um cenho franzido.

Quando o alcançou, a primeira coisa que Elizabeth fez foi agarrar o braço direito do homem. Kyle apenas a observou enquanto ela empurrava a longa manga preta da blusa dele para trás, revelando outro pano negro cobrindo o pulso da pele clara. Liza já havia visto aquele tecido ali antes, mas naquela época não imaginava o que ele estava ocultando. Ela abaixou aquela espécie de bracelete de pano, não se surpreendendo com o que encontrou por baixo: um ômega.

Ainda assim, Elizabeth precisava confirmar. "Você tem um ômega tatuado."

"Eu tenho." A voz de Kyle respondeu, sem qualquer emoção envolvida.

Liza levantou o rosto encarando as íris azuis do homem. "Você faz parte de Prevail."

Kyle estava sem expressão. "Eu faço."

"E você mentiu pra mim."

"Eu menti."

Uma desculpa, uma mentira, um insulto. Elizabeth não esperava nenhuma daquelas opções, pois sabia que, apesar da teimosia, quando Kyle tinha consciência de que estava errado, ele não discutia. Liza inconscientemente procurou por qualquer ferida no corpo dele, mas relaxou quando viu que não havia nada com o que se preocupar.

Quando notou o que fazia, porém, ela se xingou. Por que estava se preocupando com o bem-estar dele, depois de tudo? Kyle obviamente havia a enganado, tudo em prol de um plano para matar Jasi. Elizabeth soltou o braço dele e recuou alguns passos, seus pensamentos turbulentos. Tinha de achar Lucas e sair dali o mais rápido possível, não queria qualquer envolvimento com aquela gente. Então ela se lembrou: seu irmão também fazia parte de Prevail.

"Era mesmo um plano do Lucas, no final das contas." Liza o encarou. "Só que você fazia parte dele também."

Kyle percebeu a decepção nas palavras dela. "Eu sei como você—"

"Não, você não sabe!" Elizabeth grunhiu com raiva e se virou bruscamente, mas aquilo causou uma pontada agonizante em seu abdômen. Kyle percebeu a hesitação dela e tentou a segurar, mas ela se desvencilhou dele. "Eu confiei em você, mesmo com todas aquelas coisas estranhas acontecendo!" Liza apontou um dedo para o rosto dele. "Mesmo quando aquele Josiah entrou naquela cabana e te fez parecer suspeito, eu não acreditei nem por um segundo que você poderia fazer algo do tipo!"

As sobrancelhas de Kyle se franziram levemente, as feições usualmente inexpressivas agora estavam carregadas de culpa. "Liza—"

"E envolver crianças nisso, ficou maluco?! Você já parou para imaginar o que teria acontecido com o Lorenzo se Jasi decidisse mandar aquele capanga desgraçado apertar o gatilho? Você iria se perdoar se Ava ou Thomas se machucassem?" Elizabeth agora já não se importava se Kyle a visse chorar. "Você se perdoaria se Lucca tivesse levado esse tiro?"

O silêncio do homem foi a única resposta que Liza teve, então ela continuou. "Mas claro, você faz tudo por dinheiro. O quanto você recebeu para executar essa missão, hein?" Ela notou algo doloroso no olhar de Kyle, mas aquilo não a impediu de continuar. "Manipular e machucar pessoas para conseguir o que quer, Prevail não me parece nada diferente da Alpha."

"Tudo vai ficar claro," Kyle disse em um tom paciente, estendendo uma mão para ela. "Mas você não pode andar assim, o ferimento—"

"Não me toca!" Elizabeth empurrou o homem, e aquilo apenas serviu para piorar sua dor. Kyle a encarou com uma expressão complexa em seu rosto. Parecia desestabilizado por alguma razão, mas Elizabeth não se compadeceu daquilo. "Me diz então, Kyle, quem está por trás de tudo isso? Quem projetou esse plano que arriscou tantas vidas só para acabar com uma?"

"Naomi Jeong."

Liza perdeu a fala. Kyle se aproximou cautelosamente, seu tom ainda calmo. "Eu sei que o que aconteceu não foi certo, mas agora posso te contar." Ele abaixou o olhar para o abdômen dela, fitando a roupa que cobria o curativo. "Vou responder tudo o que você quiser, mas, por favor, senta primeiro." Os olhos azuis estavam estranhamente suplicantes. "Sem mais mentiras."

Mesmo que quisesse, Elizabeth não poderia abandonar aquela conversa após ouvir aquele nome. Ela então andou na direção de duas poltronas que estavam em um dos cantos do quarto, dispensando o auxílio de Kyle. Sentar era dolorido, mas aquilo não importava agora; Liza precisava saber como sua tia que ela não via há treze anos estava envolvida naquela história.

O homem se sentou na outra poltrona desocupada que estava de frente para ela, e após suspirar longamente, começou: "Como já sabe, fui o primeiro filho homem de Tobiah, e por isso ia herdar a liderança do clã. Tínhamos um motorista particular que nos levava a todos os lugares, apesar de quase nunca sairmos."

"Por que está me contando isso?" Elizabeth interrompeu, se ajeitando na poltrona a fim de amenizar a dor.

"Porque foi assim que conheci Prevail." Kyle abaixou o olhar, entrelaçando as mãos entre as pernas. "Esse motorista era pai de Amani e Josiah. E sim, eles eram irmãos." Ele adicionou após notar o olhar espantado de Liza. "O nome dele era Jonas, e, apesar de trabalhar para meu pai, apoiava a revolução sem piscar. Ele sempre levava Thea para passear com os filhos dele, e eu ficava em casa aprendendo coisas que líderes da máfia precisavam saber."

Elizabeth notou que o jovem Kyle não gostava nem um pouco daquelas lições. "Quando completei onze anos, Thea me chamou para um dos passeios. Acontece que, na verdade, eles iam em reuniões de Prevail, onde várias pessoas se reuiniam para receber o comando da base principal." Kyle levantou o rosto e fixou o olhar em Liza. "O comando dos seus pais."

"Eles... comandavam?" Liza perguntou, no fundo já sabendo a resposta; seus pais viviam ocupados com papeladas, era como se eles administrassem uma empresa que ia crescendo cada vez mais com o tempo.

Kyle assentiu. "A parte burocrática, sim. Sua tia Naomi cuidava da parte mais ativa, tal como divulgar e auxiliar as pessoas. Naquela época, a revolução ainda estava acobertada, não violenta, então não havia muito o que fazer além de recrutar e ajudar as pessoas afetadas pelo governo." O homem escorou as costas na poltrona. "Eu ainda era novo, mas tinha uma noção das coisas, e não gostava daquele meio mafioso. Althea via aquilo, por isso confiou aquele segredo comigo. Ela queria deixar todo o legado Petrov e lutar com aquelas pessoas, assim como Jonas fazia."

"Althea," Elizabeth repetiu o nome da irmã de Kyle, soava bonito. "Qual era o papel dela na sua família?"

"Apesar de ter nascido primeiro, ela não foi a herdeira, acho que você pode imaginar o motivo." Kyle disse com uma expressão de desgosto. "O cargo mais alto que uma mulher pode ter na máfia é o de esposa. Os líderes usam as filhas para fazer casamentos arranjados e manter laços com outros clãs, apenas isso. Thea era apenas quatro anos mais velha do que eu, mas sabia que, quando crescesse, o inevitável viria. E não gostava nem um pouco da ideia."

Liza sentiu que teria se dado bem com a irmã mais velha de Kyle. "Tobiah estava bastante ocupado com Jasi na época, então não se importou comigo deixando de frequentar algumas aulas. Aos poucos fui aprendendo sobre a revolução, descobrindo todas as barbaridades por trás da Alpha. Um ano depois, eu já estava totalmente convertido. Tinha apenas doze anos, mas ajudava junto com Thea provendo informações internas e importantíssimas, deixando Prevail sempre à frente das coisas. Não demorou para os Hale quererem nos conhecer e marcarem uma reunião."

"Conheceu meus pais?" Elizabeth perguntou, o tom agora mais suave. Kyle notou aquilo.

"Eu fui na sua casa, eu vi você." O homem disse, atraindo totalmente a atenção da ouvinte. "Estava procurando o banheiro e vi uma menina baixinha implicando com um menino por alguma coisa, devia ter uns seis anos. Seu irmão mais velho estava lá tentando resolver a intriga de vocês dois, nós conversamos."

"Não acredito," Liza sussurrou, tentando inutilmente se lembrar. "Quantos anos Ian tinha na época?"

"Minha idade, eu acho." Kyle suspirou. "Quando eu voltei do banheiro, seus irmãos tinham se multiplicado."

Elizabeth sorriu sem perceber ao imaginar Lucas e Benjamin pequenos, mas logo voltou a ficar séria. "O que aconteceu nessa reunião?"

"Seus pais nos acolheram. Nossas informações eram valiosas, mas eles não se importavam apenas com aquilo. Mesmo seu pai, que odiava o meu, foi gentil comigo." A voz de Kyle estava serena. "Continuamos nessa vida por mais três anos, quando Tobiah descobriu meu envolvimento. Ele estava estranhando minhas saídas, e mandou um espião atrás da gente."

"O que aconteceu com o motorista e os filhos?" Liza interrompeu, não conseguindo evitar a preocupação com aquelas pessoas de bem.

"Tobiah guardou segredo sobre a descoberta por um tempo, depois matou Jonas. Nós fugimos após isso, mas Thea quis ficar. Ela não estava participando das reuniões por estar doente, então não haviam provas contra ela. Além disso, ela sabia que aquele desgraçado iria fazer outro herdeiro em dois tempos, e queria estar ali para o bebê ter alguém como eu tive."

"Então Lucca veio." Liza adivinhou.

"Sim, um ano depois ele nasceu. Naquele tempo Prevail já era conhecida, e a Alpha estava apreensiva. Cada vez mais pessoas se juntavam, era uma verdadeira ameaça para Jasi. Depois que fugimos, Naomi pessoalmente nos acolheu em uma fazenda isolada, um refúgio. Existiam vários daqueles espalhados pelo país, já que as pessoas estavam perdendo suas casas. Lá eu treinei com outros renegados, aprendi a manusear armas e algumas lutas marciais." Kyle suspirou. "E então chegou o ano do massacre."

Elizabeth estremeceu e se endireitou no móvel, esquecendo sua dor por um momento. "Seus pais estavam conseguindo cada vez mais apoio, inclusive de outros mafiosos. Todos não estavam satisfeitos com Jasi no controle, queriam derrubar a Alpha, e acreditavam que iriam conseguir. Então o jogo mudou completamente, porque Prevail atraiu a atenção da Tríade."

"O que é isso?" Liza perguntou.

"Os três clãs mais promissores, além da Alpha. Os líderes desses clãs também não estavam gostando de Jasi tomando conta dos impostos e falindo o negócio deles, então se interessaram na proposta de seus pais. Estava tudo certo, só precisavam formalizar a aliança, e escolheram a típica festa de Natal dos Hale para isso."

Elizabeth engoliu em seco. "Então aquelas pessoas estranhas..." Ela relembrou os convidados desconhecidos na última ceia da família.

"Mafiosos." Kyle confirmou. "Todos estavam lá, e é claro que pensaram que Jasi poderia atacar, então Prevail formou um grupo de segurança para vigiar a mansão durante o evento.

"O quê?!" Liza quase caiu da poltrona. "Como assim um grupo? O que houve?"

"Uma falha por parte de um outro clã da Tríade," Kyle respondeu em um tom frígido. "Alegaram ter uma emergência em um dos refúgios de Prevail, então foram todos para lá e deixaram a mansão desprotegida. Eu fui junto, mas percebi que era uma armadilha primeiro do que os outros e voltei." O homem desviou o olhar. "Mas era tarde demais."

Elizabeth ficou em silêncio, apenas absorvendo aquelas palavras. Não fazia ideia dos bastidores do massacre, de quantas outras vidas estavam em jogo. De repente, ela entendeu o que Josiah quis dizer naquela noite da cabana: não seria a primeira vez que ele deixaria um Hale na mão.

"Era você no túnel."

"Entrei lá para subir para a mansão, foi aí que vi Tobiah com vocês. Ele tinha descoberto sobre o esquema dos gêmeos, e estava prestes a atirar em Lucas." Kyle parecia tenso com a lembrança. "Então eu o matei."

Imaginar que aquele assassino misterioso do túnel era Kyle era quase impossível para Liza. "Quantos anos você tinha?"

"Dezessete." Kyle respondeu. Ele não parecia exatamente orgulhoso pelo feito, mas também não aparentava sentir culpa. "Depois que vocês saíram eu corri para entrar na mansão, mas Lucas me impediu. Você tinha percebido que Benjamin havia ficado no túnel, e ele teve que te apagar."

Ao ouvir aquilo, Elizabeth arregalou os olhos. "E o Ben? Ele estava mesmo no túnel! Vocês não acharam ele?"

"Tive que te levar até um carro," Kyle explicou com paciência. "Porque Lucas mal conseguia andar. Levou apenas alguns minutos, mas quando voltei, o túnel estava vazio."

Liza sentiu um aperto no peito, uma dor que superava seu ferimento físico. Na noite do massacre, Ben se fez de isca e atraiu Tobiah, e um disparo foi ouvido naquele meio tempo. Apesar de não saber Benjamin ainda estava vivo naquele tempo, Elizabeth se sentiu a pior pessoa do mundo; por conta de seu surto naquela noite, Kyle não pôde ir atrás de Ben. Por sua culpa seu irmão não havia sido salvo.

"Você não tinha como saber," Kyle disse ao notar a expressão de Liza. "Então não se culpe."

As palavras do homem não impediram Elizabeth de se sentir horrível, mas ela precisava ouvir o resto. "E sobre o plano?"

"Só fiquei sabendo do plano anos depois. Eu passei um tempo afastado de Prevail, não queria ver ninguém." Kyle abaixou o olhar. "Após eu matar Tobiah na noite do massacre, Jasi revidou. Amani... ela já sabia que estava grávida, por isso ficou em um dos refúgios e não participou daquela confusão."

Liza se arrepiou em antecipação. "Jasi sabia onde ela estava, foi até lá e a pegou. Passou dias me chantageando por ligação para que eu fizesse o que ele queria, e eu fiz. Matei pessoas, roubei coisas..." Ele suspirou longamente, fechando os olhos por um momento. "Então, uma semana depois, ele me passou um endereço. Fui no mesmo minuto, Naomi e outros ômegas que estavam ajudando na busca foram comigo." Kyle levantou o rosto e observou Liza, seu olhar repleto com dor. "Ela estava morta fazia cinco dias, apodrecendo em uma cabana velha."

Levou um tempo até que alguém falasse algo novamente; Elizabeth estava sem palavras, e Kyle parecia estar relembrando o passado com pesar. "Após aquilo, deixei Prevail. Comprei o trailer e saí por aí, nunca ficando em qualquer lugar por muito tempo. Anos depois, Jasi achou Lucca."

Elizabeth estava tão vidrada na história que mal sentia a dor em seu abdômen. "Eu tinha o enviado para um orfanato isolado para que ele ficasse seguro, mas Jasi o encontrou mesmo assim. Thea me ligou desesperada assim que soube, porque ela sabia o que ele fazia com crianças. Na época, ela vivia com o marido em um dos alojamentos de Prevail, mas Ava tinha apenas cinco anos, precisava da mãe. Iniciei minha busca sozinho, mas após quase um mês sem pistas, perdi as esperanças. Tudo estava desmoronando, foi quando Naomi reapareceu." Kyle fez uma pausa para respirar. "Ela me passou o endereço do galpão, e Lucca realmente estava lá."

O homem estalou o pescoço. "Depois do resgate de Lucca e Lorenzo, seu irmão apareceu. Ele me contou sobre o plano que estavam criando, mas eu não queria me envolver novamente com Prevail, então neguei." Kyle massageou a têmpora direita. "Meses depois, Jasi matou Victor e levou Thea e Ava para o covil dele. Naomi veio pessoalmente me contar, e não pensei duas vezes antes participar do esquema de resgate que havia sido criado. Após muito conflito com capangas, encontramos o lugar onde Ava e Thomas estavam."

Kyle não havia falado, mas Liza soube naquele momento que Althea estava morta. "Espera, se o pai da Ava morreu... quem é o pai do Thomas?"

"Não sei." O olhar de Kyle era sombrio. "Ela ficou mais de um ano naquele inferno, e havia sinais claros de estupro. Ava estava abraçada em Thomas quando chegamos no local, e desde então não falou nada."

Após ouvir aquelas coisas, Elizabeth não sabia como reagir. "Depois daquilo, aceitei participar do plano." Kyle cerrou levemente os olhos azuis, analisando sua tatuagem no pulso. "Faria de tudo para acabar com Jasi, então voltei para Prevail. Fiquei mais alguns meses vivendo no trailer com as crianças, apenas esperando a ordem para ir atrás de você. Criamos uma situação toda naquela casa de ração para parecer que Jasi estava te perseguindo."

"As crianças sabiam?" Liza perguntou.

"Não." Kyle respondeu. "Bom, Lorenzo desconfiava, eu acho. Nunca falei com ele sobre isso, mas toda vez que ele ouvia algo relacionado a Prevail, olhava para mim de um jeito suspeito."

"..." Liza ainda estava tentando processar aquilo tudo, mal acreditando no que acabara de ouvir.

"Vou buscar água para você," Kyle disse ao notar o estado dela, se levantando da poltrona. "Fique aqui."

E então ele saiu, deixando Elizabeth sozinha naquele quarto branco. Ela olhou em volta, ainda desacreditada. Como se deixara enganar por aquele plano? Como deixara de ler todos aqueles sinais, que estavam presentes até mesmo quando ela era pequena? Liza estava tão perdida no meio de seu devaneio que mal percebeu quando outra pessoa entrou no cômodo.

"Ah, então você é a outra Hale." Uma voz feminina falou, uma voz grossa. Uma figura toda de preto estava parada à frente de Elizabeth, a observando. "Não parece nada com o Lucas."

A mulher já era alta, mas o coturno preto com salto que ela usava a deixava na mesma altura de Kyle, ou seja, do tamanho de uma mulher gigante. Liza notou que ela tinha uma bela pele negra e longos cabelos ondulados.

"Quem é você?"

"Sou uma pessoa que está curiosa para saber por que o Kyle ficou guardando esse quarto feito um cachorro." A estranha murmurou em um tom de suspense, porém, ao ver que Liza parecia estar desnorteada, perdeu o interesse nela e andou até um grande móvel de madeira. "Por falar nisso, cadê ele?"

"Foi buscar água." Liza respondeu após alguns segundos, a dor do ferimento bem mais evidente agora.

A mulher alta empurrou a porta de correr do móvel para o lado, revelando um estoque de bebidas alcoólicas ali. "É, água não é uma coisa que existe nesse quarto." Ela disse pegando uma garrafa qualquer e indo se sentar na poltrona que antes estava ocupada pelo homem. "Ele já te contou tudo, certo?"

Elizabeth assentiu, sua cabeça latejando de dor. "Você pode chamar o Lucas, por favor? Preciso... falar com ele." Ela disse com esforço.

A estranha franziu o cenho para ela, sentada de maneira preguiçosa à sua frente. "Espera... Você não disse que o Kyle te contou tudo, garota?"

Um peso de repente tomou conta do coração de Liza, e ela prendeu a respiração. "O que quer dizer com isso?"

O olhar da mulher ficou melancólico, como se ela estivesse com pena. "Ah, o que eu quero dizer? Vejamos..." Ela bebeu um longo gole direto da garrafa antes de continuar. "Jasi escapou ileso, diferentemente do seu irmão." Elizabeth arregalou os olhos antes mesmo da desconhecida dar o veredito.

"Ele está morto."

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acharam que eu não ia matar ninguém hoje?? KKK
gente, prevail chegou a dois mil visualizações, obrigadinha 💕

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