𝖭𝖨𝖭𝖤 | 𝖼𝖺𝗌𝗌𝗂𝖾
O tal do evento é amanhã. Aaron não me deu nenhuma indicação do que se trata, ou como devo me vestir. Obviamente, terei que usar um dos meus vestidos antigos, já que não tenho mais o meu cartão sem-limites que tinha há duas semanas atrás para comprar um novo.
Também não vi muito Aaron depois que ele me ajudou a limpar o quarto. Passamos quase uma hora inteira tirando o pó dos poucos móveis. Troquei a roupa de cama e guardei minhas roupas no pequeno guarda-roupas, depois de limparmos. Ele saiu do quarto e eu caí no meu novo colchão temporário.
Se vou ser a noiva de Aaron, é bom que ele me deixe ficar aqui por um booom tempo. E sei que ele vai. Apesar de ele ser insuportavelmente chato, ele não dá pra trás quando decide alguma coisa.
São sete da noite, e acabei de chegar. O apartamento é no complexo universitário, então é muito mais perto do que a minha casa. Consegui chegar em vinte minutos, ao invés de quarenta – isso porque não estou usando o meu carro, a menos que seja estritamente necessário.
Aaron estava no sofá quando cheguei. Digo um oi baixo enquanto passo para o meu quarto. Deixo a minha bolsa no canto e pego a minha toalha. Não demoro no banho, e quando saio, já vestida, sinto um cheiro ótimo no ar.
─ Taco Bell ainda é o seu favorito?
Tento esconder a minha surpresa. Me lembro de ter saído com uns amigos uma vez, no último ano, e Aaron estava entre eles, com os próprios amigos; estávamos em uma festa, e eu estava com fome pra caralho, então eu pedi três tacos no Taco Bell, e ele passou uma semana inteira me explicando o porquê o endeusamento de comida latina é apropriação cultural e blá blá blá. Era, obviamente, apenas para tirar uma com a minha cara – que é o que ele sabe fazer de melhor.
─ É, sim. ─ sorrio fraco. Me sento ao lado dele, um pouco longe, e pego um dos tacos. ─ Valeu. ─ agradeço, antes de começar a comer.
─ Não me agradeça ainda, lindinha. Você ainda precisa cumprir com a sua parte do acordo. ─ ele diz, e depois morde um pedaço do próprio taco.
─ Ser a esposa troféu? Posso fazer isso com as mãos nas costas. Fui a filha troféu por muitos anos consecutivos, afinal. ─ dou de ombros.
─ Porque você só precisava lidar com o seu pai narcisista e idiota. Eu tô falando de gente importante, Cassie. Esses caras do Senado podem sujar o nome de um pobre coitado se ele pisar em seu sapato caro. São dez vezes mais babacas que seu pai.
─ Eu sei como lidar com esse tipo de gente. Concorde ou fique calada. Surpreendentemente simples. ─ dou de ombros mais uma vez. ─ Relaxa, vai dar tudo certo.
Ele acena, mas não parece confiante.
─ Onde vai ser esse evento, aliás? ─ pergunto. ─ E qual é o motivo?
─ É aniversário de alguma coisa importante. Eu tô pouco me fodendo pro motivo. ─ ele diz, com raiva. ─ E é em uma casa chique naquele bairro chique na frente do letreiro de Hollywood. ─ ele revira os olhos.
─ O que eu preciso vestir? Tem algum código de vestimenta?
─ Black tie, pelo que meu pai disse. ─ ele faz uma careta. ─ Homens de preto e mulheres de... Onde você vai, maluca?
Estou perto da porta quando respondo.
─ Ver se Sasha tem algum vestido branco para me emprestar.
─ Você não tem nenhum? Anos abusando dos cartões de crédito do papai, e você num comprou um vestido branco?
─ Se tivesse algum, não estaria indo atrás de um, idiota.
Fecho a porta atrás de mim e vou até o elevador. Aaron entra antes que a porta se feche, e se coloca na minha frente antes que eu aperte o botão com o número cinco. Ele aperta o botão do térreo, e empurra minha mão quando tento de novo.
─ Caralho, Aaron! ─ o empurro, mas já é tarde demais. Já passamos do quinto andar. ─ Eu ia descer no quinto!
─ Não vai mais. ─ a porta se abre, e ele me puxa pelo pulso até o lado de fora. Puxo o meu braço para longe, e ele ri. ─ Entra aí. ─ ele aponta para o carro dele, um Audi qualquer.
─ Que? Não! Eu preciso falar com a Sasha e...
─ Cassandra, senta essa bunda bonita no banco antes que eu mude de ideia. ─ ele diz antes de bater a porta. Acho que não tenho muita escolha. Entro no carro e coloco o cinto de segurança.
─ Onde você vai me levar? ─ pergunto, curiosa.
─ Main Street. ─ ele responde. ─ Deve ter alguma loja que te agrade.
Dou risada.
─ Que me agrade?
─ Sim, Cassie. Ou você quer que eu use um vestido?
─ Seria uma cena incrível de ver, mas não, obrigada. ─ ele revira os olhos. ─ Então... Você vai me comprar um vestido?
Ele dá de ombros, minimizando a situação.
Mas não tem nada de mínimo nessa merda. Nada mesmo.
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